TEXTO 1 – Fato motivador - Cantada na rua pode
virar crime sujeito a multa de R$ 18 mil na França...
O membro mais jovem do governo de
Emmanuel Macron, na França, pode começar uma pequena revolução nas ruas de Paris.
Marlene Schiappa, secretária de Estado para Igualdade de Mulheres e Homens,
promete lutar pela segurança das mulheres e pedir a criminalização de cantadas
e demais assédios sofridos em espaços públicos.
Um grupo de debate sobre o tema já
começou a trablhar nesta terça (19), segundo entrevista de Marlene à TV
francesa. Em
entrevista ao site americano "NPR", Marlene conta que desde cedo
aprendeu a pegar rotas alternativas para fugir dos assovios e abordagens de
meninos, citando, em especial, a insistência em pedir pelos telefones das
mulheres que passavam. Hoje, aos 34 anos, ela diz que esta é uma de suas
prioridades, em nome de sua filha de 10 anos.
Desde 2012, há uma lei que proíbe
assédio em ambientes de trabalho, mas nada citado sobre os famosos
"fiu-fiu" das ruas francesas. O plano de Schiappa é multar os
assediadores em quantia equivalente a 5 mil euros (cerca de R$ 18 mil). Segundo
números do governo, 15% das francesas já sofreram violência sexual em algum
momento de suas vidas.
Além deste tema, Marlene colocou em
pauta a disparidade de salários entre funcionários do sexo feminino e masculino
no país, o fim das propagandas sexistas e anunciou, no último dia 12, que o
governo da França autorizará a reprodução assistida para todas as mulheres,
incluindo homossexuais e solteiras, a partir do ano que vem.
TEXTO 2 – Especialista diz
que 'cantadas de ruas' podem tem efeito devastador
Exposição pode gerar impactos psicológicos como insegurança,
perda de autoestima, depressão, ansiedade e estresse.
As famosas "cantadas de ruas" fazem parte do dia a
dia de grande parte das cidades brasileiras e isso não é novidade. Porém,
Nereida Salette da Silveira, psicóloga e professora da Universidade Campinas,
ressalta que tal comportamento que parece inofensivo pode carregar uma imensa
carga de agressividade.
A psicóloga explica que o assédio de rua, diferentemente de
um flerte, não tem como finalidade iniciar um relacionamento. Nereida diz que o
objetivo cataliza-se no próprio ato e é por isso que é violento.
A especialista frisa que os assédios de rua podem ser
caracterizados de diversas maneiras. Eles vão desde ações verbais ou gestos até
a ações em lugares públicos, direcionados a uma pessoa com base nas relações de
gêneros. O ato se faz por meio de assobios, insultos, palavras de baixo calão,
pedido de número de telefone, agressão sexual, entre outros.
Vale ressaltar que ainda que muitos não reconheçam as
“cantadas de rua”, típicas nos países latinos, como assédio, para a psicóloga o
ato é considerado ilícito.
Alguns países como a Bélgica, também considera a pratica como
um ato ilegal. Outros, como Alemanha, França, Espanha, Noruega, Suécia, embora
não possuam uma legislação específica, possuem medidas severas, caso a vítima
denuncie e diga que foi humilhada ou intimidada.
Algumas pessoas ainda acham que a cantada é inofensiva, mas
estudos mostram que a exposição constante a este tipo de assédio pode ter
diversos impactos psicológicos negativos sobre as mulheres, que incluem uma
sensação persistente de insegurança, perda de autoestima, desenvolvimento de
sintomas de depressão, além de ansiedade e estresse.
Com isso, muitas mulheres se veem privadas de realizar
atividades tidas como naturais e são obrigadas a mudar seus trajetos e
horários.
Nereida salienta ainda que por a cantada ser um comportamento
cultural, mas do que discutir sua criminalização é necessário que se adote
medidas educativas tanto no ambiente familiar, quanto na escola.
TEXTO 3 – Cantada ou assédio? Entenda a diferença e fuja
do debate vazio
A questão está sendo tratada como uma guerra de celebridades
ou como um bate-boca de internet, mas é uma discussão para ser feita de forma
madura, dentro da família, porque afeta ou pode vir a afetar de forma grave
pessoas de quem a gente gosta.
No Globo de Ouro, a grande maioria das atrizes usou roupas
pretas em protesto contra o escândalo que revelou a submissão à perversa
realidade de abusos e assédio sexual na indústria do entretenimento. Houve uma
espécie de resposta assinada por atrizes francesas, preocupadas com a
criminalização da liberdade de aproximação entre duas pessoas, do ato natural
da cantada, que pode ser oportuna ou não, aceita ou não.
Nesse ponto surge o pânico, dele vêm o ódio, a revanche, a
gritaria e todos os outros sentimentos que em nada ajudam na convivência e na
construção de uma sociedade melhor para as futuras gerações.
Há uma linha objetiva e muito clara que divide o ASSÉDIO, um
crime, da CANTADA, uma interação normal entre as pessoas: a VONTADE. Se os dois
querem ou se o não é respeitado, é cantada. Se uma das partes deixa claro que
não quer e a outra não aceita e insiste de forma a perturbar, é assédio.
É mais comum na vida real que seja um homem assediador
aterrorizando a vida de uma mulher, mas há de tudo. Quem não se lembra do filme
Atração Fatal, da década de 90?
Quando uma pessoa não consegue aceitar o não da outra, ou a
negativa de um primeiro avanço romântico ou o ponto final em uma relação e
começa a forçar insistentemente sua presença, de forma desagradável, na vida da
outra pessoa.
O movimento pode escalar para atos piores, como no filme, um
esquema sistemático para desestabilizar, aterrorizar e destruir a pessoa que
disse não aos avanços românticos ou sexuais. Geralmente o autor ou autora opera
nas sombras e mina a credibilidade da vítima pouco a pouco enquanto executa a
vingança.
É comum que esse tipo de monstruosidade, o assédio sexual,
seja minimizado como cantada, paquera ou briguinha cotidiana de relacionamento
em um país onde nem assassinos, traficantes e corruptos são punidos como
deveriam. Juntos, precisamos virar a página.
Não podemos diminuir o sofrimento de vítimas reais de
ASSÉDIO, as que são perseguidas, aterrorizadas, sofrem perdas psicológicas,
morais, pessoais e materiais por dizer não a um avanço ao colocar todo tipo de
manifestação romântica ou sexual no mesmo balaio de uma conduta criminosa.
Igualmente, é profundamente injusto classificar como algo
maléfico ou sequer mal intencionado a tentativa natural de um adulto de
aproximar do outro de forma romântica, seja um flerte, uma cantada, um convite,
ainda que feitos de forma desajeitada, ainda que mal recebidos, desde que não
haja represália, desde que o não seja respeitado.
Todos temos famílias. Nas famílias, há gerações instruímos as
meninas a tomarem cuidados para que não se tornem presas fáceis de predadores
sexuais. É injusto, é quase indecente, mas é necessário e a maioria das
mulheres repassa as instruções às mais novas, protege as amigas.
Só que também não queremos ver nossos irmãos, filhos, tios,
sobrinhos, cunhados sendo acusados injustamente de algo que não fizeram,
carregando o peso do erro e do medo.
A rivalidade entre homens e mulheres não vai acabar com o
assédio. A cultura do medo muito menos. O que vai acabar com o assédio é a
união das pessoas que têm princípios, o acolhimento, a atenção maior aos nossos
jovens, mais diálogo e mais franqueza dentro das famílias.
Que tenhamos a sabedoria de não condenar as próximas gerações
a viver os traumas que não superamos. As lutas só fazem sentido quando a gente
considera que os seres humanos e o mundo podem mudar para melhor.
TEXTO 4 – O que está por
trás da criminalização da cantada masculina
A polêmica da semana na faniquitosfera feminista é por causa
da carta assinada pela francesa Catherine Deneuve e por outras 100 atrizes em
favor do direito dos homens cantarem as mulheres.
Quem conhece um pouquinho da história e das ideias
socialistas sabe que nos grupos, movimentos e partidos de esquerda não existe
uma única gota de preocupação com o bem-estar das pessoas. Existe apenas a
obsessão em submeter todas as relações privadas ao estado.
O esforço em criminalizar a cantada masculina é um claro
exemplo disso.
A estratégia passo a passo:
1 – Destacam casos extremos de assédio como se eles
predominassem em nosso cotidiano.
2 – Fundem todos os incontáveis tipos de assédio num único
tipo de agressão, violenta ou humilhante, onde todas as mulheres ficam
traumatizadas para sempre.
3 – Tentam consolidar bordões do tipo “pelo fim da cultura do
estupro” como se vivêssemos numa sociedade em que o estupro é aceito, como em
certos países árabes.
4 – Por meio de matérias na imprensa e declarações de
artistas, forjam um drama nacional que de fato não existe.
5 – Cobram do governo medidas contra a “cultura do estupro”.
6 – Parlamentares da esquerda apresentam projetos de lei de
regulação do assédio e por pressão da imprensa e do meio artístico são
aprovados.
7 – A esquerda ganha uma nova arma contra seus opositores:
todo homem que for acusado de assédio, além de ser linchado pela imprensa,
pelos artistas e demais grupos socialistas, sofrerá punições judiciais.
Com isso, a obsessão socialista pelo controle terá conseguido
destruir a liberdade de homens e mulheres se relacionarem a partir de seus
próprios julgamentos e decisões, impondo a força da lei sobre o desejo sexual
masculino e enquadrando a mulher como propriedade do estado, já que será ele
avaliará o que é bom ou ruim para ela até no ambiente social.
Uma pergunta: por que o movimento feminista e demais grupos
de esquerda não fazem campanha para que as mulheres aprendam a se defender dos
molestadores e cobrem do governo toda liberdade para isso?
Respondo: porque o movimento socialista não quer uma
sociedade de indivíduos autônomos e que reajam à agressões. O movimento
socialista quer uma sociedade covarde, desarmada e dependente do governo. O
contrário disto é uma sociedade com poder para se voltar contra governos
corruptos e tiranos, que não admite restrições à liberdade e agressões à
propriedade privada. Por isso a esquerda é contra o porte de armas. Por isso a
esquerda odeia os Estados Unidos.
O machismo é a ideia de que a mulher deve se sujeitar ao
homem.
O socialismo é a ideia de que a mulher e o homem devem se
sujeitar ao estado.
Sim, muitos homens cometem abusos contra mulheres, mas grande
maioria só o faz porque confiam que elas não reagirão.
Para ilustrar essa questão, recomendo o filme Cairo 678, que
retrata o caso de três mulheres vítimas de assédio sexual na capital do Egito.
Uma delas recorreu à política para tentar conter a cultura do estupro que, em
grande parte do mundo muçulmano, é uma realidade. A outra tentou recorrer à
família. Nenhuma delas obteve sucesso.
Quem conseguiu reverter a situação foi a mulher mais pobre
que resolveu apunhalar os homens que se esfregavam nela nos ônibus. Os casos
foram repercutidos pela imprensa, motivando outras mulheres a fazer o mesmo.
Resultado: os assédios acabaram porque os homens passaram a
temer a reação das mulheres.
Isso sim seria um “empoderamento” legítimo, bem diferente dos
faniquitos diários das feministas que se dedicam a pedir que o governo regule
as relações entre homens e mulheres.
Existem mil formas de assédio. Cada mulher reage de maneira
diferente a cada uma delas. Algumas gostam de ser assediadas. Outras não.
Alguns homens puxam as mulheres pelos braços nas festas e se esfregam nelas nos
ônibus. A grande maioria não. Ou seja: estão tentando criminalizar todos os homens
e fazendo-os pagar pelos atos de uma pequena minoria para consolidar a
narrativa de que “todo homem é um potencial estuprador”.
O fato é que homens são apenas criaturas rudes. Não sabem o
que cada mulher quer ouvir e se ela está ou não receptiva a uma investida mais
direta. Por isto, muitas vezes falam besteira e agem de forma inadequada.
Mulheres e homens têm sensibilidades diferentes, mas não
serão leis ou faniquitos midiáticos que mudarão isso.
A generalização do assédio, convertendo todos os casos em
“crimes contra a mulher”, não é apenas uma forma de concentrar ainda mais poder
no estado, mas também de retirar das relações humanas uma de suas
características: o esforço diário dos homens em atrair a atenção das mulheres.
Outra pergunta: quantas mulheres querem viver num mundo onde
homens tenham medo de manifestar interesse por elas? Creio que poucas. A grande
maioria quer apenas que eles se expressem melhor e se comportem de maneira
adequada. Então, em vez de repercutir os faniquitos da minoria, as mulheres
devem criar formas de serem respeitadas e de reagir às agressões.
Espero que todas as mulheres reajam com firmeza contra todos
que julgarem inconvenientes e agressivos, mas que jamais concedam ao estado o
poder de legislar as relações entre elas e os homens porque será o fim da frase
que parte delas adora repetir: “meu corpo, minhas regras”.
Tens suas regras? Ok. Faça você mesma com que os homens as
cumpram.
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