sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Aula 15/2018 - Feminicídio



TEXTO 1 – Lei do Feminicídio - Lei 13.104, em 9 de março de 2015
Em março de 2015, a Lei do Feminicídio foi aprovada. Desde então, a morte de mulheres motivadas por questões de gênero passou a ser qualificada como crime hediondo. A medida visa também diminuir os casos de feminicídio no Brasil, um dos países que mais mata mulheres no mundo. Infelizmente, três anos após a criação da lei, as taxas só aumentaram.
De acordo com um levantamento realizado pelo G1, entre 2016 e 2017, rolou um aumento de 6,5% nos casos de feminicídio. Só no ano passado, foram 4.473 homicídios dolosos de mulheres no Brasil. O estado que mais mata por violência doméstica e questões de gênero é Mato Grosso. A falta de denúncias também preocupa e dificulta o cumprimento da lei.
O levantamento também descobriu que, em média, 12 mulheres são assassinadas por dia no país. Os criminosos? Homens que, muitas vezes, postam homenagens no Dia Internacional da Mulher e mandam flores para suas parceiras. Homens que não aceitam ser calados por mulheres.
Então, mais uma vez, só para reforçar, não adianta nada dar flores no dia 8 de março e nos ferir com espinhos nos outros 364 dias do ano.

TEXTO 2– Significado de Feminicídio
Feminicídio significa a perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino, classificado como um crime hediondo no Brasil.
O feminicídio se configura quando é comprovada as causas do assassinato, devendo este ser exclusivamente por questões de gênero, ou seja, quando uma mulher é morta simplesmente por ser mulher.
Alguns estudiosos do tema alegam que o termo feminicídio se originou a partir da expressão "generocídio", que significa o assassinato massivo de um determinado tipo de gênero sexual.
De modo geral, o feminicídio pode ser considerado uma forma extrema de misoginia, ou seja, ódio e repulsa às mulheres ou contra tudo o que seja ligado ao feminino.
Agressões físicas e psicológicas, como abuso ou assédio sexual, estupro, escravidão sexual, tortura, mutilação genital, negação de alimentos e maternidade, espancamentos, entre outras formas de violência que gerem a morte da mulher, podem configurar o feminicídio.
O feminicídio pode ser classificado em três situações:
àFeminicídio íntimo: quando há uma relação de afeto ou de parentesco entre a vítima e o agressor;
àFeminicídio não íntimo: quando não há uma relação de afeto ou de parentesco entre a vítima e o agressor, mas o crime é caracterizado por haver violência ou abuso sexual;
àFeminicídio por conexão: quando uma mulher, na tentativa de intervir, é morta por um homem que desejava assassinar outra mulher;
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nos últimos anos pelo menos 50 mil mulheres foram mortas no Brasil, sendo os assassinatos enquadrados como feminicídio. O estudo ainda aponta que 15 mulheres são assassinadas por dia no país, devido a violência por gênero.
Para tentar impedir os crimes contra as pessoas do sexo feminino, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, sancionou a Lei 13.104, em 9 de março de 2015, conhecida como a Lei do Feminicídio.
A lei altera o Código Penal (art.121 do Decreto Lei nº 2.848/40), incluindo o feminicídio como uma modalidade de homicídio qualificado, entrando no rol dos crimes hediondos.
A justificativa para a necessidade de uma lei especifica para os crimes relacionados ao gênero feminino, está no fato de 40% dos assassinatos de mulheres nos últimos anos serem cometidos dentro da própria casa das vítimas, muitas vezes por companheiros ou ex-companheiros.
Segundo o Código Penal Brasileiro, os crimes classificados como de homicídio qualificado são punidos com reclusão que pode variar de doze a trinta anos.
De acordo com o texto da lei do feminicídio, a pena do crime pode ser aumentada em 1/3 (um terço) até a metade caso tenha sido praticado sob algumas condições agravantes, como:
àDurante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto;
àContra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;
àNa presença de descendente ou ascendente da vítima;
TEXTO 3– Entenda as mudanças de padrão de beleza ao longo da história
Em cada época é fácil identificar o apreço generalizado por um ou outro tipo físico, dos corpos roliços aos mais secos, das barriguinhas pronunciadas aos abdomens tanquinho, dos seios minúsculos aos bustos siliconados. Mas, se hoje qualquer pessoa é dona de seu nariz para decidir se quer frequentar a academia ou viver feliz acima do peso, houve tempos em que ninguém era responsável pelo próprio corpo. Por milênios, a forma física era colocada a serviço de propósitos sociais, militares ou religiosos.
“Na Pré-História, o corpo era arma de sobrevivência, a fim de caçar e correr dos predadores, mas nas primeiras civilizações, os treinos e as atividades sempre estiveram voltados a necessidades coletivas, como guerrear”, diz Denise Bernuzzi de Sant’Anna, professora de história da PUC-SP, autora dos livros Corpos de Passagem e Políticas do Corpo. Em outros períodos, a religião moldou a visão coletiva das questões relativas ao corpo. “Como o corpo era considerado sagrado, a Igreja proibia dissecações e estudos de cadáveres”, diz Luís Ferla, professor de história da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Só entre os séculos 15 e 16 despontou uma nova perspectiva, mais




TEXTO 4– Agosto Lilás: violência contra a mulher é assunto para todas!
Em agosto a Lei Maria da Penha, de 2006, faz aniversário e o tema da violência contra a mulher parece nunca ter sido tão atual. É por isso que foi criada a campanha Agosto Lilás, que defende, desde o ano passado, os direitos da mulher em situação de violência. O Brasil ocupa hoje o 5º lugar no mundo no ranking de violência doméstica e enquanto isso acontecer, o debate deve permanecer em pauta
Em agosto de 2018 a Lei Maria da Penha comemora 12 anos e é em função desta data que passou a existir, desde o ano passado, o Agosto Lilás, uma campanha de conscientização sobre a violência contra a mulher que envolve secretarias municipais e estaduais e, sobretudo, as escolas do país. O Brasil ocupa hoje o 5º lugar no mundo no ranking de violência doméstica e, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tramitam no Judiciário cerca de 900 mil processos sobre o tema, sendo 10 mil deles sobre casos de feminicídio (crime de morte envolvendo uma mulher pelo fato de ser mulher, uma questão de gênero). Segundo dados da Secretaria de Governo do governo Federal, 15 mulheres são mortas por dia pelo fato de serem mulher. Por ano, 500 mil mulheres são vítimas de estupro e estima-se que apenas 10% dos casos chegam à polícia. A união entre as mulheres é fundamental para reverter esse quadro.
A violência de gênero, ao contrário do que muita gente pensa, não tem a ver com classe social, religião, raça ou região do país – pelo contrário – casos desse tipo podem acontecer em qualquer lugar e camada social. Para acabar com esse tipo de crime, nada mais importante que a conscientização. Para Ana Paula do Couto Alves, diretora de organização político-sindical do Sindjustiça-RJ (Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário) "Quando acontece uma agressão ou feminicídio que poderia ter sido evitado com um telefonema para as autoridades, toda a sociedade falhou com aquela mulher. Esse é um tema complexo, que envolve afetividades, vida familiar e os limites individuais de cada um. Precisamos conversar sobre isso para entender como tornar o Brasil um país mais seguro e acolhedor para mulheres", afirmou ao site da instituição. Por isso, saber identificar uma violência, seja ela emocional ou física, é o primeiro passo para acabar com o problema.


TEXTO 5 – Infográfico

Fonte: https://cdn-images-1.medium.com/max/1600/0*DhJo33Z2kDEjGLWs.



TEXTO 6 – Jovem achada morta em matagal de Palmas é enterrada em SP: 'Não pode ser estatística'
"Você, Patrícia Aline, não pode ser mais uma nesta triste e vergonhosa estatística onde nossas mulheres são mortas por pura crueldade e covardia. (...) Morremos um pouco a cada dia, de tristeza, de desilusão, de impotência (...). Queremos só Justiça, mais mudança nesta lei que favorece e fortalece a impunidade", diz o texto do cartaz.
Depois do velório, o corpo de Patrícia Aline seguiu em procissão até o Cemitério Municipal. Os familiares e amigos da vítima acompanharam o cortejo. "Estamos todos muito chocados, a cidade inteira está chocada, não se fala em outra coisa. Eu conheci ela ainda menina, não é possível, eu não aceito que possa acontecer uma brutalidade dessas com um ser-humano", afirmou uma vizinha da família da vítima.
Principal suspeito do crime, o namorado da vítima, Iury Italu Mendanha, está sendo procurado pela Polícia Civil de Palmas. Na casa dele, os investigadores apreenderam duas espingardas. O delegado de homicídios de Palmas, Israel Andrade, disse na sexta-feira (10) que o jovem fugiu para outro estado. Ele reagiu mal ao fato de Patrícia querer o fim do relacionamento, de acordo com a investigação.
"Nós tentamos de todas as maneiras prendê-lo em flagrante, no entanto descobrimos que ele havia se evadido. Havia fugido inclusive para outro estado. Mais tarde ele entrou em contato com a família e ele se propôs a se entregar na delegacia, já que a prisão preventiva já estava decretada", disse o delegado.
'Queria viver independente'
A tia de Patrícia, Maria Amélia dos Santos, afirma que a família está arrasada e que a mãe da jovem não consegue se conformar com a perda da filha, que havia se mudado para o Tocantins para trabalhar.
“A família está sofrendo. A mãe está acabada, está chorando direto. A gente está com medo de ela não resistir a essa dor que está passando”, contou a tia. “Ela era uma pessoa que queria viver independente. Era alegre, humilde, muito carinhosa com a família toda”, completou.
Em um áudio enviado para amiga, Patrícia relata momentos de terror que viveu quando o namorado pulou o muro da casa dela e disse que ia matá-la.
Patrícia: Eu não quero mais. Uma que nós estamos brigando muito e outra que ele quer ficar me xingando, amiga, de vagabunda. E ele já avançou em mim duas vezes. Uma ele bateu na minha cara e a outra ele jogou o celular nos meus braços. Não quero uma pessoa que fica com esse ciúme obsessivo de amiga, de cachorro, de academia. Não tô aguentando mais não. Aí eu fui, larguei, ele foi e perdeu a cabeça. Saiu do serviço, foi direto pra minha casa e pulou o muro. Aí eu não quis abrir a porta pra ele, e ele foi e falou que ia me matar. Eu fui, liguei pra minha amiga, pedi ajuda e ela foi lá me buscar. Ele pegou e falou que ia atrás de uma arma, ia voltar e ia me matar.
Fonte:     https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2018/08/11/jovem-achada-morta-em-matagal-de-palmas-e-enterrada-em-sp-nao-pode-ser-estatistica.ghtml

segunda-feira, 17 de setembro de 2018

Aula 14/2018 - Intolerância





TEXTO 1 – Fato motivador - Atentado a candidato presidencial é algo que América Latina não via há 20 anos
A facada de que foi alvo o candidato presidencial Jair Bolsonaro (PSL) durante ato de campanha em Juiz de Fora (MG) é um incidente perturbador porque "em nível presidencial, a violência não era parte da história brasileira e latino-americana havia anos, e isso mudou hoje", diz à BBC News Brasil o brasilianista Brian Winter, editor-chefe da revista Americas Quarterly e vice-presidente da Americas Society-Council of the Americas.
"Não víamos isso com candidatos a presidentes. Mesmo na América Latina, tem havido ausência de violência em nível presidencial há mais ou menos 20 anos, pelo menos nos países de grande porte", diz ele, lembrando dois casos que tiveram magnitude e repercussão globais:
- O ataque a tiros que resultou na morte de Luis Donaldo Colosio, candidato do então partido governista PRI (Partido Revolucionário Institucional) à Presidência do México em 1994. Um jovem de 23 anos está detido até hoje pelo crime, mas pessoas próximas a Colosio defendem até hoje que houve um complô para matar o candidato.

TEXTO 2– Ataque à caravana de Lula é investigado como disparo de arma de fogo com dano
O delegado da Polícia Civil Hélder Lauria disse nesta quarta-feira (28) que investiga o ataque à caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Paraná como disparo de arma de fogo com dano provocado.
Na terça, o delegado adjunto de Laranjeiras do Sul Fabiano Oliveira chegou a dizer que o caso estava sendo investigado como tentativa de homicídio, e que pelo menos dois suspeitos estariam envolvidos.
Ao G1, Lauria, que é titular da delegacia, negou as declarações do adjunto. Ele disse que as informações foram dadas de maneira desencontrada. "As informações são superficiais e não condizem com a realidade da investigação."
"Nós estamos tratando como disparo de arma de fogo e dano. Então, não estamos tratando como tentativa de homicídio por enquanto" - delegado Helder Lauria
O procurador de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto disse que determinados atos contra a caravana podem vir a ser qualificados como "tentativa de homicídio".
Ele citou o termo ao ser questionado nesta manhã sobre a diferença entre os episódios de violência recentes (os tiros, o arremesso de ovos e os ataques nas redes sociais). O procurador destacou que há tipos penais específicos para cada crime.
“Há tipos penais específicos em relação à incitação do crime e há muito disso nas redes sociais. Por outro lado, há a apologia dos crimes que já foram praticados. Há as ações concretas, direcionadas à prática de lesões corporais, quando se quer estourar os pneus de um ônibus. Pode, enfim, lesionar até a tentativa de homicídio porque os atos podem culminar com a morte de alguém, assumindo-se o risco, portanto, de produzir a morte”, explicou Sotto Maior Neto.

É possível compreender que o mal pode ser tão impecavelmente racional quanto a bondade.
Zygmunt Bauman
TEXTO 3– A intolerância e os crimes contra homossexuais
Episódios de agressões contra homossexuais foram destaque nos noticiários dos grandes jornais do país nos últimos dias. E não foram agressões leves, dessas que passam despercebidas no cotidiano. Foram casos que chegaram à tentativa de homicídio, somente pelo fato de as vítimas não terem a mesma orientação sexual dos seus agressores. A intolerância está à flor da pele nas grandes capitais.
O caso mais grave aconteceu no Rio de Janeiro, onde um militar atirou em um jovem, após tê-lo humilhado e ofendido apenas em função de sua homossexualidade. O militar será indiciado por tentativa de homicídio duplamente qualificado.
Outro episódio de violência ocorreu em São Paulo, onde um grupo de jovens, quase todos adolescentes, menores de idade, agrediram outros jovens na Avenida Paulista, palco da Parada Gay, simplesmente por não serem heterossexuais. A Polícia Civil está investigando se o que motivou o crime foi a homofobia, já que uma das vítimas foi chamada de bicha","gay e de outros termos discriminatórios. Se neste caso houver punição, ela será por agressão. Mas para tais punições pouco importa se elas se deram em razão de atos homofóbicos ou não. No entanto, não houvesse agressão ou tentativa de homicídio, a punição seria muito mais difícil já que no Brasil não é crime discriminar em razão de orientação sexual.
A punição dos agressores nos casos citados, em São Paulo e Rio de Janeiro, acontecerá, mas não atingirá real valor e a motivação dos crimes. Sabe-se que agredir ou atentar contra a vida de alguém é crime, mas que fazê-lo apenas em razão da intolerância é algo ainda pior. Pouco deveria importar a orientação sexual de cada um de nós perante a sociedade. E não tolerar a homossexualidade é tão grave quanto não tolerar o fato de uma pessoa ser de outra raça, nacionalidade ou qualquer outra coisa que a torne diferente de uma dita "maioria.



TEXTO 4– Intolerância que leva a linchamentos
Confundido com um ladrão em São Paulo, ele foi espancado e só conseguiu escapar depois de dar aula sobre Revolução Francesa a um dos bombeiros que o resgataram.
Da postagem no Facebook da foto de um adolescente negro acorrentado a um poste no Rio de Janeiro até a morte da dona-de-casa Fabiane Maria de Jesus no Guarujá, muitos são os casos de aprisionamentos, espancamentos coletivos e cenas bárbaras que já fizeram vítimas em quase todos os estados do país, contando apenas os noticiados – não há estatística criminal sobre linchamentos no Brasil.
Uma das vítimas foi o professor André, que dá aula de História para cerca de 230 alunos em uma escola pública na periferia da capital paulista.
Apontado como ladrão, acorrentado e brutalmente espancado por dezenas de pessoas, André relatou que o dono do bar assaltado já tinha mandado o filho buscar um facão quando os bombeiros chegaram.
Eu disse que era professor, que estava ali por acaso. Aí um dos bombeiros falou para dar uma aula sobre Revolução Francesa. Foi o que me salvou.” Só depois de explicar sobre a ascensão da burguesia é que o levaram ao hospital, diz. “Foi algo surreal. Só acreditamos quando chega próximo de nós. Aí você vê que é muito real mesmo, esse ódio das pessoas. Essa brutalidade do ser humano.”
Mesmo assim, foi preso e está em liberdade provisória, já que o dono do bar não retirou a queixa. “Eu estou bem melhor, mas a ferida na alma, a inocência, está perdida.
Fonte:     http://g1.globo.com/politica/dias-de-intolerancia/platb/#inicio – Adaptado
TEXTO 5 – Idosa é agredida por intolerância religiosa em Nova Iguaçu
A idosa Maria da Conceição Cerqueira da Silva, 65 anos, foi agredida a pedradas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, na última sexta-feira. Segundo a família, ela foi vítima de intolerância religiosa por parte de uma vizinha que não aceita a regilião praticada por Maria, que é candomblecista.
Segundo a filha da idosa, Eliane Nascimento da Silva, de 42 anos, ao sair para ir no mercado, Maria ouviu sua vizinha gritar “lá vem essa velha macumbeira. Hoje eu acabo com ela”. Em seguida, ela foi acertada por uma pedra, que teria sido atirada pela vizinha, identificada apenas como Jéssica. A idosa teve ferimentos no rosto, na boca e no braço e foi levada para o Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI).
Ainda de acordo com Eliane, um grupo de vizinhos constantemente ofendem a ela, que é umbandista, e mãe por praticarem religiões de matriz africana.
“Engulo as ofensas calada. Mas, minha mãe não, ela enfrenta. Ela tem sangue nordestino, é uma idosa, semianalfabeta, e acaba revidando as agressões verbais. Só que o que fizeram com ela foi uma covardia”, disse Eliane.
A SEDHMI também colocou à disposição da vítima e de toda sua família, assistência jurídica psicológica e social, além de marcar um encontro elas nesta segunda-feira, às 13h30.
Casos de intolerância religiosa aumentaram
Segundo dados do Disque 100, as denúncias de casos de intolerância religiosa aumentaram em 119% em 2016 em relação a 2015. O número total de ocorrências chegam a 79.



Tolerância é um termo que vem do latim tolerare que significa "suportar" ou "aceitar". A tolerância é o ato de agir com condescendência e aceitação perante algo que não se quer ou que não se pode impedir. A tolerância é uma atitude fundamental para quem vive em sociedade.

TEXTO 6 – Estão querendo transformar o Museu Nacional, de 2018, no Reichstag alemão de 1933
Uma pesquisa realizada pelo blog Comunica que muda mostra a intolerância do brasileiro nas redes sociais. A pesquisa foi realizada pelo segundo ano consecutivo e mostra que, mesmo com um pequeno aumento de menções positivas nas redes sociais, as postagens relacionadas a certos temas ainda são, majoritariamente, negativas, ou seja, expõem intolerância, preconceito e discriminação. Foram analisadas postagens referentes a aparência, classe social, deficiência, homofobia, misoginia, política, idade/geração, racismo, religião e xenofobia.
O levantamento foi realizado nos meses de julho a setembro de 2017, através da plataforma Torabit, capturando e analisando um total de 215.907 menções. A grande maioria das postagens captadas foi da rede social Twitter, que representa mais de 98% do levantamento. O Instagram é a rede que vem na sequência, com 1,5%. Os pesquisadores tiveram dificuldade em analisar postagens da rede social Facebook, porque a maioria dos comentários está visível apenas para amigos de seus autores na rede, o que impede que boa parte dos comentários seja captada.
Separados por tipo de intolerância, os comentários captados foram classificados como negativos, quando eram preconceituosos ou reforçavam discursos de ódio; positivos, quando combatiam a intolerância; e neutros, quando não apresentavam um posicionamento claro de quem postava.
O estado que teve a maior quantidade de menções, somando os dez tipos de intolerância analisados, foi o estado do Rio de Janeiro, com mais de 37% do total. Em seguida, vieram São Paulo, com 18,4%; Minas Gerais, com 8,1%; e Rio Grande do Sul, com 4,5%. Os dois únicos tipos de intolerância nos quais o Rio de Janeiro não foi líder de menções foram xenofobia e política, em que São Paulo ficou com a maior quantidade de comentários.
Na pesquisa anterior, foram analisadas 542.781 menções. Entre elas, 97,6% das relacionadas a racismo tinham um teor negativo. Em seguida, vieram as menções negativas relacionadas a deficiência (93,4%).
Outra categorização realizada foi em visíveis ou invisíveis e reais ou abstratas. Na primeira análise, os comentários foram classificados como visíveis, quando a discriminação era explícita e direta, ou invisíveis, quando esse preconceito era mais velado, muitas vezes sem a intenção de ofender, ainda que fossem intolerantes. Nesse quesito, a maior parte das menções foi visível, ou seja, explícita, com 78,4% do total, enquanto os comentários invisíveis, com um preconceito velado, registraram 21,6%.
Para ter uma ideia, na pesquisa anterior 76% das menções sobre deficiência eram visíveis, ou seja, aquela que discrimina direta e explicitamente uma pessoa ou grupo de pessoas. E 24%, invisíveis, que é quando a discriminação aparece velada em algum comentário ou comportamento.
O crescimento das redes sociais nos últimos anos tornou mais evidente o problema da intolerância. De acordo com dados da ONG Safernet, apenas entre os anos de 2010 e 2013, aumentou em mais de 200% o número de denúncias contra páginas que divulgaram conteúdos racistas, misóginos, homofóbicos, xenofóbicos, neonazistas, de intolerância religiosa, entre outras formas de discriminação contra minorias em geral.
O relatório mostra que o mundo virtual se transformou em mais um meio disponível e muito acessível para que os intolerantes se manifestem, às vezes até mesmo incentivando a expressão desses preconceitos. Isso porque se a internet não criou a intolerância, ela a reproduz, aumenta seu alcance e ajuda a naturalizar e a conservar discursos de ódio.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/inde27062011.htm

Aula 13/2018 - Um país sem memória




TEXTO 1 – Fato motivador - Luzia: a vítima mais preciosa do incêndio no Museu Nacional
Entre 11 mil e 8 mil anos atrás, as grutas de pedra calcária que se espalham pela região do atual município de Lagoa Santa, a cerca de 50 quilômetros de Belo Horizonte, eram frequentadas por uma gente muito especial. A mais famosa representante desse grupo é a mulher apelidada de Luzia, cujo crânio foi descoberto na década de 1970 e que é considerada o mais antigo habitante do continente americano. O fóssil foi consumido pelas chamas que tomaram o Museu Nacional na noite de ontem. “A gente não vai ter mais Luzia. Ela morreu no incêndio”, disse Kátia Bogéa, presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan, ao jornal O Estado de S. Paulo.
Trata-se de uma perda descomunal, pois, para os pesquisadores brasileiros que estudam Luzia e sua “família”, não restam dúvidas: eles eram representantes de um povo ancestral que chegou à América do Sul antes dos antepassados dos índios atuais.
As pistas sobre as características únicas desses “paleoíndios” de Lagoa Santa, como são conhecidos, estão em seus crânios, dezenas dos quais já foram encontrados no município mineiro. A análise detalhada do formato da cabeça de Luzia e companhia e sua comparação com os crânios de outros povos do mundo inteiro sugerem que eles são muito mais parecidos com os de aborígenes australianos, de habitantes da Melanésia e mesmo com os dos africanos modernos. Seriam negros, portanto. Por outro lado, os indígenas brasileiros de hoje são geneticamente bem mais próximos dos povos do nordeste da Ásia, como os grupos nativos da Sibéria.
Isso significa que os primeiros seres humanos a caminhar por aqui se aventuraram numa jornada épica pelo mar, atravessando o Atlântico (se vindos da África) ou o Pacífico (se saídos da Austrália)? Provavelmente não, afirmam os cientistas que defendem o caráter único do povo de Luzia. O mais provável, segundo essa corrente, é que os paleoíndios de Lagoa Santa sejam descendentes de populações que compartilhavam ancestrais comuns com os aborígenes da Austrália, mas que acabaram migrando rumo ao norte da Ásia e chegando ao continente americano pelo estreito de Bering. Só depois de se espalharem pelas Américas é que eles teriam chegado a Lagoa Santa.

TEXTO 2– Um país sem memória comete os mesmos erros
Fernando Collor, Renan Calheiros e Dilma Rousseff durante cerimônia de chegada a Brasília dos restos mortais do presidente João Goulart, em novembro de 2013.

Um extraterrestre que estudasse a história recente do Brasil não entenderia a foto dos senadores Lindbergh Farias e Fernando Collor juntos e sorrindo. Tampouco a dos prefeitos Fernando Haddad e Paulo Maluf também juntos e se abraçando. Mas se estudasse a mente do brasileiro descobriria que o espaço reservado para a memória é reduzido e ele(a) só percebe o que está acontecendo agora ou no máximo ontem. O que ocorreu semana passada? Só consultando a agenda. Os sete a um a favor da Alemanha? Um passado bem distante já desindexado em nossa memória. Alguém prometendo que não mexeria nos direitos trabalhistas nem que a vaca tossisse? Quem foi mesmo?
Como a memória é curta, esquecemos, relevamos e não aprendemos com o passado.
TEXTO 3– Incêndio do Museu Nacional é vitória da intolerância e morte do conhecimento
Na noite de domingo, 2 de setembro, na Quinta da Boa Vista, o cenário era de perplexidade diante da dimensão catastrófica do incêndio do Museu Nacional. A polícia tentava barrar pessoas indignadas que vinham oferecer seus braços para remediar a tragédia, alguns professores, estudantes e funcionários montaram vigília e estavam lá estarrecidos ao verem seus trabalhos de vida ardendo em chamas.
Bombeiros chegavam impotentes. Poucos jatos de agua cortavam a fumaça caindo nas brasas, numa falta evidente de planejamento para uma tragédia dessa dimensão que poderia ocorrer – descaso não dos bombeiros que estavam lá trabalhando, mas daqueles que construíram de forma objetiva a “falta de condições”.
As chamas cresciam, e dava para ver voar pela força do vapor matérias físicas, misturadas com a fumaça: não deixava de pensar o que estava sendo destruído ali, uma tese, uma dissertação, uma flauta indígena, um cocar, uma planta rara coletada há 200 anos? Na vigília, era terrível ver as expressões de sofrimento de quem tinha em mente exatamente o que estava sendo consumido.
Os primeiros andares estavam em brasa fumegante, a torre esquerda queimando incessantemente com chamas fortes saindo pelas janelas, quando pouco depois explodiu em chamas ainda maiores a torre direita. O fogo se alastrava rápido. A pouca água que jorrava da mangueira de um caminhão dos bombeiros era um fio inofensivo nesse cenário. E eram poucos caminhões, poucos bombeiros, poucos recursos diante de uma catástrofe gigantesca.
No ar, um misto de tristeza profunda e revolta. Raiva, indignação. Alguns estudantes e pesquisadores ali na frente do Museu, ora choravam, ora expressavam raiva pura diante desse crime premeditado: o incêndio é um crime contra a história do Brasil, contra a luta por direitos, contra a ciência que poderia produzir um conhecimento para uma vida melhor, ajudar a combater as mudanças climáticas, a mudar nosso modo de se relacionar com o planeta e a deixar o mundo habitável para as futuras gerações, e menos desigual, menos injusto. Um epistemicídio anunciado, que caminha ao lado do genocídio em marcha. Um projeto de país que se funda na destruição.
O fogo no Museu Nacional é uma das maiores tragédias da humanidade - sim, muito além do Brasil -, é como a queima da Biblioteca de Alexandria da história do Brasil, da história da fauna, da flora, da história dos povos indígenas, da colonização... É uma destruição de memórias, de livros, de peças, de artefatos, de áudios, de imagens, de fósseis que sobreviveram a milhares de anos, de vidas inteiras dedicadas a pesquisa, de conhecimento acumulado para a humanidade, um acervo imprescindível para as futuras gerações. Mataram o conhecimento e, nesse sentido, provocaram um epistemicídio.
Ainda que não exista até o momento a determinação das causas do incêndio, certamente as condições para que ele ocorresse de forma tão devastadoras é sim um crime. E ao mesmo tempo, reflexo do País que nos tornamos, um país bruto, insensível, ignorante, desigual, autoritário.
Agora, o governo anuncia postumamente que havia fechado um acordo com o BNDES de cerca de 20 milhões de reais para a infraestrutura básica — enquanto isso, ali do lado do Museu Nacional, era transtornador ver o Estádio do Maracanã que recebeu mais de um bilhão poucos anos atrás. Há um descompasso tremendo.
E não foram apenas peças do acervo do Museu Nacional que foram corroídas: havia milhares de peças de outros museus e centros de pesquisas, como, por exemplo, cabeças esculpidas pelo povo mundurucu, que pertenciam ao Museu Paraense Emílio Goeldi e haviam sido emprestadas para uma exposição há cerca de cem anos. Era um museu verdadeiramente nacional.



TEXTO 4– “Um povo sem memória é um povo sem história”
A frase que intitula este texto é muito usada por professores para dar aquele “puxão de orelhas” nos alunos que desconhecem, por absoluta falta de incentivo, ou de interesse, a história do país. E este é um assunto preocupante, porque hoje em dia estamos perdendo a referência do que é o Brasil. Há uma legião de jovens brasileiros, nascidos nas décadas de 80 e 90, totalmente desinformados sobre os fatos que, anos atrás, ocorreram em terras tupiniquins.
Por exemplo, conversando com colegas dias desses, me assustei ao saber que poucos deles sabiam da existência de uma ditadura civil-militar que governou o país por mais de duas décadas. E o pior, me horrorizei ao descobrir que muitos desconheciam o nome do primeiro presidente a sofrer um processo de impeachment (cassação/impugnação do mandato). E isso foi em 1992; fez 20 anos! Além disso, os nomes que sucederam Fernando Collor na Presidência da República (Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso), não soaram familiares aos ouvidos dos participantes da conversa.
Mas eles são culpados por não conhecerem os ex-presidentes ou o regime que governou o Brasil de 1964 à 1985? Eu os isento, em parte, desta culpa. Se Jean-Jacques Rousseau já dizia há séculos atrás que o ser humano é fruto do meio em que ele vive, o “meio” em que vivemos hoje é propício à alienação e a apatia dos seus membros. Diferentemente dos nossos pais, avós, bisavós; a cultura do instantâneo, do desapego, é a tendência da atualidade. Seja ela nas preferências musicais, nos relacionamentos… E porque não seria na memória histórica? Esse é um dos “Xis” da questão. Somos bombardeados diariamente com milhares de informações de todos os tipos, plataformas, e, no entanto, absorvemos o mínimo deste conteúdo ao qual somos expostos.
Outra possível resposta está na educação. Sim, a da escola. Aquela de base que, infelizmente, é precária no país. Desde a infância aprendemos o método da “decoreba”. Está tática, além de ser esquecida com o tempo, disfarça o aprendizado e o torna desinteressante e desestimulante. E isso se reflete na fase adulta, potencializada pela política educacional de formar profissionais extremamente técnicos, mas com dificuldades de raciocinar sobre os problemas sociais existentes nos país, fruto de processos históricos passados.
Diante deste cenário ficam as perguntas: A falta de interesse beneficia a quem? Para onde vamos sem não há um referencial? As respostas para essas perguntas devem ser debatidas pela sociedade, e não somente por meia dúzia de parlamentares (sei que é o dever deles, já que são eleitos pelo povo), ou oligopólios de comunicação. É muito bonito ver um político bater no peito e dizer que o Brasil de hoje é democrático. Politicamente pode ser que sim, mas estamos muito longe de viver uma democracia social. Igualdade esta que muitos brasileiros lutaram para conseguir, e, infelizmente morreram no caminho. Para sermos Nação forte no futuro, precisamos necessariamente entender o nosso passado.

TEXTO 5 – Em 2017, mais brasileiros foram ao Louvre, em Paris, do que ao Museu Nacional
O Museu Nacional registrou 192 mil visitantes em 2017, segundo informou a assessoria de imprensa da instituição à BBC News Brasil.
No mesmo período, 289 mil brasileiros passaram pelo Louvre, em Paris, na França, uma das principais instituições de arte do mundo, segundo registros do próprio museu.
O Louvre teve um aumento de 82% do número de visitantes do Brasil no ano passado em relação a 2016. Foi o segundo maior crescimento de público de um determinado país - os russos lideram com 92%.
O museu foi fundado em 6 de agosto de 1818 por Dom João 6º e é o mais antigo do país - havia acabado de completar 200 anos.
Também era uma importante instituição científica, administrada atualmente pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Tinha um dos mais ricos acervos de antropologia e história natural da América Latina, com mais de 20 milhões de itens.
Muitos deles eram exemplares únicos, como fósseis humanos e de dinossauros, múmias e utensílios de civilizações antigas.
Os 192 mil visitantes que o Museu Nacioanal teve em 2017 significaram um aumento de 60% em relação ao ano anterior, quando 120 mil pessoas passaram por ali.
A título de comparação, o Museu Imperial, em Petrópolis, recebeu 400 mil visitantes no ano passado, mais que o dobro.
"O acervo era confuso e pouco didático, entregue aos maus cuidados de funcionários e curadores burocráticos, sem inspiração e entusiasmo. Nunca foi, de fato, um museu bem amado."



TEXTO 6 – Estão querendo transformar o Museu Nacional, de 2018, no Reichstag alemão de 1933
Por: Reinaldo Azevedo
É claro que é preciso investigar se o desastre no Museu Nacional não foi criminoso. E é claro que é preciso tomar cuidado com teorias conspiratórias. Não estamos, não ainda, na Alemanha de 1933, e o museu não é o nosso Reichstag. E o Rio não é Berlim. Tanto a extrema-direita e seus militantes das cervejarias do meretrício intelectual como a extrema-esquerda e sua hipocrisia militante deveriam ter um pouco de pudor. Mas não têm. Ou não seriam quem são.
Sim, claro! Fogo e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) têm, nos últimos dois anos, uma intimidade que é digna de nota. No dia 3 de outubro de 2016, um incêndio de grandes proporções atingiu o oitavo andar do prédio da reitoria da universidade na Ilha do Fundão. No dia 16 de maio de 2017, outro, desta feita no campus da Praia Vermelha. O fogo, que começou na capela do Palácio Universitário, se estendeu para o Fórum de Ciência e Cultura e a Faculdade de Educação. Pouco tempo depois, no dia 2 de agosto de 2017, mais chamas, aí nos alojamentos, também na Ilha do Fundão. Agora. o desastre dos desastres no Museu Nacional. Também ele está sob a gestão da UFRJ.
Digamos que tudo o que as esquerdas estão a propagar nos alto-falantes das redes sociais fosse verdade e que, como afirmaram Manuela D’Ávila e Gleisi Hoffmann, a culpa recaísse sobre os ombros largos do governo, como é mesmo?, “golpista” de Temer. Ainda assim, cabe a pergunta: seria a única instituição a sofrer em razão do chamado “teto de gastos”? E as outras centenas de instituições federais, então, submetidas às mesmas dificuldades? Ignorar que há um problema, quando menos, de gestão na instituição é fazer o jogo do contente.
O prédio estava num estado lamentável. Obviamente, a deterioração não é fruto dos dois anos de governo Temer. Na verdade, essa gestão tomou as providências para tirar o museu do atoleiro. Mas o fogo veio antes. Em junho, por ocasião da celebração dos 200 anos do museu, celebrou-se um contrato com o BNDES, que prevê o repasse de R$ 21 milhões para a instituição. A primeira parcela, de R$ 3 milhões, seria — ou será vamos ver — liberada no mês que vem.
As redes sociais, como sempre, estimuladas por pistoleiros dos dois lados, recende a moralismo putrefato e de fachada e caça às bruxas. Sim, é verdade: o reitor da UFRJ, o sr. Roberto Leher, é filiado ao PSOL. Sua vice, Denise Fernandes Lopez, também pertence ao partido. Outros membros da cúpula da UFRJ são ligados à legenda. A informação circula freneticamente por aí. Muito bem! Isso quer dizer o quê? Será que o PSOL sai incendiando as coisas para jogar a culpa no governo Temer? Por que não pode ser o contrário?  A extrema-direita poria fogo em bens públicos sob a gestão do PSOL para culpar a esquerda?
Na Alemanha de fevereiro de 1933, os nazistas ganharam a narrativa. A culpa recaiu sobre um grupo de militantes comunistas estrangeiros. Hitler chegara ao poder no dia 30 de janeiro, havia menos de um mês. De tal sorte o incêndio do Parlamento servia à causa nazista que se levantou a suspeita óbvia: eles próprios haviam provocado a tragédia para preparar o caminho do golpe. Até hoje, não há nada de conclusivo a respeito.
Fonte:     http://www3.redetv.uol.com.br/blog/reinaldo/estao-querendo-transformar-o-museu-nacional-de-2018-no-reichstag-alemao-de-1933-idiotias-opostas-se-combinam-na-esgotosfera-militante/

Aula 12/2018 - Movimentos Migratórios




TEXTO 1 – Comitê para Migrações repudia agressões a venezuelanos
O Comitê para Migrações de Roraima (Comirr) emitiu nota nesta segunda-feira (20) repudiando os atos violentos ocorridos em Pacaraima no último sábado (18). A rede de instituições da sociedade civil que trabalha na assistência a estrangeiros defendeu a dignidade, o direito de acolhida dos imigrantes e a humanização das medidas adotadas pelas autoridades.
“Em consonância com a Defensoria Pública da União, entendemos que a prática desses atos violentos contra cidadãos estrangeiros em vulnerabilidade, além de serem tipificados na legislação penal nacional, ocasionam o consequente retorno forçado ao país do qual saíram pela grave e generalizada violação de direitos humanos”, diz a nota.
No sábado, um grupo de brasileiros de Pacaraima agrediu refugiados venezuelanos com paus e pedras, depois que um comerciante local foi assaltado, supostamente por um imigrante venezuelano. Na confusão, foi ateado fogo nos pertences e acampamentos montados provisoriamente para venezuelanos.
O Comitê considera tímida a resposta do governo federal à crise com o programa de interiorização e criticou as tentativas de fechamento da fronteira pelo governo de Roraima. Para o Comitê, os pedidos para restringir a circulação dos imigrantes “alimenta o discurso xenofóbico de parte da população local” e contribui para “o acirramento da tensão social e disseminação de discursos de ódio”.
O Comirr ainda qualifica como irresponsável, populista e inconstitucional a forma como autoridades de diferentes níveis da federação têm atuado na adoção de medidas que acabam disseminando discriminação. A entidade reitera a defesa do Estado Democrático de Direito e afirmou que espera que o Ministério Público fiscalize o fato o mais rápido possível e que governo federal priorize o reforço dos serviços públicos e de interiorização dos imigrantes.

TEXTO 2– Venezuela, inflação bolivariana
Quem apresentou o resumo mais recente e ilustrativo da tragédia venezuelana foi o Fundo Monetário Internacional (FMI): o país não encerrará 2018 com uma inflação de 13 mil por cento, como se previa em abril, mas sim de 1 milhão por cento.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (23/07), pouco depois de a oposição tachar de traumático e inútil o processo de reconversão monetária programado para 4 de agosto pelo governo de Nicolás Maduro. Eliminar cinco zeros da moeda nacional, o bolívar, não dará fim à hiperinflação, se o regime não mudar o paradigma econômico que a propicia.
Em 2008, o antecessor de Maduro, Hugo Chávez, aprovou uma reconversão monetária, cortando três zeros do bolívar, a fim de facilitar as transações cotidianas para a população. Uma década atrás, contudo, a inflação era de 30%.
Agora, o homem forte em Caracas pretende fazer o mesmo no ápice da desvalorização, com o dólar valendo 3,5 milhões de bolívares no mercado negro; com escassez de divisas para financiar a impressão e entrega das cédulas (estima-se que a empreitada custe em torno de 300 milhões de dólares); e sem um plano anti-inflacionário. Um esforço em vão.
Assim como a inflação incontrolável, todos esses problemas são sequelas diretas ou indiretas dos desequilíbrios acarretados pelo modelo econômico chavista. O oficialismo se esquiva da própria responsabilidade ao insistir que sua incapacidade de atender às demandas da população se deve a conspirações do empresariado. Este supostamente deixaria de produzir os bens e os armazenaria para especular com os preços, a fim de fomentar o contrabando de combustíveis e agravar a inflação.
O governo mente quando atribui a atual crise à queda de preços do petróleo: a escassez de alimentos e remédios, que já se registrava com o barril a 100 dólares, não acontece em nenhum outro país exportador do combustível fóssil. Maduro alega que as sanções internacionais impostas a funcionários chavistas – acusados de corrupção em grande escala e violações dos direitos humanos – são a causa dos apertos de que os venezuelanos padecem.
Contudo, a verdadeira origem das calamidades que castigam a nação com as maiores reservas comprovadas de petróleo cru está no disparatado dogma econômico de Chávez, o qual Maduro perpetua.
TEXTO 3– A crise dos imigrantes: cenários na Europa e no Brasil
Um dos assuntos mais discutidos nos jornais durante as últimas semanas tem sido a questão dos imigrantes na Europa. Esse debate envolve problemas éticos, sociais, humanos, até mesmo econômicos.
A crise migratória
Todos os anos, milhares de pessoas fogem de seus países para escapar de cenários extremos – como guerras, fome e repressão. Em geral, o principal destino destes imigrantes são os países da Europa. Os motivos são a proximidade geográfica, e também uma visão de que a qualidade de vida na Europa é a melhor do mundo.
Origens mais comuns
Na crise atual, a maioria dos imigrantes vêm da Síria, Afeganistão, Iraque, Líbia e Eritréia. Estes países, localizados na região do Oriente Médio, sofrem com conflitos armados (internos ou externos) há muitos anos.
Destinos mais comuns
Entre os muitos países da Europa, alguns são os “preferidos” dos imigrantes. Alemanha, Inglaterra, França, Itália e Grécia recebem a maior quantidade de clandestinos. A Líbia, por exemplo, está em crise política desde a Primavera Árabe em 2011. O Iraque passa por uma disputa entre sunitas e xiitas desde 2003, quando Saddam Hussein foi executado.
Problemas da Imigração Ilegal
A imigração é, na maioria, dos casos ilegal. Esse cenário implica em problemas sérios para os dois lados – tanto para os imigrantes quanto para os países que os recebem.
Os refugiados pagam altos valores pela travessia clandestina, e muitas vezes morrem pelo caminho ou são deportados ao chegar. É uma tentativa de obter uma vida melhor, porém sem garantia nenhuma de sucesso.
Ao chegar ao país desejado, não têm nenhuma estrutura de suporte – financeiro e passam por situações de humilhação e segregação social. Em geral, precisam aceitar trabalhos degradantes para sobreviver. Não têm direito nenhum à assistência do governo em educação, saúde ou segurança, pois não são considerados cidadãos do país.
Alguns dos países que recebem essas massas de imigrantes enfrentam sérias crises econômicas. É claro que a imigração não é a causa primária, porém, ela colabora para que a economia fragilizada (que já não consegue prover nem mesmo as necessidades da população legalizada) entre em colapso. Falta trabalho, a renda e a qualidade de vida começam a cair. E os cidadãos culpam os imigrantes, com argumentos de que estes ocupam seus empregos e não pagam impostos. E, assim, aos poucos, vai se alimentando ainda mais o sentimento xenofóbico.
A situação no Brasil
Na verdade, o Brasil ainda é considerado um país atrasado e, por esse motivo, não é atraente para imigrantes (legais ou ilegais). Além disso, também é um dos países que impõem mais dificuldades para os imigrantes – tanto em termos de burocracia quanto em termos culturais.
O resultado é que, enquanto a média internacional de imigrantes é de 3% em relação à população total de cada país, no Brasil essa média cai para 0.3%. Em outras palavras, dos 200 milhões de pessoas que vivem no Brasil, apenas uns 600 mil são estrangeiros.
Atualmente, os legisladores estão trabalhando em modernizar as leis de imigração – por exemplo, com a Lei da Cidadania e a nova Lei de Estrangeiros. Mesmo assim, ainda há muitos entraves para quem deseja se estabelecer no Brasil – por exemplo, a exigência de revalidação dos diplomas. Hoje em dia, os diplomas de muitas entidades internacionais não são aceitos e é preciso que sejam revalidados por universidades brasileiras.
Portanto, o Brasil está muito longe de vivenciar uma crise de imigração. Na verdade, em nosso país o Governo está justamente trabalhando no sentido oposto: em transformar o país em um lugar atrativo para os estrangeiros. O foco, é claro, são os imigrantes legais.



TEXTO 4– Fluxo migratório de venezuelanos é idêntico ao do Mediterrâneo, diz OIM
O fluxo de migrantes venezuelanos em direção às cidades colombianas e brasileiras já se assemelha ao fluxo mensal de migrantes que cruzaram o mar Mediterrâneo em direção às ilhas italianas no auge da crise. O alerta é de Joel Millman, porta-voz da Organização Internacional de Migrações (OIM). “Fomos informados de um fluxo de 40 mil pessoas por mês cruzando a fronteira para a Colômbia”, disse. “Isso é quase o equivalente ao que vimos no auge da crise na Europa, em 2015, no sul da Itália”, explicou. “Trata-se de uma emergência diferente”, armou Millman.“Acompanhamos de perto a situação com atenção”, disse o porta-voz da OIM.
Dados sociais da organização revelam que a Itália, uma das principais portas para a Europa, recebeu 155 mil estrangeiros em 2015 e 181 mil em 2016. Praticamente todos eles partiram de portos líbios ou da Tunísia. No auge da crise de refugiados, a passagem entre a Turquia e a Grécia chegou a registrar cerca de 1 milhão de pessoas. Mas a rota foi fechada por um acordo entre a Europa e o governo de Ancara. Em 2017, a OIM estima que 186 mil pessoas entraram no continente europeu pelas rotas marítimas, principalmente pela Itália.
No caso sul-americano, os dados da entidade Migración Colômbia apontam que 470 mil venezuelanos entraram no país vizinho em 2017. Ao final do ano passado, existiam cerca de 202 mil cidadãos venezuelanos vivendo de forma irregular na Colômbia. “Em alguns dos meses, já vemos um fluxo maior de venezuelanos para a Colômbia que o total mensal que a Itália recebe do norte da África”, aponta Millman.
Existem, porém, duas classificações no que se refere ao fluxo de pessoas. Aqueles que consideram que estão fugindo de perseguição ou repressão, podem pedir asilo. Um número bem mais elevado, porém, se refere a pessoas que deixam seus países de origem por conta da pobreza, o que não caracterizaria uma condição de refugiado. Nesse caso, são classificados como ‘migrantes econômicos’

TEXTO 5 – O problema não é recente
Deputado de Roraima alerta para situação crítica no estado com a chegada de imigrantes venezuelanos
Deputado de Roraima alerta para situação crítica com a chegada de imigrantes venezuelanos ao estado e sugere o fechamento da fronteira. Uma comissão de ministros do governo federal foi a Roraima nesta quinta-feira (8), onde se encontrou com autoridades na Base Aérea de Boa Vista. Estimativas apontam que cerca de 40 mil venezuelanos moram atualmente em Boa Vista, o que representa 12% da população. Segundo a Polícia Federal, só no ano passado 16 mil imigrantes da Venezuela entraram com pedido de refúgio em Roraima.
Os refugiados chegam ao país principalmente pela cidade fronteiriça de Pacaraima, fugindo da crise desencadeada por fatores como queda do preço do petróleo, alta da inflação e escassez de alimentos.
De acordo com o deputado Remídio Monai (PR-RR) o estado não tem mais condições de receber os refugiados. Ele sugere o fechamento temporário da fronteira, e pede que o governo federal redistribua os refugiados.
"40 mil pessoas, a nível de Brasil, que tem 200 milhões de habitantes, não são praticamente nada, mas quando você coloca 40 - e nós achamos que aqui tem umas 70 mil pessoas numa cidade de 300 mil habitantes - as praças estão tomadas, os hospitais estão tomados, então virou o caos a cidade. Nós propomos ao presidente que ele fechasse a fronteira provisoriamente e buscasse uma solução para esse problema", destacou.
Lei de Migração
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) relatou na Câmara a nova Lei de Migração (13.445/17), que prevê, entre outros pontos, a garantia dos direitos dos migrantes em condição de igualdade com os nacionais. Ele discorda da ideia de fechamento de fronteiras.
"Eu considero um absurdo, eu considero que é uma proposta xenófoba, que deveria ser excluída da mesa. Nós assistimos na Europa alguns países que tentaram fechar as suas fronteiras. Primeiro, que só aumenta a crise, porque você vai ter uma barreira de contenção, vai continuar tendo um fluxo de pessoas para a região de fronteira, vai se criar um ambiente de tensionamento muito forte e na prática isso não vai acontecer", avaliou.
Para Orlando Silva, a solução para o problema precisa ser negociada com países amigos da Venezuela, como Colômbia e Brasil, de forma a garantir os direitos dos migrantes sem sacrificar a população brasileira.



TEXTO 6 – "Esse sentimento de xenofobia já estava ali"
Um dos principais especialistas brasileiros em migrações, o coordenador da cátedra Sergio Vieira de Mello da Universidade Federal de Roraima (UFRR), Gustavo da Frota Simões, explica como o atual aumento da tensão na fronteira já era esperado, diante da resposta lenta do governo brasileiro ao problema e com a recente judicialização do tema.
Como está a situação com o aumento da tensão na fronteira?
O escalonamento dessa onda xenofóbica era algo que, infelizmente, estava previsto. Há uma grande crise na resposta ao fluxo migratório venezuelano. Esse gerenciamento insuficiente tem causado uma série de questões. Algum tempo atrás, o governo do Estado emitiu um decreto inconstitucional pedindo, entre outras coisas, o fechamento de fronteiras. Um juiz da Vara Federal aqui de Roraima concedeu o fechamento, e não durou mais do que 17 horas até que a liminar fosse cassada pelo TRF. Com essas notícias circulando, aumentou muito a insegurança dos imigrantes. Se eram de 300 a 400 pessoas por dia cruzando a fronteira, esse número dobrou. Muitas dessas pessoas não conseguiram ter seus pedidos processados na região da fronteira. Há todo um aparato governamental, do Exército, do Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), de organismos internacionais, para fazer esse processamento dos pedidos. Como não se conseguiu atender a todas essas pessoas, muitas acabaram ficando em moradias improvisadas, em situação de rua, em barracas ao redor da cidade e do centro de triagem em Pacaraima. Toda essa insegurança e o fechamento de fronteiras aumentou o fluxo migratório nas últimas semanas.

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