domingo, 1 de maio de 2016

Aula 10/2016 - Chernobyl, 30 anos




MATERIAL DA AULA


TEXTO 1 – Fato motivador – 30 anos do acidente
O jovem operário Vladimir Evdochenko estava trabalhando na usina nuclear de Chernobyl na madrugada do dia 26 de abril de 1986, quando sentiu um terrível tremor, parecido com um terremoto.
Ele até então não sabia, mas aquele era um dos efeitos da explosão do reator número 4, cuja temperatura do núcleo ultrapassou os 2.000 graus, o que fez voar pelos ares o teto da usina, de 1.200 toneladas, deixando escapar para atmosfera uma radiação superior a 500 bombas como a de Hiroshima.
"Eu tinha 33 anos. Como todos os dias, um ônibus me buscou em minha casa, em Chernobyl, a 18 quilômetros da usina, e me levou ao meu posto de trabalho com meus dois companheiros, Alexander Agulov e Vladimir Palkin", contou enquanto mostrava uma foto dos três, um pouco amarelada pelos efeitos da passagem do tempo.
Estava sendo então realizado um experimento para comprovar a capacidade do turbo gerador de seguir abastecendo o sistema de refrigeração caso ocorresse uma interrupção do fornecimento de energia exterior.

TEXTO 2 – Como funciona uma usina nucelar
No dia do acidente, engenheiros que trabalhavam na usina nuclear começaram um experimento para saber se o sistema de bombeamento de refrigeração continuaria funcionando, se usasse a energia gerada pelo reator funcionando em baixa potência.
Para que esse experimento acontecesse, muitas barras de controle (veja a imagem ao lado), foram inseridas no núcleo do reator, fazendo com que a potência caísse rápido demais, o que resultou quase em um apagão geral.
Isso gerou uma preocupação nos engenheiros, que começaram a subir as barras de controle para aumentar a potência. A questão é que eles continuaram subindo barras, pois não estavam conseguindo alcançar a potência desejada.
Ao mesmo tempo, o sistema de desligamento automático foi desabilitado, para permitir aos reatores que continuassem trabalhando em condições de baixa energia. De tanto subirem barras, em algum momento, o nível de energia alcançou níveis perigosos.
O reator superaqueceu e a água presente nele para resfriamento, virou vapor. Nesse momento, se acredita que tenham retirado quase todas as barras de controle, deixando apenas 6. O problema é que para um funcionamento seguro, era preciso de no mínimo 30 barras.
O botão de emergência foi pressionado e novas barras começaram a entrar no núcleo do reator, mas como elas entraram por cima, elas deslocaram o fluido de refrigeração, e concentraram a reatividade no núcleo.
Como a energia estava 100 vezes acima do normal, o combustível no núcleo começou a explodir, rompendo as barras de combustível.
Duas explosões aconteceram, fazendo com que o teto do reator rompesse. Com isso, o ar entrou no reator que era lacrado, colocando em chamas o monóxido de carbono inflamável, causando um incêndio que durou 9 dias.
A maioria dos países que possuem usinas nucleares colocam os reatores dentro de uma concha de concreto, mas esse não foi o caso de Chernobyl. O prédio foi severamente destruído e grande quantidade dos restos da radioatividade escaparam para a atmosfera. Bombeiros escalaram no topo da usina para tentar conter as chamas, helicópteros jogaram areia no prédio e começaram a dominar a radioatividade.

TEXTO 3 – Por que Hiroshima e Nagasaki são habitáveis e Chernobyl não?
Há 70 anos, as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki protagonizaram duas das maiores tragédias mundiais com as bombas lançadas pelos Estados Unidos, que causaram uma devastação e destruição sem tamanho.
Em Hiroshima, viviam cerca de 350 mil pessoas. Calcula-se que a bomba que caiu no dia 6 de agosto de 1945 matou por volta de 80 mil. Quase 80% dos edifícios foram destruídos ou sofreram danos irreparáveis.
No entanto, ainda é incerto o número de mortes na cidade em decorrência das feridas sofridas depois da explosão e dos efeitos da radiação – estima-se que o número varie entre 90 mil a 166 mil pessoas. Hoje, a cidade tem um total de 1,17 milhão de habitantes.
Em Nagasaki, viviam cerca de 263 mil pessoas no dia da explosão nuclear, em 9 de agosto de 1945. Calcula-se que entre 39 mil e 80 mil pessoas tenham morrido menos de um segundo após a bomba. Atualmente, a população da cidade é de 450 mil pessoas.
Agora avancemos 41 anos no tempo. Na madrugada de 26 de abril de 1986, ocorreu o que foi classificado como "pior desastre nuclear da história". Um dos quatro reatores da planta de Chernobyl, na Ucrânia (então parte da União Soviética), explodiu e causou um incêndio que liberou enormes quantidades de partículas radioativas na atmosfera.
Como consequência direta do acidente, morreram 31 pessoas. Mas as investigações sobre os efeitos da radiação a longo prazo – como câncer – continuam até hoje. Depois do acidente, foi decretada uma zona de exclusão de 30 km ao redor da planta nuclear, que cobre uma área de aproximadamente 2.600 km² na Ucrânia. Ainda há restos de contaminação radioativa na atmosfera.
Reconstrução e exclusão
Como foi possível, então, que Hiroshima e Nagasaki, que sofreram explosões nucleares tão devastadoras e com tantas vítimas fatais, se tornassem cidades prósperas e habitáveis, enquanto Chernobyl virou um lugar completamente inabitado e assim seguirá por muitos anos?
1. Quantidade de combustível nuclear
A bomba "Little Boy" (que caiu em Hiroshima) transportava 63 kg de urânio enriquecido. "Fat Man" (a bomba de Nagasaki) continha cerca de 6,2 kg de plutônio.
O reator número quatro de Chernobyl tinha 180 toneladas de combustível nuclear, dos quais 2% (3,6 mil kg) eram urânio puro.
2. Diferenças na reação nuclear
Na bomba de Hiroshima, a reação aconteceu com 900 gramas de urânio. Da mesma forma, 900 gramas de plutônio foram submetidas a uma fissão nuclear em Nagasaki.
Em Chernobyl, porém, cerca de sete toneladas de combustível nuclear – com enormes quantidades de partículas radioativas – escaparam para a atmosfera.
3. Localização
As bombas que caíram em Hiroshima e Nagasaki foram detonadas no ar, centenas de metros acima da superfície da Terra.
Como resultado, os depósitos radioativos se dispersaram como efeito da nuvem criada pela explosão.
Em Chernobyl, no entanto, o reator quatro se fundiu na superfície, produzindo uma ativação de nêutrons que fizeram com que a terra se tornasse radioativa.
"Ainda que funcionem na base dos mesmos princípios, a detonação de uma bomba atômica e o colapso de uma planta nuclear são processos muito diferentes", diz o site.
Segundo a publicação, uma bomba atômica está baseada na ideia de liberar a maior energia possível da reação de uma fissão nuclear no menor tempo possível.
A ideia é criar o maior dano e devastação possíveis para anular as forças inimigas.
Assim, os isótopos radioativos que se criam em uma explosão atômica têm um período de vida relativamente curto.
Mas, como um reator nuclear está desenhado para produzir energia em um processo de reação lento, isso resulta na criação de materiais de resíduos nucleares que possuem uma vida mais longa.
Ou seja, a radiação inicial de um acidente nuclear pode ser muito mais baixa que a de uma bomba, mas seu tempo de vida será muito mais longo.

TEXTO 4 - Reator destruído em Chernobyl ganhará 'escudo'
Ao lado do local onde ocorreu o mais grave acidente nuclear da história, em Chernobyl, está sendo construída a maior estrutura móvel de que se tem notícia. O complexo de usinas nucleares domina a paisagem desta região do noroeste da Ucrânia há décadas. Mas a nova construção é ainda mais imponente.
O objetivo do projeto é fazer um escudo gigante para "tampar" o reator 4, que explodiu em 26 de abril de 1986, em uma tragédia que deixou cerca de 4 mil mortos - algumas na hora, a maioria nos anos seguintes, em consequência da radiação - e forçou o deslocamento de 135 mil pessoas.
A radiação na parte superior do reator ainda é muito intensa, e os danos à estrutura geram temor de que ela ceda, liberando ainda mais material contaminante.
Uma área próxima foi esvaziada e descontaminada, para permitir que a estrutura móvel fosse construída ali, antes de ser colocada sobre o reator. Quando finalizada, ela pesará 31 mil toneladas, terá tamanho suficiente para acomodar dois Boeings 747 e será quase tão alta quanto catedrais como a de St. Paul, em Londres.
Durante vários dias, será empurrada até que fique por cima do retor. Daí será selada

TEXTO 5 – Crianças de Chernobyl
Dezesseis anos depois da explosão de um reator da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrância, o acidente continua causando vítimas.
Um centro médico montado por Cuba, perto de Havana, segue recebendo crianças ucranianas que sofrem com doenças provocadas pela radioatividade.
Uma delas é Vladimir, de 4 anos. Seus pais nem se conheciam em 1986, quando ocorreu o acidente. "A vida radioativa do Césio-137 é de 70 anos", diz Ester Martínez, vice-diretora de um hospital pediátrico de Cuba.
Ao longo desses 16 anos, cerca de 17 mil crianças ucranianas receberam em Cuba tratamento gratuito para suas doenças.
Yulia Vogatiriova quer ficar em Havana As crianças vivem em Tarara, em chalés de frente para o mar. A área é um balneário a 20 km de Havana, que depois da revolução foi transformado em colônia de férias de escolas primárias.
Na clínica, milhares de crianças foram tratadas de tumores, leucemia, melanomas e alopecia. Já foram realizadas centenas de cirurgias, transplantes de medula e tratamentos prolongados.
Quando uma cirurgia é necessária, as crianças são levadas a algum dos muitos hospitais especializados da capital cubana e são atendidas pelos melhores especialistas do país.
Grigurko já foi operado quatro vezes "Esta é a minha segunda viagem a Cuba. Já fui operado quatro vezes nas pernas e nos braços", conta Vladimir Grigurko, de 16 anos. Ele acrescenta que, na Ucrânia, não poderia pagar pelas cirurgias.
Yulia Vogatiriova terá de voltar a seu país logo. Mas diz que quer retornar a Cuba. "Meus pais não têm dinheiro para pagar o tratamento, e aqui tenho tudo que preciso", afirma.
Martínez assegura que o centro seguirá aberto "Todos os problemas sociais, familiares, econômicos e de saúde são colocados na mesma sacola, como conseqüência do desastre nuclear", afirma.
"Cuba vai continuar prestando essa assistência gratuita", assegura a médica. Ela diz que o mais prazeroso desse trabalho é "o sorriso das crianças quando sobem curados no avião que os levará de volta para casa".



Algumas Imagens







Alguns Vídeos




COMO É COBRADO NOS PROCESSOS SELETIVOS
Exercício 1: (PUC-RIO 2007)
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,OI979048-EI294,00.html
A charge apresentada, além de lembrar os tristes acontecimentos ocorridos há vinte anos, após o acidente na usina termonuclear de Chernobyl, na Ucrânia, lembra que seus efeitos ainda estão presentes. Ao que parece, os impactos ambientais no continente europeu continuam a causar preocupação em escala mundial. Das opções a seguir, marque a única que NÃO corresponde a uma preocupação relacionada ao uso e à produção desse tipo de matriz energética.
 
 
 
 
 
Exercício 2: (UDESC 2009)
Sobre a produção de energia nuclear no Brasil, assinale a alternativa incorreta.
 
 
 
 
 
Exercício 3: (Enem 2014)
A elevação da temperatura das águas de rios, lagos e mares diminui a solubilidade do oxigênio, pondo em risco as diversas formas de vida aquática que dependem desse gás. Se essa elevação de temperatura acontece por meios artificiais, dizemos que existe poluição térmica. As usinas nucleares, pela própria natureza do processo de geração de energia, podem causar esse tipo de poluição.
Que parte do ciclo de geração de energia das usinas nucleares está associada a esse tipo de poluição?
 
 
 
 
 






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