Fonte: https://conteudo.imguol.com.br/c/noticias/71/2017/01/05/montagem-pos-verdade-1483622351762_615x300.png
Pós-verdade
é um neologismo que descreve a situação na qual, na hora de criar e
modelar a opinião pública, os fatos objetivos têm menos influência que os
apelos às emoções e às crenças pessoais.
Na cultura política, se denomina
política da pós-verdade (ou política pós-factual, aquela na qual o debate se
enquadra em apelos emocionais, desconectando-se dos detalhes da política
pública, e pela reiterada afirmação de pontos de discussão nos quais as
réplicas fáticas -os fatos- são ignoradas.
A pós-verdade difere da tradicional
disputa e falsificação da verdade, dando-lhe uma "importância
secundária". Resume-se como a ideia em que “algo que aparente ser verdade
é mais importante que a própria verdade”.
Para alguns autores, a pós-verdade
é simplesmente mentira, fraude ou falsidade encobertas com o termo
politicamente correto de "pós-verdade", que ocultaria a tradicional
propaganda política.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%B3s-verdade
Material da aula
TEXTO 1 – FATO MOTIVADOR - Como o Google tenta lidar com
a era da pós-verdade
Os resultados de pesquisas no Google do Brasil já vêm
acompanhados de um segundo link. Nele é possível saber se o fato procurado é
verdadeiro ou não. Trata-se da nova ferramenta de checagem do buscador, para
lidar com a era da “pós-verdade”. A
ferramenta passou a valer mundialmente na sexta-feira (7/4).
No Brasil, a empresa fechou parcerias com várias iniciativas
de checagem de fatos, como Agência Lupa, Aos Fatos e Agência Pública. O Google
afirma que usuários brasileiros poderão ver o recurso na plataforma de busca e
também no site news.google.com.br e nos aplicativos do Google Notícias e Clima
para iOS e Android. O indicador de checagem do Google mostrará as seguintes
informações: o fato alegado, o autor da alegação, a medida da veracidade (que
pode incluir graduações como “na maior parte verdadeiro”) e quem checou o fato.
A checagem ganha corpo Agências de fact-checking apareceram
em diversos países como reação a práticas antigas e novas. Compostas por
jornalistas e pesquisadores, analisam a exatidão de afirmações feitas por
políticos e administradores, que tradicionalmente inflam números ou divulgam
generalizações. Com a popularização das redes sociais e grupos de conversa
virtuais, uma poderosa onda de notícias falsas se espalhou pela internet nos
últimos anos. A primeira entidade do gênero foi o FactCheck, criado em 2003,
nos EUA. Em 2007 surgiram o PolitiFact e o Fact Checker. Empresas tradicionais
de jornalismo, como a agência Associated Press, o jornal “The New York Times” e
a rede de televisão NBC, também lançaram suas iniciativas de checagem. No
Brasil, o jornal “O Globo” anunciou em março a seção “É isso mesmo?”. Diversas
iniciativas aparecem neste mapa da Reporters Lab (iniciativa de inovação em
jornalismo da Duke University, nos EUA).
Um estudo conduzido por professores do Dartmouth College, nos
Estados Unidos, e da Universidade de Exeter, na Inglaterra, concluiu que avisar
políticos que a veracidade de suas falas seria analisada por agências de
fact-checking reduziu em 63% o número de mentiras e imprecisões detectadas nos
discursos. A responsabilidade das empresas de tecnologia Empresas de tecnologia
foram acusadas de omissão diante da disseminação de conteúdo falso em momentos
políticos cruciais em 2016, como a campanha pelo Brexit, a saída do Reino Unido
da União Europeia, e a eleição presidencial americana que levou Donald Trump ao
poder.
Em resposta, o Facebook anunciou em dezembro de 2016 que iria
aceitar denúncias de usuários sobre conteúdo julgado duvidoso. Ao verificar que
as informações não são verdadeiras, a rede social colocará um aviso junto ao
link falso.
TEXTO 2 - Por que
'pós-verdade' foi a palavra do ano e o que ela diz sobre 2016?
Eleita palavra do ano pelo dicionário "Oxford", a
pós-verdade definiu 2016. Isso porque atualmente os fatos importam menos do que
aquilo em que as pessoas escolhem acreditar --ou seja, são tempos em que a
verdade foi substituída pela opinião.
O dicionário britânico é uma das referências mais importantes
do mundo para a catalogação de novas palavras e expressões.
Segundo a entidade, o termo é um adjetivo "que se
relaciona ou denota circunstâncias nas quais fatos objetivos têm menos
influência em moldar a opinião pública do que apelos à emoção e a crenças
pessoais".
"'Pós-verdade' deixou de ser um termo periférico para se
tornar central no comentário político, agora frequentemente usado por grandes
publicações sem a necessidade de esclarecimento ou definição em suas
manchetes", justifica a entidade.
O uso da palavra pela imprensa mundial em 2016 cresceu 2.000%
em relação ao ano anterior, principalmente na cobertura de fatos políticos. Eugenio
Bucci, jornalista e professor da Escola de Comunicação e Artes da USP (Universidade
de São Paulo), avalia que, na era da pós-verdade, o eleitor toma cada vez mais
decisões baseadas em sentimentos, crenças e ideologias.
"A ideia contida aí é relativamente simples: a política
teria rompido definitivamente com a verdade factual e passa a se valer de
outros recursos para amalgamar os seguidores de suas correntes. É como se a
política tivesse sucumbido ao discurso do tipo religioso e se conformado com
isso."
Já o filósofo Renato Janine Ribeiro afirma que 2016 será
lembrado como o ano em que a mentira ganhou força, a ponto de influenciar as
eleições. Para ele, o período foi marcado por vários acontecimentos que
refletiram a pós-verdade, sendo os principais a eleição de Donald Trump como
presidente dos Estados Unidos e o Brexit, referendo que decidiu pela saída do
Reino Unido da União Europeia. "A campanha de Donald Trump foi o maior
exemplo de pós-verdade, com desdenho total pela veracidade dos fatos mencionados.
A campanha do Brexit também foi assim. Podemos dizer que outro exemplo foi a
vitória do 'não' no referendo colombiano sobre o acordo de paz com as Farc, que
poderia encerrar uma guerra de mais de 50 anos", diz o filósofo. No
Brasil, Janine Ribeiro destaca as campanhas para a eleição dos prefeitos municipais
realizadas em outubro. "Vários candidatos fizeram declarações absolutamente
inverídicas, mas com um poder de convicção grande e capaz de seduzir e agradar
eleitores --afirmações essas, que eles próprios depois abandonaram e relativizaram,
mas que tiveram um papel muito importante para sua vitória."
Então o que a pós-verdade traz de novidade?
As redes sociais representam um desafio a mais nessa questão.
Se por um lado todos nós podemos produzir e receber conteúdo, por outro, se não
houver responsabilidade, um boato pode ser espalhado para milhares de pessoas
de forma rápida e em tempo real. O problema aumenta quando a pessoa só se
informa pelas redes sociais.
Uma informação gera conhecimento, ajuda a construir uma
opinião sobre determinado assunto e contribui para o debate público. "Mas
nesses últimos anos, a política se transformou com o uso intenso do marketing,
das redes sociais e da produção de narrativas", afirma Janine Ribeiro. Para
ele, o jornalismo tradicional perdeu o espaço de mediação da informação e foi lento
para reagir a fatos falsos. Nesse contexto, o internauta precisa estar cada vez
mais atento e não acreditar em tudo. Já a imprensa, deve retomar seu papel de
ser um agente de credibilidade. "Quando você passa a construir uma
campanha com imagens falsas que agradam ao eleitor, ou você tem anticorpos
poderosos dos eleitores contra essas imagens ou a imprensa deveria ser esse
principal anticorpo. Caso contrário, a pós-verdade, a manipulação das mentes e
a mentira deslavada acabam triunfando."
TEXTO 3 – A verdade da
pós-verdade
Há palavras que se tornam senhas. E muitos as repetem sem
saber bem por quê: para se enquadrar no seu tempo, suponhamos. Agora, por
exemplo, pós-verdade: ao que parece, é como se este ano os políticos tivessem
começado a manipular a informação e, por meio da informação, as pessoas. Edward
Bernays teria rido às gargalhadas.
Edward Bernays nascera em Viena e em 1891. Sua mãe era irmã
de Sigmund Freud; seu pai, irmão da esposa de Sigmund Freud: era sobrinho de
Freud por todos os lados. Mas seus pais emigraram para Nova York pouco depois;
sua relação com seu grande tio foi distante e frutífera.
Muito jovem, ainda estudante em Cornell, começou a lê-lo.
Dessas leituras herdou a ideia de que os homens reprimem instintos obscuros,
perigosos, sempre ameaçadores – e, de outras e de si mesmo, a convicção de que
é necessário conduzir os homens transformados em massa para que esses instintos
não produzam as piores catástrofes. Não que não acreditasse na democracia,
dizia, e no direito de escolher. Suponha que essas eleições tinham de ser
guiadas por pessoas com ideias mais elevadas. Para isso era preciso desenvolver
as técnicas que otimizassem essa ação.
Bernays começou a buscar maneiras de influir nas multidões.
Tinha 25 anos quando propôs a WOODROW
WILSON, o presidente norte-americano, que justificasse sua entrada na
Primeira Guerra Mundial dizendo que a América queria “levar a democracia a toda
a Europa”. Seu slogan foi um êxito absoluto. Quando a paz irrompeu, imaginou
que poderia usar sua habilidade para outros fins. Em 1920 um fabricante de
cigarros considerou que estava perdendo a metade de seu mercado –as mulheres
não podiam fumar em público– e o contratou. Bernays consultou um psicanalista,
que lhe disse que as mais audazes veriam o ato de fumar como uma rebelião
contra o machismo. Bernays poderia ter projetado uma publicidade, mas, em vez
disso, inventou uma notícia: pagou dez garotas para que fumassem em meio a um
grande desfile na Quinta Avenida, disse-lhes que chamassem seus cigarros de “TOCHAS DA LIBERDADE” e convidou
jornalistas. No dia seguinte suas tochas estavam na capa de todos os jornais.
Bernays insistiu nessa linha, e avançou: montou uma empresa,
ganhou muito dinheiro, escreveu livros, tornou-se uma figura de destaque –e
chegou a emprestar dinheiro a seu tio em um momento de dificuldades. Não quis
definir sua atividade como propaganda porque a palavra era associada com o
inimigo alemão: ocorreu-lhe que poderia chamá-la de “RELAÇÕES PÚBLICAS”. Agora, a noção de relações públicas faz parte
de nossa ideia de mundo: que certas empresas ou pessoas precisam de
profissionais que tornem sua imagem colorida. Bernays fazia isso para grandes
corporações e, como é lógico, foi se escorando cada vez mais à direita. O
anticomunismo da Guerra Fria teve nele um grande incentivador. Nos anos
cinquenta trabalhou para uma empresa chamada UNITED FRUIT, que controlava países caribenhos como feudos –daí a
expressão republica de bananas–, e conseguiu convencer os norte-americanos de
que um presidente guatemalteco, Jacobo Árbenz, que queria cortar os privilégios
dessa companhia, era um perigoso comunista. Os Estados Unidos mandaram
derrubá-lo.
Edward Bernays viveu muitos anos mais e nunca deixou de
escrever, aconselhar, manipular: pós-verdades de próprio punho. Morreu em 1995,
aos 103 anos, entre perplexo e satisfeito: seu invento já parecia tão natural
que ninguém se lembrava de que ele, certa vez, o havia inventado. (E permanece
e dura: esta coluna, com seu título enganador, talvez lhe tivesse agradado).
TEXTO 4 – Algumas imagens
Fonte: http://cdn01.chuteirafc.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2017/02/15003402/p-sverdade.png
TEXTO 5 – Pós-verdade no
futebol
Pelé foi, com muito boa vontade, apenas
um jogador mediano, talvez um pouco acima da média dos boleiros da época dele.
Não teria a menor condição física ou técnica de enfrentar os zagueiros que
jogam atualmente. Seria engolido por eles.
Exclusivo: no final da década de 1970,
ainda muito jovem, Diego Maradona passou alguns meses na então União Soviética,
tendo sido treinado pelo serviço secreto soviético (a temida KGB) e pelos
órgãos esportivos daquele país. Foi transformado num agente comunista
infiltrado na América Latina para desestabilizar o capitalismo na região.
Sempre jogou dopado, inclusive na Copa do Mundo de 86, vencida pela Argentina.
Zinedine Zidane era argelino de
nascimento e, para poder atuar pela seleção francesa, falsificou os documentos.
Jogou de forma irregular, portanto, durante toda a carreira – e nessa condição
sagrou-se campeão do mundo em 1998. A fraude acaba de ser revelada.
Os títulos dos campeonatos brasileiros
são sempre acertados nos bastidores da CBF, antes de as competições começarem,
e seguindo tendências e apostas feitas em sites internacionais. O que se vê em
campo é jogo de cena, com a conivência dos clubes. A taça de 2017 já tem dono:
será do Flamengo.
O Corinthians foi comprado por um fundo
chinês de investimentos por cerca de um bilhão e duzentos milhões de reais,
valor definido a partir de estudos desenvolvidos por consultorias esportivas
internacionais. Trata-se da primeira operação do gênero no país. O anúncio do
negócio será feito ao final do Campeonato Paulista.
O Brasil vendeu a Copa do Mundo de 1998
para a França, num acordo bilionário da Nike com a Adidas. A recompensa veio no
Mundial seguinte, quando, novamente em acerto entre as marcas patrocinadoras, o
Brasil ganhou da Alemanha.
João Havelange não morreu. Vive
escondido numa cidadezinha situada ao pé dos Alpes suíços, de onde administra a
fortuna acumulada durante os anos em que foi dirigente esportivo.
Os clubes das séries A, B e C do
Brasileirão finalmente se entenderam e devem romper unilateralmente o acordo
para transmissão de jogos estabelecido com a emissora que atualmente é dona do
calendário do futebol brasileiro. A nova emissora parceira está sendo mantida
em sigilo e deve pagar até cinco vezes mais que os atuais valores fixados. A
ideia é que o novo contrato já possa valer na temporada 2018.
As fontes dessas informações? - Não
sei. Li nas redes sociais, acho. Publicaram no face. - E tem também um tanto
que é a minha opinião. - Você tem outra? - Tudo bem. - Cada um tem a sua.
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