CONFLITOS MUNDIAIS
Texto 1
A Primavera Árabe foi o nome dado a uma onda de revoltas que ocorreu no Norte da África e Oriente Médio a partir de dezembro de 2010. Apesar de ter iniciado no inverno do Hemisfério Norte, a menção à primavera é feita em alusão à Primavera de Praga, ocorrida em 1968. O evento que iniciou as revoltas que sacudiram – e ainda sacodem – os países das duas regiões foi a imolação de um jovem tunisiano contra o governo de seu país. A partir daí, uma série de revoltas tomou conta dos países, resultando na queda de vários governos, como na própria Tunísia. Mas os casos mais emblemáticos ocorreram no Egito, com o fim do governo de Hosni Mubarak, e na Líbia, com a queda e a morte de Muammar Gadaffi.
A Síria não
ficou de fora dessa onda de protestos. Em março de 2011, a população síria saiu
às ruas das cidades do país, pedindo o fim do regime político comandado por
Bashar Al-Assad. A não aceitação das reivindicações e a repressão efetuada
pelas forças militares de Al-Assad aumentaram as tensões políticas, levando a
oposição a empreender uma luta armada contra o governo.
Texto 2
Israel anunciou a retomada dos ataques aéreos a Gaza, após militantes palestinos terem disparados foguetes contra o território israelense após o final de um período de 72 horas de cessar-fogo, encerrado na manhã desta sexta-feira.
O Exército israelense classificou os
ataques como "inaceitáveis, intoleráveis e míopes". O grupo militante
palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, havia rejeitado a extensão do
cessar-fogo, alegando que Israel não atendeu suas demandas.
O atual conflito na Faixa de Gaza já dura
um mês, sem perspectivas de um acordo de longo prazo que coloque fim à
violência que já matou mais de 1.900 pessoas, a maioria civis.
As cicatrizes do confronto são
visíveis, principalmente na Faixa de Gaza. De acordo com a ONU, cerca de 373
mil crianças irão necessitar de apoio psicossocial. Aproximadamente 485 mil
pessoas foram deslocadas para abrigos de emergência ou casas de outras famílias
palestinas.
Além disso, 1,5 milhão de pessoas que
não vivem em abrigos estão sem acesso a água potável, mas para compreender o
conflito israelense-palestino é preciso olhar além dos números.
Texto 3
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e dois líderes da Crimeia assinaram nesta terça-feira (18) um acordo para tornar a República Autônoma parte da Rússia. O tratado foi assinado dois dias após o povo da Crimeia aprovar em um referendo a separação da Ucrânia e a reunificação com a Rússia. A votação foi condenada por Kiev e pela comunidade internacional, que o considera ilegítimo.
A Ucrânia é um país que só existe há 23
anos e resultou do esfacelamento da União Soviética. Antes disso, ela sempre
havia sido dominada por algum país ou fazia parte de algum Estado. Hoje, o país
vive uma crise econômica e política e precisa de empréstimos urgentes para
evitar uma falência estatal. Diante do dilema de se aproximar da União Europeia
ou ser parte do plano de Vladimir Putin de construir uma União Eurasiana, a
península ucraniana da Crimeia decidiu por fazer parte da Rússia.
O presidente deposto Viktor Yanukovich
havia se recusado a assinar um acordo de livre comércio com a União Europeia. A
medida gerou descontentamento popular e manifestações de rua, que resultaram na
destituição de Yanukovich, em fevereiro. Ele fugiu para a Rússia e deixou um
país dividido: a metade ocidental é pró-europeia, enquanto a metade oriental é
ligada à Rússia.
Texto 4
Em apenas cem dias em 1994, cerca de 800 mil pessoas foram massacradas em Ruanda por extremistas étnicos hutus. Eles vitimaram membros da comunidade minoritária tutsi, assim como seus adversários políticos, independentemente da sua origem étnica. Cerca de 85% dos ruandeses são hutus, mas a minoria tutsi dominou por muito tempo o país. Em 1959, os hutus derrubaram a monarquia tutsi e dezenas de milhares de tutsis fugiram para países vizinhos, incluindo a Uganda. Um grupo de exilados tutsis formou um grupo rebelde, a Frente Patriótica Ruandesa (RPF), que invadiu Ruanda em 1990 e lutou continuamente até que um acordo de paz foi estabelecido em 1993.
Na noite de 6 de abril de 1994, um
avião que transportava os então presidentes de Ruanda, Juvenal Habyarimana, e
do Burundi, Cyprien Ntaryamira, ambos hutus, foi derrubado. Extremistas hutus
culparam a RPF e imediatamente começaram uma campanha bem organizada de
assassinato. A RPF disse que o avião tinha sido abatido por Hutus para fornecer
uma desculpa para o genocídio.
Texto 5
Quando da época da independência da Índia, o líder religioso Mahatma Gandhi (hindu) conduziu milhares de pessoas em uma manifestação pacífica contra a dominação britânica pregando seu sonho de constituir um país único e independente onde todas as etnias e religiões pudessem viver igualmente. Mas, o sucesso do partido criado por ele (Congresso Nacional Indiano) despertou ira nos muçulmanos, que não puderam compreendê-lo, o medo de que os hindus, liderados por Gandhi, constituíssem um estado governado pela sua religião onde eles fossem perseguidos. Nesse contexto, surgiu a Liga Muçulmana para lutar pela divisão da região em dois estados, sendo um deles, de muçulmanos.
Inicia-se então, uma guerra não
declarada entre os muçulmanos e indianos que começam a atacar-se mutuamente em
uma série de atentados culminando com o assassinato de Gandhi e, com a morte de
milhares de hindus e islamitas durante o período de independência enquanto
tentavam se deslocar cada qual para o respectivo país que se constituía.
Nesse período o marajá da Caxemira, o
hindu Hari Singh, pediu apoio à Índia para se defender da tribo dos Pathans que
haviam invadido a região. E, como recompensa, cedeu o território de Jammu e
Caxemira à Índia provocando a revolta dos 80% da população da região que eram
islamitas. Apoiados pelo Paquistão eles, então, começam a reivindicar sua
independência.
Texto 6
Bascos, catalães e flamengos querem se
separar de seus países, assim como os escoceses, que decidirão sobre a
independênia do Reino Unido num referendo. Meta é arriscada, apesar da riqueza
das regiões separatistas.
Depois de mais de 300 anos como parte do Reino Unido da Grã-Bretanha, os escoceses poderão em 2014 decidir em um referendo sobre sua independência.
Sobretudo regiões economicamente fortes
na Europa querem se separar de seus respectivos países. Em 2009, de acordo com
o departamento de estatísticas da União Europeia, Eurostat, as regiões da
Catalunha e do País Basco ─ ambas com desejo de independência ─ foram
responsáveis por quase um quarto do produto interno bruto (PIB) espanhol,
embora componham menos de 10% do território do país.
A forte região norte da Itália, que
abriga as províncias do Tirol do Sul e de Milão não quer mais ajudar a
financiar o sul, economicamente fraco. E os escoceses querem aproveitar eles
mesmos os lucros do petróleo que produzem.
Particularmente grave é a situação na
Bélgica, onde separatistas flamengos se tornam cada vez mais veementes em sua
reivindicação de se libertarem do sul francófono. Flandres perfaz apenas um
terço do país, mas é responsável por quase 60% do PIB belga.
Fonte: http://www.dw.de/separatismo-ganha-for%C3%A7a-na-europa-em-meio-%C3%A0-crise-do-euro/a-16308857
Texto 7
A escassez de água no futuro poderá aumentar os riscos de conflitos no mundo, afirmam especialistas que participam do Fórum Mundial da Água, em Marselha, na França.
Apesar da quantidade de água disponível
ser constante, a demanda crescente em razão do aumento da população e da
produção agrícola cria um cenário de incertezas e conflito, segundo os
especialistas ouvidos pela BBC Brasil.
A OCDE (Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico) diz que a demanda mundial de água aumentará 55% até
2050. A previsão é que nesse ano, 2,3 bilhões de pessoas suplementares – mais
de 40% da população mundial – não terão acesso à água se medidas não forem
tomadas.
"O aumento da demanda torna a
situação mais complicada. As dificuldades hoje são mais visíveis e há mais
conflitos regionais", afirma Gérard Payen, consultor do secretário-geral
da ONU e presidente da Aquafed, federação internacional dos operadores privados
de água.
Texto 8
Conhecida pela ditadura comunista e pela instabilidade que impõe aos países vizinhos com sua política nuclear, a Coreia do Norte já sofreu sanções internacionais estabelecidas pela ONU. Na mais recente, em 2013, embargos econômicos foram aplicados como castigo por testes nucleares realizados em fevereiro.
Durante a Segunda Guerra Mundial, a
Coreia, ainda unificada, livrou-se da invasão do Japão. Foi a União Soviética,
comunista, e os Estados Unidos, capitalista, que ajudaram o país a se libertar.
As duas nações implementaram o comunismo ao norte e o capitalismo ao sul,
dividindo o país, era o início da Guerra Fria, um conflito sem confronto direto
entre URSS e EUA.
Na área norte, em 1948, foi proclamada
a República Democrática Popular da Coreia, sob o comando de Kim II-Sung. No
sul, Singman Rhee assumiu a República da Coreia. Logo depois, a URSS e os
Estados Unidos tiraram suas tropas do território coreano. Em 1950, a Coréia do
Norte invade a vizinha do sul, começa uma guerra que vai até 1953.
Enquanto a Coreia do Norte, em um
regime autoritário e reconhecidamente repressivo, possui uma economia
fragilizada, a do sul é uma das nações que integra os Tigres Asiáticos,
reconhecidos pela economia aquecida e forte industrialização.
Texto 9
A crise humanitária que explodiu no Chifre da África parece impossível de ser detida. Há dois problemas principais que estão levando uma população de 12 milhões de pessoas ao colapso: a guerra na Somália, que obriga milhões de pessoas a fugir da sua própria pátria para encontrar refúgio nas terras vizinhas e o drama da seca que provoca fome e carestia.
Há também outra praga perigosa, que
leva milhões de famílias a abandonar a terra somali: o recrutamento forçado de
crianças, um dos mais aspectos mais tristemente conhecidos e um dos mais
ferozes gerados pela guerra, especialmente nos territórios africanos, onde as
condições de vida são caracterizadas pela extrema pobreza.
Com o argumento vil e desumano de lhes
dar um pouco de dinheiro ou mesmo um celular, ou, pior ainda, com a força, um
considerável número de crianças são recrutadas e enviadas para o fronte, para
experimentar os horrores da guerra.
"A crise da Somália – afirma
Michelle Kagari, vice-diretor para a África da Anistia Internacional – não é só
uma crise humanitária. É uma crise dos direitos humanos e uma crise das
crianças". E acrescenta: "Esse é um conflito sem fim, em que, todos
os dias, as crianças vivem horrores inimagináveis. O risco de se converter em
uma geração perdida é concreto, se o mundo continuar ignorando os crimes de
guerra que atingem tantas delas".
Texto 10
Confrontos armados mataram 95 mil pessoas em todo o mundo no ano passado, em sua maioria civis, com destaque para o número de mortos na Síria, México e Afeganistão, indicou um relatório da Academia de Genebra, com sede na Suíça.
"Não há uma instituição com
autoridade para determinar a existência de um conflito armado, o que é
claramente problemático", declarou o diretor de investigação da Academia,
Stuart Casey-Maslen, no lançamento deste "Informe sobre a Guerra".
"Necessitamos desesperadamente de
maior clareza", disse aos jornalistas.
Casey-Maslen acrescentou que o conceito
de "conflito armado", definido em acordos, como as Convenções de
Genebra para o tratamento dos prisioneiros de guerra e civis, é problemático
porque apenas aqueles que os violam em conflitos diretos entre Estados soberanos
podem ser processados por crimes de guerra.
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