segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Aula 01/2019 -TEMA: O lucro é o que “VALE”?.










TEXTO 1 – FATO MOTIVADOR - Rompimento de barragem de rejeitos de minério provoca desastre em Brumadinho (MG)
Uma enxurrada de lama fez o Brasil inteiro relembrar, nesta sexta (25/01), a tragédia ambiental e humana registrada há pouco mais de 38 meses em Minas Gerais. De novo, em Minas Gerais. De novo, pelo rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração da Vale, que acabou provocando o transbordamento de outras duas barragens.
No início da tarde, um mar de lama desceu por um vale cheio de sítios e vilarejos e saiu destruindo a vegetação, cobrindo as casas e revirando muitos carros. Eram 13h20 quando os bombeiros confirmaram o rompimento de uma barragem de rejeitos da Mina do Feijão. Ela ficava numa área rural, a poucos quilômetros de Brumadinho, na Região Metropolitana e Belo Horizonte. Faz parte de um complexo de mineração da Vale. A empresa disse que a barragem tinha rejeitos de minério de ferro e não estava ativa desde 2015.
Muitos funcionários estavam no refeitório. Ainda não se sabe quantas pessoas estavam no local. Em pouco tempo, a lama cobriu a área administrativa da Vale e parte da comunidade da Vila Ferteco. Aproximadamente mil pessoas moram na região.
No fim da tarde, o Ministério do Meio Ambiente declarou que outras duas barragens do complexo se romperam. Os bombeiros afirmaram que vazaram 13 milhões de metros cúbicos de rejeito de minério. Essa quantidade é um quarto do que vazou da barragem de Fundão, em Mariana, há três anos. As imagens de antes e depois do rompimento mostram a dimensão da destruição.
A lama seguiu rumo ao rio Paraopeba, um dos principais afluentes do São Francisco. Parte do abastecimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte é feita com a captação da água do Paraopeba. A Copasa afirmou que está suspensa a captação da água do rio Paraopeba em Brumadinho e que o abastecimento da população atendida pelo sistema Paraopeba está sendo realizado por outras represas e pelo Rio das Velhas.
Fonte:       https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2019/01/25/rompimento-de-barragem-de-rejeitos-de-minerio-provoca-desastre-em-brumadinho-em-minas-gerais.ghtml
TEXTO 2 – Brumadinho: Perguntas e respostas sobre a tragédia na barragem da Vale
Na última sexta-feira, 25 uma barragem da mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, localizada em Brumadinho, se rompeu, atingindo a área administrativa da empresa e a comunidade da Vila Ferteco. A tragédia deixou, até o momento, 99 mortos, 259 desaparecidos e 176 desabrigados.
Quais são os impactos do rompimento da barragem até o momento?
A Barragem 1 tinha cerca de 13 milhões de m³ de rejeitos, que foram despejados sobre a região do Córrego do Feijão, atingindo a área administrativa da empresa, a comunidade da Vila Ferteco e a pousada Nova Estância. A onda de rejeitos chegou até o Rio Paraopeba, a cerca de 8 km da barragem, e começou a se mover em direção ao Rio São Francisco.
Quais medidas estão sendo tomadas para atender as vítimas?
Familiares dos desaparecidos se queixam de abandono por parte da empresa e da falta de informação sobre seus parentes. A Vale anunciou uma doação de R$ 100 mil para cada família de vítima e disse que profissionais de saúde do Hospital Albert Einstein foram chamados para ajudar as vítimas.           
Já foram aplicadas punições à Vale?
A empresa teve R$ 16 bilhões bloqueados pela Justiça e também recebeu uma multa de R$ 250 milhões do Ibama.
Alguém foi preso?
Cinco pessoas – dois engenheiros da empresa alemã TÜV SUD, que atestou a estabilidade da barragem, e três funcionários da Vale que estariam envolvidos diretamente no licenciamento da barragem – foram presos na terça-feira, 27. A Justiça decretou a prisão temporária por 30 dias por suspeita de homicídio qualificado, crime ambiental e falsidade ideológica.
As causas já foram identificadas?
A investigação ainda está sendo feita. A perícia só poderá ir ao local do acidente após o término das buscas pelos bombeiros.
Como é feita a fiscalização dessas barragens?
As inspeções de segurança são feitas pela própria empresa ou por empresas contratadas por ela, como foi o caso da Vale com a TÜV SÜD. A fiscalização cabe à Agência Nacional de Mineração, que tem apenas 35 fiscais capacitados para atuar nas 790 barragens de rejeitos de minérios, semelhantes às do Córrego do Feijão, em Brumadinho, e à do Fundão, em Mariana.
Quais medidas foram tomadas pelo governo e pela Vale para evitar novos acidentes?
O governo anunciou que órgãos federais fiscalizarão 3.386 barragens que se encontram em alto risco ou têm possibilidade de dano em todo o País. Dessas, 205 são de resíduos de mineração e terão prioridade. A Vale anunciou que vai encerrar as atividades em todas as suas barragens à montante, em um prazo de três anos. Isso deve reduzir a produção da companhia em 10%.
Por que o sistema de alarme não funcionou?
Segundo Maria Júlia Andrade, que integra o Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), moradores de áreas vizinhas à barragem disseram que o sistema de alarme não funcionou no momento do acidente.
A Vale promoveu um treinamento com os moradores da região para casos de acidente, orientando-os sobre como agir e para onde fugir caso ouvissem o alarme. Porém, segundo Andrade, nenhuma sirene foi acionada após o acidente. "É a sirene que desencadeia todos os protocolos de segurança. Se ela não toca, não há protocolo."
Em entrevista coletiva na sexta, o presidente da Vale, Fabio Schvartsman, disse que o acidente pode ter ocorrido muito bruscamente, sem que o alarme pudesse surtir efeitos.
Outras barragens foram afetadas pelo rompimento?
Após o acidente, bombeiros disseram à imprensa que o rompimento da barragem havia danificado outras duas barragens do mesmo complexo de mineração. Já o presidente da Vale afirmou que uma única barragem se rompeu e que uma segunda barragem havia transbordado, mas estava com a estrutura intacta.
Até onde a lama chegará?
A lama do desastre em Brumadinho já chegou ao rio Paraopeba, que é um afluente do São Francisco. Este, por sua vez, é o rio mais importante da região Nordeste, responsável pelo abastecimento de dezenas de milhões de pessoas.
Para chegar ao São Francisco, a lama terá de atravessar outras barragens que não estão em sua capacidade máxima e que podem diluí-la, atenuando seus impactos na bacia.
Como a barragem teve sua segurança aprovada em relatórios recentes?
Segundo a Vale, a barragem rompida tinha Declarações de Condições de Estabilidade emitidas pela empresa TUV SUD em junho e setembro de 2018. A empresa diz que os documentos atestavam "a segurança física e hidráulica da barragem".
Porém, especialistas questionam os critérios dessa aprovação. Alessandra Cardoso, assessora política do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), cita o fato de que a barragem estava sem receber rejeitos há três anos.
"É importante saber se a empresa adota o mesmo rigor de segurança em barragens que estão inativas, em processo de sedimentação."
Para ela, quando uma mina ou barragem paralisa suas atividades, "a tendência é que a empresa dê menos atenção" aos critérios de segurança.
Fonte 1: https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,brumadinho-perguntas-e-respostas-sobre-a-tragedia-na-barragem-da-vale,70002702200
Fonte 2: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-47012088
TEXTO 3 – Tocantins tem quatro barragens em situação de risco e mais de 520 sem monitoramento
Quatro barragens no Tocantins estão com as estruturas comprometidas após apresentarem erosões e infiltrações, segundo levantamento da Agência Nacional de Águas (ANA). Ao todo, o estado tem 680 estruturas de barramento cadastradas. O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) seria responsável por monitorar a maioria, cerca de 670, mas somente 143 foram vistoriadas e classificadas quanto ao risco e dano potencial. Ou seja, 527 ainda não foram monitoradas.
No Tocantins existem três barragens de rejeitos de minério, segundo a ANA, semelhantes à que rompeu em Brumadinho (MG), que são fiscalizadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM). Os barramentos ficam em Arraias, Chapada da Natividade e Taipas do Tocantins. As barragens destinadas a geração de energia, por sua vez, são inspecionadas e controladas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Por fim, cerca de 670 barragens existentes no estado seriam de responsabilidade estadual. O Naturatins explicou que a fiscalização é constante desde 2017 e realizada a partir do momento que os barramentos são identificados em imagens de satélite. Na maioria dos casos, trata-se de barramentos pequenos feitos para irrigação de lavouras ou para animais beberem.
As quatro barragens que apresentam situação mais preocupante estão localizadas em projetos de irrigação: três no Projeto Rio Formoso, em Formoso do Araguaia, e uma em Darcinópolis. Todas são classificadas com Dano Potencial Alto ou Categoria de Risco.
Conforme relatório da Agência Nacional de Águas, estas barragens apresentam "estruturas comprometidas e parcialmente inoperantes, surgimento de infiltrações nos taludes, vegetação generalizada, equipe e sistema de monitoramentos insuficientes."
Quanto a situação das barragens do Projeto Rio Formoso, o Instituto Natureza do Tocantins afirmou que conseguiu recursos do Governo Federal para revitalizar as estruturas e iniciou processo de licitação ainda em 2017, mas aguarda empenho dos recursos por parte da União.
Enquanto as obras não são iniciadas, a capacidade dos reservatórios foi reduzida para 60%. Uma das barragens trabalha com 52% da capacidade. Enquanto as outras estão com 20% e 40%. Os dados levam em conta relatórios desta segunda-feira (28), segundo o Naturatins.
"O Governo do Estado já encaminhou dois ofícios ao Ministério da Integração Nacional solicitando o repasse dos recursos e está aguardando a resposta da União para finalizar o processo licitatório e iniciar as obras de revitalização das barragens e demais estruturas do Projeto Rio Formoso", diz nota do Naturatins.

TEXTO 4 – Algumas imagens
                                    

TEXTO 5 – Uma notícia antiga, porém bem atual... à Acidente ou crime?
O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse em entrevista à BBC Brasil que é precipitado no momento fazer avaliações sobre qual a responsabilidade da mineradora Samarco no rompimento de duas de suas barragens na região central de Minas Gerais, acontecimento que provocou uma enxurrada devastadora de lama sobre o município de Mariana.
Questionado a respeito da avaliação do governo sobre o rompimento das barragens ser acidente ou crime ambiental, Braga disse que "agora qualquer informação é prematura com relação ao episódio, a não ser o fato de lamentarmos profundamente o episódio pela magnitude, (pela) forma como aconteceu".
Impactos da mineração
A tragédia de Mariana chama atenção para os riscos e impactos da exploração de minério. Há três anos, está em debate no Congresso Nacional o novo Código de Mineração, que deve reciclar as regras do setor.
O projeto de lei foi enviado em junho de 2013 pelo governo federal em regime de urgência, mas a discussão acabou se arrastando até hoje.
Doações de mineradoras
Os movimentos críticos ao setor, porém, dizem que as mineradoras têm maior poder de influência sobre os parlamentares devido às doações que fazem para suas campanhas.
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase),vários deputados da Comissão Especial que analisa o código receberam doações de mineradoras, entre eles Quintão (PMDM-MG), e o presidente da comissão, Gabriel Guimarães (PT-MG).
Em entrevista à BBC Brasil, Quintão disse que as doações que recebeu são legais e que o código de mineração não afeta uma empresa específica, mas várias. O deputado disse ainda que foi "inocentado" no Supremo Tribunal Federal (STF) e na Câmara – onde o então presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB) arquivou uma representação contra ele em 2014.
Royalties
Como argumento para sustentar que não estaria favorecendo as mineradoras, Quintão afirma que manteve no seu relatório a elevação da cobrança de royalties (um tipo de tributo) sobre a produção mineral proposta pelo governo. No caso do minério de ferro, a alíquota passaria do atual patamar de 2% para 4%.
Os royalties são vistos como uma importante fonte de compensação para reduzir impactos da atividade e permitir que as cidades afetadas invistam no desenvolvimento de outras atividades econômicas, reduzindo a dependência da mineração.
Fonte:       http://noticias.terra.com.br/brasil/desastre-em-mariana-foi-acidente-ou-crime-e-precipitado-avaliar-diz-ministro,f03c9b86fbd83d4b11575492c6ccfc91okbhbjc0.html


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