Atualmente, deixamos de ser uma sociedade presencial para nos tornamos uma
sociedade digital, o que implica uma outra relação social mediada pela tecnologia.
O grande desafio nesse momento é saber explorar o potencial positivo desta nova forma
de comunicação dentro dos planos econômicos, políticos, culturais e humanos.
Procurei nessa aula abordar diversas notícias que tem sido divulgas pela internet e seus reflexos em nossas vidas
Material da Aula
TEXTO 1 – -Morte de Cristiano Araújo e a idolatria, Zeca Camargo
Desde a morte do sertanejo Cristiano Araújo, na quarta (25/06/2015),
não foram poucos os textos que circularam na internet sobre o abismo que separa
os milhões de fãs do cantor daquelas pessoas que nunca haviam ouvido falar
nele. Foi assim que, na noite de domingo (28/06/2015), Zeca Camargo começou uma
crônica na Globo News sobre a comoção provocada pelo caso. A maneira como o
jornalista desenvolveu o comentário, no entanto, irritou uma multidão – e levou
o nome de Zeca à lista dos assuntos mais comentados nas redes sociais.
“Como fomos capaz de nos seduzir coletivamente por uma figura
desconhecida?“, ele perguntou, entre outras provocações. “O que realmente
surpreende neste evento triste da semana foi a comoção nacional. De uma hora
para outra, fãs e pessoas que não faziam ideia de quem era Cristiano Araújo
partiram para o abraço coletivo, como se todos nós estivéssemos desejando uma
catarse assim, um evento maior que nos unisse pela emoção”, afirmou. E comparou
a cobertura “insana” do acontecimento na imprensa com o fenômeno dos livros
para colorir.
“O cantor talvez tenha
morrido cedo demais para provar que tinha potencial para se tornar uma paixão
nacional, como tantos casos recentes. Nossa canção popular é dominada por
revelações de uma música só”, afirmou. Para Zeca, portanto, Cristiano não teve
tempo para se tornar revelante no cenário nacional. Ainda insinuou que o
público deveria adorar os “ídolos de verdade”. “Precisamos, sim, de mais
heróis. Mas está todo mundo ocupado pintando jardins secretos”, afirmou.
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Nós estamos no ano de 2015 e é impossível contestar a força e
o alcance que as redes sociais têm ganhado, ano após ano, em nossa sociedade. É
muito difícil encontrar alguém que não esteja presente em alguma mídia social,
como Facebook, Instagram e Whatsapp, por exemplo. Passou a existir novas maneiras
de nos comunicarmos, a internet facilitou o compartilhamento de mensagens,
fotos e áudios entre amigos e parentes. Também se pode dizer que esses sites e
apps de redes sociais tornaram-se grandes ferramentas de aproximação entre
empresas e pessoas, pois elas possibilitaram o surgimento de novas estratégias
de relacionamento em um mercado cada vez mais competitivo.
Mas, com o crescimento e popularização das redes sociais, um
fato chama a atenção: a banalização da morte. Tal situação se dá devido ao modo
como estamos lidando com essas ferramentas de uns anos para cá. Assim como as
usamos para comunicar algo pertinente, nós também a usamos para compartilhar
conteúdos que podem prejudicar pessoas alheias ao nosso círculo social.
Vamos nos ater, neste post, ao caso das fotos de pessoas
mortas, que são espalhadas em questão de segundos após o óbito da vítima. Já
está se tornando comum o compartilhamento de fotos de acidentes, assassinatos,
suicídios, enfim. Se for famoso, a curiosidade pelo fato é maior do que a
sensação desagradável de ver tal conteúdo. Nós estamos deixando nosso lado
selvagem e indiferente preponderar diante da vida que se foi. Não estamos mais
preocupados com a dor da família e amigos da vítima e, sim, buscando cada vez
mais alimentar nossa curiosidade mórbida.
No dia da morte do cantor Cristiano Araújo, não era nem 8
horas da manhã e as fotos do acidente que o vitimou já estavam sendo
compartilhadas nos grupos que participo no Whatsapp. Um desrespeito. Não por ser
ele, mas por ser mais uma pessoa morta que teve fotos nada interessantes
espalhadas pelas redes. A nossa exposição ultrapassou a barreira do bom senso e
estamos perdendo o controle sobre nossas imagens diante de tanta exibição de
nossa intimidade pelas redes sociais.
Fonte: http://vejasp.abril.com.br/blogs/pop/2015/06/29/zeca-camargo-cristiano-araujo-morte-polemica/
Algumas imagens sobre o tema:
https://media.zenfs.com/en/homerun/wp_tumblr_migration_provider_889/5c823edaee2bdfd58c69af6ccfe36cf9
TEXTO 2 – Direitos dos
animais
Câmara aprova prisão para quem matar cães e gatos
Pena, segundo o texto que ainda será votado no Senado, será
de 1 a 3 anos de detenção. Texto também criminaliza o abandono dos animais e a
realização de rinha de cães
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, nesta
quarta-feira (29), o Projeto de Lei 2833/11, do deputado Ricardo Tripoli
(PSDB-SP), que criminaliza condutas contra a vida, a saúde ou a integridade de
cães e gatos. A matéria, aprovada na forma de uma emenda substitutiva do
deputado Lincoln Portela (PR-MG), será votada ainda pelo Senado.
De acordo com o texto, matar cão ou gato terá pena de detenção
de 1 a 3 anos. A exceção será para a eutanásia, se o animal estiver em processo
de morte agônico e irreversível, contanto que seja realizada de forma
controlada e assistida.
Se o crime for cometido para controle populacional ou com a
finalidade de controle zoonótico, a pena será de detenção de 1 a 3 anos. Neste
último caso, ela será aplicada quando não houver comprovação de enfermidade
infecto-contagiosa que não responda a tratamento.
Essas penas serão aumentadas em 1/3 se o crime for cometido
com emprego de veneno, fogo, asfixia, espancamento, arrastadura, tortura ou
outro meio cruel.
Algumas imagens sobre o tema:
TEXTO 3 – Jovem
que sumiu na lapa-boa noite cinderela
Estudante de
farmácia natural de Botucatu foi vista desorientada e recebendo socorro de uma
desconhecida
Uma estudante
paulista que faz uma pós-graduação em Farmácia na Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ) desapareceu, na tarde deste domingo, no Centro do Rio.
Daniela Barbosa Batista, de 23 anos, está há quatro meses na cidade e foi vista
pela última vez desorientada, na Catedral Metropolitana no Rio, para onde foi
levada por uma desconhecida.
De acordo com
a universitária Núbia de Almeida, amiga da estudante, uma mulher teria a
encontrado desmaiada na Lapa e a levado para a catedral para pedir socorro.
Ainda segundo a amiga, ela estaria desorientada, chorando e sem nenhum
documento ou pertence. A pessoa que a socorreu ligou para o número do pai de
Daniela, a única informação que ela conseguiu passar.
"Ainda
estamos sem muitas informações e sem entender o que aconteceu. Ela teria sido
encontrada desmaiada na Lapa. Como estava bem vestida, uma senhora achou
estranho, a levou para a Catedral e chegando lá ela disse que não lembrava do
que tinha acontecido. Ela aparentemente melhorou, conversou com a senhora e
teria ido embora, mas depois não deu mais notícias e desapareceu", disse.
Fonte: http://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2015-07-06/jovem-paulista-desaparece-no-centro.html
TEXTO 4 – Cantadas
impertinentes, piadinhas, e até contato forçado.
Acho que
comecei a ser assediada por estranhos, em ambientes públicos, por volta dos 13
anos. Ao contrário dos casos de horror que muitas amigas têm para contar, nunca
sofri algo além das vulgares “cantadas”, inúmeras variedades delas.
Ao
contrário do que muitos homens gostam de dizer por aí, a maioria de nós,
mulheres, não se sente prestigiada ou enaltecida ao ser assediada na rua por um
sujeito que ela não conhece e, tampouco, tem a intenção de conhecer.
Não nos
vestimos para agradar aos desejos sexuais dos homens, por isso não nos
interessa quais são suas opiniões ou desejos diante de nossos corpos,
simplesmente, porque não somos corpos, somos pessoas, que possuem sentimentos
e, também, medos. E um dos medos constante na mente de qualquer mulher é o
abuso sexual, que pode começar com uma aparentemente inofensiva “cantada”.
Segue abaixo um relato:
Muitas de
nós fomos educadas para não respondermos a estranhos, sobretudo do sexo
masculino. Fazemos, como nos ensinaram, damos um jeito de escapar ou minimizar
os olhares, procuramos trafegar por ambientes movimentados, preferencialmente
em companhia de amigos homens, dentre outros “truques”, que não são
desconhecidos de nenhuma mulher.
A
petulância dos assediadores é tanta, que alguns acham que podem escolher com
que tipo de homem dado tipo de mulher deve andar. Se eles julgarem que uma
mulher é “muita areia para o caminhão” do homem que a acompanha, supõem-se no
direito de assediá-la. Exatamente, nós não podemos andar com qualquer homem, é
preciso que ele seja mais alto e mais musculoso que nós. Isso tudo para agradar
ao conceito de “merecimento” de outros homens acostumados a assediar menininhas
nas ruas. É muita patrulha sexual para pouco agente sexual!
Sermos
passivas diante do assédio sistemático significa aceitarmos que os homens
possuem algum direito sob nossos corpos, o que não é verdade! Por isso,
proponho que passemos a avaliar cada assédio como uma forma de verbalizar nosso
empoderamento. Não sei se terei disposição para sair respondendo a todos esses
cretinos assediadores, mas, a partir de hoje, coloco-me como desafio ir
vencendo, paulatinamente, esse pequeno poder que eles acreditam que podem
exercer sobre mim. Estendo esse desafio a todas as mulheres que, em algum
momento, também chegaram à conclusão de que o prazer do assediador só pode lhe
causar um sentimento, nojo.
Algumas imagens sobre o tema:
TEXTO 5 – Geração só a
cabecinha
Outro dia vi
um estudo que diz que 25% das músicas do Spotify são puladas após 5 segundos. E
que metade dos usuários avança a música antes do seu final. Enquanto isso, no
YouTube, a média de tempo assistindo a vídeos não passa dos 90 segundos. O mais
chocante desses dois dados é que o uso do Spotify e do YouTube, em geral, está
focado no lazer, no entretenimento. Ou seja, se a gente não tem paciência para
ficar mais de 90 segundos focado em uma atividade que nos dá prazer, o que
acontece com o resto das coisas?
Você ficou
sabendo da entrada do ator Selton Mello no seriado Game Of Thrones? Saiu em
vários grandes portais brasileiros e a galera na internet compartilhou
loucamente a notícia. Tudo muito bacana, não fosse a notícia um hoax, um boato
inventado por um empresário brasileiro apenas pra zoar e ver até onde a
história poderia chegar. Bem, ela foi longe: mais de 500 tuítes com o link,
mais de 3 mil compartilhamentos no Facebook, mais de 13 mil curtidas, matéria no
UOL, Ego, Bandeirantes, O Dia e vários outros sites.
Quem não tem
paciência de ouvir cinco segundos de uma música tem menos paciência ainda pra
ler uma notícia inteira. Pesquisas já mostraram que a maioria das pessoas
compartilha reportagens sem ler. Viramos a Geração “só a cabecinha”, um
amontoado de pessoas que vivem com pressa, ansiosas demais pra se aprofundar
nas coisas. Somos a geração que lê o título, comenta sobre ele, compartilha,
mas não vai até o fim do texto. Não precisa, ninguém lê!
"SOMOS A
GERAÇÃO QUE LÊ O TÍTULO, COMENTA SOBRE ELE, COMPARTILHA, MAS NÃO VAI ATÉ O FIM
DO TEXTO. NÃO PRECISA, NINGUÉM LÊ!"
Nunca achei
que a internet alienasse as pessoas ou nos deixasse mais burros, pois sei que a
web é o que fazemos dela. Ela é sempre um reflexo do nosso eu, para o bem e
para o mal. Mas é verdade que as redes sociais causaram, sim, um efeito
esquisito nas pessoas. A timeline corre 24 horas por dia, 7 dias da semana e é
veloz. Daí que muita gente acaba reagindo aos conteúdos com a mesma rapidez com
que eles chegam. Nas redes sociais, um link dura em média 3 horas. Esse é o
tempo entre ser divulgado, espalhar-se e morrer completamente. Se for uma
notícia, o ciclo de vida é ainda menor: 5 minutos. CINCO MINUTOS! Não podemos
nos dar ao luxo de ficar de fora do assunto do momento, certo? Então é melhor
emitir logo qualquer opinião ou dar aquele compartilhar maroto só pra mostrar
que estamos por dentro. Não precisa aprofundar, daqui a pouco vem outro assunto
mesmo.
Algumas imagens sobre o tema:
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHfF5KTaSjpuYQebK4bkPEOnsPORdXc3-pHnLmff5vHiu0su2AGoBIIndNhC3WeWQpXGBsnTyN8wsDos_JmHDvThIUAZLrgUY3fPony8Uy9nezvdjjlxHR8NEHSkX3Q7HP2uIYR8PtqnE/s1600/monografia_tcc_geracaoy.png
TEXTO 6 – Relação esporte e
sexualidade
Ingrid Oliveira foi a personagem da primeira semana dos Jogos
Pan-Americanos de Toronto, no Canadá. Em sete dias, ganhou 40 mil seguidores
nas redes sociais e foi o assunto preferido dos internautas. Tudo por conta da
primeira foto feita no Centro Aquático de Toronto, quando posou de costas com o
maiô de competição e sentada na plataforma de 10m, apontando para o telão.
Nesta segunda-feira, a menina de 19 anos encerrou sua participação no Pan com
uma emocionante prata na plataforma de 10m sincronizada e garantiu que não irá
mudar por conta dos comentários ofensivos e machistas que recebeu em seu
Instagram.
- Estamos no século XXI. Não é mais passado, quando as
pessoas iam para a praia quase de burca. Já vi pessoas na praia quase peladas,
mas isso é problema delas. Porque as pessoas têm que julgar? Ofender assim?
Entrar no meu Instagram, nem me segue e vem só para me esculachar? Vou lá e
bloqueio, excluo... A foto é normal, estou apontando para o telão. Aparece a
minha bunda, mas e daí? É uma foto normal, como todas as outras. Todo mundo
posta foto assim, de costas, com pose quase indo para o salto. Não vejo nada
demais, é do nosso esporte o maiô, o salto de costas, a foto de costas. Se eu
postasse uma foto pelada, aí sim poderiam detonar. Mas, mesmo assim o Instagram
é meu e eu faço o que eu quiser. Ninguém tem o direito de me julgar - garante
Ingrid.
Apesar disso, Ingrid frisa que irá se preservar um pouco
mais, levando em consideração o pedido da técnica Andreia da Silva, que durante
a semana pediu menos foto e mais foco para a revelação dos saltos ornamentais
brasileiro. Com 40 mil seguidores a mais, ela não irá fechar seu perfil nas
redes sociais, e também não vai responder a qualquer comentário indelicado e
machista recebido. Estamos no século
XXI. Não é mais passado, quando as pessoas iam para a praia quase de burca. Já
vi pessoas na praia quase peladas, mas isso é problema delas. Porque as pessoas
têm que julgar? Ofender assim?
TEXTO 7 – Juízes de Internet
Você é
daqueles que curtem dar a opinião sobre tudo na internet, principalmente em
sites de notícia e em redes sociais, mas que nem sempre se identifica nos
comentários? A liberdade de postar sem se identificar pode chegar ao fim caso
um projeto de lei seja aprovado no Congresso.
No início
de junho, o deputado Sílvio Costa (PSCPE) apresentou um projeto de lei,
relacionado ao Marco Civil da Internet, que pretende acrescentar um quinto
parágrafo ao artigo 15 da Lei nº 12.965 que estabelece que usuários de internet
sejam obrigados a fornecer nome completo e CPF para que possam comentar em
páginas da internet.
A medida
visa inibir a criação e propagação de comentários ofensivos por parte de fakes,
contas ou perfis utilizados na internet que servem para manter ocultas as
identidades reais de usuários, como afirma o deputado autor da lei.
"Eu
entendo que todo o cidadão tem o direito legítimo e democrático de expressar
suas opiniões. A minha proposta não é impedir que ninguém dê opinião nas redes
sociais, e sim inibir a ação de fakes. Todo fake é uma pessoa deplorável porque
ele não exerce a sua cidadania, ele se esconde por trás do anonimato para fazer
suas agressões".
Problemas
relacionados a racismo e homofobia, comuns nas redes, foram o motivo que levou
o deputado a criar o projeto de lei. Segundo ele, a falta de punição para essas
agressões é preocupante.
"Se
um fake comete um crime de racismo, a pessoa que foi agredida não sabe nem quem
processar, a família fica sem poder ir atrás de alguém. Você não pode
punir".
Já existe
uma regulamentação no Marco Civil que segue linha parecida da proposta de
Costa. Ela atribui que os provedores brasileiros de internet guardem por um
período de seis meses os dados dos utilizadores.
Por outro
lado, o advogado Fabricio Sicchierolli aponta que o projeto de lei pode ser
usado como uma espécie de "patrulha ideológica". "O projeto
revela nítida intenção de inibir comentários críticos depreciativos seja ao
governo, seja a políticos, seja a qualquer pessoa física ou jurídica, o que
objetivamente fere de morte a “liberdade de expressão no ambiente da web”. O
que o projeto de lei procura não é fomentar a cidadania, mas, ao contrário, o
ato de se forçar um cadastro é uma forma de manipular as pessoas para que não
opinem por sentirem que podem sofrer retaliações e processos".
http://www.materiaincognita.com.br/wp-content/uploads/2013/01/Discussao-pela-Internet.jpg
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