Você provavelmente já ouviu falar
da morte de Cecil, um adorado leão do Zimbábue, causada por um dentista
americano. Walter Palmer teria pagado US$55 mil dólares para que caçadores
atraíssem Cecil para fora da área protegida do Parque Nacional de Hwange e,
então, após uma caçada de 40 horas teria matado o animal. De acordo com o NY
Times, Walter planejava empalhar a cabeça de Cecil e colocá-la como objeto de
decoração em sua casa.
O dentista, alvo de protestos, se
defendeu, afirmando que não sabia que matar o leão era ilegal. Mesmo assim, o
governo do Zimbábue pediu a extradição do americano, alegando que ele deve ser
julgado no país.
O caso, que nós acompanhamos aqui
na GALILEU, levantou uma reação em comum em boa parte de nossos leitores: a
incredulidade. O que leva alguém a sair do seu país com o objetivo de matar uma
criatura como Cecil por esporte? Mesmo que caçá-lo fosse legal (o que,
ressaltamos, não é), por que alguém faria isso? Lembramos que o leão não é a
primeira criatura morta por Palmer: ele é membro do Safari Club International,
uma organização sem fins lucrativos que luta pelos 'direitos dos caçadores'. No
site da organização, estão listadas 43 caçadas de Palmer - uma delas inclui a
morte de um urso polar. Por que? O que motiva Palmer e seus colegas a gastar
tanto dinheiro para matar um animal?
De acordo com a socióloga da
Universidade de Windsor, Amy Fitzgerald, a resposta tem a ver com uma
demonstração de poder e prestígio. Em 2003, ela e uma colega publicaram uma
pesquisa no periódico Visual Studies em que analisaram 792 fotos de caçadores
com suas caças publicadas em revistas de caça populares. A maior parte das
fotos mostrava o domínio do caçador sobre o animal, normalmente o humano era
fotografado sentado sobre os animais ou os segurando, demonstrando a dinâmica
de poder envolvida na situação. E, claro, nas imagens o animal estava
'arrumado' - o sangue era limpado e as feridas eram escondidas da visão, para
que o bicho parecesse vivo. Então os caçadores são retratados como heróis que
dominaram os animais.
Mas é apenas uma mostra de um
poder que, na verdade, não existe na questão da caça, na forma física. Na
antiguidade, leões eram capturados e soltos em uma pequena área para que reis
pudessem matá-los. Mas a caça, em si, havia sido feita por outros homens que
não apareciam nos registros. Da mesma forma, especialistas de Zimbábue
trouxeram Cecil para fora do parque em que estava protegido e o colocaram em
uma área para o abate por um homem capaz de pagar pelo serviço. Quem aparece na
foto? Palmer, o homem com o dinheiro e o poder. Ou seja, a caçada continua uma
forma com que homens ricos mostram a sua influência.
O antropólogo Michael Gurven, da
Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, estuda tribos de caçadores e
coletores na Amazônia e nota a gritante diferença entre o caso de Cecil e as
situações em que alguém precisa matar um animal para garantir uma refeição.
"Entra a questão do consumo. Estudo pessoas que matam animais porque não
tem escolha, para se alimentar. E aí vem alguém e paga US$55 mil dólares pela
oportunidade de se colocar em uma situação de risco e matar um leão".
Sim, Palmer pagou para sentir a
adrenalina. Mas a parte do consumo certamente falou mais alto. Cecil era um
alvo relativamente fácil. Ele era acostumado a andar perto de humanos, então
não teria a reação de um leão comum da savana. A adrenalina pode ter vindo do
fato de ser uma caça ilegal. Como, afinal, o dentista levaria a carcaça de
Cecil para casa, para colocar a sua cabeça em uma parede? Ter a cabeça lá seria
um outro sinal de influência, muito além do poder da caça, mas do poder do
dinheiro do americano. Ele pagou para ter a foto. Provavelmente estava
preparado para pagar mais para demonstrar seu poder ao pendurar a cabeça de um
leão na parede.
Caçadores muitas vezes se enganam
ou se deixam enganar por pessoas que dizem que o dinheiro investido na caça é
revertido para fundos de preservação da natureza. O Science of Us aponta que os
caçadores vêem na caça uma forma de se integrar à natureza, uma forma de
aproveitar a sua beleza. Mas críticos (e nós) vemos uma forma de ressaltar uma
relação de poder por meio do consumo.
FONTE: http://revistagalileu.globo.com/Sociedade/noticia/2015/07/o-que-motiva-alguem-cacar-um-animal-por-esporte.html
MATERIAL DA AULA
TEXTO 1 – TAILÂNDIA DESTRÓI DUAS TONELADAS DE MARFIM
CONTRABANDEADO
A Tailândia destruiu, quarta-feira, mais de duas toneladas de
marfim, num gesto visto como uma vitória para os grupos de defesa dos direitos
dos animais que lutam para a defesa e proteção de espécies protegidas. O marfim
destruído foi então levado para um segundo local de onde, depois de misturado
com resíduos industriais, foi incinerado para assegurar a sua completa
destruição. As autoridades moçambicanas tomaram, em Julho último, a decisão de
incineraram mais de 2,4 toneladas de marfim e cornos de rinoceronte, gesto
destinado a espelhar a determinação do governo no combate à caça furtiva no
país. Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), cerca de 30 mil elefantes
africanos são caçados e abatidos todos os anos para a retirada do marfim,
destinado a fins comerciais.
Na sequência da crescente preocupação mundial com o abate das
espécies, coube a Bangkok a responsabilidade de destruir as suas quantidades de
marfim, como demonstração de vontade de subscrever a proibição do comércio e
distanciar-se do marfim apreendido.“O apoio da Tailândia a auditoria
independente antes de destruir de marfim é um passo vital para demonstrar o seu
compromisso global visando resolver a questão de marfim ilegal no país e parar
o crime contra a fauna bravia”, disse Scanlon, apontando que mais de 44 mil
tailandeses registaram mais de 220 toneladas de marfim dentro do prazo em 21 de
Abril.
A Tailândia é um destino de topo para o contrabando de marfim
africano na Ásia e está sob crescente pressão para acabar com o comércio.
TEXTO 2 – O leão Cecil
A polícia do Zimbabwe está à procura de um dentista
norte-americano, do Minnesota, no âmbito da investigação da morte do leão
Cecil. As autoridades acreditam que Walter Palmer matou o animal e este pode
agora enfrentar a acusação de caça ilegal. A morte de Cecil, um leão que posava
para as fotos e que era uma celebridade entre locais e participantes de safaris
na região de Hwange, no Zimbabwe, chocou o mundo e chamou a atenção para as
caçadas legais.
Embora o leão tenha sido morto fora da zona de reserva, numa
caçada organizada por uma entidade autorizada, muitos questionam a legalidade
do ato. Grupos conservacionistas do Zimbabwe dizem mesmo que o animal de 13
anos foi atraído para fora do parque nacional para ser abatido. E a
administração dos parques nacionais do Zimbabwe já emitiu uma declaração a
confirmar que vai acusar os caçadores profissionais e todos os envolvidos.
"Todas as pessoas implicadas neste caso vão ser presentes
a tribunal e acusadas de caça ilegal. Nem o caçador profissional nem o
proprietário das terras tinham licença ou quota para justificar a morte de um
leão e portanto podem ser acusados de caça ilegal", diz o comunicado.
Falta encontrar o caçador responsável, que as autoridades já
identificaram como sendo Walter James Palmer, confirmando informações de um
grupo conservacionista (Zimbabwe Conservation Task Force) e da associação de
operadores de safaris. "Prendemos duas pessoas e agora estamos à procura
de Palmer no âmbito do mesmo caso", disse a porta-voz da polícia, Charity
Charamba, citada pela Associated Press.
TEXTO 3 – Musa belga da Copa perde contrato de
modelo após foto de caça
.. A
torcedora belga Axelle Despiegelaere chamou a atenção nas arquibancadas
brasileiras durante os jogos da Bélgica na Copa, se tornou um dos rostos
famosos do mundial, e voltou para a Bélgica com um contrato de modelo com a
marca de cosméticos L'Oréal. Na última semana, a jovem de 17 anos começou a
estrelar uma campanha nas mídias sociais da marca, incluindo até um vídeo no
qual ela aparece recebendo um tratamento de cabelo. A carreira de modelo da
marca, no entanto, acabou em menos de uma semana.
Segundo a
imprensa britânica, a L'Oréal teria decidido encerrar o contrato após a
repercussão de uma fotografia da belga postada em sua página no Facebook, na
qual ela aparece posando com um rifle ao lado de um antílope aparentemente
morto.
Segundo o
jornal "The Independent'', a foto foi postada no dia 1º de julho, dia do
duelo entre Bélgica e Estados Unidos, com a legenda "A caça não é uma
questão de vida ou morte. É muito mais importante do que isso".
Em entrevista
ao jornal (clique aqui para ler, em inglês), o porta-voz da empresa disse que a
marca estava ciente da fotografia, mas não quis comentar sobre o que estava por
trás da decisão de rescindir o contrato com Axelle. A L'Oréal fez questão de
destacar, porém, que não realiza testes em animais em nenhum lugar do mundo e
que também não delega esta tarefa a terceiros.
A empresa se
limitou a informar que o contrato com a torcedora musa teria sido concluído com
a gravação do vídeo comercial para veiculação na Bélgica.
TEXTO 4 – Japão pretende
prosseguir com polêmico programa de caça de baleias.
O Japão
tem a intenção de prosseguir com o polêmico programa de caça de baleias, apesar
da Comissão Baleeira Internacional (CBI) não ter conseguido determinar se este
era “científico” ou não, afirmou o principal negociador japonês, citado pela
imprensa.
“Não há
nenhuma mudança em nosso programa, que pretende capturar 3.996 pequenas baleias
de Minke na Antártica nos próximos 12 anos”, declarou Joji Morishita, o
principal negociador japonês na CBI.
“O comitê
científico não conseguiu chegar a um consenso sobre o conjunto do programa (de
caça da baleia japonês)”, afirma a CBI em um relatório. “Alguns cientistas
consideram que as informações adicionais apresentadas pelo Japão eram
suficientes para autorizar o programa, outros não”, completa.
O
relatório apresenta as conclusões da reunião anual dos 200 especialistas que
integram o comitê científico da CBI, que se encontraram durante duas semanas em
San Diego, Estados Unidos, entre 22 de maio e 3 de junho.
O Japão
teve que desistir da caça às baleias na Antártica na temporada 2014-2015 por
culpa de uma ordem da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que considerou que
os japoneses praticavam a atividade com fins comerciais.
No fim de
2014, o país asiático apresentou à CBI um novo programa de caça de cetáceos com
objetivos científicos.
Segundo o
novo plano, o Japão pretende reduzir a meta anual de pesca a 333 pequenas
baleias, contra as quase 900 que eram caçadas no programa anterior. Tóquio
alega que este nível de caça é “necessário” para obter informações sobre a
idade da população baleeira e fixar um limite para a pesca, que não coloque em
risco a sobrevivência da espécie.
TEXTO 5 – Massacre de
golfinhos no Japão provoca polêmica
Faltam cinco
anos para as Olimpíadas em Tóquio, e os jogos já estão atraindo mais patrocínio
financeiro que os de Beijing em 2008.
Mas da mesma
forma que a China enfrentou a desconfortável atenção sobre seu pobre histórico
de direitos humanos e poluição, o Japão também está enfrentando a crescente
condenação global dos pescadores que realizam a grotesca matança anual de
golfinhos, conhecida como a "caça aos golfinhos de Taiji". Esses
mamíferos são cercados e mortos no que já foi considerado um banho de sangue, e
foi destaque do documentário The Cove. Os golfinhos estão entre os mamíferos
mais inteligentes e perceptivos no mundo além dos humanos, algo que zoologistas
e especialistas repetidamente dizem.
Os golfinhos
são conduzidos para águas rasas e então esfaqueados até a morte ou escolhidos
para exibição pública em aquários (U$ 125 mil por golfinho). Especialistas
dizem que a prática é uma violação das próprias leis contra crueldade animal do
Japão. A guarda costeira japonesa é frequentemente designada a proteger os doze
barcos que estão tipicamente envolvidos na matança anual. Os animais então são
enviados para locais como o Oriente Médio, Rússia, Coréia do Norte, China e
Filipinas.
Mais de
18.000 golfinhos já foram mortos na baía de Taiji desde 2000, dizem os grupos
de vigilância. A maioria é esquartejada no local pela carne (U$ 500 por
golfinho), apesar da alta concentração de mercúrio encontrada na carne de
golfinhos, que pode causar problemas neurológicos como deficiência motora e enxaqueca.
Restaurantes ao redor do mundo vendem sashimi de golfinho e baleia, além de
sopa de atum e barbatana de tubarão.
TEXTO 6 – Apresentadora mata leão e provoca polêmica
Melissa Bachman, uma apresentadora de televisão
norte-americana foi obrigada a «fechar» a sua conta do Facebook e do Twitter no
espaço de algumas horas, após publicar uma fotografia sua, junto a um leão que
matou durante uma caçada na África do Sul, escreve o jornal britânico
«Telegraph».
Descreve-se como «caçadora hardcore» e apresenta um programa
relacionado com caça e pesca, intitula-se «Winchester¿s Deadly Passion» e é
emitido no Pursuit Channel. Numa viagem à África do Sul, matou um leão e tirou
uma fotografia junto ao corpo. Publicou-a no Facebook e no Twitter com a
legenda: «Que dia incrível na África do Sul».
Apesar de não ser considerada uma espécie em «perigo de
extinção» os leões são classificados como uma espécie vulnerável e a imagem
indignou milhares. Na África do Sul já corre uma petição para que Melissa
Bachman seja impedida de regressar ao país.
As ameaças recebidas através das redes sociais, foram de tal
ordem, que a norte-americana cancelou as suas contas no Facebook e no Twitter.
No entanto, mantém a sua página pessoal ativa e, aqui, podem encontrar-se
dezenas de fotografias suas junto de animais que caçou. Como, por exemplo,
javalis, crocodilos, ursos, veados, entre outros.
Aliás, há algum tempo que Melissa Bachman é alvo de criticas,
mas a fotografia com o leão parece ter sido a «gota de água» para os defensores
dos direitos dos animais.
Fonte: http://www.tvi24.iol.pt/internacional/melissa-bachman/apresentadora-mata-leao-e-provoca-polemica
TEXTO 7 – Qual a razão de o
homem ainda caçar?
Muitas
pessoas ainda caçam animais principalmente para ganhar dinheiro com a venda de
partes do corpo, como pele, chifres, presas e carne. Só neste ano, 515
rinocerontes foram mortos na África do Sul. O quilo do chifre do bicho chega a
custar R$ 120 mil. É transformado em pó e usado como tipo de remédio na Ásia.
As presas de
marfim também tornam o elefante alvo comum de caçadores. Custam cerca de R$
4.000. Já das focas, retiram principalmente a pele (que vira roupas caras),
carne e gordura. Os caçadores costumam agir no período em que as fêmeas
grávidas saem do mar para ter os filhotes.
No Brasil, é
comum a caça de pacas, pois sua carne é considerada saborosa; o quilo chega a
valer R$ 270. A capivara e o cateto (tipo de porco-do-mato) também morrem por isso.
Há casos em que os animais silvestres – como papagaio, arara e jabuti – são
capturados e vendidos ilegalmente para servirem como bichos de estimação. Cerca
de 90% desses animais morrem logo após saírem do habitat natural, segundo o
Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis).
Seja qual for
o motivo, a caça é problema sério, pois coloca em risco a sobrevivência das
espécies. Hoje, 627 animais da fauna brasileira estão ameaçados de extinção e
podem desaparecer rapidamente se o homem continuar a matá-los. Isso causa
desequilíbrio na natureza, pois cada bicho tem sua função no ambiente.
Tudo poderia
ser diferente se as pessoas respeitassem a Declaração Universal do Direito dos
Animais, aprovada pela Unesco em 15 de outubro de 1978. Diz que matar um animal
sem necessidade é crime contra a vida. Defende ainda que toda espécie precisa
de cuidado, atenção e proteção, sendo que os selvagens têm direito de viver
livre em seu ambiente natural. O documento fala que nenhum animal deve ser
explorado para divertimento do homem, como às vezes acontece em apresentações
circenses, rodeios e parques. O Dia Mundial do Animal é celebrado em 4 de
outubro desde 1930. A data foi escolhida no Congresso de Proteção Animal,
realizado na Áustria. Faz homenagem a São Francisco de Assis, santo protetor
dos animais.
TEXTO 8 – Algumas imagens
"The
Cove" (ou A Enseada) mostra um grupo de ativistas ambientalistas que,
munidos de equipamentos de filmagem com alta tecnologia e liderados pelo
ex-treinador de golfinhos Ric O'Barry, vão até uma enseada em Taijii, no Japão,
para registrar a chocante caça aos golfinhos e o cruel abuso desses animais.