sábado, 2 de maio de 2015

Aula 13/2015 - Demência Digital?



Eles roubam nosso tempo, atrapalham os relacionamentos e podem até causar acidentes de trânsito. 
Quando é a hora de desligar?
Estamos viciados. 
Em qualquer lugar, a qualquer momento do dia, não conseguimos deixar de lado o objeto de nossa dependência. Dormimos ao lado dele, acordamos com ele, o levamos para o banheiro e para o café da manhã – e, se, por enorme azar, o esquecemos em casa ao sair, voltamos correndo. 
Somos incapazes de ficar mais de um minuto sem olhar para ele. É através dele que nos conectamos com o mundo, com os amigos, com o trabalho. Sabemos da vida de todos e informamos a todos o que acontece por meio dele. 
Os neurocientistas dizem que ele nos fornece pequenos estímulos prazerosos dos quais nos tornamos dependentes. Somos 21 milhões – número de brasileiros com mais de 15 anos que têm smartphones, os celulares que fazem muito mais que falar. Com eles, trocamos e-mails, usamos programas de GPS e navegamos em redes sociais. O tempo todo. Observe a seu redor. Em qualquer situação, as pessoas param, olham a tela do celular, dedilham uma mensagem. Enquanto conversam. Enquanto namoram. Enquanto participam de uma reunião. E – pior de tudo – até mesmo enquanto dirigem.


Será que estamos evoluindo para uma demência digital, como coreanos já definem?

http://revistaepoca.globo.com/vida/noticia/2012/06/o-celular-que-escraviza.html


Material da aula


TEXTO 1 – Demência Digital preocupa autoridades coreanas
Entre dispositivos móveis, internet rápida e fácil acesso à informação, o professor de inglês da Universidade de Waterloo Marcel O'Gorman pergunta: o que é demência digital? Em seu artigo Taking Care of Digital Dementia, o pesquisador explica que não existe realmente uma evidência empírica de que a internet e outras mídias estão prejudicando funções cognitivas como a memória e a atenção. Contudo, há vários argumentos que tentam sugerir que as pessoas já não pensam da mesma maneira que o faziam - e isso seria culpa da tecnologia. Conforme explica o pesquisador, há cada vez mais literatura sendo produzida em torno da "demência digital", apesar de o uso desse termo, em específico, ser questionável, uma vez que a demência, em si, é uma condição variável e que não se restringe apenas à perda de memória.
... De forma semelhante, um pesquisador da Coreia do Sul, Yoon Se-chang, aponta que "conforme as pessoas estão mais dependentes de dispositivos digitais para buscar informações do que por lembrá-las sozinhos, a função de pesquisa do cérebro melhora e a habilidade de lembrar diminui". Em um artigo no Korean Times, as observações de Se-chang se unem a outras feitas pelo instituto de pesquisa Embrain: "Diferentemente de antes, as pessoas hoje não precisam fazer muito esforço para lembrar as coisas, já que elas estão a um botão de distância das informações necessárias, as quais estão armazenadas em seus celulares, PDAs ou navegadores. Tudo que têm que fazer é procurar entre elas. O fácil acesso à internet também enfraquece a capacidade de memória. Toda vez que uma pessoa pergunta à outra sobre alguma coisa, você vai facilmente escutar: 'Procure na internet'".
Ainda na Coréia do Sul, o Dr. Byun Gi-Won, do Balance Brain Center em Seoul, afirma que a demência digital não afeta apenas a memória, mas também a atenção e o desenvolvimento emocional. Segundo ele, a disfunção é "caracterizada por déficits de memória, distúrbios de atenção e achatamento emocional entre os jovens que passam muito tempo jogando videogames, fazendo pesquisas online, enviando mensagens e arquivos multimídia pelos smartphones"

TEXTO 2 – Geração Celular
Nos dias de hoje, encontrar um adolescente que não tenha um celular é tão improvável quanto achar um menino de 13 anos que seja fã de ópera ou uma menina de 15 que não se preocupe com a aparência. Nenhum grupo incorporou tão rápida e amplamente a tecnologia à sua rotina quanto os jovens de 12 a 19 anos. No Brasil, em janeiro de 2009, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) contabilizou 154,6 milhões de assinantes de telefonia móvel e, embora a agência e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não tenham informações sobre a faixa etária dos proprietários dos aparelhos, é possível perceber o interesse dos adolescentes por celulares.
Mas qual o efeito causado pelo uso constante desses aparelhos nos relacionamentos e no comportamento? Nos últimos anos, cientistas alemães estudaram essa questão minuciosamente e por meio de entrevistas com adolescentes e seus pais – observando atitudes dos estudantes na escola, linguagem e conteúdo de mensagens enviadas e recebidas – foi possível mapear o “comportamento telefônico” dos grupos. Os pesquisadores constataram que os celulares mudaram a vida dos adolescentes sob vários aspectos – muitos deles para melhor. Um exemplo disso foi na organização do dia. Assim como para os adultos, o celular ajuda os adolescentes a manter o controle da sua vida: é possível informar os pais de que estão saindo da aula, avisar sobre seus planos para a tarde, marcar atividades escolares e lúdicas – tudo simultaneamente. Hoje, em vez de agendar encontros com os amigos com antecedência, como se fazia há alguns anos, os jovens planejam suas atividades quando já estão a caminho delas e em um curto período de tempo são capazes de preparar uma festa.

TEXTO 3 – Algumas imagens







TEXTO 4 – Acidentes e celulares
Uma mulher de 28 anos morreu em um engavetamento entre oito veículos no trecho sul do Rodoanel na noite de sexta-feira, em São Bernardo do Campo (SP). Momentos antes, Débora Vicente havia postado em sua página no Facebook duas fotografias da viagem a caminho para Santos, no litoral paulista.
A jovem estava no banco de trás do Chery S-18, dirigido pela cunhada, Pamela Barros Crivelaro. No banco da frente, ao lado da motorista, estava o marido da vítima, Alan Jones Crivelaro. "Hoje só vou observando de carona no banco de trás, só de boa", escreveu. De acordo com a concessionária SPMar, que administra o trecho, o acidente ocorreu às 22h40 e envolveu cinco veículo de passeio e três carretas. O engavetamento foi na pista sentido Mauá, no km 69,2, um pouco da rodovia Imigrantes.
Outras seis pessoas ficaram feridas e foram encaminhadas para hospitais da região. Duas em estado grave, três com ferimentos moderados e uma levemente ferida. Outras três pessoas escaparam ilesas. Duas faixas precisaram ser interditadas por causas da colisão por cerca de quatro horas e apenas a da esquerda ficou liberada para o fluxo de veículos. Houve congestionamento de dois quilômetros na região.
A perícia vai apurar as causas do engavetamento. O local onde ocorreu o acidente é uma reta e no momento da colisão a pista estava seca.

TEXTO 5 – Desafio e o “happy slapping”
Imolação, ânsia de vômito, competição de bebedeira: longe dos famosos que participam do desafio do balde de gelo, há jovens que se impõem desafios via internet, numa mistura perigosa de ritos de passagem e exibicionismo.
"Nas sociedades tradicionais, os jovens eram submetidos a ritos ou provas para se tornar adultos. Quanto menos ritos de passagem as sociedades ocidentais dispõem, mais os jovens tentam inventar provas para chamar a atenção", comentou Jocelyn Lachance, antropólogo social da Universidade de Pau (sul da França) e especialista nas práticas digitais dos jovens.
"Quando se vê um grupo de jovens que se atiram em um lago, vai ver que nem todos pulam ao mesmo tempo. Sempre há uma parte que é testemunha e outra que passa ao ato", continuou. "Hoje em dia, os adolescentes podem se arriscar em seu canto, filmar e depois buscar o olhar aprovatório. Essa busca por validação sempre existiu. A diferença é que agora o olhar vem da internet".
O exemplo mais recente de desafio na internet é o "Ice Bucket Challenge", no qual o participante joga em si mesmo um balde d'água fria em prol de uma organização de caridade – um desafio inocente do qual participaram muitas personalidades, como Mark Zuckerberg, criador do Facebook, e a atriz Lindsay Lohan.
               
TEXTO 6 – Cervejaria sugere bloqueador de celular
A cervejaria gaúcha Polar criou um sistema curioso em seu porta-garrafas: ao colocar uma cerveja, um dispositivo será ligado, anulando os sinais de comunicação nos arredores e deixando os celulares sem sinal. O objetivo faz parte de uma campanha da marca para resgatar a interação que havia entre amigos em bares antes dos smartphones e suas multifunções. O lançamento do produto aconteceu na última quarta-feira (07), em Porto Alegre (RS).
O dispositivo, em resina semitransparente, foi desenvolvido com ajuda de uma impressora 3D e usa o mesmo tipo de bloqueadores de sinal usados em presídios. O porta-garrafa foi patenteado pela agência Paim, parceira da Polar para a criação do anulador.
A novidade fica por conta do raio de abrangência, que foi limitado a cerca de 1,5 metro, tamanho aproximado de uma mesa de bar. Para funcionar, o "anulador de celular" deve estar abastecido com uma garrafa. Assim que o sinal luminoso em sua base acender, o bloqueio estará ativado, anulando sinais de redes 3G, 4G, Wi-Fi e Bluetooth. O porta-garrafas funciona com uma bateria que dura em média 4 horas e é recarregável na luz.

TEXTO 7 – Você é NOMOFÓBICO?
Viciados em celular: quem são e como vivem as pessoas que não largam seus telefones 33
Com a popularização dos smartphones, está cada vez mais comum se deparar com pesquisas que apontam a dependência dos usuários em relação a seus telefones celulares. O vício já ganhou até nome: “nomofobia”, que é a angústia relacionada à possível perda do celular ou à incapacidade de ficar sem o aparelho por mais de um dia (quem nunca?).
Para saber quem são essas pessoas de quem as pesquisas falam, o UOL Tecnologia saiu em busca de quem abusa do telefone celular. Os dez entrevistados abaixo -- com idades de 16 a 68 anos -- admitem que exageram no tempo gasto com a telinha, mas alguns negam o rótulo de “viciados” (apesar de amigos e parentes reclamarem do hábito). Há também quem já tenha se conscientizado desse abuso e esteja tentando deixar o aparelho por mais tempo no bolso e menos tempo nas mãos.
Conheça a seguir a história de dez pessoas que dificilmente viveriam sem seus telefones. Este teste – elaborado em parceria com o Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática, da PUC-SP – pode sinalizar se você também faz parte desse grupo, cada vez maior, de quem não deixa de lado o aparelho (geralmente, um smartphone cheio de funções).
Jasmine Menezes, 16, estudante
Estudante do colegial, Jasmine afirma que é proibido usar o celular nas aulas. A ordem é obedecida – até porque alguns aparelhos já foram confiscados e liberados somente aos pais dos alunos --, mas quando sai da classe ela sempre verifica se tem alguma notificação. “Vejo no intervalo, na troca de aulas, quando vou ao banheiro”, revela a adolescente, dona de um iPhone com tecnologia 3G.
Ela se considera viciada no aparelho – “uso para tudo”, confessa -- e afirma que os aplicativos mais usados são Twitter, Facebook e Instagram. A relação inseparável com o iPhone, diz, deixa sua mãe brava quando a família está em um restaurante, comendo, e a garota não tira os olhos da tela.







Alguns Vídeos
Você é viciado em celular? (Fantástico)


Sem Censura


Nomofobia





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