A participação política envolve a possibilidade de
influenciar de forma efetiva as políticas locais, regionais, nacionais e
internacionais. Calcada a partir da ação intencional para impactar na agenda
pública, na participação legal do sistema representativo, a partir do voto, nas
campanhas, nas eleições e na estrutura legislativa.
A participação política ocorre também, pela
participação nas estruturas, atividades e no trabalho partidário, em grupos
organizados e em manifestações orientadas a exercer influência na pauta dos
atores políticos e institucionais dos governos.
É muito comum se ouvir comentários de que a
juventude hoje não se interessa por política, que é uma geração apática,
alienada e consumista que passa a maior parte do seu tempo na frente da TV.
Além disso, há inúmeras comparações da atual
geração de jovens com aqueles que viveram os anos de ditadura no Brasil na
década de 1960 e 1970. Com um tom de saudosismo se diz que a juventude já não é
como antes, que saía às ruas para protestar contra a repressão do governo e se
arriscava em associações clandestinas para lutar pela liberdade de expressão e
pela democracia.
Aqueles que estão convencidos de que isso é
verdade, podem se surpreender. Em novembro de 2005, o IBASE e o Instituto Polis
lançaram o resultado da pesquisa Juventude Brasileira e Democracia:
participação, esferas e políticas públicas que ajuda a desmistificar essa
apatia da juventude.
Fonte: http://infojovem.org.br/infopedia/descubra-e-aprenda/participacao/participacao-politica/
TEXTOS DA AULA
Texto 1
Votar com
consciência social, discernindo o que é melhor para o município, mas sobretudo
votar com o coração, com a sensibilidade e o senso de justiça para enxergar o
sofrimento dos pobres que mais precisam do serviço público.
Este é um
direito e uma obrigação dos jovens que começam a participar, não apenas das
eleições, mas também da organização de grupos e do debate sobre o futuro que
queremos. Um debate que conta com as ideias e a ação de Renato Souza de
Almeida.
Dizem que o
jovem não gosta de política. Isto é verdade?
O jovem não é
um sujeito isolado do restante da sociedade. E, de uma forma geral, toda a
sociedade tem partilhado certa descrença na ação política. Num contexto
histórico em que muitas pessoas estão desanimadas com a política, é evidente
que muitos jovens também vão partilhar desse sentimento. No entanto o que é
política? Nas últimas pesquisas realizadas com jovens sobre este tema é
interessante notar que, ao falar de política, muitos afirmam que não gostam.
Mas quando se trata do tema da participação social, a maioria acha que é muito
importante. E participar não é um ato político? A palavra política está muito
associada ao governo, ao partido... Se ampliarmos esta noção de política para a
ideia de participação pública e coletiva, pode crer que muitos jovens não só
gostam de política como têm um forte engajamento, maior inclusive que qualquer
outro segmento social.
Texto 2
"A juventude está tão perdida que
alguns dos meus amigos vão votar no candidato que acham menos pior", diz o
estudante Lucas Araújo, de 18 anos, de Campina Grande (PB).
"As pessoas estão perdendo as
esperanças. Prometeram muitas coisas nos protestos, mas nada aconteceu",
escreveu o estudante Gabriel Maggiori, 18 anos, de São Paulo.
Essas são apenas algumas das opiniões
de leitores jovens da BBC Brasil no Facebook sobre suas expectativas para as
eleições presidenciais de outubro, o que poderia sugerir um cenário de
descrédito das gerações mais novas com as instituições políticas do país. Mas o
jovem realmente quer distância dos debates sobre o futuro político do Brasil?
Consultas recentes da BBC Brasil a seus
leitores também revelaram o perfil de um jovem que, se por um lado está
decepcionado com a classe política, se mostra confiante no processo eleitoral e
disposto a assumir um papel de protagonismo na busca por novos meios para mudar
a sociedade brasileira.
De olho na importância desta fatia do
eleitorado - de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 16,1%
dos 142,8 milhões de eleitores em 2014 têm entre 16 e 24 anos de idade - a BBC
Brasil dedica uma semana de sua cobertura especial das eleições ao tema do
jovem eleitor e a seus anseios e preocupações em relação ao futuro do país.
Texto 3
O que os jovens pensam sobre a política
Nas eleições de 5 de outubro, mais de
140 milhões de brasileiros estarão aptos a votar. Nesse universo, um terço dos
eleitores – pouco mais de 45 milhões de pessoas – é formado por jovens entre 16
e 33 anos. Para entender melhor a cabeça política da juventude brasileira,
quais suas demandas e de que maneira ela pode influenciar na corrida eleitoral,
ISTOÉ destrinchou uma pesquisa realizada pelo Instituto Data Popular com 3.500
jovens do País. O levantamento revela, entre outros dados interessantes, que
essa turma, por ser mais informada do que seus pais e levar dinheiro para
dentro de casa, contribuindo para o aumento da renda, forma opinião, influencia
no voto da família e pode até decidir a eleição. A pesquisa não questiona em
quem eles votariam. Mas mais de 50% deles se encontram entre os eleitores
indecisos ou que pretendem anular o voto. O discurso, porém, carrega um viés de
oposição. Como na maioria da população brasileira, o desejo de mudança está
impregnado em 63% deles, que acreditam que o Brasil não está no rumo certo.
Apesar disso, 72% desses brasileiros que têm entre 16 e 33 anos consideram ter
melhorado de vida. Mas a juventude indica querer mais. “Eles querem serviços
públicos de mais qualidade, maior conectividade, acessos livres a banda larga e
a tecnologia de ponta. E não abrem mão da manutenção do poder de compra”,
afirma o autor do estudo, o publicitário Renato Meirelles, presidente do Data
Popular.
Texto 4
Gerações mais novas são frequentemente
criticadas por manterem distância da participação política. Mas, às vésperas de
mais uma eleição para escolher presidente, governadores, deputados e senadores,
jovens ouvidos pela Agência Brasil contestam o rótulo de despolitizados. Eles
definem sua relação com as questões públicas como um envolvimento que se
afastou das vias tradicionais. Na visão deles, há uma desilusão com partidos e
estruturas formais de poder, mas a juventude não está desengajada.
A estudante Marina Serra dos Santos, 17
anos, diz que o ativismo desvinculado de partidos políticos é válido. A jovem,
que na internet utiliza o pseudônimo Marina Saint-Hills, marca presença nas
redes sociais e mantém um blog onde compartilha conteúdos sobre sua visão de
mundo e suas experiências. Marina é favorável a pequenas mudanças de atitude no
cotidiano e destaca as ações apartidárias como uma tendência mundial.
“Na minha opinião, muitas pessoas não
encontram representação [entre os partidos]. A juventude acordou, quer
mudanças, mas não sabe identificar o que quer que mude. A política vai muito
além do que está acontecendo na Esplanada [dos Ministérios]. Tem a corrupção em
pequena escala, o 'jeitinho' brasileiro. [O apartidarismo] não é só
característico das manifestações no Brasil. O Occupy [movimento Occupy Wall
Street, iniciado nos Estados Unidos, contrário às distorções sociais, ganância
e corrupção] era assim. A gente viu em junho [durante as manifestações] que não
era só política [tradicional]. Tinha movimento LGBT [lésbicas, gays,
bissexuais, travestis e transgêneros e transexuais] e muitos outros”, comenta.
Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/jovens-afirma-que-forma-de-participacao-politica-mudou
Texto 5
Para o Levante Popular da Juventude,
reforma política é "crucial" para a participação do jovem na
política. "Da forma como a política está sendo feita hoje, a juventude não
consegue participar realmente", afirmou Beatriz Lourenço do Nascimento,
integrante do movimento, ontem (29) durante o programa Seu Jornal, da TVT.
Beatriz lembra que durante as
manifestações de junho do ano passado a juventude demonstrou a inconformação
com a atuação política, mas não conseguiu achar um eixo central para a atuação
de suas pautas. "Nós, do Levante, acreditamos muito na organização da
juventude, em uma juventude organizada que tome às ruas, se organize nas
universidades, nos bairros no campo, a sua maneira, como novos métodos",
pontua.
A militante conta que a organização
ajudou na construção do Plebiscito Popular por uma Reforma Política.
"Compreendo que é preciso reformar o atual sistema político no sentido de
que ele garanta representatividade e o fim de alguns problemas, como o
financiamento privado de campanha", afirma.
Com relação a representação das
mulheres, Beatriz aponta que elas são apenas 12% no Senado e 9% no Congresso
Nacional. Negros são apenas 8,5% no Congresso. Para ela, essa situação
demonstra uma disparidade na representação do sistema político brasileiro, pois
mulheres são a maioria da população e mais de 50% é composta por negros e
negras.
Texto 6
Texto 7
O
cientista político Octaciano Nogueira afirma que o jovem de 16 ou 17 anos, ao
votar, revela que tem real interesse pela política, já que vota
voluntariamente. Segundo ele, o ato de votar tem muito a ver com informação,
com nível de participação e com instrução, entre outros aspectos. Ele lembra
que a população brasileira está crescendo e que, portanto, o eleitorado juvenil
também está.
Sobre o
interesse maior dos jovens de 16 e 17 anos em participar e votar nas eleições
municipais do que nas nacionais (presidenciais), o professor ressalta que “o
jovem está muito mais próximo de tudo o que se passa em sua cidade”, mostrando
se identificar mais com um pleito local do que com um de caráter geral.
“Ele está
interessado sobre tudo o que ocorre em sua cidade. Mas não necessariamente
sobre o que se passa no resto do país. Essa é a tendência natural, porque o
jovem participa mais da informação daquilo que diz respeito ao seu município,
e, em proporção muito menor, daquilo que diz respeito ao resto do país”, diz
Octaciano Nogueira.
Texto 8
A escuta atenta e aberta da juventude
ainda não é uma prática enraizada na maior parte das instituições políticas e
sociais. Da família à escola, das igrejas ao Estado, das mídias convencionais
aos organismos internacionais, poucas delas são entusiastas da participação
juvenil e a maioria dificulta o acesso dos e das jovens aos espaços onde são
tomadas decisões que lhes dizem respeito. Quando mobilizada em frentes de
participação social, cultural e política, a juventude lança sua voz na vida
pública, pressiona os poderes instituídos, quer ser considerada, reivindica o
seu direito à participação democrática. Mas muitos jovens desconfiam ou desacreditam
dos canais formais e, frequentemente, preferem atuar fora deles. Para entender
o fenômeno, quero situar como percebo alguns dos desafios para a participação
juvenil na atualidade.
Um dos desafios esbarra nos limites das
instituições participativas, em todos os setores sociais. No caso da juventude,
os conselhos e as conferências estão entre as arenas mais relevantes de
participação, consagradas na recente história democrática brasileira. Se, por
um lado, o campo dos direitos juvenis se fortaleceu e avançou de forma inédita
a partir do governo do presidente Lula, com a construção de uma política
nacional de juventude, por outro lado, como é sabido, entre os discursos
favoráveis à participação juvenil e a efetiva escuta dos e das jovens nas
esferas institucionais há um abismo gigantesco, sobretudo nos cenários locais.
http://colegiovertice.com.br/wp-content/uploads/2013/01/infografico-2255a.jpg
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