MAR DE ARAL
O chamado Mar de Aral, com uma área de aproximadamente 68 mil quilômetros quadrados (quase do tamanho de Santa Catarina), era considerado até há pouco tempo atrás o quarto maior lago do mundo. Contudo, essa realidade mudou de forma drástica e tudo o que resta hoje nessa área da Ásia Central, entre as fronteiras do Cazaquistão e do Uzbequistão, é um deserto tóxico.
O lago localiza-se numa bacia hidrográfica endorreica, isto é, onde as águas das precipitações e rios correm para uma depressão no solo, um ponto fechado onde se acumulam.
No período Terciário (68 a 1,8 milhão de anos atrás) provavelmente aquela depressão estava conectada ao mar Cáspio, ao mar Negro, e a outros lagos próximos de mesma origem geológica e também de formação endorreica. Durante o Pleistoceno (de 1,8 milhão até 20 mil anos atrás) certamente ocorreu a separação e o isolamento final do mar de Aral, porém ele continuou a ser alimentado simultaneamente com as águas dos rios Amu Daria e Syr Darya, tornando-o um verdadeiro oásis no deserto da Ásia Central. Com o tempo, a água do lago passou a concentrar todo o sal trazido pelos rios, uma vez que a água acumulada continuou o seu ciclo, evaporando por milhares de anos.
A tragédia ecológica começou na década de 1960, quando a água dos grandes rios que alimentavam a bacia lacustre foi desviada com o objetivo de irrigar milhões de hectares de algodão. A NASA documentou durante os últimos 14 anos, através de uma série de fotografias de satélites que evidenciam a extinção de qualquer rastro de água sobre o que foi uma vez o grande Mar de Aral.
Para evidenciar essa realidade irreversível, foram divulgadas duas imagens, uma correspondente ao dia 19 de agosto de 2014 e outra de 25 de setembro de 2000.
A outrora próspera indústria pesqueira foi praticamente destruída, provocando desemprego e dificuldades econômicas. A região também foi fortemente poluída, com graves problemas de saúde pública como consequência. O recuo do mar também já teria provocado a mudança climática local com verões cada vez mais quentes e secos, e invernos mais frios e longos.
Está em curso uma iniciativa no Cazaquistão para salvar e recuperar o norte do mar de Aral. Como parte desta iniciativa, foi concluída uma barragem em 2005 e em 2008 o nível de água nesse local já havia subido doze metros em comparação ao nível mais baixo em 2003. A salinidade caiu e os peixes são encontrados em número suficiente para tornar a pesca viável. No entanto, as perspectivas para o mar remanescente do sul permanece sombria, tendo sido chamado de “um dos piores desastres ambientais do planeta”.
Fonte: http://nerdices.com.br/42/2015/01/15/4o-maior-lado-do-mundo-secou/
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