MATERIAL DA AULA
TEXTO 1 – Fato motivador – 30 anos do acidente
O jovem operário Vladimir Evdochenko estava trabalhando na
usina nuclear de Chernobyl na madrugada do dia 26 de abril de 1986, quando
sentiu um terrível tremor, parecido com um terremoto.
Ele até então não sabia, mas aquele era um dos efeitos da
explosão do reator número 4, cuja temperatura do núcleo ultrapassou os 2.000
graus, o que fez voar pelos ares o teto da usina, de 1.200 toneladas, deixando
escapar para atmosfera uma radiação superior a 500 bombas como a de Hiroshima.
"Eu tinha 33 anos. Como todos os dias, um ônibus me
buscou em minha casa, em Chernobyl, a 18 quilômetros da usina, e me levou ao
meu posto de trabalho com meus dois companheiros, Alexander Agulov e Vladimir
Palkin", contou enquanto mostrava uma foto dos três, um pouco amarelada
pelos efeitos da passagem do tempo.
Estava sendo então realizado um experimento para comprovar a
capacidade do turbo gerador de seguir abastecendo o sistema de refrigeração
caso ocorresse uma interrupção do fornecimento de energia exterior.
TEXTO 2 – Como funciona uma
usina nucelar
No dia do acidente, engenheiros que trabalhavam na usina
nuclear começaram um experimento para saber se o sistema de bombeamento de
refrigeração continuaria funcionando, se usasse a energia gerada pelo reator
funcionando em baixa potência.
Para que esse experimento acontecesse, muitas barras de
controle (veja a imagem ao lado), foram inseridas no núcleo do reator, fazendo
com que a potência caísse rápido demais, o que resultou quase em um apagão
geral.
Isso gerou uma preocupação nos engenheiros, que começaram a
subir as barras de controle para aumentar a potência. A questão é que eles
continuaram subindo barras, pois não estavam conseguindo alcançar a potência
desejada.
Ao mesmo tempo, o sistema de desligamento automático foi
desabilitado, para permitir aos reatores que continuassem trabalhando em
condições de baixa energia. De tanto subirem barras, em algum momento, o nível
de energia alcançou níveis perigosos.
O reator superaqueceu e a água presente nele para
resfriamento, virou vapor. Nesse momento, se acredita que tenham retirado quase
todas as barras de controle, deixando apenas 6. O problema é que para um
funcionamento seguro, era preciso de no mínimo 30 barras.
O botão de emergência foi pressionado e novas barras
começaram a entrar no núcleo do reator, mas como elas entraram por cima, elas
deslocaram o fluido de refrigeração, e concentraram a reatividade no núcleo.
Como a energia estava 100 vezes acima do normal, o
combustível no núcleo começou a explodir, rompendo as barras de combustível.
Duas explosões aconteceram, fazendo com que o teto do reator
rompesse. Com isso, o ar entrou no reator que era lacrado, colocando em chamas
o monóxido de carbono inflamável, causando um incêndio que durou 9 dias.
A maioria dos países que possuem usinas nucleares colocam os
reatores dentro de uma concha de concreto, mas esse não foi o caso de
Chernobyl. O prédio foi severamente destruído e grande quantidade dos restos da
radioatividade escaparam para a atmosfera. Bombeiros escalaram no topo da usina
para tentar conter as chamas, helicópteros jogaram areia no prédio e começaram
a dominar a radioatividade.
Fonte: http://blog.enem.com.br/2016/acidente-de-chernobyl-entenda-o-que-aconteceu-com-a-usina-nuclear/
TEXTO 3 – Por que Hiroshima
e Nagasaki são habitáveis e Chernobyl não?
Há 70 anos, as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki
protagonizaram duas das maiores tragédias mundiais com as bombas lançadas pelos
Estados Unidos, que causaram uma devastação e destruição sem tamanho.
Em Hiroshima, viviam cerca de 350 mil pessoas. Calcula-se que
a bomba que caiu no dia 6 de agosto de 1945 matou por volta de 80 mil. Quase
80% dos edifícios foram destruídos ou sofreram danos irreparáveis.
No entanto, ainda é incerto o número de mortes na cidade em
decorrência das feridas sofridas depois da explosão e dos efeitos da radiação –
estima-se que o número varie entre 90 mil a 166 mil pessoas. Hoje, a cidade tem
um total de 1,17 milhão de habitantes.
Em Nagasaki, viviam cerca de 263 mil pessoas no dia da
explosão nuclear, em 9 de agosto de 1945. Calcula-se que entre 39 mil e 80 mil
pessoas tenham morrido menos de um segundo após a bomba. Atualmente, a
população da cidade é de 450 mil pessoas.
Agora avancemos 41 anos no tempo. Na madrugada de 26 de abril
de 1986, ocorreu o que foi classificado como "pior desastre nuclear da
história". Um dos quatro reatores da planta de Chernobyl, na Ucrânia
(então parte da União Soviética), explodiu e causou um incêndio que liberou
enormes quantidades de partículas radioativas na atmosfera.
Como consequência direta do acidente, morreram 31 pessoas.
Mas as investigações sobre os efeitos da radiação a longo prazo – como câncer –
continuam até hoje. Depois do acidente, foi decretada uma zona de exclusão de
30 km ao redor da planta nuclear, que cobre uma área de aproximadamente 2.600
km² na Ucrânia. Ainda há restos de contaminação radioativa na atmosfera.
Reconstrução e exclusão
Como foi possível, então, que Hiroshima e Nagasaki, que
sofreram explosões nucleares tão devastadoras e com tantas vítimas fatais, se
tornassem cidades prósperas e habitáveis, enquanto Chernobyl virou um lugar
completamente inabitado e assim seguirá por muitos anos?
1. Quantidade de combustível
nuclear
A bomba "Little Boy" (que caiu em Hiroshima)
transportava 63 kg de urânio enriquecido. "Fat Man" (a bomba de Nagasaki)
continha cerca de 6,2 kg de plutônio.
O reator número quatro de Chernobyl tinha 180 toneladas de
combustível nuclear, dos quais 2% (3,6 mil kg) eram urânio puro.
2. Diferenças na reação
nuclear
Na bomba de Hiroshima, a reação aconteceu com 900 gramas de
urânio. Da mesma forma, 900 gramas de plutônio foram submetidas a uma fissão
nuclear em Nagasaki.
Em Chernobyl, porém, cerca de sete toneladas de combustível
nuclear – com enormes quantidades de partículas radioativas – escaparam para a
atmosfera.
3. Localização
As bombas que caíram em Hiroshima e Nagasaki foram detonadas
no ar, centenas de metros acima da superfície da Terra.
Como resultado, os depósitos radioativos se dispersaram como
efeito da nuvem criada pela explosão.
Em Chernobyl, no entanto, o reator quatro se fundiu na
superfície, produzindo uma ativação de nêutrons que fizeram com que a terra se
tornasse radioativa.
"Ainda que funcionem na base dos mesmos princípios, a
detonação de uma bomba atômica e o colapso de uma planta nuclear são processos
muito diferentes", diz o site.
Segundo a publicação, uma bomba atômica está baseada na ideia
de liberar a maior energia possível da reação de uma fissão nuclear no menor
tempo possível.
A ideia é criar o maior dano e devastação possíveis para
anular as forças inimigas.
Assim, os isótopos radioativos que se criam em uma explosão
atômica têm um período de vida relativamente curto.
Mas, como um reator nuclear está desenhado para produzir
energia em um processo de reação lento, isso resulta na criação de materiais de
resíduos nucleares que possuem uma vida mais longa.
Ou seja, a radiação inicial de um acidente nuclear pode ser
muito mais baixa que a de uma bomba, mas seu tempo de vida será muito mais
longo.
TEXTO 4 - Reator destruído em Chernobyl ganhará
'escudo'
Ao lado
do local onde ocorreu o mais grave acidente nuclear da história, em Chernobyl,
está sendo construída a maior estrutura móvel de que se tem notícia. O complexo
de usinas nucleares domina a paisagem desta região do noroeste da Ucrânia há
décadas. Mas a nova construção é ainda mais imponente.
O
objetivo do projeto é fazer um escudo gigante para "tampar" o reator
4, que explodiu em 26 de abril de 1986, em uma tragédia que deixou cerca de 4
mil mortos - algumas na hora, a maioria nos anos seguintes, em consequência da
radiação - e forçou o deslocamento de 135 mil pessoas.
A
radiação na parte superior do reator ainda é muito intensa, e os danos à
estrutura geram temor de que ela ceda, liberando ainda mais material
contaminante.
Uma área
próxima foi esvaziada e descontaminada, para permitir que a estrutura móvel
fosse construída ali, antes de ser colocada sobre o reator. Quando finalizada,
ela pesará 31 mil toneladas, terá tamanho suficiente para acomodar dois Boeings
747 e será quase tão alta quanto catedrais como a de St. Paul, em Londres.
Durante
vários dias, será empurrada até que fique por cima do retor. Daí será selada
TEXTO 5 – Crianças de Chernobyl
Dezesseis
anos depois da explosão de um reator da usina nuclear de Chernobyl, na
Ucrância, o acidente continua causando vítimas.
Um centro
médico montado por Cuba, perto de Havana, segue recebendo crianças ucranianas
que sofrem com doenças provocadas pela radioatividade.
Uma delas
é Vladimir, de 4 anos. Seus pais nem se conheciam em 1986, quando ocorreu o
acidente. "A vida radioativa do Césio-137 é de 70 anos", diz Ester
Martínez, vice-diretora de um hospital pediátrico de Cuba.
Ao longo
desses 16 anos, cerca de 17 mil crianças ucranianas receberam em Cuba
tratamento gratuito para suas doenças.
Yulia
Vogatiriova quer ficar em Havana As crianças vivem em Tarara, em chalés de
frente para o mar. A área é um balneário a 20 km de Havana, que depois da
revolução foi transformado em colônia de férias de escolas primárias.
Na
clínica, milhares de crianças foram tratadas de tumores, leucemia, melanomas e
alopecia. Já foram realizadas centenas de cirurgias, transplantes de medula e tratamentos
prolongados.
Quando
uma cirurgia é necessária, as crianças são levadas a algum dos muitos hospitais
especializados da capital cubana e são atendidas pelos melhores especialistas
do país.
Grigurko
já foi operado quatro vezes "Esta é a minha segunda viagem a Cuba. Já fui
operado quatro vezes nas pernas e nos braços", conta Vladimir Grigurko, de
16 anos. Ele acrescenta que, na Ucrânia, não poderia pagar pelas cirurgias.
Yulia
Vogatiriova terá de voltar a seu país logo. Mas diz que quer retornar a Cuba.
"Meus pais não têm dinheiro para pagar o tratamento, e aqui tenho tudo que
preciso", afirma.
Martínez
assegura que o centro seguirá aberto "Todos os problemas sociais,
familiares, econômicos e de saúde são colocados na mesma sacola, como
conseqüência do desastre nuclear", afirma.
"Cuba
vai continuar prestando essa assistência gratuita", assegura a médica. Ela
diz que o mais prazeroso desse trabalho é "o sorriso das crianças quando
sobem curados no avião que os levará de volta para casa".
Algumas Imagens
Alguns Vídeos
COMO É COBRADO NOS PROCESSOS SELETIVOS
Exercício 1: (PUC-RIO 2007)
A charge apresentada, além de lembrar os tristes acontecimentos ocorridos há vinte anos, após o acidente na usina termonuclear de Chernobyl, na Ucrânia, lembra que seus efeitos ainda estão presentes. Ao que parece, os impactos ambientais no continente europeu continuam a causar preocupação em escala mundial. Das opções a seguir, marque a única que NÃO corresponde a uma preocupação relacionada ao uso e à produção desse tipo de matriz energética.
Exercício 2: (UDESC 2009)
Sobre a produção de energia nuclear no Brasil, assinale a alternativa incorreta.
Exercício 3: (Enem 2014)
A elevação da temperatura das águas de rios, lagos e mares diminui a solubilidade do oxigênio, pondo em risco as diversas formas de vida aquática que dependem desse gás. Se essa elevação de temperatura acontece por meios artificiais, dizemos que existe poluição térmica. As usinas nucleares, pela própria natureza do processo de geração de energia, podem causar esse tipo de poluição.
Que parte do ciclo de geração de energia das usinas nucleares está associada a esse tipo de poluição?