domingo, 16 de agosto de 2015

Aula 21/2015 - Sociedade 2.0


Atualmente, deixamos de ser uma sociedade presencial para nos tornamos uma sociedade digital, o que implica uma outra relação social mediada pela tecnologia. 
O grande desafio nesse momento é saber explorar o potencial positivo desta nova forma de comunicação dentro dos planos econômicos, políticos, culturais e humanos.
Procurei nessa aula abordar diversas notícias que tem sido divulgas pela internet e seus reflexos em nossas vidas


Material da Aula

TEXTO 1 – -Morte de Cristiano Araújo  e a idolatria, Zeca Camargo
Desde a morte do sertanejo Cristiano Araújo, na quarta (25/06/2015), não foram poucos os textos que circularam na internet sobre o abismo que separa os milhões de fãs do cantor daquelas pessoas que nunca haviam ouvido falar nele. Foi assim que, na noite de domingo (28/06/2015), Zeca Camargo começou uma crônica na Globo News sobre a comoção provocada pelo caso. A maneira como o jornalista desenvolveu o comentário, no entanto, irritou uma multidão – e levou o nome de Zeca à lista dos assuntos mais comentados nas redes sociais.
“Como fomos capaz de nos seduzir coletivamente por uma figura desconhecida?“, ele perguntou, entre outras provocações. “O que realmente surpreende neste evento triste da semana foi a comoção nacional. De uma hora para outra, fãs e pessoas que não faziam ideia de quem era Cristiano Araújo partiram para o abraço coletivo, como se todos nós estivéssemos desejando uma catarse assim, um evento maior que nos unisse pela emoção”, afirmou. E comparou a cobertura “insana” do acontecimento na imprensa com o fenômeno dos livros para colorir.
 “O cantor talvez tenha morrido cedo demais para provar que tinha potencial para se tornar uma paixão nacional, como tantos casos recentes. Nossa canção popular é dominada por revelações de uma música só”, afirmou. Para Zeca, portanto, Cristiano não teve tempo para se tornar revelante no cenário nacional. Ainda insinuou que o público deveria adorar os “ídolos de verdade”. “Precisamos, sim, de mais heróis. Mas está todo mundo ocupado pintando jardins secretos”, afirmou.
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Nós estamos no ano de 2015 e é impossível contestar a força e o alcance que as redes sociais têm ganhado, ano após ano, em nossa sociedade. É muito difícil encontrar alguém que não esteja presente em alguma mídia social, como Facebook, Instagram e Whatsapp, por exemplo. Passou a existir novas maneiras de nos comunicarmos, a internet facilitou o compartilhamento de mensagens, fotos e áudios entre amigos e parentes. Também se pode dizer que esses sites e apps de redes sociais tornaram-se grandes ferramentas de aproximação entre empresas e pessoas, pois elas possibilitaram o surgimento de novas estratégias de relacionamento em um mercado cada vez mais competitivo.
Mas, com o crescimento e popularização das redes sociais, um fato chama a atenção: a banalização da morte. Tal situação se dá devido ao modo como estamos lidando com essas ferramentas de uns anos para cá. Assim como as usamos para comunicar algo pertinente, nós também a usamos para compartilhar conteúdos que podem prejudicar pessoas alheias ao nosso círculo social.
Vamos nos ater, neste post, ao caso das fotos de pessoas mortas, que são espalhadas em questão de segundos após o óbito da vítima. Já está se tornando comum o compartilhamento de fotos de acidentes, assassinatos, suicídios, enfim. Se for famoso, a curiosidade pelo fato é maior do que a sensação desagradável de ver tal conteúdo. Nós estamos deixando nosso lado selvagem e indiferente preponderar diante da vida que se foi. Não estamos mais preocupados com a dor da família e amigos da vítima e, sim, buscando cada vez mais alimentar nossa curiosidade mórbida.
No dia da morte do cantor Cristiano Araújo, não era nem 8 horas da manhã e as fotos do acidente que o vitimou já estavam sendo compartilhadas nos grupos que participo no Whatsapp. Um desrespeito. Não por ser ele, mas por ser mais uma pessoa morta que teve fotos nada interessantes espalhadas pelas redes. A nossa exposição ultrapassou a barreira do bom senso e estamos perdendo o controle sobre nossas imagens diante de tanta exibição de nossa intimidade pelas redes sociais.

Algumas imagens sobre o tema:

 



TEXTO 2 – Direitos dos animais
Câmara aprova prisão para quem matar cães e gatos
Pena, segundo o texto que ainda será votado no Senado, será de 1 a 3 anos de detenção. Texto também criminaliza o abandono dos animais e a realização de rinha de cães
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (29), o Projeto de Lei 2833/11, do deputado Ricardo Tripoli (PSDB-SP), que criminaliza condutas contra a vida, a saúde ou a integridade de cães e gatos. A matéria, aprovada na forma de uma emenda substitutiva do deputado Lincoln Portela (PR-MG), será votada ainda pelo Senado.
De acordo com o texto, matar cão ou gato terá pena de detenção de 1 a 3 anos. A exceção será para a eutanásia, se o animal estiver em processo de morte agônico e irreversível, contanto que seja realizada de forma controlada e assistida.
Se o crime for cometido para controle populacional ou com a finalidade de controle zoonótico, a pena será de detenção de 1 a 3 anos. Neste último caso, ela será aplicada quando não houver comprovação de enfermidade infecto-contagiosa que não responda a tratamento.
Essas penas serão aumentadas em 1/3 se o crime for cometido com emprego de veneno, fogo, asfixia, espancamento, arrastadura, tortura ou outro meio cruel.



Algumas imagens sobre o tema:




TEXTO 3 – Jovem que sumiu na lapa-boa noite cinderela
Estudante de farmácia natural de Botucatu foi vista desorientada e recebendo socorro de uma desconhecida
Uma estudante paulista que faz uma pós-graduação em Farmácia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desapareceu, na tarde deste domingo, no Centro do Rio. Daniela Barbosa Batista, de 23 anos, está há quatro meses na cidade e foi vista pela última vez desorientada, na Catedral Metropolitana no Rio, para onde foi levada por uma desconhecida.
De acordo com a universitária Núbia de Almeida, amiga da estudante, uma mulher teria a encontrado desmaiada na Lapa e a levado para a catedral para pedir socorro. Ainda segundo a amiga, ela estaria desorientada, chorando e sem nenhum documento ou pertence. A pessoa que a socorreu ligou para o número do pai de Daniela, a única informação que ela conseguiu passar.
"Ainda estamos sem muitas informações e sem entender o que aconteceu. Ela teria sido encontrada desmaiada na Lapa. Como estava bem vestida, uma senhora achou estranho, a levou para a Catedral e chegando lá ela disse que não lembrava do que tinha acontecido. Ela aparentemente melhorou, conversou com a senhora e teria ido embora, mas depois não deu mais notícias e desapareceu", disse.


TEXTO 4 – Cantadas impertinentes, piadinhas, e até contato forçado.
Acho que comecei a ser assediada por estranhos, em ambientes públicos, por volta dos 13 anos. Ao contrário dos casos de horror que muitas amigas têm para contar, nunca sofri algo além das vulgares “cantadas”, inúmeras variedades delas.
Ao contrário do que muitos homens gostam de dizer por aí, a maioria de nós, mulheres, não se sente prestigiada ou enaltecida ao ser assediada na rua por um sujeito que ela não conhece e, tampouco, tem a intenção de conhecer.
Não nos vestimos para agradar aos desejos sexuais dos homens, por isso não nos interessa quais são suas opiniões ou desejos diante de nossos corpos, simplesmente, porque não somos corpos, somos pessoas, que possuem sentimentos e, também, medos. E um dos medos constante na mente de qualquer mulher é o abuso sexual, que pode começar com uma aparentemente inofensiva “cantada”. Segue abaixo um relato:
Muitas de nós fomos educadas para não respondermos a estranhos, sobretudo do sexo masculino. Fazemos, como nos ensinaram, damos um jeito de escapar ou minimizar os olhares, procuramos trafegar por ambientes movimentados, preferencialmente em companhia de amigos homens, dentre outros “truques”, que não são desconhecidos de nenhuma mulher.
A petulância dos assediadores é tanta, que alguns acham que podem escolher com que tipo de homem dado tipo de mulher deve andar. Se eles julgarem que uma mulher é “muita areia para o caminhão” do homem que a acompanha, supõem-se no direito de assediá-la. Exatamente, nós não podemos andar com qualquer homem, é preciso que ele seja mais alto e mais musculoso que nós. Isso tudo para agradar ao conceito de “merecimento” de outros homens acostumados a assediar menininhas nas ruas. É muita patrulha sexual para pouco agente sexual!
Sermos passivas diante do assédio sistemático significa aceitarmos que os homens possuem algum direito sob nossos corpos, o que não é verdade! Por isso, proponho que passemos a avaliar cada assédio como uma forma de verbalizar nosso empoderamento. Não sei se terei disposição para sair respondendo a todos esses cretinos assediadores, mas, a partir de hoje, coloco-me como desafio ir vencendo, paulatinamente, esse pequeno poder que eles acreditam que podem exercer sobre mim. Estendo esse desafio a todas as mulheres que, em algum momento, também chegaram à conclusão de que o prazer do assediador só pode lhe causar um sentimento, nojo.


Algumas imagens sobre o tema:


TEXTO 5 – Geração só a cabecinha
Outro dia vi um estudo que diz que 25% das músicas do Spotify são puladas após 5 segundos. E que metade dos usuários avança a música antes do seu final. Enquanto isso, no YouTube, a média de tempo assistindo a vídeos não passa dos 90 segundos. O mais chocante desses dois dados é que o uso do Spotify e do YouTube, em geral, está focado no lazer, no entretenimento. Ou seja, se a gente não tem paciência para ficar mais de 90 segundos focado em uma atividade que nos dá prazer, o que acontece com o resto das coisas?
Você ficou sabendo da entrada do ator Selton Mello no seriado Game Of Thrones? Saiu em vários grandes portais brasileiros e a galera na internet compartilhou loucamente a notícia. Tudo muito bacana, não fosse a notícia um hoax, um boato inventado por um empresário brasileiro apenas pra zoar e ver até onde a história poderia chegar. Bem, ela foi longe: mais de 500 tuítes com o link, mais de 3 mil compartilhamentos no Facebook, mais de 13 mil curtidas, matéria no UOL, Ego, Bandeirantes, O Dia e vários outros sites.
Quem não tem paciência de ouvir cinco segundos de uma música tem menos paciência ainda pra ler uma notícia inteira. Pesquisas já mostraram que a maioria das pessoas compartilha reportagens sem ler. Viramos a Geração “só a cabecinha”, um amontoado de pessoas que vivem com pressa, ansiosas demais pra se aprofundar nas coisas. Somos a geração que lê o título, comenta sobre ele, compartilha, mas não vai até o fim do texto. Não precisa, ninguém lê!
"SOMOS A GERAÇÃO QUE LÊ O TÍTULO, COMENTA SOBRE ELE, COMPARTILHA, MAS NÃO VAI ATÉ O FIM DO TEXTO. NÃO PRECISA, NINGUÉM LÊ!"
Nunca achei que a internet alienasse as pessoas ou nos deixasse mais burros, pois sei que a web é o que fazemos dela. Ela é sempre um reflexo do nosso eu, para o bem e para o mal. Mas é verdade que as redes sociais causaram, sim, um efeito esquisito nas pessoas. A timeline corre 24 horas por dia, 7 dias da semana e é veloz. Daí que muita gente acaba reagindo aos conteúdos com a mesma rapidez com que eles chegam. Nas redes sociais, um link dura em média 3 horas. Esse é o tempo entre ser divulgado, espalhar-se e morrer completamente. Se for uma notícia, o ciclo de vida é ainda menor: 5 minutos. CINCO MINUTOS! Não podemos nos dar ao luxo de ficar de fora do assunto do momento, certo? Então é melhor emitir logo qualquer opinião ou dar aquele compartilhar maroto só pra mostrar que estamos por dentro. Não precisa aprofundar, daqui a pouco vem outro assunto mesmo.

Algumas imagens sobre o tema:

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHfF5KTaSjpuYQebK4bkPEOnsPORdXc3-pHnLmff5vHiu0su2AGoBIIndNhC3WeWQpXGBsnTyN8wsDos_JmHDvThIUAZLrgUY3fPony8Uy9nezvdjjlxHR8NEHSkX3Q7HP2uIYR8PtqnE/s1600/monografia_tcc_geracaoy.png


TEXTO 6 – Relação esporte e sexualidade
Ingrid Oliveira foi a personagem da primeira semana dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Canadá. Em sete dias, ganhou 40 mil seguidores nas redes sociais e foi o assunto preferido dos internautas. Tudo por conta da primeira foto feita no Centro Aquático de Toronto, quando posou de costas com o maiô de competição e sentada na plataforma de 10m, apontando para o telão. Nesta segunda-feira, a menina de 19 anos encerrou sua participação no Pan com uma emocionante prata na plataforma de 10m sincronizada e garantiu que não irá mudar por conta dos comentários ofensivos e machistas que recebeu em seu Instagram.
- Estamos no século XXI. Não é mais passado, quando as pessoas iam para a praia quase de burca. Já vi pessoas na praia quase peladas, mas isso é problema delas. Porque as pessoas têm que julgar? Ofender assim? Entrar no meu Instagram, nem me segue e vem só para me esculachar? Vou lá e bloqueio, excluo... A foto é normal, estou apontando para o telão. Aparece a minha bunda, mas e daí? É uma foto normal, como todas as outras. Todo mundo posta foto assim, de costas, com pose quase indo para o salto. Não vejo nada demais, é do nosso esporte o maiô, o salto de costas, a foto de costas. Se eu postasse uma foto pelada, aí sim poderiam detonar. Mas, mesmo assim o Instagram é meu e eu faço o que eu quiser. Ninguém tem o direito de me julgar - garante Ingrid.
Apesar disso, Ingrid frisa que irá se preservar um pouco mais, levando em consideração o pedido da técnica Andreia da Silva, que durante a semana pediu menos foto e mais foco para a revelação dos saltos ornamentais brasileiro. Com 40 mil seguidores a mais, ela não irá fechar seu perfil nas redes sociais, e também não vai responder a qualquer comentário indelicado e machista recebido.  Estamos no século XXI. Não é mais passado, quando as pessoas iam para a praia quase de burca. Já vi pessoas na praia quase peladas, mas isso é problema delas. Porque as pessoas têm que julgar? Ofender assim?

TEXTO 7 – Juízes de Internet
Você é daqueles que curtem dar a opinião sobre tudo na internet, principalmente em sites de notícia e em redes sociais, mas que nem sempre se identifica nos comentários? A liberdade de postar sem se identificar pode chegar ao fim caso um projeto de lei seja aprovado no Congresso.
No início de junho, o deputado Sílvio Costa (PSC­PE) apresentou um projeto de lei, relacionado ao Marco Civil da Internet, que pretende acrescentar um quinto parágrafo ao artigo 15 da Lei nº 12.965 que estabelece que usuários de internet sejam obrigados a fornecer nome completo e CPF para que possam comentar em páginas da internet.
A medida visa inibir a criação e propagação de comentários ofensivos por parte de fakes, contas ou perfis utilizados na internet que servem para manter ocultas as identidades reais de usuários, como afirma o deputado autor da lei.
"Eu entendo que todo o cidadão tem o direito legítimo e democrático de expressar suas opiniões. A minha proposta não é impedir que ninguém dê opinião nas redes sociais, e sim inibir a ação de fakes. Todo fake é uma pessoa deplorável porque ele não exerce a sua cidadania, ele se esconde por trás do anonimato para fazer suas agressões".
Problemas relacionados a racismo e homofobia, comuns nas redes, foram o motivo que levou o deputado a criar o projeto de lei. Segundo ele, a falta de punição para essas agressões é preocupante.
"Se um fake comete um crime de racismo, a pessoa que foi agredida não sabe nem quem processar, a família fica sem poder ir atrás de alguém. Você não pode punir".
Já existe uma regulamentação no Marco Civil que segue linha parecida da proposta de Costa. Ela atribui que os provedores brasileiros de internet guardem por um período de seis meses os dados dos utilizadores.
Por outro lado, o advogado Fabricio Sicchierolli aponta que o projeto de lei pode ser usado como uma espécie de "patrulha ideológica". "O projeto revela nítida intenção de inibir comentários críticos depreciativos seja ao governo, seja a políticos, seja a qualquer pessoa física ou jurídica, o que objetivamente fere de morte a “liberdade de expressão no ambiente da web”. O que o projeto de lei procura não é fomentar a cidadania, mas, ao contrário, o ato de se forçar um cadastro é uma forma de manipular as pessoas para que não opinem por sentirem que podem sofrer retaliações e processos".
Fonte:     http://tnh1.ne10.uol.com.br/noticia/geral/2015/08/10/328495/projeto-de-lei-quer-fim-de-anonimato-na-internet-com-exigencia-de-cpf-para-comentar-em-sites


http://www.materiaincognita.com.br/wp-content/uploads/2013/01/Discussao-pela-Internet.jpg














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