O Bullying
Cenas de um cotidiano escolar: a violência entre meninos e meninas tem
nos estarrecido a cada dia. Tal experiência nos faz compreender a
necessidade de uma reflexão mais profunda sobre a natureza humana, para
então, pensar em propostas que nos auxiliem nas transformações das relações
de violência explícita, as quais nossos meninos e meninas têm sido foco.
Um
fenômeno, nem velho, nem novo, dentre as formas de violência física e moral,
tem se tornado comum nesse cotidiano já indigesto; uma forma de violência
muitas vezes não explícita que nos faz refletir sobre uma peculiaridade: trata-se
de um problema entre as relações interpessoais, mas cujas intenções ou
causas são de ordem intrapessoal.
É, portanto, para nós um prazer refletir sobre um tema tão árduo, tão
difícil, porém, de uma profundidade enorme, porque trata exatamente de algo
que nos é normal, de que nos é cotidiano: falar de bullying é enfocar nossa
condição humana. Somente nesse sentido é que consideramos prazeroso
tratar daquilo que nos pertence, daquilo que é de fato verdadeiramente
humano, ou seja, as nossas relações conosco mesmo e com os outros.
A aula
TEXTO
1 – Os fatos – 4 anos do massacre em Realengo, suicídio e homicídio
Quatro anos após a chacina que vitimou a sua filha Luiza
Paula na Escola Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste do Rio, Adriana
Silveira tenta amenizar a dor da perda lutando contra a violência. Por meio da
ONG Anjos de Realengo, ela se uniu às famílias das outras crianças e
adolescentes mortos no massacre. O grupo tem como principal bandeira a luta
contra o bullying - suposta motivação do autor do atentado.
A data em que Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos,
matou a tiros os 12 alunos da escola se tornou o Dia Nacional de Combate ao
Bullying. Ele era ex-aluno da escola e teria sido vítima de bullying por lá.
Armado com dois revólveres, ele entrou no prédio, naquela manhã de 7 de abril
de 2011, dizendo que daria uma palestra e abriu fogo contra os alunos. Dos 12
mortos, apenas dois eram meninos. Uma carta encontrada com ele, que se suicidou
após a chegada da polícia ao prédio, indicava que o crime havia sido
premeditado.
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Para ela, ir à escola era um pesadelo. Almoçava sempre
sozinha. Estava acompanhada, sim, mas pelo burburinho e pelos risos dos outros
jovens. “Eu perdi muitos amigos. Tem sido um inferno”, explicava Taylor
Alesana, de 16 anos. Ela nasceu rapaz mas sentia-se rapariga. Taylor acabou por
suicidar-se.
A jovem transgénero tinha optado por, além de ser menina,
parecer menina, mas cansou-se de sofrer bullying constante e decidiu recuar. No
vídeo “Update! *Sad*”, Taylor começa por dizer: “Olá Youtube. Sei que não é
assim que me costumo apresentar, mas de seguida vou explicar porque é que estou
a fazer isto”. Taylor ficou conhecida pelos tutoriais que publicava no Youtube
sobre maquilhagem e, naquele momento, estava com a cara limpa.”Vivi umas
semanas muito duras”, explicava. “Tive de voltar ao meu armário e vestir-me
como rapaz, tive de cortar as unhas e cortar o cabelo. Fiz isto para a minha
proteção. Fui muito gozada”. Mas a cedência não foi suficiente para que a
pressão terminasse.
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Adolescente mata outro em frente a escola pública em
Figueirópolis
Na manhã desta terça-feira, 24, uma brincadeira acabou no
homicídio de um adolescente na porta do Colégio Estadual Cândido Figueira no
município de Figueirópolis, localizado na região Sul do Tocantins.
Segundo informações de testemunhas o crime aconteceu por
volta das 11h 30min quando o adolescente, Edson Moreira, de 17 anos, saia da
escola e foi surpreendido pelo suspeito, J.F., de 15 anos, que disparou três
tiros contra a vítima, que morreu no local.
“Foi por causa de uma brincadeira depois que o rapaz (vitima)
ter criticado a moto dele (acusado) que não gostou e foi em casa, pegou a arma,
cometeu o crime e em seguida fugiu”, disse um amigo da vítima à reportagem do
Portal Atitude.
TEXTO 2 – A banalização do Bullying
Atualmente, em razão de inúmeros casos de violência na escola
apresentarem sinais de bullying, existe uma grande e talvez excessiva
preocupação em relação ao tema. Por exemplo, a tragédia de Realengo traz
indícios de que o agressor tenha sido alvo de bullying. O fenômeno bullying
pode ter favorecido a sua reação vingativa em relação à escola? Sim, pode ter
favorecido, mas não determinado. O que determinou a ação do autor foi a sua
personalidade desequilibrada.
Sem compreender essa situação, muitos pais e educadores
entram em desespero e acreditam que tudo é bullying, confundindo o mesmo com as
situações de conflitos interpessoais, fundamentais para o desenvolvimento
psicológico da criança e do adolescente. Dia desses, uma professora relata que
um garoto de 7 anos chamava uma colega de classe de “gorda” e a mãe da criança,
que chegava para buscá-la e ouvia o comentário, disse: “Olha! Isto é bullying!
É crime”. A preocupação da professora com o imprevisto foi com o fato de que a
garota havia provocado o colega anteriormente e a agressão foi isolada, o que
não se configura bullying.
É importante salientar que a maioria das ações agressivas na
escola tem relação com os conflitos, e não com o bullying. Conflitos
interpessoais são situações naturais de desacordo entre as pessoas e
necessários ao desenvolvimento de crianças e adolescentes. É por meio dos
conflitos que eles têm a chance de aprender a se colocar no lugar do outro e a
falar o que pensam e sentem de forma respeitosa. Na visão construtivista, as
crianças não nascem sabendo dialogar e trocar pontos de vista de forma
harmônica. É natural que agridam ou permitam ser agredidas até que cheguem à
conclusão de que existem formas mais evoluídas de resolver desentendimentos
interpessoais. Portanto, os alunos batem, xingam, ironizam, acusam injustamente
como forma de resolver muitos conflitos. Contudo, o outro envolvido no
desacordo bate, xinga, ironiza, acusa injustamente como forma- de defesa. Em
outros termos, envolve uma relação de igualdade. Diferentemente do bullying que
envolve uma criança que se sente com pouco poder e fica sendo alvo de outra que
se sente com muito poder, envolve uma relação de desigualdade.
Apesar da maior frequência dos conflitos interpessoais na
escola, quando comparados ao bullying, os danos para o segundo podem causar
marcas quase irreversíveis na personalidade dos envolvidos. Por esse fato, e
por ser um fenômeno silencioso diante das figuras de autoridade, a comunidade
escolar deve se mobilizar, já que o bullying não é brincadeira.
TEXTO 3 – A destruição que pode ser causada pelo
Bullying
Tansa é uma palavra pejorativa. Não conhecia, mas soube que é
bem usual em Santa Catarina. Signi fica
tola, pateta, inútil.
Quem me ensinou foi a
jornalista Vanessa Bencz, uma moça de 29 anos que escreve e desenha bem.
Vanessa demorou a acreditar que tivesse esses e outros talentos.
Foi uma criança
atormentada pela ideia de que não servia para coisa alguma. Acreditou nisso durante
muitos anos. Era só o que ouvia de colegas e professores numa escola particular
de Joinville.
As humilhações eram diárias. Os apelidos colaram nela como
uma segunda pele: tansa, burra, “desperdício de oxigênio”. Aos 10 anos, Vanessa
ia mal na escola. Não conseguia prestar atenção. Um segundo de distração, um
olhar pela janela e a mente viajava para longe. Era como se ela não estivesse
na sala. Com a sucessão de notas baixas, os colegas trataram de se afastar.
Diziam que burrice era contagiosa.
Filha do meio, ensanduichada entre dois irmãos que foram
ótimos alunos, Vanessa sofria na escola e em casa. Doía perceber a tristeza
confusa dos pais. “Eles foram ingênuos. Não souberam me ajudar”, diz ela. “Por
causa das notas baixas, cortaram meu kung fu e tudo o que eu adorava fazer.”
Na adolescência, a vida não ficou mais fácil. Nem quando ela
foi transferida para uma das mais prestigiadas escolas da cidade. De tanto
desenhar durante as aulas, começou a acreditar que aquele seria seu futuro. A
família a elogiava e a incentivava.
Quando disse ao professor de matemática que pretendia ser
desenhista, ele respondeu com palavras mais duras que um intensivão de
trigonometria para quem ainda não conhece as quatro operações. “No máximo você
vai ser cartazista de supermercado.”
Vanessa não respondeu. Engoliu o choro. Um dia, felizmente,
ele transbordou. Foi quando pediu socorro aos pais. Contou sobre as humilhações
e disse que não aguentava mais. O pai decidiu levá-la a uma psicóloga. A menina
chorou ainda mais. “Não sabia o que era. Imaginei que fossem me colocar numa
camisa de força”, conta.
Fonte: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/cristiane-segatto/noticia/2014/03/garota-distraida-e-o-bbullyingb-da-caneta-vermelha.html
TEXTO 4 – algumas imagens
Fonte: Google imagens
TEXTO 5 – Pesquisa sobre a o Bullying no Ensino
Médio
Fonte: http://bullyingnaoebrincadeira.com.br/wp-content/uploads/2011/05/Screen-shot-2011-05-13-at-7.19.17-AM.png
Layout do Trabalho:
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