segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Aula 16/2017 - Cura Gay e Pós Verdades





TEXTO 1 – FATO MOTIVADOR - Decisão de juiz que autoriza 'cura gay' causa mobilização e choque no Brasil
Para a ciência, terapias que prometem mudar a orientação sexual dos pacientes, chamadas de "cura gay", têm um nome: charlatanismo. Não há como se tratar a homossexualidade simplesmente porque ela não é uma doença nem um transtorno.
Mas uma liminar de um juiz do Distrito Federal provocou espanto e foi muito criticada nesta semana. A decisão autoriza os psicólogos a oferecerem tratamentos de "reversão sexual".
Há quase 30 anos a Organização Mundial de Saúde reconheceu que homossexualidade não é doença. No Brasil, desde 1999, o Conselho Federal de Psicologia diz que psicólogos não podem tratar a cura da homossexualidade.
Porém uma liminar do juiz federal Waldemar Claudio de Carvalho determinou que o Conselho Federal não pode impedir psicólogos de promoverem estudos ou atendimento profissional sobre a reorientação sexual. A decisão causou choque e mobilização também nas redes sociais.

TEXTO 2 - ‘Cura gay’: o que de fato disse o juiz que causou uma onda de indignação
Uma polêmica decisão judicial causou nesta segunda-feira uma onda de indignação — e de memes — nas redes sociais. No último dia 15, o juiz Waldemar Cláudio de Carvalho, da 14ª Vara do Distrito Federal, concedeu uma liminar que, na prática, torna legalmente possível que psicólogos ofereçam pseudoterapias de reversão sexual, popularmente chamadas de cura gay.
Não foram poucos os que, em protesto, acusaram o magistrado de ser homofóbico e de ter dito que a homossexualidade é doença. Na verdade, Carvalho não chega a defender explicitamente a cura gay e nem derruba uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP) que, desde março de 1999, proíbe sua prática. Ele inclusive deixa claro em seu texto que, ao analisar o caso, adotou como premissa o posicionamento da Organização Mundial da Saúde de que "a homossexualidade constitui uma variação natural da sexualidade humana, não podendo ser, portanto, considerada como condição patológica". (Leia aqui a decisão https://d2f17dr7ourrh3.cloudfront.net/wp-content/uploads/2017/09/ATA-DE-AUDI%C3%8ANCIA.pdf)
Entretanto, o juiz contraditoriamente determina que o órgão altere a interpretação de suas normas de forma a não impedir os profissionais "de promoverem estudos ou atendimento profissional, de forma reservada, pertinente à (re)orientação sexual, garantindo-lhes, assim, a plena liberdade científica acerca da matéria, sem qualquer censura ou necessidade de licença prévia".
As regras que o magistrado faz referência estão na Resolução 01/99 do Conselho Federal de Psicologia, que determina que "os psicólogos não exercerão qualquer ação que favoreça a patologização de comportamentos ou práticas homoeróticas, nem adotarão ação coercitiva tendente a orientar homossexuais para tratamentos não solicitados". Também pede, entre outros pontos, que os profissionais contribuam "para uma reflexão sobre o preconceito e o desaparecimento de discriminações e estigmatizações contra aqueles que apresentam comportamentos ou práticas homoeróticas".
Para o juiz Carvalho, tais normas "não ofendem os princípios maiores da Constituição". Mas, "se mal interpretados", podem resultar em que se considere "vedado ao psicólogo realizar qualquer estudo ou atendimento relacionados à orientação ou reorientação sexual", uma vez que a Constituição "garante a liberdade científica bem como a plena realização da dignidade da pessoa humana, inclusive sob o aspecto da sexualidade". Assim, ele não chega a anular a resolução, mas determina que os profissionais possam "estudar ou atender àqueles que voluntariamente venham em busca de orientação acerca de sua sexualidade, sem qualquer forma de censura, preconceito ou discriminação".

TEXTO 3 – “Cura gay” e Fake News: mentiras, sensacionalismo e a construção de estereótipos
Mentiras descaradas nas manchetes da última semana deram o exemplo de uma manipulação intencional e ideológica contra a atividade profissional dos psicólogos.
E as principais vítimas foram justamente os pacientes homossexuais.
A grande mídia brasileira foi responsável, nessa semana, por mais um episódio do grande ‘case de fake news‘: a chamada “cura gay”.
Mas na última semana, as manchetes chegaram, em diversos casos, a contradizer objetivamente o que de fato ocorreu, mostrando claramente, como que em um exemplo didático, como é feita a guerra da informação por meio do fake news.
O tratamento dado pela mídia acaba sendo um preconceito com as pessoas homossexuais que se encontram em estado de sofrimento com a sua condição. Em nome de uma agenda de “orgulho gay”, a imprensa age de modo irresponsável promovendo mais sofrimento a essas pessoas e negando-lhes o direito de serem tratadas como gostariam.
A alegação central, manifesta em muitos títulos e manchetes da mídia, acusa a decisão de considerar o homossexualismo uma doença que precisa ser curada. Esquecem que quem falou em “cura” foram eles, justamente na tentativa de acusar quem quer que falasse no assunto de preconceituoso. Uma manobra que revela o modo de ação das milícias ideológicas espalhadas pelas redações.
Vejamos os títulos das matérias de cada grande jornal, lembrando que o título é um excelente termômetro do viés midiático, uma vez  que ele permite discernir o tom e a ideia central que o veículo quer imprimir na mente do público.
O Tempo: Justiça Federal permite tratar homossexualidade como doença
Veja: Justiça permite tratar homossexualidade como doença
G1 (Globo) : Justiça gera polêmica: permite tratar homossexualidade como doença
Folha de São Paulo: Justiça concede liminar que permite tratar homossexualidade como doença
F5: Famosos se manifestam contra a decisão de tratar homossexualidade como doença
Estadão: Juiz libera cura gay por psicólogos
Época (Globo): Cura gay: “Reorientar gays é como embranquecer negros contra o preconceito”, diz psicólogo
Correio Braziliense: Ex-alunos de juiz que permitiu cura gay criticam posicionamento do docente
Mas o que diz a decisão do juiz?
O juiz teve o cuidado de declarar em sua decisão que: “a homossexualidade constitui variação natural da sexualidade humana, não podendo ser, portanto, considerada como condição patológica” (grifo nosso).  Portanto, a decisão judicial que motivou o fenômeno midiático, começa mostrando claramente que NÃO cabe falar em “cura gay” ou “homossexualidade enquanto doença”.
A ação foi movida para atender o anseio de pessoas que são homossexuais ou estão confusas e desejam ter auxílio psicológico. Contudo, devido a uma resolução do Conselho Federal de Psicologia (CFP), os psicólogos estavam impedidos de auxiliar esses pacientes.
Por isso, a decisão judicial foi enfática e pontual ao deliberar que não se pode “privar o psicólogo de estudar ou atender àqueles que, voluntariamente, venham em busca de orientação acerca de sua sexualidade, sem qualquer forma de censura, preconceito ou discriminação”. Ou seja, a decisão visa dar um direito aos homossexuais que desejam ter esse tipo de tratamento.
Apesar disso, a esmagadora maioria das manchetes, no início dessa semana, dizia o contrário. Como é o caso da matéria da Exame, no dia 18, redigita como: Justiça do DF permite tratar homossexualidade como doença
Artilharia de Fake News perde terreno e dá o braço a torcer
Após gerar grande polêmica na Internet, muitas pessoas foram até a decisão judicial e perceberam que a mídia estava forçando a barra. Até mesmo gays, ex-gays e transexuais se manifestaram mostrando que as manchetes estavam completamente fora de contexto. Assim, alguns dias depois do estouro das manchetes, começaram a surgir matérias em grande sites de notícia amenizando o tom e contando com alguma objetividade.
Exame (21/09): Juiz diz que decisão não trata homossexualidade como doença
UOL (21/09): Juiz que autorizou “cura gay” diz que decisão teve interpretação “equivocada”
Diário de Pernambuco: ‘Cura gay’: Juiz afirma que em ‘nenhum momento’ considerou homossexualidade como doença
Fake News e guerra informativa
A disseminação da mentira pelos jornalistas conta com uma excelente estrutura de justificativas. Os jornais se sentem muito à vontade para afirmar que reportaram “a primeira impressão” e, com isso, repercutirem a parte mais sensacionalista, isto é, a mais apelativa de um fato. Depois, feito o estrago, tratam de aprofundar a questão, dando ares de objetividade e análise crítica. Obviamente, o efeito disso é que, na segunda fase, o público já perdeu o interesse pelo assunto, ficando apenas a sensação inicial, do escândalo da primeira impressão. Esse processo formata, na opinião pública, uma imagem do fato e dos envolvidos, um estereótipo, como diria Lippmann, que em futuras referências ao tema, voltará com toda a força, motivado pela necessidade de simplificação dos personagens e fatos.
Daqui há seis meses, quando por algum motivo os jornais voltarem ao assunto, os leitores recorrerão à imagem mais simplificada da questão, motivados a encaixá-la em um novo episódio da narrativa dada, e não à expressão mais complexa e objetiva do final da cobertura, que é mais difícil articular. A simplificação, como vemos, é a chave da manipulação e gera uma adequação do leitor à mensagem simplificada e estereotipada, o que facilita todo o processo.
É fácil, portanto, justificar tudo isso como sendo parte da atividade jornalística, o que de fato é verdade. Isso porque os jornalistas internalizaram a técnica e o processo e conseguem usá-lo para os fins da sua agenda ideológica e gostos particulares.

TEXTO 4 - Homossexualidade não é doença segundo a OMS; entenda
No dia 17 de maio de 1990 a Organização Mundial de Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da lista internacional de doenças. Não há muito tempo o mundo todo, até os países mais liberais, lidava com a questão da opção sexual como caso de saúde pública. Antes de 1990, a homossexualidade era considerada uma doença mental
Em 1886, o sexólogo Richard von Krafft-Ebing listou a homossexualidade e outros 200 estudos de casos de práticas sexuais em sua obra Psychopathia Sexualis . Krafft-Ebing propôs que a homossexualidade era causada por uma "inversão congênita" que ocorria durante o nascimento ou era adquirida pelo indivíduo.
Em 1952, a Associação Americana de Psiquiatria publicou, em seu primeiro Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtorno Mentais , que a homossexualidade era uma desordem, o que fez com que a opção sexual fosse estudada por cientista, que acabaram falhando por diversas vezes ao tentarem comprovar que a homossexualidade era, cientificamente, um distúrbio mental. Com a falta desta comprovação, a Associação Americana de Psiquiatria retirou a opção sexual da lista de transtornos mentais em 1973.
Em 1975, a Associação Americana de Psicologia adotou a mesma posição e orientou os profissionais a não lidarem mais com este tipo de pensamento, evitando preconceito e estigmas falsos.
Porém, a Organização Mundial de Saúde incluiu o homossexualismo na classificação internacional de doenças de 1977 (CID) como uma doença mental, mas, na revisão da lista de doenças, em 1990, a opção sexual foi retirada. Por este motivo, o dia 17 de maio ficou marcado como Dia Internacional contra a Homofobia.
Mas, apesar desta resolução internacional, cada país e cultura trata a questão da homossexualidade de maneira diferente. O Brasil, por exemplo, por meio do Conselho Federal de Psicologia deixou de considerar a opção sexual como doença ainda em 1985, antes mesmo da resolução da OMS. Por outro lado, a China tomou a atitude apenas em 2001.
O mundo todo caminha para compreender a opção sexual apenas como uma opção individual e não um problema de saúde. O desafio continua nas culturas de rejeição ao direito de opção sexual, com o preconceito chegando, inclusive, à condenação penal.

TEXTO 5 - Preconceito. Ignorância ou doença?
No Brasil o preconceito tornou-se algo tão banal que passa despercebido na sociedade. É difícil de se imaginar o que acontece na cabeça de alguém que por uma simples questão subjetiva acredite que outro não seja digno de seu respeito, e, por muitas vezes, seja merecedor de atos violentos.
Os números são assustadores, para se ter uma ideia, no Brasil Em 2012, 56.000 pessoas foram assassinadas. Destas, 30.000 são jovens entre 15 a 29 anos e, desse total, 77% são negros[1].
Não diferente é com os homossexuais, o relatório Anual de Assassinatos de Homossexuais no Brasil relativo a 2014. Foram documentadas 326 mortes de gays, travestis e lésbicas no Brasil, incluindo 9 suicídios. Um assassinato a cada 27 horas. Um aumento de 4,1 % em relação ao ano anterior (313).[2]
Poderia ousar afirmar que qualquer forma de preconceito estaria sob a égide de um transtorno psiquiátrico, ou, psicológico. Todavia, após algumas pesquisas, fica de fácil conclusão que o preconceito é um tipo de exacerbação de falta de respeito para com diferenças. Este se forma na sociedade. Sociedade que por “desinteligência” ou uma questão cultural tende a excluir as minorias e trata-las de forma desigual.
Não podemos tolerar nos dias de hoje que um indivíduo seja agredido, descriminado, ou, até mesmo morto, apenas por conta da quantidade de melanina produzida por sua pele ou seja pela sua orientação sexual.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Aula 15/2017 - Abuso Sexual



TEXTO 1 – FATO MOTIVADOR - Mulher sofre assédio sexual dentro de ônibus na Avenida Paulista
Uma mulher sofreu um assédio sexual dentro de um ônibus na Avenida Paulista por volta das 13h20 desta terça-feira (29). Segundo a Polícia Militar, o homem ejaculou na mulher e ela ficou em estado de choque. O homem tem cinco passagens pela polícia por estupro, segundo o SPP. A Polícia Militar foi chamada e o homem foi levado para o 78º Distrito Policial, nos Jardins. O crime aconteceu na altura da Alameda Joaquim Eugênio de Lima .
Mulher sofre assédio sexual dentro de ônibus na Avenida Paulista e vereador grava ele sendo levado para a delegacia
O vereador Caio Miranda Carneiro estava passando pela Avenida Paulista quando viu o ônibus parado e fez uma transmissão ao vivo pelo Facebook. "O ônibus está parado aqui. É um doente, só pode ser doente, assediou uma passageira. Está todo mundo revoltado aqui", disse o vereador na transmissão. O vídeo mostra o momento em que ele sai do ônibus e é levado para a delegacia.
Em SP, quem praticar atos obscenos no transporte vai passar por curso de conscientização
Chorando e em estado de choque, a vítima foi acolhida por outras mulheres. O assediador foi mantido dentro do ônibus até ser retirado por policiais militares e levado para a delegacia. O local rapidamente reuniu dezenas de pessoas. Revoltados, muitos gritavam, xingavam e ameaçavam linchar o agressor.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que o homem, de 27 anos, foi preso em flagrante por estupro. O caso foi registrado no 78º Distrito Policial e o autor será encaminhado à Justiça para audiência de custódia.
Procurada pelo G1, a SPTrans disse que "lamenta e repudia o ocorrido no início da tarde desta terça-feira em um ônibus do sistema municipal de transportes". A empresa disse ainda que "nos casos de abuso sexual no interior dos ônibus, a SPTrans recomenda que o motorista seja comunicado imediatamente e conduza o veículo até a delegacia de polícia mais próxima. Lá, a vítima poderá registrar um boletim de ocorrência e receber amparo das autoridades policiais, que tomarão as providências cabíveis".

TEXTO 2 - Mulheres sofrem mais assédio no transporte público, segundo Datafolha
Na superlotação de ônibus, trens e metrôs que circulam na capital paulista, usuários se espremem uns contra os outros em busca de espaço. Esse roçado facilita "mãos bobas" nada bobas, sussurros indecorosos e encoxadas propositais, reportados por uma a cada três paulistanas entrevistadas pelo Datafolha em pesquisa sobre assédio.
Segundo o levantamento, que entrevistou 1.092 homens e mulheres, o transporte público é o local onde mais ocorre assédio às mulheres da cidade: 35% dizem já ter sido alvo de algum tipo de assédio nesses apertos. 22% delas dizem ter sofrido assédio físico, enquanto 8% foram alvo de assédio verbal e 4% de ambos.
Em seguida ao transporte público, os palcos de assédio são a rua (33%), a balada (19%) e o trabalho (10%).
Este resultado vai ao encontro da movimentação de ativistas e de coletivos feministas para que empresas de transporte público criem campanhas e mecanismos facilitados de denúncia.
As ações vão desde protestos em estações de metrô ou da distribuição de alfinetes em plataformas e pontos de ônibus como forma de autopreservação até mulheres que conseguiram forjar a criação de campanhas e do treinamento de funcionários do metrô.
É o caso da pesquisadora de políticas públicas Ana Carolina Nunes, 24. Usuária do metrô desde adolescente, e alvo de assédio ali muitas vezes, ela passou a se questionar: "Não é possível que o Metrô não saiba o que fazer pra acabar com isso?". O que descobriu, disse, é que a empresa não sabia mesmo. "Não só o Metrô, mas todas as empresas de transporte não sabem como lidar com a questão do assédio. Antes de tudo porque não existem mulheres em posições de comando nessas estruturas", avalia.
Para Luise Bello, 26, gerente de comunicação e conteúdo da ONG Think Olga, que criou as campanhas #primeiroassedio e Chega de Fiu-Fiu, a superlotação do transporte público favorece "uma proximidade excessiva que ainda é utilizada como desculpa para abusos físicos". "Nesse tipo de situação, dentro de um ônibus ou um trem, muitas vezes a mulher tem menos possibilidade de escapar do abuso."
Caróu Oliveira, 28, da Frente Contra o Assédio, que reúne mais de 20 coletivos, acha que as empresas fazem muito pouco pela segurança de suas usuárias. "Há um discurso de que a mulher, no espaço público, torna seu corpo também público. E a lotação facilita o assédio. A circulação de mulheres não é cuidada pelas empresas, que estão se lixando para a superlotação do serviço."
A pesquisa Datafolha espelha esta realidade e aponta que 51% das mulheres que sofreram assédio na vida foram alvo até os 17 anos -12% delas antes mesmo dos 12 anos de idade
"Vivemos uma cultura em que o corpo feminino é sexualizado desde muito cedo. Existe essa atração por meninas, que ficou muito clara na estreia do MasterChef Júnior", explica Luise Bello, uma das criadoras da #primeiroassedio. Em quatro dias da campanha, foram mais de 82 mil tweets sobre o assunto e milhares de histórias de assédios que começavam tão cedo quanto aos cinco anos de idade.
Para a antropóloga Beatriz Accioly, o dado é assustador. "Isso só mostra a necessidade de se discutir a questão do assédio cada vez mais e cada vez mais cedo, em especial em espaços como a escola", diz. "O problema é que este tema enfrenta muita resistência nos nossos planos educacionais."
Outro resultado da pesquisa que chamou a atenção de especialistas é a quase uniformidade na taxa de ocorrência de assédio nas várias faixas etárias. Considerando as mulheres que foram vítimas de assédio, 23% têm entre 16 a 24 anos, 27% entre 25 e 34 anos, 22% das mulheres entre 35 e 44 anos e 22% entre 45 e 59 anos.
No total, metade das mulheres disseram já ter sofrido assédio.
O QUE É?
Assédio verbal
Palavras desagradáveis, ameaças ou cantadas sem consentimento de ambas as partes. É uma contravenção penal e o autor pode ser multado.
Ato obsceno
Ação de cunho sexual em local público a fim de constranger ou ameaçar alguém. É crime.
Assédio sexual
Constrangimento ou ameaça para obter favores sexuais feito por alguém de posição superior à vítima. É crime.
Estupro
Obrigar alguém, perante violência ou ameaça, a ter relações sexuais ou a praticar outro ato libidinoso. É crime.

TEXTO 3 - INFOGRÁFICOS




Aula 14/2017 - Racismo



TEXTO 1 – FATO MOTIVADOR - Marcha racista em Charlottesville eleva tensão nos EUA
A tensão racial aumentou nos Estados Unidos (EUA) após os episódios do último sábado (12/8). Grupos supremacistas brancos realizaram uma marcha na pequena cidade de Charlottesville, no estado da Virgínia. Com palavras de ordem contra negros, homossexuais, imigrantes e judeus, os manifestantes racistas protestavam contra a retirada da estátua do general Robert E. Lee, de um parque local.
Durante a Guerra de Secessão (1861-1865), o general Lee lutou no Exército Confederado, que defendia a manutenção do sistema de escravidão dos negros. Ele é considerado um herói por grupos da extrema-direita e símbolo do poder branco sulista.
Em oposição à marcha, grupos antirracistas convocaram um contraprotesto. Houve confrontos, e uma mulher que protestava contra os supremacistas morreu atropelada por homem simpatizante do nazismo. Dois policiais também morreram após a queda de um helicóptero que monitorava os protestos e outras 19 pessoas ficaram feridas
O presidente dos EUA, Donald Trump, hesitou inicialmente em condenar explicitamente o protesto supremacista e pior: equiparou as atitudes dos grupos racistas e antirrarcistas. Dois dias depois, pressionado pela opinião pública, discursou em tom crítico contra os supremacistas. A questão é delicada para Trump, que, com sua postura antimigratória e xenófoba, atraiu a simpatia dos supremacistas brancos, que o apoiaram nas eleições presidenciais de 2016.
A herança escravagista
A luta por Direitos Civis

TEXTO 2 - Marcha racista e neonazista nos EUA deve ter animado muita gente no Brasil
Sabe a humanidade? Então, ela deu errado.
Bradaram que ''Vidas brancas importam'', uma referência ao movimento ''Black Lives Matter'', contra a morte de negros pelas mãos do poder público. Sem pudor algum.
Considero um insulto alguém dizer que brancos são vítimas de preconceito estrutural e se compararem a negros ou outros grupos historicamente explorados, tanto aqui como lá. Aliás, quando alguém reclama de ''racismo contra brancos'' na verdade está insatisfeito com a reação desses grupos contra a opressão. Ou se manifestando contra a aplicação das já tímidas políticas públicas, adotadas por pressão da sociedade civil, para reverter um quadro de injustiça social crônica.
A marcha foi lá, mas deve ter animado muita gente por aqui. No Brasil, há um genocídio de jovens pobres e negros nas periferias das grandes cidades, homossexuais são vítimas preferenciais de assassinatos e espancamentos e migrantes sofrem preconceito e são escravizados – sejam em grandes fazendas, na construção civil ou em oficinas de costura.
Há um pessoal que não se indigna diante do fato da mulher negra ganhar, em média, muito menos que o homem branco para uma mesma função. Indigna-se com quem diz que racismo existe. Não fica revoltado diante da morte de jovens pobres e negros. Revolta-se com a filha negra da empregada se sentar no mesmo banco de faculdade que eles. Não acha preconceito dar porrada no sujeito que foi acusado de roubar o próprio carro no estacionamento de um supermercado por ser negro. Para ele, preconceito são cotas. Seria cômico se não fosse trágico o perigo representado por um grupo branco (com direitos assegurados) que se manifesta de forma organizada – e, por vezes, violenta – diante da luta de outros grupos por sua dignidade.
Lembrando que ''maioria'' e ''minoria'' não são uma questão numérica, mas dizem respeito ao nível de efetivação da cidadania, uma maioria reivindica a manutenção de privilégios, garantindo, dessa forma, o espaço que já é seu (conquistado por violência, a ferro e fogo).
Ir contra a programação que tivemos a vida inteira, através da família, de amigos, da escola, da mídia e até de algumas igrejas em que pastores pregam que ''africanos são amaldiçoados por Deus'' é um processo longo pelo qual todos nós temos que passar. Mas necessário. Todos nós, nascidos neste caldo social de sociedades de herança escravista, como os Estados Unido e o Brasil, somos potencialmente idiotas a menos que tenhamos sido devidamente educados para o contrário. Pois os que ofendem uma jornalista de forma tão aberta, como foi o caso da apresentadora Maria Júlia Coutinho, da TV Globo, só fazem isso por estarem à vontade com o anonimato (Hanna Arendt explica) e se sentirem respaldados por parte da sociedade. Toda a vez que alguém trata da questão da desigualdade social e do preconceito que negros e negras sofrem no Brasil (herança cotidianamente reafirmada de um 13 de maio de 1888 que significou mais uma mudança na metodologia de exploração da força de trabalho, pois não permitiu bases para a autonomia real dos trabalhadores africanos e seus descendentes), é linchado em redes sociais.
E isso, por fim, empodera muita gente. Que sai às ruas com tochas. Cultivando ódio. Lembrando a abominável Ku Klux Klan. E, sem que o ato seja devidamente repudiado pelo governo, o monstro cresce. Sem sabermos até onde ele pode ir. Um sentimento de vergonha alheia, muito maior do que sair pelado na rua, com purpurina dourada no corpo, com um cabrito imolado nas mãos, toma conta de mim quando vejo esse povo branco, hétero e homem dizer que se sente oprimido por negros, gays, lésbicas, transexuais, migrantes, judeus. Nessas horas, só posso citar a sabedoria presente na mitologia cristã, uma das melhores passagens de toda a bíblia, em minha humilde opinião.
Evangelho de Lucas, capítulo 23: Pai, perdoai. Eles não sabem o que fazem

TEXTO 3 - Intolerância, racismo às claras e fuzis à mostra: maior protesto movido pelo ódio em décadas nos EUA
O protesto "Unite the Right", ou "Unir a Direita", até então não tinha muito espaço na imprensa. Alguns blogs chamavam atenção para o ato, alguns com elogios à celebração do orgulho e nacionalismo americano, outros com críticas à ideia de segregação que estes valores podem carregar. Meu vagão no trem era heterogêneo. Famílias voltavam para a cidade com bebês para o almoço de domingo com os avós, estudantes vinham reencontrar pais e namorados, um ou outro jornalista fingia que estava ali por coincidência e achava que estava sendo discreto mexendo freneticamente em seu computador, tablet e celular (eu era um deles).
Quatro homens chamavam atenção na fileira ao lado. Carecas, fortes, cheios de tatuagens, vestindo calça bege e camisa branca, eles conversavam sobre algo sério - e me olhavam muito feio quando eu tentava ler seus lábios, que sussurravam e me deixavam pescar apenas palavras soltas. Uma delas foi "hate" - ou ódio.
Pois foi exatamente ódio o que eu encontrei nas horas seguintes. A extrema-direita está em ascensão nos EUA?
Enquanto desfazia a mala, li no Twitter boatos de uma possível demonstração-surpresa dos manifestantes, que haviam feito um acordo com a prefeitura para desfilar pela cidade só no dia seguinte.
Era sexta-feira à noite e eu corri para a Universidade de Virginia, ao norte do centro da cidadezinha de casarões preservados e praças com monumentos antigos. O campus estava escuro, vultos andavam de um lado para o outro em busca de algum sinal.
Um grupo de aproximadamente 20 homens subiu em passo acelerado em direção ao jardim interno. A 50 metros de distância, um grupo menor os seguia. Corri até eles pela penumbra.
Um homem com tom agressivo começa a falar no megafone. "Alinhem-se agora! Duas filas! Todos! Agora!"
A linha iluminada pelas tochas já alcançava o horizonte quando eles começaram a marchar. "Vocês não vão nos substituir!", "Judeus não vão nos substituir!", "Vidas brancas importam!", gritavam, bradando também ofensas a gays e estrangeiros.
"Sou nazista, sim", "A negra está assustada", "Suma daqui, viadinho", "Ele não é americano". Os gritos raivosos, partindo do meio das tochas que homenageavam a Ku Klux Klan (grupo racista que promoveu linchamentos, enforcamentos e assassinatos de negros), bastões de baseball e socos ingleses.
A caminhada terminou com uma briga generalizada com estudantes que tentaram impedi-los de se aproximar da estátua de Thomas Jefferson, terceiro presidente americano, em frente ao prédio principal da universidade.
Durante quatro horas, homens com suásticas tatuadas no crânio e bandeiras confederadas (símbolo do grupo que lutou na guerra civil americana por manter a escravidão) trocavam socos, pauladas e cusparadas com jovens vestindo máscaras e carregando bastões de madeira e sprays de pimenta. Eles se batiam até sangrar, e policiais como o velho Manny assistiam a tudo de longe, visivelmente impotentes diante de grupos numerosos, estimados entre 2 e 6 mil pessoas, segundo a mídia local.
Os nacionalistas, neonazistas, supremacistas brancos e simpatizantes se concentravam na praça, em torno da estátua do general confederado Robert E. Lee, um dos principais defensores da escravidão. Antifascistas, punks, anarquistas e simpatizantes (incluindo hippies de roupas coloridas e tranças como os que vemos nos vídeos de Woodstock) ficavam do lado de fora.
Para entrar na praça, os nacionalistas precisavam atravessar um paredão formado por antifascistas. Durante o caminho saltavam ofensas pesadas de ambos os lados, e volta e meia os ataques verbais se tornavam físicos.

TEXTO 4 - O que foi a Ku Klux Klan? Ela ainda existe?
A Ku Klux Klan (KKK) foi uma organização racista secreta que nasceu no final do século 19 nos Estados Unidos. Ela foi fundada em 1866, no Tennessee, como um clube social que reunia veteranos confederados, ou seja, soldados que haviam lutado pelos estados do Sul, o lado derrotado, na Guerra Civil Americana (1861-1865). As duas palavras iniciais do nome da organização, “Ku Klux”, aparentemente vêm da palavra grega kyklos, que significa “círculo”. Já o termo “Klan” teria sido acrescentado para dar melhor sonoridade à expressão, além de fazer uma referência aos velhos clãs, grupos familiares tradicionais. Muito mais do que um clube, a KKK se transformou numa entidade de resistência à política liberal imposta pelos estados do Norte após a Guerra Civil, que assegurava, entre outras coisas, que a abolição da escravatura fosse mesmo cumprida. Na defesa da manutenção da supremacia branca no país, o grupo promovia atos de violência e intimidação contra os negros libertados.
Seus militantes adotaram capuzes brancos e roupões fantasmagóricos para esconder a identidade e assustar as vítimas. A partir de 1870, o governo americano decidiu enfrentar a organização e, em 1882, a Suprema Corte do país declarou inconstitucional a existência da KKK. “Ela parecia ter desaparecido durante os últimos anos da década de 1880, mas foi revivida em meados do século 20”, diz a historiadora e jornalista americana Patsy Sims, da Universidade de Pittsburgh. A nova KKK foi criada em 1915, no estado da Geórgia, e não era mais movida apenas pelo ódio contra os negros. Sua doutrina misturava agora nacionalismo e xenofobia a um sentimento romântico de nostalgia pelo “velho Sul”. “Durante essa reencarnação, a KKK tinha como alvos de sua violência os imigrantes, além de católicos, judeus e negros”, afirma Patsy. Uma cruz em chamas se tornou o símbolo da nova organização, que chegou a ter 4 milhões de membros.
Após a Grande Depressão dos anos 30, porém, ela perdeu força novamente, apesar de ter voltado à ativa na década de 60, durante os movimentos pelos direitos civis, que defendiam a igualdade racial nos Estados Unidos. No fim dos anos 70, grupos anti-Klan deram o golpe final na organização ao atingir o bolso dos líderes racistas, exigindo nos tribunais grandes indenizações para vítimas de seus atos violentos. “Embora a Ku Klux Klan ainda exista, sua força hoje é pequena. A maioria dos militantes radicais aderiu a grupos ainda mais violentos de defesa da supremacia branca, como a Nação Ariana e outras organizações ligadas ao neonazismo“, afirma Patsy.

TEXTO 5 - 'Não vou falar com preto': executivo negro relata racismo no mundo corporativo brasileiro
Cesar Nascimento pode vestir paletós caros, óculos de grife, sapatos italianos. Frequentar restaurantes sofisticados de São Paulo. Ter funcionários sob suas ordens, ir a reuniões com parceiros internacionais, falar inglês. Cesar Nascimento pode fazer tudo isso, mas diz que não será tratado como igual entre seus pares. Ele não pode mudar a cor de sua pele. É um executivo negro.
Como tal, Nascimento, 63 anos, muitos deles passados em multinacionais como Microsoft e a agência de publicidade J. Walter Thompson, sempre precisou provar a seus clientes que era, sim, o diretor financeiro - e não um assistente. À BBC Brasil, disse que o preconceito também o atingiu quando abriu sua consultoria, nos anos 1990. Mas aí descobriu como o racismo poderia ajudá-lo: aproveitava a estranheza causada em seus clientes para fechar negócio.
"Usei o racismo como mola propulsora. Já tinha passado por experiências de chegar em algumas companhias me identificando como o Cesar Nascimento, sócio da empresa X, e me deixarem na recepção. Eu não batia com o estereótipo do empresário. Deixaram de me atender por causa disso. Porque alguém avisava, as pessoas chegavam (na sala de espera), (me) olhavam...e eu não passava."
"Quem não sofre racismo ou discriminação não entende exatamente. Hoje o movimento feminista conseguiu expandir esse conceito, mas não é a mesma coisa. O que esses grupos sofreram nunca os tirou completamente a possibilidade de desenvolvimento econômico. Conosco, negros, sempre fomos tolhidos em dois aspectos: educação e mercado de trabalho. A gente não tinha credibilidade ou não era aceito enquanto empresário por sermos negros. Passei situações (complicadas) como um profissional de experiência que monta uma empresa, mas perde os sobrenomes importantes da carreira. Antes, era o Cesar da (auditoria) PriceWaterhouseCoopers, o Cesar da Thompson, o Cesar da Microsoft. São sobrenomes importantíssimos. Quando passei a ser o Cesar da minha empresa...vinha a pergunta: 'quem?'. Tudo que aprendi enquanto profissional foi esquecido.
Comecei a crescer por causa de empresas estrangeiras vindo para o Brasil. Elas acabavam me contratando sem saber o que eu era, gostavam do meu serviço e irradiavam isso. Caía a questão racial, mesmo porque para eles não fazia diferença, eu era só mais um brasileiro.
Depois, graças a um ex-colega, tive entrada grande num grupo da área de alimentação, o que me permitiu buscar uma pessoa para ajudar na parte comercial. Aí comecei a usar (o racismo a meu favor). Ele era o típico ítalo-descendente, então tinha as portas abertas. Havia situações de entrarmos (nas empresas) e todas as atenções iniciais ao 'grande executivo que vem nos visitar' irem para ele. E percebia que me colocavam como o assistente ou coisa assim. Deixava a coisa correr. Aí quando eu tomava as rédeas (da negociação) - 'ah! ele que toma a decisão' -, notava o embaraço das pessoas. Essa era a hora de fechar o contrato porque elas estavam fragilizadas e tinham medo de dizer não, para não serem acusadas de racismo. É um mecanismo interessante.
Fiz uma observação (ao longo dos anos): meus amigos ricos de verdade nunca tiveram problema comigo ou com minha família, porque eles não têm mais nada para provar para ninguém. Agora, a classe média ascendente é discriminatória, porque ela não quer ser mal vista por ter um amigo negro ou ir a um restaurante onde tem negro. O rico mesmo não está nem aí, você não é ameaça para ele."

Aula 13/2017 - Terrorismo


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TEXTO 1 – FATO MOTIVADOR - Por que o terrorismo islâmico voltou a atacar a Espanha?
Após 13 anos do ataque terrorista na estação de Atocha em Madri, o pior da história da Espanha, o país ibérico mergulha novamente no terror. Desta vez o alvo foi Barcelona, com um ataque na Rambla, no coração cidade.
Neste momento, os espanhóis se perguntam por que o terrorismo atacou novamente seu país. Durante muito tempo, após os ataques de Atocha, a política e a opinião pública espanhola se convenceu que os ataques de 2004 tinham sido provocados pela presença de forças militares da Espanha no Iraque, junto à coalizão ocidental liderada pelos Estados Unidos, que invadiu o país árabe. E muitos achavam que, com o ataque de Atocha, que provocou 191 mortos e mais de 500 feridos, portanto, a Espanha teria "pago sua dívida" com o terrorismo e fechado uma fase jihadista no país.
A realidade, todavia, era outra. Se Barcelona foi a manifestação mais evidente de que a ameaça terrorista continua assombrando a Espanha, há uma série de elementos e de fatos que, se analisados em conjunto, apresentam um quadro muito profundo e radicado da ameaça terrorista islâmica:
àtem missões militares no Oriente Médio
àtem presença de fundamentalistas em seu território
àfoi parte de Califado islâmico medieval
àhá falta de coordenação das forças de segurança
A Espanha sempre esteve mencionada na propaganda jihadista da Al Qaeda e do Estado islâmico. Em mapas geográficos divulgados pelos grupos extremistas radicais, através de suas revistas de propaganda, e nas mensagens incitando à ação de “lobos solitários” na Europa, a Espanha está presente. Ela é considerada parte do “Califado” e é chamada Al-Andalus, o nome que os árabes deram à península ibérica no momento dos primeiros ataques contra os reinos visigodos, no século 8.
Conquistada em 711, a Espanha foi dominada por oito séculos pelos árabes. O território ibérico, incluindo Portugal e parte da França, foi transformado em província do Califado Omíada, cuja capital era Damasco.
Mesmo sendo reconquistada definitivamente pelos reis católicos Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão em 1492, uma parte do fundamentalismo islâmico nunca esqueceu o que durante séculos a Espanha tinha sido um dos maiores e mais prósperos territórios sob domínio islâmico.
Por isso o simbolismo de Al-Andalus foi retomado com tamanha força por todos os grupos fundamentalistas. Por exemplo, na revista virtual de propaganda do Estado Islâmico (EI), Dābiq, a província de Al-Andalus é sempre citada em matérias que incitam a reconquista islâmica. E em um vídeo publicado na internet pelo EI em 2016, uma música lembra o período de dominação islâmica com as letras “Recuperaremos al-Andalus, com a vontade de Alá. Ó querida al-Andalus! Você pensou que nós tínhamos te esquecido. Juramos por Deus que nunca te esquecemos. Que muçulmanos podem esquecer Córdoba, Toledo ou Xàtiva?”.

TEXTO 2 - As origens do terrorismo na História
Não há possibilidade de se fixar uma data para o surgimento na História das primeiras ações terroristas como hoje entendemos. O que se sabe é que o recurso ao emprego do terrorismo, no sentido de causar pavor e medo, tanto pode vir dos que se sentem oprimidos ou injustiçados como pode originar-se daqueles que estão por cima e que, com os aparelhos coercitivos do Estado, recorrem a ele como instrumento de intimidação.
O aspecto mais negativo da ação terrorista, de um indivíduo ou do Estado, é o enorme número de vítimas civis que geralmente causam, atingindo indiscriminadamente homens, mulheres e crianças.
Numa síntese histórica, podemos arrolar o seguinte sobre o uso do terror no mundo:
Reino de Israel dominado pelos romanos (entre os séculos I a.C. e II)
Resistência aos romanos pelos zelotes, que tentavam proteger a tradição judaica, e do seu setor mais radical, os sicários, que assassinavam tanto autoridades romanas como hebreus que colaboravam com a ocupação.
Oriente Médio: Palestina Síria e Egito (entre os séculos XI e XIII)
Ordem dos assassinos (de haxixe), liderada pelo Velho da Montanha, Hassan ibn Sabbah, um muçulmano ismaelita que ordenava assassinatos contra sunitas e cristãos.
Índia sob domínio do Império Britânico (entre 1763 e 1856)
Thugs, seita de ladrões e assassinos indianos que atacavam autoridades britânicas e viajantes indianos endinheirados.
França durante a revolução de 1789 (particularmente entre 1793-1794)
O Reino do Terror imposto pelos jacobinos liderados por Robespierre e Saint Just para esmagar a contra-revolução (17 mil guilhotinados e 300 mil detidos ou aprisionados).
França durante o consulado de Bonaparte (1800)
Chouans: facção monarquista que preparou um atentando contra Napoleão por meio da ¿máquina infernal¿, uma carroça programada para explodir quando a carruagem dele passasse em direção à Opera.
Na autocracia russa (a partir da década de 1860 até 1905)
Narodniks, movimento populista que cometeu atentados e execuções visando a atingir as autoridades do Czarado, como o assassinato no czar Alexandre II, em 1881, com o objetivo de provocar uma revolução social.
Nos sul dos EUA (pós-guerra da secessão, fundada em 1867 e reativada a partir de 1915)
Ku Klux Klan, seita racista de brancos sulistas, que aterrorizava os negros recém libertados (com queima de igrejas, proibição de votar, linchamentos públicos etc), impedindo-os de serem cidadãos de fato e de direito.
Na Rússia czarista (entre 1905-1914)
A Centúria Negra (Tchernaia Sotnia), organização secreta da ultradireita que apoiava o czar, assassinava os revolucionários e intimidava a população judaica com pogroms.
Alemanha nazista (o Terror Pardo, entre 1933 e 1945)
O terror pardo (cor da camisa dos militantes da SA nazista) foi desencadeado contra comunistas, judeus, ciganos etc, como parte da política de exclusivismo genético e ideológico do Partido Nazista liderado pro Adolf Hitler. Foram mais de 6 milhões de mortos, a maioria em campo de extermínio ou por fuzilamento.
Irlanda, Irlanda do Norte e Espanha
Na Irlanda, entre 1916 e 1920, celebrizou-se a organização Sin Fein-IRA que lutava contra a ocupação britânica de 600 anos. Na Irlanda do Norte, a partir da de 1960 foi a vez do IRA (Irish Republican Army) lutar contra os irlandeses protestantes apoiados pela GB. Na Espanha, alçou-se o grupo ETA (Pátria Basca e Liberdade), ainda no tempo da ditadura de Franco, com objetivo de atingir a independência dos países bascos espanhóis.

TEXTO 3 - "O terrorismo deve ser entendido primeiramente como uma consequência e não como uma causa"
Nesta semana, a série "Opinião" aborda sobre um assunto que atualmente tem gerado bastante repercussão na mídia: o envolvimento de jovens com atos terroristas.
O convidado desta edição é o professor Paulo Pereira, coordenador do curso de Relações Internacionais da PUC (Pontifícia Universidade Católica) de São Paulo. Paulo fez comentários sobre o tema e compartilhou a sua visão sobre terrorismo. Confira a seguir os principais tópicos discorridos pelo educador:
Número de jovens envolvidos com o terrorismo
Quando perguntado sobre a possibilidade de crescimento no número de jovens envolvidos em atos terroristas nos próximos 5 anos, o professor respondeu que é difícil afirmar tal dado ou fazer projeções neste sentido. “O fenômeno do terrorismo tem enorme variedade e ocorrência nos diversos continentes. No entanto, é possível dizer que a juventude, por ser muitas vezes caracterizada pela rebeldia, insatisfação e pela busca por mudanças, tem se tornado um dos focos de aliciamento das organizações terroristas”, afirma Paulo.
O educador ainda destaca que também a exclusão social e a falta de oportunidades econômicas somam-se a esses problemas. Jovens europeus, americanos e também de outras regiões têm sido arregimentados para combater pelo Estado Islâmico, por exemplo. “Como não há no horizonte mudanças destas situações, é provável que esta lógica se mantenha”, comenta Paulo.
Medidas para enfrentar o problema
Em relação à quais medidas devem ser adotadas para combater o terrorismo, o professor afirma que, dada a diversidade de países e as características de ações terroristas, é difícil saber com precisão quais ações da sociedade civil devem ser realizadas para enfrentar o terrorismo. “Entendo que, antes disso, é fundamental compreender as causas locais e as dinâmicas estruturais e históricas para a ocorrência desses atos”, afirma. Paulo ainda destaca: “As organizações locais dos países que têm sofrido com esses atos são fundamentais na identificação dos caminhos a serem tomados”. "As organizações da sociedade civil devem ficar atentas e combatam as medidas de exceção, que além de prejudicarem as liberdades civis e políticas, têm sido elaboradas pelos governos como justificativas para o combate ao terrorismo”.
Consequências do terrorismo na atualidade e para as próximas gerações
Em relação às consequências geradas pelo terrorismo, o coordenador da PUC-SP afirma que, como o ato não é delimitado a determinados espaços e a certos contextos históricos, não é possível falar em "um efeito", em sentido genérico. O professor destaca que focar nos desdobramentos destes atos para as futuras gerações exclui a compreensão de outros processos de violência e opressão dentro dos quais ocorre o ato terrorista. “Não só as consequências do terrorismo, mas também suas causas são nefastas para as comunidades inseridas em tais dinâmicas”, comenta.
O que caracteriza um ato terrorista
Quando perguntado sobre quais as características definem o terrorismo, o coordenador afirma que há diversas definições de terrorismo. “Muitas dessas definições são enviesadas por posicionamentos e interesses políticos”, diz. “Uma definição extremamente genérica seria a de que o terrorismo é um tipo específico de violência”, destaca. Para Paulo, tais atos buscam manipular o alvo principal com demandas ou promover a intimidação. “Muitas vezes, a própria mídia se torna cúmplice deste fenômeno ao reproduzi-lo de maneira enviesada e apelativa”, finaliza o professor.

TEXTO 4 - Desfazendo a confusão entre terrorismo e islamismo
Em primeiro lugar, é importante diferenciar árabes de muçulmanos, já que nem todo árabe é muçulmano e vice-versa.
Os árabes são os integrantes de um povo heterogêneo, originário da península Arábica, e habitam principalmente o Oriente Médio, região situada entre a Ásia e a África. As religiões predominantes entre os árabes são o islamismo, o cristianismo e o judaísmo.
Já os muçulmanos são os indivíduos que aderem ao Islamismo, religião monoteísta fundada pelo profeta árabe Maomé. O Alcorão é o livro sagrado do Islã, texto considerado pelos seus seguidores como a palavra literal de Deus (Alá, em árabe).
Com a morte de Maomé, em 632, houve discordância sobre quem iria sucedê-lo como líder da comunidade muçulmana. Das divisões que surgiram, os sunitas e os xiitas são os principais grupos. A maioria dos muçulmanos são sunitas, cerca de 85%, e os xiitas representam cerca de 15%. O maior país muçulmano do mundo é a Indonésia.
FUNDAMENTALISMO RELIGIOSO
Fundamentalistas são encontrados entre diversas religiões e pregam que os dogmas de seus livros sagrados sejam seguidos à risca e literalmente. O termo surgiu no começo do século 20 nos Estados Unidos, quando protestantes determinaram que a fé cristã exigia acreditar em tudo o que está escrito na Bíblia.
Os ataques de 11 de setembro de 2001, organizados pelo grupo fundamentalista sunita Al Qaeda, reacenderam a preocupação contra fundamentalistas e criaram dois mitos frequentes: o de que todo fundamentalista é muçulmano e o de que todo muçulmano é terrorista.
O fundamentalismo, porém, não é parte do islamismo. O que ocorre é que alguns grupos interpretam que a religião deve ser seguida estritamente e tentam impor essa visão à sociedade. Assim como grupos fundamentalistas islâmicos como a Al Qaeda, o Boko Haram e o Estado Islâmico, há grupos fundamentalistas também no judaísmo, como o Kach Kahane Chai – que objetiva restabelecer os territórios judaicos como determina a Torá e expulsar os palestinos da região – e no cristianismo, como Christian Voice (Voz Cristã), da Inglaterra – que condena o divórcio,  as clínicas de aborto e faz a promoção da cura de homossexuais.
Outro ponto importante é o de que há grupos fundamentalistas em todas as religiões, porém nem todos praticam atos de terrorismo. O fundamentalismo cristão, por exemplo, defende que a sociedade e a ciência devem se basear estritamente nos ensinamentos da Bíblia, mas, apesar existirem ações de violência isoladas contra os que violam esse entendimento, não há grupos organizados que praticam atos terroristas. Diferentemente do que muitos afirmam, o Alcorão não prega a violência. Os que o utilizam com esse propósito fazem suas próprias interpretações para justificar seus atos. De acordo com Fernando Celino, assessor de comunicação da Sociedade Beneficente Muçulmana do Rio de Janeiro, a própria palavra “islã” vem da raiz árabe “salam”, que significa “paz”. A saudação islâmica “salamaleico” significa “Que a paz esteja com você”.
Apesar de o autodenominado Estado Islâmico se declarar muçulmano, grande parte dos adeptos do islamismo repudia os atos e afirmam que eles não representam o Islã. Desse modo, o problema não é religião, mas as forças políticas que usam o Islã para se manterem de modo ditatorial. Neste momento crítico em que se encontra a questão do terrorismo, espera-se que os governantes tomem medidas para combater a intensificação da islamofobia, sobretudo porque pode agravar ainda mais a crise dos refugiados. Além disso, a discriminação contra os muçulmanos é uma ferramenta muito potente que o Estado Islâmico usa para recrutar jovens europeus.



Algumas Questões

VESTIBULAR 2014

1. (UNITAU) Qual país da África apresentava uma violenta segregação racial (política apartheid), com a minoria branca dominando política, social e economicamente a grande maioria negra? Essa segregação foi encerrada em 1993, e é uma das razões da grande concentração de renda em um país com grandes riquezas naturais e muita miséria.
a) Nigéria
b) África do Sul
c) Angola
d) Egito
e) Costa do Marfim

VESTIBULAR 2012

2. (UECE) O ano de 2011, além de completar dez anos do atentado terrorista aos Estados Unidos, tem visto vários conflitos no mundo árabe: a queda dos regimes tunisiano e egípcio e, em seguida, a derrubada de Muammar Gaddafi, na Líbia, e a insurreição na Síria.

Sobre os atuais conflitos no mundo árabe, é correto afirmar–se que

a) as revoltas da Tunísia e do Egito foram geradas pela indignação diante da riqueza e da corrupção da elite governante.
b) reivindicam a política de bem-estar social que garante educação, segurança e saúde gratuitas, bem como uma renda digna para todos.
c) foram gerados pela queda do preço do petróleo e pela indignação com a falta de oportunidades para os jovens.
d) os casos sírio e líbio decorrem da aceitação da desigualdade como preço a ser pago em troca do crescimento econômico.

3. (IFMT) “No próximo domingo, o atentado terrorista às torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e a outros alvos nos Estados Unidos completa 10 anos. O ataque mudou a história do país e marcou o mundo todo.
Em 11 de setembro de 2001, dois aviões sequestrados por terroristas da Al Qaeda foram jogados contra as torres gêmeas. Outra aeronave caiu no prédio do Pentágono, em Washington DC. Um quarto avião foi derrubado em uma cidade do estado da Pensilvânia. Ele ia em direção a Washington, mas caiu quando os passageiros e a tripulação tentaram dominar os terroristas e retomar o controle.
Quase três mil pessoas morreram nos ataques. Quem tinha idade suficiente para se dar conta do impacto daquele acontecimento ainda hoje consegue se lembrar de onde estava quando recebeu a notícia. Com a ajuda da cobertura ao vivo da imprensa internacional, as cenas da tragédia ganharam o mundo e chocaram até os que não eram exatamente fãs dos EUA.”

(Disponível em: . Acesso em: 3 set. 2011).

A imprensa tem divulgado muitas notícias acerca dos atentados terroristas, nos Estados Unidos, há dez anos. O governo norte-americano vem tomando medidas no sentido de evitar que novos ataques aconteçam. Sobre esses ataques, podemos afirmar que:

a) foram planejados por Saddam Hussein, notável inimigo dos Estados Unidos, que se aliou à rede terrorista Al Qaeda.
b) no dia 11 de setembro de 2001, dois aviões foram jogados sobre o principal símbolo religioso dos norte- americanos, o World Trade Center, lugar que estava repleto de pessoas em oração.
c) o ódio da Al Qaeda aos Estados Unidos se justifica, em grande parte, devido à perseguição norte-americana ao Estado de Israel.
d) os atentados de 11 de setembro mudaram a forma de os norte-americanos se comportarem, desencadeando uma verdadeira caça aos comunistas.
eos atentados de 11 de setembro mostraram ao mundo a vulnerabilidade dos Estados Unidos e despertaram nos norte-americanos um sentimento de ódio a Osama Bin Laden, culminando com sua morte, em Islamabad, capital do Paquistão, em maio de 2011.

4. (UFRN) Os dois documentos abaixo reproduzidos dizem respeito a aspectos das relações internacionais no início do século XXI.


Analisando a imagem e o fragmento textual, é possível inferir que
a) a reação bélica dos EUA a esses ataques contou com o respaldo do Conselho de Segurança da ONU, que se indignou com a ação terrorista em Nova Iorque.
ba geopolítica no mundo pós-Guerra Fria foi abalada e surgiram outras formas de contestação ao poder que se pretende hegemônico.
c) a destruição de um símbolo do capitalismo internacional fragilizou a economia estadunidense, desencadeando o maior abalo financeiro das últimas décadas.
d) a política externa dos EUA tornou-se pacifista, em claro antagonismo àquela adotada no período da Guerra Fria.

5. (FEI) O site Wikileaks, que tem como fundador o australiano Julian Paul Assange, ficou conhecido em 2010 por revelar milhares de documentos diplomáticos confidenciais do Departamento de Estado dos EUA. Uma mensagem da Secretaria de Estado dos EUA à embaixada americana em Assunção relatou a preocupação do governo americano da época, com a suposta presença de organizações como Al Qaeda, o Hizbollah e o Hamas na tríplice fronteira (entre Brasil, Argentina e Paraguai), o que nunca foi confirmado. Estas três organizações são, respectivamente:

a) uma organização paramilitar então chefiada por Osama bin Laden, uma milíciafundamentalista islâmica xiita sediada no Líbano e uma organização palestina, de orientação sunita, que governa a faixa de Gaza.
b) uma organização paramilitar sediada no Afeganistão, uma milícia fundamentalista chechena e uma organização palestina xiita que controla a faixa de Gaza.
c) um grupo paramilitar iraquiano xiita, uma milícia fundamentalista saudita e um grupo paramilitar iraniano.
d) uma milícia fundamentalista iraniana, uma organização palestina que controla a faixa de Gaza e uma organização terrorista Líbia que era controlada por Muammar al-Gaddafi.
e) uma organização terrorista síria, um grupo paramilitar afegão e uma organizaçãopalestina de orientação sunita, que comanda a faixa de Gaza.

VESTIBULAR 2011

6. (UFAC) O terrorismo é uma forma violenta de protesto conhecida desde a Antigüdade, sendo uma tentativa de desestabilização de algum regime.


A imagem acima se refere ao atentado terrorista de 11 de setembro de 2001 em Nova York. Este
tipo de atentado trata-se:

a) Da primeira “onda terrorista”, iniciada no final do século XIX e início do XX. Nessa época, ninguém se sentia seguro e a salvo do terrorismo. No ano de 1894, por exemplo, um anarquista italiano assassinou o presidente francês Sai Carnot.
b) De uma forma de terrorismo, bem semelhante à guerra. Sua principal finalidade é controlar algum território sem semear pânico. c) De um atentado que aborda o “velho terrorismo”, especialmente aquele do fim do século XIX e início do XX, formado por organizações anarquistas ou nacionalistas com propostas políticas bem definidas.
d) Do terrorismo atual, também chamado de pósmoderno ou de global. O atentado que destruiu as duas torres do World Trade Center, em Nova York representa bem o “novo terrorismo”.
e) Do terrorismo que procura eliminar figuras estratégicas do regime que combate, evitando atingir pessoas inocentes. A destruição das torres gêmeas em Nova York é um exemplo clássico.

7. (UERJ)


Os dados presentes no gráfico acima podem ser interpretados considerando-se o contexto geopolítico mundial.
Nesse contexto, aponte o fator que explica a variação dos gastos norte-americanos com armas durante a primeira metade da década de 1990 e identifique o principal traço da política externa desse país a partir de 2001.

Resposta:

Mudança na geopolítica mundial resultante do término da bipolaridade militar característica do período da Guerra Fria.

Doutrina Bush de guerra ao terror

VESTIBULAR 2010

8. (UFU) Observe a imagem.

Placa em estrada sul-africana: “Tome cuidado com os nativos”. Foto de 1960.
Disponível em: www.veja.abril.com.br/historia/apartheid. Acesso em 04/04/2010.

Sobre o Apartheid, é correto afirmar que:

a) Foi a expressão do êxito político do governo nacionalista na construção do racismo legalizado, cuja origem se encontra na defesa da preservação das diferenças naturais presentes nos ideais da Igreja Reformada Holandesa.
b) Representou a oportunidade de as populações de negros, mestiços e indianos lutarem por justiça e igualdade, tendo como resultado a Lei das Terras Nativas que lhes concedeu o acesso à terra e à exploração dos minerais.
c) Esteve restrito às questões raciais, às disputas e conflitos entre brancos e negros, não se articulando às desigualdades demográficas, culturais, da riqueza, do poder e ao acesso ao trabalho.
d) Articulou a “política da boa vizinhança”, permitindo a criação dos bantustões, que eram territórios tribais onde os negros tinham total liberdade de expressão e nos quais se reconhecia a diferença natural.

9. (UNESP) No início dos anos 1990, o presidente Frederik de Klerk declarou oficialmente o fim do apartheid na África do Sul. Esta política racista

a) prevaleceu durante toda a história independente do país e assegurou o convívio harmonioso de brancos e negros sulafricanos.
b) foi implantada após o final da Segunda Guerra Mundial e prolongou o domínio britânico sobre o país por mais cinquenta anos.
c) vigorou por mais de quarenta anos e foi um dos instrumentos da minoria branca sul-africana para se impor à maioria negra.
d) foi encerrada apesar do amplo apoio internacional e revelou a dificuldade dos africanos de solidificarem suas instituições políticas.
e) determinou o prevalecimento socioeconômico de uma elite mestiça e aprofundou as relações interraciais no país.

10. (UFOP) Sobre a África do Sul, país sede da Copa do Mundo de 2010, assinale a afirmativa INCORRETA:

aO fim do apartheid, um regime segregacionista que negava aos negros direitos sociais, econômicos e políticos, produziu condições para a eliminação da desigualdade social.
b) O país tem uma população constituída por diversos grupos étnicos e, além do inglês, adota diversos outros idiomas oficiais.
c) O território abriga, em seu subsolo, uma grande quantidade de minérios, entre os quais se destacam o ouro e o diamante.
d) O país, cujo território está localizado no extremo sul do continente africano, tem a Cidade do Cabo e Johannesburgo como seus principais centros urbano-industriais.

11. (FUVEST) Cartaz de 1994 da campanha de Nelson Mandela à presidência da África do Sul.

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Essa campanha representou a

a) luta dos sul-africanos contra o regime do apartheid então vigente. 
b) conciliação entre os segregacionistas e os partidários da democracia racial. 
c) proposta de ampliação da luta anti-apartheid no continente africano. 
d) contemporização diante dos atos de violência contra os direitos humanos. 
e) superação dos preconceitos raciais por parte dos africânderes. 

VESTIBULAR 2009

12. (CEFET) Sobre a África, analise as seguintes afirmativas.

I. As primeiras eleições multirraciais do país, em 1960, encerraram o apartheid e inauguraram a democracia no país.
II. Foi retalhada em territórios coloniais a partir do Congresso de Berlim (1884-1885).
III. A crise africana tem raízes políticas e devastadoras conseqüências econômicas. A essência do problema é a falência dos Estados.
IV. A Guerra Fria teve pouco impacto na evolução política dos Estados africanos.

São corretas:
a) apenas I e II
b) I e III
c) II e III
d) III e IV
c) I, II e IV.

VESTIBULAR 2008

13. (FALM)

“O terrorismo é o grande assunto do momento. Ele afetou as bolsas de valores e as perspectivas decrescimento das economias, a começar pela norte-americana - a mais poderosa do globo - e vem  suscitando uma série de discussões sobre como evitá-lo, com algumas propostas que, se adotadas, vão certamente alterar algumas de nossas rotinas do dia a dia. E também a ordenação geopolítica
mundial começa a sofrer significativas modificações em função do desenrolar dos acontecimentos,
em especial da luta contra o terrorismo”.

VESENTINI, José William. Terrorismo e Nova Ordem Mundial, 2002.

O terrorismo, assim, é uma ação desesperada e violenta, feita por grupos (ou eventualmente por um
indivíduo) que almejam determinados ideais. De acordo com as alternativas abaixo, assinale qual NÃO corresponde aos ideais terroristas.

a) Mudar alguma coisa na vida política e social, derrubar um regime, lutar contra uma potência  colonialista ou imperialista.
b) Lutar pela união dos povos, com objetivos de liberdade mundial, evitando atingir inocentes.
c) Alterar radicalmente os valores de uma sociedade.
d) Alcançar uma independência nacional ou controlar um território.
e) Semear o pânico, desestabilizar as instituições e com isso suscitar mudanças radicais.


14. (UFPI)

O terrorismo tem merecido especial atenção no cenário geopolítico da atualidade. Sobre essa questão, analise as proposições:

I. Os alvos definidos para os atentados terroristas têm sido, em grande parte, quartéis, bases e outras instalações militares, raramente atingindo a população local.
II. Muitos grupos terroristas não têm se definido como pertencentes exclusivamente a um país, mas como representantes armados de instituições supranacionais, com identidades comuns quanto a aspectos culturais, étnicos ou religiosos.
III. Quando as torres gêmeas e o Pentágono foram atingidos pelos atentados de 11 de setembro de 2001, ficou caracterizado que não há mais nenhum país completamente livre dos ataques terroristas da atualidade.
IV. A Europa, desde a consolidação de seu grande mercado regional – a União Européia – não mais se tornou palco de atentados terroristas, revelando uma estabilidade não apenas econômica, mas de ordem política e um exemplo de convivência pacífica entre as diferentes etnias.

Está correto o que se afirma em:

a) I e II.
b) I e III
c) II e III
d) II e IV
e) III e IV

15. (ESPM) Leia o texto e assinale a alternativa correta:

Na Batalha de Argel, em 1957, as forças francesas, que chegaram a contar com quinhentos mil soldados, conseguiram desmantelar a organização clandestina da Frente de Libertação Nacional (FLN), na capital do país. Uma sangrenta repressão à população civil árabe, no entanto,
consumou a divisão entre a minoria francesa e a maioria muçulmana. A Guerra da Argélia produziu uma crise no governo francês e levou à queda da IV República.

(Leonel Itaussu. História Moderna e Contemporânea)

a) O texto aborda problemas enfrentados pela França na África, antes da Segunda Guerra Mundial.
b) O texto aborda a Guerra de Independência da Argélia, em plena descolonização da África, onde foram adotadas táticas de guerrilha rural e urbana contra o colonialismo europeu.
c) A queda da IV República francesa significou o afastamento definitivo do poder do general Charles de Gaulle.
d) A Argélia havia se tornado uma colônia francesa após a Segunda Guerra Mundial em meio às tensões da Guerra Fria.
e) A Argélia tinha sido uma colônia alemã, mas passou ao domínio da França como resultado dos tratados que se seguiram à Primeira Guerra Mundial.

16. (ESPM) Observe as palavras de Gerry Adams e o mapa a seguir:

Todas as unidades do IRA receberam ordens de depor as armas. Todos os voluntários foram instruídos a assistir aos desenvolvimentos dos programas puramente políticos e democráticos por meios exclusivamente pacíficos. Os voluntários não devem se engajar em nenhuma outra atividade de qualquer tipo. A liderança do IRA também autorizou nosso representante (...) para completar o processo para depor suas armas de forma confiável de modo a aumentar a confiança pública e para concluir esse processo o mais rápido possível.

(Planeta Porto Alegre, 2005)


Sobre o assunto em questão, está correto afirmar:

a) O IRA, mencionado no texto, é um grupo protestante extremista que defende a soberania britânica sobre a ilha da Irlanda.
b) A questão irlandesa envolve um conflito religioso entre cristãos e muçulmanos sobre a soberania da ilha.
c) O Eire reivindica a porção norte da Irlanda para juntar-se ao seu Reino.
d) Gerry Adams lidera um partido que defende a unificação da Irlanda sob um regime republicano.
e) A deposição de armas do grupo protestante do IRA abriu um novo capítulo que permite, a partir de agora, a unificação da ilha.

17. (FACULDADE TREVISAN) A pretensão do Islã de criar Estados islâmicos e tornar-se uma nova força mundial, exigindo uma unidade entre religião e política nos países por ele governados, pode ser designada como

bfundamentalismo.
e) laicização.
a) racionalismo.
d) modernismo.
c) positivismo.

18. (UNIFOR) Analise o gráfico para responder à questão.

Assinale a alternativa que reflete as condições sul-africanas apresentadas no gráfico.


a) Com o fim do apartheid vários países europeus romperam relações com a África do Sul, o que provocou uma forte crise econômica.
b) A ascensão de novos países emergentes como a Nigéria tem provocado problemas sociais e econômicos à África do Sul.
c) Após um “boom” de crescimento pós-apartheid, a África do Sul tem apresentado vários problemas que se refletem na sociedade local.
d) O fraco crescimento econômico do país é um obstáculo à absorção dos negros no mercado de trabalho.
e) O fim da política do apartheid não conseguiu ainda promover de forma significativa a inclusão dos negros na economia.

19. (FALM)

“O terrorismo é o grande assunto do momento. Ele afetou as bolsas de valores e as perspectivas de crescimento das economias, a começar pela norte-americana - a mais poderosa do globo - e vem suscitando uma série de discussões sobre como evitá-lo, com algumas propostas que, se adotadas, vão certamente alterar algumas de nossas rotinas do dia a dia. E também a ordenação geopolítica mundial começa a sofrer significativas modificações em função do desenrolar dos acontecimentos, em especial da luta contra o terrorismo”.

VESENTINI, José William. Terrorismo e Nova Ordem Mundial, 2002.

O terrorismo, assim, é uma ação desesperada e violenta, feita por grupos (ou eventualmente por um
indivíduo) que almejam determinados ideais. De acordo com as alternativas abaixo, assinale qual NÃO corresponde aos ideais terroristas.

a) Mudar alguma coisa na vida política e social, derrubar um regime, lutar contra uma potência  colonialista ou imperialista.
b) Lutar pela união dos povos, com objetivos de liberdade mundial, evitando atingir inocentes.
c) Alterar radicalmente os valores de uma sociedade.
d) Alcançar uma independência nacional ou controlar um território.
e) Semear o pânico, desestabilizar as instituições e com isso suscitar mudanças radicais.


VESTIBULAR 2007

20. (UFG) Leia o texto a seguir.

“O que domina o mundo hoje é o confronto entre grupos islâmicos prontos a tudo, inclusive ao suicídio, e o império americano, que possui as armas mais poderosas mas não consegue controlar totalmente o Afeganistão, o Iraque e os outros países do Oriente Médio.”

TOURAINE, Alain. Um novo paradigma para compreender o mundo hoje. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. p. 76.

Considerando o confronto entre os grupos mencionados no texto, apresente e explique uma das razões do interesse estadunidense no Oriente Médio.

Resposta:

Uma razão do interesse estadunidense no Oriente Médio, das apresentadas a seguir, entre outras:

- ampliar e manter a hegemonia e a política americana junto aos países árabes: O oriente Médio
é uma área de disputa entre os pólos ou centros importantes do mundo (Estados Unidos, União  Européia, Japão e China). No momento atual, a hegemonia é dos Estados Unidos, todavia, pode ser alterada pelas disputas dos diferentes focos de interesse ou pela união dos povos e estados islâmicos. Essa hegemonia foi alcançada por meio de ações unilaterais, invasões, ocupações e embargos econômicos por parte dos Estados Unidos;

- controlar a produção e a comercialização de petróleo e gás natural: As empresas estadunidenses
são as principais exploradoras do petróleo extraído no Oriente Médio, e os Estados Unidos são os maiores consumidores mundiais de petróleo;

- apoiar a manutenção do Estado de Israel: Os Estados Unidos apóiam o Estado de Israel na luta
contra os palestinos em defesa (política e econômica) da colônia judaica internacional em virtude de Israel constituir-se em ponto de apoio para a defesa dos interesses estadunidenses no petróleo do Oriente Médio;

- combater os grupos terroristas Islâmicos: Os grupos terroristas islâmicos surgiram na década
de 1980 objetivando combater o estado de Israel e a implantação de um estado palestino islâmico.
Como os Estados Unidos apóiam o Estado de Israel ao mesmo tempo em que defendem os seus
interesses no petróleo, a ação desses grupos terroristas passou a ter também como objetivo atingir os Estados Unidos.

21. (UFG) Leia o texto a seguir.

Os dois aviões de passageiros que terroristas islâmicos lançaram, há cinco anos, contra as torres gêmeas do World Trade Center se tornaram um marco na história contemporânea. Lidos em conjunto com a extinção do bloco socialista na esfera da União Soviética, no início dos anos 1990, os atentados da Al Qaeda em Nova York demarcam um “antes” e um “depois”.

FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 11 set. 2006, p. A2.

depois, de acordo com o texto, caracteriza-se
a) pela ação dos Estados Unidos em combater o terrorismo mundial mediante acordos bilaterais intermediados pela ONU.
b) pela disseminação mundial da ação de grupos terroristas ligada às questões políticas e/ou religiosas.
c)  pela emergência de governos populistas, na América Latina, dificultando as ações antiterroristas do governo estadunidense.
d) pelo estímulo à implantação de barreiras alfandegárias, para proteger os interesses nacionais.
e) pelo surgimento das estruturas protecionistas do Estado de bem-estar social, visando melhorar a qualidade de vida da população.

22. (PUCRIO) Sobre o significado e os desdobramentos dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, estão corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO DE:
a) Os ataques terroristas provocaram mudanças no cotidiano da população norte-americana, como o crescimento da vigilância e restrições à liberdade e à privacidade dos cidadãos.
b) A partir do atentado, o governo Bush introduziu na política externa americana o princípio da “guerra preventiva”, segundo o qual os Estados Unidos têm o direito de atacar países que possam representar uma ameaça política futura.
c) A reação do governo norte-americano aos atentados aumentou a tensão nas relações internacionais entre aliados importantes dos Estados Unidos, como a Alemanha e a França, que demonstraram algum descontentamento com a política unilateral adotada pelo governo Bush.
d) Devido aos avanços tecnológicos, ocorreu uma expressiva diminuição dos gastos militares e do número de vítimas, desde então, em comparação com os tempos da Guerra Fria.
e) Os ataques terroristas fizeram ressurgir a idéia de que os conflitos no século XXI seriam explicados pela existência de um conflito entre dois modelos de civilização.

23. (PUCPR) O começo do século XXI revelou uma nova forma de terrorismo: globalizado, sem fronteiras e sob os holofotes da mídia. O mundo ficou estarrecido diante dos atentados de 11 de setembro de 2001 a importantes símbolos do poder político e econômico norte-americano.  Nos três primeiros dias de setembro de 2004, no sul da Rússia, a pequena cidade de Beslan foi assolada pelo terrorismo. Uma escola local foi ocupada, em dia de festa, por terroristas que fizeram mais de 1000 reféns.  A principal motivação do grupo armado que ocupou a escola de Beslan centrava-se na causa separatista, reinvidicavam:

a) Saída das forças militares russas da Chechênia.
b) Inclusão da Chechênia no Comunidade dos Estados Independentes, CEI.
c) Ajuda militar russa às tropas chechenas na defesa de suas fronteiras.
d) Ajuda humanitária do governo de Moscou às populações pobres das montanhas da Chechênia.
e) Anexação dos territórios vizinhos, como o Azerbaijão e a Geórgia, à Chechênia.

VESTIBULAR 2006

24. (PUCAMP)

A expressão “crime contra a humanidade” tem um duplo sentido. Designa um crime tão abominável que a humanidade inteira é ferida pela crueldade dos atos. Mas designa também e
talvez sobretudo um crime contra a idéia de humanidade, ou seja, contra a idéia de que, além ou aquém de nossas diferenças religiosas, nacionais etc., somos semelhantes membros de uma mesma espécie. Perseguir, exterminar uma população por sua diferença significa negar a existência da comunidade dos humanos, quebrar um pressuposto que talvez seja a melhor conquista de nossa cultura.
(Contardo Calligaris. Terra de ninguém. S. Paulo: Publifolha, 2004)

Na Época Contemporânea, constitui-se em exemplo de crimes a que o texto se refere a

a) Intifada palestina no Oriente Médio.
b) Operação Tempestade no Deserto.
b) experiência nazista na Alemanha.
d) ascensão do anarquismo na Espanha.
e) repressão à Comuna de Paris.

25. (FGV – direito) Desde o final da Segunda Guerra Mundial até o início dos anos de 1990, o mundo viveu
sob a égide da Guerra Fria, expressão usada para designar o confronto político, econômico e ideológico entre o Capitalismo e o Socialismo. A fragmentação da URSS, a queda do Muro de Berlim e outros acontecimentos na Europa Oriental tornaram esse confronto superado. Ao ataque ao World Trade Center, em Nova Iorque, em setembro de 2001, têm se seguido outros eventos terroristas, como o estouro de bombas nos metrôs de Madri e de Londres. No bojo desses mesmos acontecimentos, insere-se a decisão estadunidense de atacar o Iraque.

a) Qual natureza de mudanças esses ataques expressam nos confrontos entre países e nações no mundo atual?
b) Analise os interesses econômicos que estão subjacentes a esses conflitos.

Resposta

a) Nos confrontos contemporâneos entre países e nações têm os conflitos se manifestam menos por sua natureza ideológica e mais pelos aspectos nacionalistas, étnicos e religiosos. 
A democracia ocidental, com seus ideais de liberdade e igualdade, incluindo-se aí as relações entre homens e mulheres, tem sido apresentada como contraponto às formas de organização social e política de diferentes países muçulmanos e tem sido usada como justificativa para a intervenção política e/ou ataque bélico dos EUA sobre países islâmicos.

b) Um primeiro interesse subjacente a esse conflito é de domínio geopolítico dos países capitalistas avançados sobre países islâmicos que detêm grandes reservas de recursos naturais, sobretudo petróleo. Os investimentos na indústria de armamentos se justificam pela idéia de que o mundo está dividido e que os países ocidentais estão sob perigo e têm que lutar pelos ideais da Modernidade. Paralelamente, os produtos bélicos que resultam desses investimentos precisam ser consumidos e a eclosão de conflitos armados cria as condições favoráveis ao aquecimento econômico desse setor.

26. (FMTM) Ataques coordenados contra 20 oleodutos no sul do país fizeram com que a exportação de petróleo da região fosse reduzida à metade. Os dutos que ligam os poços petrolíferos de Rumeila a
Berjasiya foram incendiados por rebeldes para prejudicar os esforços de reconstrução do país. As ameaças contra a infra-estrutura petrolífera aumentaram recentemente em meio ao violento levante de militantes xiitas no sul do país.
(O Estado de S.Paulo, 27.08.2004)

A partir de seus conhecimentos geográficos e das informações contidas no texto, pode-se afirmar que essa série de problemas estão ocorrendo
a) no Afeganistão.
b) na Rússia.
c) na Nigéria.
d) no Iraque.
e) na Argélia.

27. (MACK) O totalitarismo, fenômeno histórico europeu, pode ser definido como um regime político organizado segundo a idéia de que o cidadão, bem como as instituições da sociedade, deve submeter-se totalmente à autoridade do Estado. O poder, ditatorial, é centralizado num partido único, organizado em torno de um líder autoritário.
São exemplos de totalitarismo

a) a França de Napoleão e a Alemanha de Bismarck.
b) a Alemanha de Hitler e a Itália de Mussolini.
c) os EUA de Roosevelt e a URSS de Stálin.
d) o Brasil de Vargas e a Argentina de Perón.
e) a Espanha de Franco e a Inglaterra de Churchill.

28. (MACK)

IRA decreta fim de campanha armada na Irlanda do Norte.
BBCBrasil.com,28/07/2005

Sobre o Grupo Terrorista citado, é correto afirmar que

a) reúne protestantes unionistas, que buscam a continuidade do domínio Inglês na Região da Irlanda do Norte.
b) é formado por católicos que lutam pela independência da República da Irlanda, que está sob o domínio do governo britânico.
c) é formado por muçulmanos que realizavam atentados em metrôs e ônibus em Londres para desestabilizar o governo que apoiou o invasão do Iraque.
d) se trata de milícias terroristas, comandas pelo braço armado Sinn Fein, que queriam a independência da Irlanda do Norte.
e) corresponde ao Exército Republicano Irlandês, que alegou ter entregado suas armas e que pretende negociar politicamente e não mais através do terrorismo.

29. (UNAERP)

 “A passagem do Katrina por Nova Orleans é, por suas repercussões humanas e econômicas, um dos maiores desastres naturais da história dos Estados Unidos. O furacão mais devastador até então tinha destruído a cidade de Galveston, no Texas, e matado 6000 pessoas em 1900”.

Revista Veja, 07.09.05

Os Estados Unidos tornaram-se a maior potência econômica do mercado no início do século XX.
Contudo, ficaram impotentes diante do Katrina, que mostrou a real distância entre os Estados Unidos e
Terceiro Mundo através do comportamento dos desabrigados.

Em relação aos Estados Unidos é incorreto afirmar:

a) Os Estados Unidos, apesar de representarem a maior economia do planeta, o que significa elevado
nível de vida da população, exibe taxas de crescimento vegetativo um pouco acima da média dos países desenvolvidos da Europa. Esse fenômeno é explicado pela existência de áreas menos desenvolvidas onde moram negros e hispânicos.
b) O desenvolvimento industrial dos EUA apoiou-se em vários fatores, entre eles a produção em massa, baseada na automação.
c) A região “Sun Belt” nos EUA, tem se caracterizado por um acelerado crescimento econômico, grandes obras de infra-estrutura, instalação de centros de desenvolvimento tecnológico e uma
expressiva expansão do turismo, entre outros aspectos. Possuem essas características as cidades
de San Francisco e Houston.
d) O ataque aéreo aos EUA em 2001 se deveu ao aumento dos conflitos geopolíticos entre os EUA e
os novos países industriais.
e) A imensa disponibilidade de recursos naturais nos EUA, desde terras férteis até petróleo, foi um fator
chave para diferenciar esse país das demais nações do mundo. Esses recursos formaram um
potencial natural à espera de uma organização social.

30. (PUCAMP) Observe atentamente a charge de Serguei, de 24 de maio de 2004.


O fim da Guerra Fria não representou, no plano político, o fim das disputas internacionais.  Recentemente, intensificaram-se os conflitos no Oriente Médio sobretudo em razão da Guerra
do Iraque. Ao fazer referência a esse conflito, o chargista ironiza

a) a situação desconfortável dos soldados estadunidenses em território iraquiano e a posição pacifista do presidente George Bush diante desses fatos.
b) a prática de torturas e de tratamento degradantes cometidos contra prisioneiros iraquianos por soldados dos EUA, fato que provocou embaraços políticos ao presidente George Bush.
c) a satisfação do presidente George Bush com o domínio completo dos soldados estadunidenses sobre a sociedade iraquiana, logo após o término da guerra.
d) os métodos utilizados pelo presidente George Bush para controlar e garantir a segurança dos seus soldados no território iraquiano.
e) a reação de descaso do presidente George Bush em relação às denúncias de que soldados estadunidenses, na Guerra do Iraque, eram mortos mesmo depois de desarmados.

31. (IBMEC) Recentemente (julho de 2005) o IRA (Exército Republicano Irlandês) anunciou publicamente, depois de quase cem anos de sua fundação, o fim das ações terroristas. Esse grupo sempre empunhou a bandeira da reunificação da Irlanda e, portanto, a sua separação do Reino Unido. A imprensa nacional e internacional aventa que tal medida pode estar ligada:

a) à possibilidade, ainda neste ano, do primeiro ministro Tony Blair assinar a definitiva separação da Irlanda do Norte do Reino Unido e a sua tão esperada unificação com a República da Irlanda.
b) à percepção de que os atos terroristas não levam a lugar nenhum, uma vez que, depois de quase cem anos de existência, o IRA não conseguiu realizar nenhum acordo com o governo britânico.
c) à mudança dos membros do alto escalão do IRA, menos comprometidos com a causa da libertação da Irlanda do Norte e mais preocupados em manter acordos com guerrilheiros muçulmanos (Al Qaeda) e colombianos (Farc).
d) aos ataques muçulmanos a Londres, pois esses teriam “roubado” do IRA o seu terreno de ação, levando as pessoas a confundir as organizações e a aumentar a aversão às práticas terroristas do grupo irlandês.
e) ao grupo unionista da Irlanda do Norte, liderado pelo pastor Ian Paisley, cada vez mais forte dentro do país, que vem gradativamente desmontando o grupo separatista e trazendo a público suas ligações com a máfia irlandesa.

32. (UFPEL)
             O terrorismo tem sido apontado como o grande fenômeno global deste início de século XXI, fenômeno que teria começado, simbolicamente, com os atentados de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos.
            O mapa a seguir apresenta uma série de atos terroristas que evidenciam a insegurança provocada por essas ações em grande parte do mundo.


Com base nos textos e em seus conhecimentos, analise as afirmativas abaixo.

I. O terrorismo hoje é um fenômeno do mundo islâmico, com grupos atuantes na Europa, como o ETA (na Espanha), o IRA (na Irlanda) e os movimentos dos guerrilheiros esquerdistas na América, FARC e ELN (na Colômbia).
II. Movimentos extremados não são recentes, haja vista que já a 1ª Guerra Mundial teve início com um ato terrorista: o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, por um estudante sérvio, em Serajevo, atual capital da Bósnia-Herzegovina.
III. A Al-Qaeda é uma organização que reúne de 20 a 30 grupos terroristas islâmicos que operam por conta própria, no mundo todo. Dos atentados identificados no mapa, grande parte atribuídos a essa organização ou nela inspirados, apenas o continente americano não foi alvo desses atos.
IV. O sentimento de ódio contra os EUA e seus aliados tem colocado em alerta países como Inglaterra e Itália. Sobretudo entre os italianos, por causa de sua participação na Guerra do Iraque, tem crescido o temor de um atentado, motivo que fez o governo aumentar a segurança naquele país peninsular.

Estão corretas apenas as afirmativas

a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV
d) I e III.
e) I e IV.

VESTIBULARES ANTERIORES

33. (FACASPER)

“O empenho em provocar dor sem limite
Com 1.300 mortos em todo o mundo, 2004 teve o maior número de vítimas do terrorismo desde 2001”.
                                              (Veja, 22/12/2004)
             
Assinale a alternativa que caracteriza corretamente o terrorismo, em 2004

a) O 11 de março demonstrou que o governo espanhol estava correto ao responsabilizar o ETA como responsável direto pelo atentado.
b) A política colocada em prática por Ariel Sharon contribuiu para o fim das hostilidades na Faixa de Gaza.
c) As ações do governo norte-americano no Iraque levaram ao desmantelamento dos grupos terroristas que agiam na região.
d) As ações dos grupos terroristas visaram evitar que civis fossem vítimas de seus ataques espetaculares.
e) O massacre da escola de Beslan foi conseqüência da ação de terroristas que defendem a independência da Chechênia.

34. (UFG) Leia o texto a seguir.

“O que domina o mundo hoje é o confronto entre grupos islâmicos prontos a tudo, inclusive ao suicídio, e o império americano, que possui as armas mais poderosas mas não consegue controlar totalmente o Afeganistão, o Iraque e os outros países do Oriente Médio.”

TOURAINE, Alain. Um novo paradigma para compreender o mundo hoje. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. p. 76.

Considerando o confronto entre os grupos mencionados no texto, apresente e explique uma das razões do interesse estadunidense no Oriente Médio.

Resposta:

Uma razão do interesse estadunidense no Oriente Médio, das apresentadas a seguir, entre outras:

- ampliar e manter a hegemonia e a política americana junto aos países árabes: O oriente Médio
é uma área de disputa entre os pólos ou centros importantes do mundo (Estados Unidos, União  Européia, Japão e China). No momento atual, a hegemonia é dos Estados Unidos, todavia, pode ser alterada pelas disputas dos diferentes focos de interesse ou pela união dos povos e estados islâmicos. Essa hegemonia foi alcançada por meio de ações unilaterais, invasões, ocupações e embargos econômicos por parte dos Estados Unidos;

- controlar a produção e a comercialização de petróleo e gás natural: As empresas estadunidenses
são as principais exploradoras do petróleo extraído no Oriente Médio, e os Estados Unidos são os maiores consumidores mundiais de petróleo;

- apoiar a manutenção do Estado de Israel: Os Estados Unidos apóiam o Estado de Israel na luta
contra os palestinos em defesa (política e econômica) da colônia judaica internacional em virtude de Israel constituir-se em ponto de apoio para a defesa dos interesses estadunidenses no petróleo do Oriente Médio;

- combater os grupos terroristas Islâmicos: Os grupos terroristas islâmicos surgiram na década
de 1980 objetivando combater o estado de Israel e a implantação de um estado palestino islâmico.
Como os Estados Unidos apóiam o Estado de Israel ao mesmo tempo em que defendem os seus
interesses no petróleo, a ação desses grupos terroristas passou a ter também como objetivo atingir os Estados Unidos.

35. (UFG) Leia o texto a seguir.

Os dois aviões de passageiros que terroristas islâmicos lançaram, há cinco anos, contra as torres gêmeas do World Trade Center se tornaram um marco na história contemporânea. Lidos em conjunto com a extinção do bloco socialista na esfera da União Soviética, no início dos anos 1990, os atentados da Al Qaeda em Nova York demarcam um “antes” e um “depois”.

FOLHA DE S. PAULO, São Paulo, 11 set. 2006, p. A2.

depois, de acordo com o texto, caracteriza-se
a) pela ação dos Estados Unidos em combater o terrorismo mundial mediante acordos bilaterais intermediados pela ONU.
b) pela disseminação mundial da ação de grupos terroristas ligada às questões políticas e/ou religiosas.
c) pela emergência de governos populistas, na América Latina, dificultando as ações antiterroristas do governo estadunidense.
d) pelo estímulo à implantação de barreiras alfandegárias, para proteger os interesses nacionais.
e) pelo surgimento das estruturas protecionistas do Estado de bem-estar social, visando melhorar a qualidade de vida da população.

36. (PUCRIO) Sobre o significado e os desdobramentos dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, estão corretas as afirmações abaixo, À EXCEÇÃO DE:
a) Os ataques terroristas provocaram mudanças no cotidiano da população norte-americana, como o crescimento da vigilância e restrições à liberdade e à privacidade dos cidadãos.
b) A partir do atentado, o governo Bush introduziu na política externa americana o princípio da “guerra preventiva”, segundo o qual os Estados Unidos têm o direito de atacar países que possam representar uma ameaça política futura.
c) A reação do governo norte-americano aos atentados aumentou a tensão nas relações internacionais entre aliados importantes dos Estados Unidos, como a Alemanha e a França, que demonstraram algum descontentamento com a política unilateral adotada pelo governo Bush.
d) Devido aos avanços tecnológicos, ocorreu uma expressiva diminuição dos gastos militares e do número de vítimas, desde então, em comparação com os tempos da Guerra Fria.
e) Os ataques terroristas fizeram ressurgir a idéia de que os conflitos no século XXI seriam explicados pela existência de um conflito entre dois modelos de civilização.

37. (PUCPR) O começo do século XXI revelou uma nova forma de terrorismo: globalizado, sem fronteiras e sob os holofotes da mídia. O mundo ficou estarrecido diante dos atentados de 11 de setembro de 2001 a importantes símbolos do poder político e econômico norte-americano.  Nos três primeiros dias de setembro de 2004, no sul da Rússia, a pequena cidade de Beslan foi assolada pelo terrorismo. Uma escola local foi ocupada, em dia de festa, por terroristas que fizeram mais de 1000 reféns.  A principal motivação do grupo armado que ocupou a escola de Beslan centrava-se na causa separatista, reinvidicavam:

a) Saída das forças militares russas da Chechênia.
b) Inclusão da Chechênia no Comunidade dos Estados Independentes, CEI.
c) Ajuda militar russa às tropas chechenas na defesa de suas fronteiras.
d) Ajuda humanitária do governo de Moscou às populações pobres das montanhas da Chechênia.
e) Anexação dos territórios vizinhos, como o Azerbaijão e a Geórgia, à Chechênia.
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