domingo, 3 de abril de 2016

Aula 08/2016 - 48 anos da morte de Martin Luther King



TEXTO 1 – FATO MOTIVADOR
O sonho radiante da conquista da liberdade, dos direitos civis reconhecidos e da harmonia racial nos Estados Unidos transformou-se num amargo pesadelo na tarde da última quinta-feira 4, em Memphis, no Tennessee. Martin Luther King Jr., de 39 anos, pastor batista e herói da luta dos negros americanos por igualdade, foi assassinado na varanda do segundo andar do Hotel Lorraine, onde estava hospedado. Laureado com o prêmio Nobel da Paz de 1964, o "doutor King", como era conhecido, conversava com integrantes de sua comitiva, pouco antes de sair para jantar, quando foi atingido no lado direito do pescoço por um único e fatal projétil de alto calibre, disparado de uma distância estimada entre 50 e 100 metros. A bala explodiu sua mandíbula e o arremessou contra a parede interna do edifício. King ainda foi levado para o hospital Saint Joseph, próximo dali. Menos de uma hora depois do brutal atentado, foi declarado morto. A polícia de Memphis, que ainda não identificou o atirador, está à procura de um homem de cerca de 30 anos, vestindo terno e gravata pretos, visto por testemunhas deixando as redondezas em um Mustang último modelo. O suspeito é branco.
A chocante notícia do assassinato de Luther King causou tumulto em Memphis e levou o governador do Tennessee, Bufford Ellington, a convocar 4.000 homens da Guarda Nacional e impor um toque de recolher aos 550.000 habitantes da cidade - 40% dos quais são negros. Nas horas seguintes ao crime, 60 pessoas foram presas em Memphis. A agitação alastrou-se de imediato para outros 110 municípios americanos, nos quais foram registrados confrontos de civis com policiais, incêndios e saques a residências e comércios. O saldo de 39 mortos e mais de 2.500 feridos é o sombrio prenúncio de uma onda de violência racial que preocupa sobremaneira o governo de Lyndon Johnson. Num pronunciamento de televisão transmitido menos de uma hora depois do anúncio do assassinato, o presidente conclamou os americanos a rejeitar a "violência cega" que tirou a vida de King. "A divisão da população americana e o desrespeito à lei não nos levarão a lugar algum", observou Johnson, que no passado já havia recebido o líder negro no Salão Oval da Casa Branca

TEXTO 2 – COMO SE DEU A LUTA POR DIREITOS CIVIS NOS EUA?
Muita gente já ouviu falar sobre nomes como Martin Luther King, Malcom X, Rosa Parks e muitos outros, que fizeram parte da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.
Mas será que você sabe exatamente como se deu a luta por direitos civis nos Estados Unidos? Será que você entende tudo que esteve envolvido neste processo cheio de eventos importantes que mudaram o país mais poderoso do mundo para sempre?
De quando a quando?
Apesar de uma série de divergências entre historiadores, o fato é que o Movimento dos Direitos Civis dos Estados Unidos é um período de tempo que compreende eventos que ocorreram entre 1954 e 1968.
A luta se deu em virtude da segregação racial que imperava em boa parte dos estados que compõem a nação estadunidense, que gerava descontentamento, já que havia barbearias, bares, lanchonetes e até bebedouros destinados a pessoas brancas em separado aos que eram destinados às pessoas negras.
Início
A costureira negra Rosa Parks entrou para a História quando em 1º de dezembro de 1955, na cidade de Montgomery, no Alabama, ela se recusou a levantar para que um branco se sentasse em seu lugar no ônibus, sendo presa por isto.
Por este ato de rebeldia contra a lei que obrigava que os bancos da frente ficassem liberados apenas para pessoas brancas, enquanto que os bancos do fundo eram destinados apenas às pessoas negras, Rosa Parks acabou sendo presa, julgada e condenada.
Com isto, vários atos organizados por lideranças negras e com o apoio de brancos, foram realizados para boicotar o transporte público de Montgomery, que quase foi à falência em virtude disto.
Foi por conta disto, que teve início a luta pelos direitos civis dos negros dentro dos Estados Unidos, já que muitas outras lideranças e muitos outros movimentos passaram a surgir.
A Marcha sobre Washington
Depois de uma série de outros acontecimentos importantes e protestos em outros estados, ocorreu a famosa Marcha sobre Washington, em agosto de 1963, que levou nada menos do que um quarto de milhão de manifestantes à capital federal.
Vindos de todos os cantos da nação, havia entre os participantes não apenas negros, mas também brancos que apoiavam o fim da segregação racial.

TEXTO 3 – ABOLIÇÃO, SIM. IGUALDADE, AINDA NÃO
Em uma assinatura, fomos de um passado vergonhoso de dor e humilhação de centenas de milhares de negros para uma pré-democracia com igualdade de direitos e oportunidades, no dia 13 de maio de 1888.
Essa é a história conhecida sobre a abolição da escravatura no Brasil, a última colônia nas Américas a abrir mão do trabalho forçado, mas pouco se fala sobre as verdadeiras intenções do ato de Princesa Isabel - que seguiu um movimento de pressão externa e interna contra a Coroa portuguesa, sendo um fato mais político que humanitário - e das verdadeiras mudanças, refletidas até os dias de hoje.
Mais de um século após a assinatura da Lei Áurea, muita coisa mudou, a população negra soma hoje 50,1% dos cidadãos brasileiros, mas ainda existe um fosso entre negros e brancos no país difícil de transpor e a democracia racial continua sendo um mito.
De acordo com especialistas, essa diferença entre brancos e negros no Brasil tem reflexos basicamente econômicos - na renda e no emprego - mas podem ser notadas também no acesso a serviços básicos, como saúde, Educação Superior, saneamento básico e previdência. Para o professor Marcelo Paixão, coordenador do Laboratório de Análises Econômicas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, avaliar o tamanho do fosso entre brancos e negros depende de qual aspecto se analisa. "Se vamos analisar mercado de trabalho, renda e emprego, tivemos redução das disparidades. Se falamos em mortalidade materna e taxa de homicídios, o índice ainda assusta", comenta ele. O especialista alerta também para a Previdência Social, que não cobre nem metade da população negra feminina no país.
TEXTO 4 – ENQUANTO ISSO NAS REDES SOCIAIS
A cantora Claudia Leitte publicou uma foto na noite de terça-feira (29) em homenagem ao aniversário de Salvador, na Bahia.
Na legenda da imagem, ela escreveu: "Africana da Alemanha, Negalora do Pelô, Nasci em São Gonçalo e... com 5 dias de vida fui morar em Salvador. Hoje eu vivo pelos céus e estradas, mas essa terra continua sendo o lugar que chamo MEU LAR. Obrigada, Deus, por me plantar nessa cidade e me regar com tanta baianidade!‪#‎FelizAniversárioSalvador".
Nos comentários, os internautas se irritaram com o fato da cantora se intitular "Negalora do Pelô" e "Africana da Alemanha".
à"Pare com essa palhaçada de querer se apropriar, ser negro não é moda. É resistência", escreveu um seguidor. Confira outros comentários:
àNem africana, nem negra. Tá mais pra branca apropriadora. Reconhece tua cor e teus privilégios.
àÉ bonito ou moda, ser negra~~ desde que não esteja na pele de um negro. É muito fácil ser negra~~ quando seu cabelo nunca foi taxado de bombril ou sujo (por ser liso e louro tal como o padrão de beleza sempre impôs)
ser negra~~ desde que isso não interfira em seus privilégios como branca. Ser 'africana' na Alemanha, quando não se está na pele de um negro que sempre foi malvisto inclusive por alemães. Fia se oriente.
àNão to conseguindo encontrar COERÊNCIA EM "AFRICANA DA ALEMANHA" Ham?
àConsigo imaginar Nelson Mandela olhando pra cá e dizendo: "Sai daí! Não fiquei 27 anos preso pra isso! Você já senta no banco da frente do ônibus!"
àNem africana e nem negra, nem venha roubar nossa cultura. Já basta de se beneficiar do racismo brasileiro, de ser uma cantora BRANCA, SIM, VOCÊ É BRANCA, com sucesso no ESTADO MAIS NEGRO DO PAÍS, que por sinal, dá muito mais visibilidade pra artistas brancos.

TEXTO 5 – O RACISMO É UMA PROBLEMÁTICA BRANCA
A convite do Instituto Goethe, Grada Kilomba fez intervenções em São Paulo dentro do evento “Massa Revoltante". A escritora, performer e professora da Universidade Humboldt de Berlim realizou a palestra performance “Descolonizando o conhecimento”
Com origens nas ilhas São Tomé e Príncipe e Angola, a artista interdisciplinar portuguesa Grada Kilomba trabalha com os temas de gênero, raça, trauma e memória. Autora de Plantations Memories – Episodes of everyday racism, acaba de lançar sua mais nova obra chamada Performing Knowledge.
Particularmente, encontrá-la foi um momento especial porque Grada está nas referências bibliográficas da minha pesquisa de mestrado, e foi emocionante poder conhecê-la além de sua obra. Grada parece ocupar um lugar de sublimação, sua fala é otimista, acolhedora e seu trabalho, como ela mesma diz “dialoga com as vozes do futuro”. Leia trechos da entrevista a seguir:
CC: Como é possível descolonizar nosso pensamento numa sociedade que ainda não nos vê como sujeito?
GK: Parte do processo de descolonização é se fazer essas questões. É perguntar, às vezes é não ter a resposta, mas fazer novas perguntas. Quando eu trabalho, eu sou a favor de criar novas questões e não necessariamente de encontrar as respostas. Às vezes nós estamos à espera de fazer perguntas muito divinas que ninguém pode responder, fazemos perguntas que são muito absolutas a espera de uma receita, de um resposta absoluta. E isso é uma contradição do processo. Eu acho que o próprio processo de descolonização é fazer novas questões que nos ajudam a desmantelar o colonialismo.
Faz parte desse processo de descolonização aprender a fazer perguntas menores, que fragmentam. Eu acho isso muito importante. A população branca perguntou durante muito tempo se era racista. É de novo uma pergunta muito absoluta que tem uma resposta muito absoluta.
CC: Qual o papel do sujeito negro nisso?
GK: Somos pessoas diferentes, sujeitos diferentes. Há dias que me sinto forte, há dias em que sinto fraca, há dias em que não quero ver ninguém, há dias em que eu rio muito. Todo dia é diferente. Há dias em que eu faço piada, há dias em que eu choro. E isso faz parte desse processo de humanização porque o racismo não nos deixa ser humano.

TEXTO 6 – ALGUMAS IMAGENS
  



TEXTO 6 – TIRINHA


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Alguns Vídeos
Assassinato de Martin Luther King

Discurso de Martin Luther King

Movimento Negro Brasileiro

Igualdade Racial


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