Eles roubam nosso tempo, atrapalham os relacionamentos e
podem até causar acidentes de trânsito.
Quando é a hora de desligar?
Estamos viciados.
Em qualquer lugar, a qualquer
momento do dia, não conseguimos deixar de lado o objeto de nossa dependência.
Dormimos ao lado dele, acordamos com ele, o levamos para o banheiro e para o
café da manhã – e, se, por enorme azar, o esquecemos em casa ao sair, voltamos
correndo.
Somos incapazes de ficar mais de um minuto sem olhar para ele. É
através dele que nos conectamos com o mundo, com os amigos, com o trabalho.
Sabemos da vida de todos e informamos a todos o que acontece por meio dele.
Os
neurocientistas dizem que ele nos fornece pequenos estímulos prazerosos dos
quais nos tornamos dependentes. Somos 21 milhões – número de brasileiros com
mais de 15 anos que têm smartphones, os celulares que fazem muito mais que
falar. Com eles, trocamos e-mails, usamos programas de GPS e navegamos em redes
sociais. O tempo todo. Observe a seu redor. Em qualquer situação, as pessoas
param, olham a tela do celular, dedilham uma mensagem. Enquanto conversam.
Enquanto namoram. Enquanto participam de uma reunião. E – pior de tudo – até mesmo
enquanto dirigem.
Será que estamos evoluindo para uma demência digital, como coreanos já definem?
http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2012/06/o-celular-que-escraviza.html
Material da aula
TEXTO 1 – Demência Digital preocupa autoridades coreanas
Entre dispositivos móveis, internet rápida e fácil acesso à
informação, o professor de inglês da Universidade de Waterloo Marcel O'Gorman
pergunta: o que é demência digital? Em seu artigo Taking Care of Digital
Dementia, o pesquisador explica que não existe realmente uma evidência empírica
de que a internet e outras mídias estão prejudicando funções cognitivas como a
memória e a atenção. Contudo, há vários argumentos que tentam sugerir que as
pessoas já não pensam da mesma maneira que o faziam - e isso seria culpa da
tecnologia. Conforme explica o pesquisador, há cada vez mais literatura sendo
produzida em torno da "demência digital", apesar de o uso desse
termo, em específico, ser questionável, uma vez que a demência, em si, é uma
condição variável e que não se restringe apenas à perda de memória.
... De forma semelhante, um pesquisador da Coreia do Sul,
Yoon Se-chang, aponta que "conforme as pessoas estão mais dependentes de
dispositivos digitais para buscar informações do que por lembrá-las sozinhos, a
função de pesquisa do cérebro melhora e a habilidade de lembrar diminui".
Em um artigo no Korean Times, as observações de Se-chang se unem a outras
feitas pelo instituto de pesquisa Embrain: "Diferentemente de antes, as
pessoas hoje não precisam fazer muito esforço para lembrar as coisas, já que
elas estão a um botão de distância das informações necessárias, as quais estão
armazenadas em seus celulares, PDAs ou navegadores. Tudo que têm que fazer é
procurar entre elas. O fácil acesso à internet também enfraquece a capacidade
de memória. Toda vez que uma pessoa pergunta à outra sobre alguma coisa, você
vai facilmente escutar: 'Procure na internet'".
Ainda na Coréia do Sul, o Dr. Byun Gi-Won, do Balance Brain
Center em Seoul, afirma que a demência digital não afeta apenas a memória, mas
também a atenção e o desenvolvimento emocional. Segundo ele, a disfunção é
"caracterizada por déficits de memória, distúrbios de atenção e
achatamento emocional entre os jovens que passam muito tempo jogando
videogames, fazendo pesquisas online, enviando mensagens e arquivos multimídia
pelos smartphones"
TEXTO 2 – Geração Celular
Nos dias de hoje, encontrar um adolescente que não tenha um
celular é tão improvável quanto achar um menino de 13 anos que seja fã de ópera
ou uma menina de 15 que não se preocupe com a aparência. Nenhum grupo
incorporou tão rápida e amplamente a tecnologia à sua rotina quanto os jovens
de 12 a 19 anos. No Brasil, em janeiro de 2009, a Agência Nacional de
Telecomunicações (Anatel) contabilizou 154,6 milhões de assinantes de telefonia
móvel e, embora a agência e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) não tenham informações sobre a faixa etária dos proprietários dos
aparelhos, é possível perceber o interesse dos adolescentes por celulares.
Mas qual o efeito causado pelo uso constante desses aparelhos
nos relacionamentos e no comportamento? Nos últimos anos, cientistas alemães
estudaram essa questão minuciosamente e por meio de entrevistas com
adolescentes e seus pais – observando atitudes dos estudantes na escola,
linguagem e conteúdo de mensagens enviadas e recebidas – foi possível mapear o “comportamento
telefônico” dos grupos. Os pesquisadores constataram que os celulares mudaram a
vida dos adolescentes sob vários aspectos – muitos deles para melhor. Um
exemplo disso foi na organização do dia. Assim como para os adultos, o celular
ajuda os adolescentes a manter o controle da sua vida: é possível informar os
pais de que estão saindo da aula, avisar sobre seus planos para a tarde, marcar
atividades escolares e lúdicas – tudo simultaneamente. Hoje, em vez de agendar
encontros com os amigos com antecedência, como se fazia há alguns anos, os
jovens planejam suas atividades quando já estão a caminho delas e em um curto
período de tempo são capazes de preparar uma festa.
TEXTO 3 – Algumas imagens
TEXTO 4 – Acidentes e
celulares
Uma mulher de 28 anos morreu em um engavetamento entre oito
veículos no trecho sul do Rodoanel na noite de sexta-feira, em São Bernardo do
Campo (SP). Momentos antes, Débora Vicente havia postado em sua página no
Facebook duas fotografias da viagem a caminho para Santos, no litoral paulista.
A jovem estava no banco de trás do Chery S-18, dirigido pela
cunhada, Pamela Barros Crivelaro. No banco da frente, ao lado da motorista,
estava o marido da vítima, Alan Jones Crivelaro. "Hoje só vou observando
de carona no banco de trás, só de boa", escreveu. De acordo com a
concessionária SPMar, que administra o trecho, o acidente ocorreu às 22h40 e
envolveu cinco veículo de passeio e três carretas. O engavetamento foi na pista
sentido Mauá, no km 69,2, um pouco da rodovia Imigrantes.
Outras seis pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para
hospitais da região. Duas em estado grave, três com ferimentos moderados e uma
levemente ferida. Outras três pessoas escaparam ilesas. Duas faixas precisaram
ser interditadas por causas da colisão por cerca de quatro horas e apenas a da
esquerda ficou liberada para o fluxo de veículos. Houve congestionamento de
dois quilômetros na região.
A perícia vai apurar as causas do engavetamento. O local onde
ocorreu o acidente é uma reta e no momento da colisão a pista estava seca.
TEXTO 5 – Desafio e o “happy
slapping”
Imolação,
ânsia de vômito, competição de bebedeira: longe dos famosos que participam do
desafio do balde de gelo, há jovens que se impõem desafios via internet, numa
mistura perigosa de ritos de passagem e exibicionismo.
"Nas
sociedades tradicionais, os jovens eram submetidos a ritos ou provas para se
tornar adultos. Quanto menos ritos de passagem as sociedades ocidentais
dispõem, mais os jovens tentam inventar provas para chamar a atenção",
comentou Jocelyn Lachance, antropólogo social da Universidade de Pau (sul da
França) e especialista nas práticas digitais dos jovens.
"Quando
se vê um grupo de jovens que se atiram em um lago, vai ver que nem todos pulam
ao mesmo tempo. Sempre há uma parte que é testemunha e outra que passa ao
ato", continuou. "Hoje em dia, os adolescentes podem se arriscar em
seu canto, filmar e depois buscar o olhar aprovatório. Essa busca por validação
sempre existiu. A diferença é que agora o olhar vem da internet".
O exemplo
mais recente de desafio na internet é o "Ice Bucket Challenge", no
qual o participante joga em si mesmo um balde d'água fria em prol de uma
organização de caridade – um desafio inocente do qual participaram muitas
personalidades, como Mark Zuckerberg, criador do Facebook, e a atriz Lindsay
Lohan.
TEXTO 6 – Cervejaria sugere
bloqueador de celular
A cervejaria gaúcha Polar criou um sistema curioso em seu
porta-garrafas: ao colocar uma cerveja, um dispositivo será ligado, anulando os
sinais de comunicação nos arredores e deixando os celulares sem sinal. O
objetivo faz parte de uma campanha da marca para resgatar a interação que havia
entre amigos em bares antes dos smartphones e suas multifunções. O lançamento
do produto aconteceu na última quarta-feira (07), em Porto Alegre (RS).
O dispositivo, em resina semitransparente, foi desenvolvido
com ajuda de uma impressora 3D e usa o mesmo tipo de bloqueadores de sinal
usados em presídios. O porta-garrafa foi patenteado pela agência Paim, parceira
da Polar para a criação do anulador.
A novidade fica por conta do raio de abrangência, que foi
limitado a cerca de 1,5 metro, tamanho aproximado de uma mesa de bar. Para
funcionar, o "anulador de celular" deve estar abastecido com uma
garrafa. Assim que o sinal luminoso em sua base acender, o bloqueio estará
ativado, anulando sinais de redes 3G, 4G, Wi-Fi e Bluetooth. O porta-garrafas
funciona com uma bateria que dura em média 4 horas e é recarregável na luz.
TEXTO 7 – Você é NOMOFÓBICO?
Viciados em celular: quem são e como vivem as pessoas que não
largam seus telefones 33
Com a popularização dos smartphones, está cada vez mais comum
se deparar com pesquisas que apontam a dependência dos usuários em relação a
seus telefones celulares. O vício já ganhou até nome: “nomofobia”, que é a
angústia relacionada à possível perda do celular ou à incapacidade de ficar sem
o aparelho por mais de um dia (quem nunca?).
Para saber quem são essas pessoas de quem as pesquisas falam,
o UOL Tecnologia saiu em busca de quem abusa do telefone celular. Os dez
entrevistados abaixo -- com idades de 16 a 68 anos -- admitem que exageram no
tempo gasto com a telinha, mas alguns negam o rótulo de “viciados” (apesar de
amigos e parentes reclamarem do hábito). Há também quem já tenha se
conscientizado desse abuso e esteja tentando deixar o aparelho por mais tempo
no bolso e menos tempo nas mãos.
Conheça a seguir a história de dez pessoas que dificilmente
viveriam sem seus telefones. Este teste – elaborado em parceria com o Núcleo de
Pesquisas da Psicologia em Informática, da PUC-SP – pode sinalizar se você
também faz parte desse grupo, cada vez maior, de quem não deixa de lado o
aparelho (geralmente, um smartphone cheio de funções).
Jasmine Menezes, 16, estudante
Estudante do colegial, Jasmine afirma que é proibido usar o
celular nas aulas. A ordem é obedecida – até porque alguns aparelhos já foram
confiscados e liberados somente aos pais dos alunos --, mas quando sai da
classe ela sempre verifica se tem alguma notificação. “Vejo no intervalo, na
troca de aulas, quando vou ao banheiro”, revela a adolescente, dona de um
iPhone com tecnologia 3G.
Ela se considera viciada no aparelho – “uso para tudo”,
confessa -- e afirma que os aplicativos mais usados são Twitter, Facebook e
Instagram. A relação inseparável com o iPhone, diz, deixa sua mãe brava quando
a família está em um restaurante, comendo, e a garota não tira os olhos da
tela.
Alguns Vídeos
Você é viciado em celular? (Fantástico)
Sem Censura
Nomofobia
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