MATERIAL DA AULA
TEXTO
1 – Notícia Motivadora - Vítima de intolerância religiosa, menina de 11 anos é
apedrejada na cabeça
O ódio e a intolerância contra religiões afro-brasileiras
fizeram mais uma vítima no Rio: uma menina de 11 anos, que levou uma pedrada na
cabeça. O caso ocorreu no domingo à noite, na Avenida Meriti, na Vila da Penha,
Zona Norte da cidade. Por volta das 18h30, após uma festa em um barracão, um
grupo de oito religiosos, vestidos com trajes brancos do Candomblé, caminhava
de volta para casa. Na altura do número 3.318, dois homens em um ponto de
ônibus do outro lado da via começaram a insultá-los.
- Quando viram várias pessoas vestidas de branco, começaram a
insultar, gritando que a gente ia “queimar no inferno” por ser “macumbeiro” -
lembra a avó, uma pesquisadora de 53 anos.
Até que, em determinado momento, um dos homens jogou uma
pedra na direção ao grupo, que bateu num poste e atingiu a neta da
pesquisadora, de 11 anos. De acordo com a avó, após a agressão e mais alguns
insultos os suspeitos fugiram embarcando num ônibus.
- Ficamos todos muito nervosos, a gente não sabia o que tinha
acontecido, só escutamos o estrondo. Minha neta sangrou muito, chegou a
desmaiar. Não reagimos em nenhum momento, a prioridade era socorrer - lembra a
avó.
TEXTO 2 – E o Brasil, é preconceituoso?
Formalmente, o Brasil
é visto como um país de paz religiosa. Este consenso ideológico, no entanto, é
desafiado quando observamos religiões sendo, cotidianamente, discriminadas por
adeptos de outros grupos religiosos e excluídas das políticas públicas do
Estado. Neste contexto, religiões de ancestralidades africanas são os mais
frequentes alvos, indicando que a intolerância religiosa é, sim, uma questão a
enfrentar grandes desafios na sociedade brasileira.
País mestiço de
partida, o Brasil abriga religiões cujas fronteiras se tocam e avançam umas
sobre as outras, num notório sincretismo entre doutrinas, tradições e ritos.
Neste caldo cultural e religioso, diversos conflitos de poder se instalam,
cujos principais agentes ativos de ataques e enfrentamentos são religiosos de
referências neopentecostais, aderindo a práticas de exorcismo e tipificações do
mal como demoníacas.
Para discutir o
assunto, a Adital entrevistou, com exclusividade, o psicólogo Rafael Oliveira
Soares, doutor em Ciências Sociais pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), pesquisador
das populações afro-brasileiras. Ele é também diretor-executivo da Koinonia,
entidade ecumênica que presta serviços aos movimentos sociais e é composta por
pessoas de diferentes tradições religiosas.
O cientista social
destaca que é um movimento comum no convívio entre culturas as migrações de
pessoas entre grupos, religiosos ou não, gerando novas visões e expressões de
sua fé. Porém, práticas religiosas fundamentalistas imporiam, pelo medo ou pela
lógica de resultados, que há migrações incompatíveis, negando a cultura. Isto
deságua, primordialmente, em religiões nascidas da mescla com elementos da
África. De acordo com Rafael, aos embates de contexto religioso, associam-se o
racismo e o preconceito, que figurariam como "instrumentos sociais de segregação
de toda a sorte, especialmente da contínua redução das religiosidades dos
negros e de suas herdeiras em ações do mal, 'negras' na magia, nas intenções e
na fé”.
TEXTO 3 – Cristofobia
Cristofobia, que mata
100 mil cristãos por ano, ataca quatro igrejas e uma escola brasileiras no
Níger. E o que dizem os tais “intelectuais”? Ora, nada!
No dia 16 de agosto de
2013, escrevi aqui no meu blog um post cujo primeiro parágrafo dizia o
seguinte:
“No ano passado — portanto,
em 2012 —, pelo menos 105 mil pessoas foram assassinadas no mundo por um único
motivo: eram cristãs. O número foi anunciado pelo sociólogo Maximo Introvigne,
coordenador do Observatório de Liberdade Religiosa, da Itália. E, como é
sabido, isso não gerou indignação, protestos, nada. Segundo a Fundação
Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), 75% dos ataques motivados por
intolerância religiosa têm como alvos os… cristãos. Mundo afora, no entanto, o
tema quente, o tema da hora — e não é diferente na imprensa brasileira —, é a
chamada ‘islamofobia’”.
Pois é… Logo depois
dos ataques facinorosos ocorridos em Paris, teve início o debate sobre a, quem
diria?, “islamofobia”. E, é evidente, não foi diferente nas terras brasileiras.
Que coisa! Leandro Colon informa na Folha que duas igrejas protestantes
brasileiras, presbiterianas, foram atacadas no Níger, no Norte da África, em
manifestações de protesto contra a publicação da charge de Maomé pelo jorna
francês “Charlie Hebdo”. Outras duas igrejas protestantes e uma escola, também
comandadas por brasileiros, foram atacadas. As agressões aconteceram em Niamey,
capital do país.
Dez cristãos já foram
assassinados no Níger desde sexta-feira, e 20 templos, depredados. “Estou em
estado de choque. Moro aqui desde 2009; na África, há 14 anos, e nunca vi algo
parecido. A relação com os muçulmanos sempre foi tranquila. Só pode ser coisa
do satanás”, afirmou o pastor Roberto Gomes, que pertence à Igreja
Presbiteriana Viva, com sede em Volta Redonda, no Estado do Rio.
TEXTO 4 – Algumas imagens
TEXTO 5 – Ato contra intolerância religiosa reúne 400 no Rio
Católicos,
evangélicos, adeptos do candomblé, da umbanda e de outras religiões se reuniram
em um ato contra a intolerância religiosa na manhã deste domingo (21), no largo
do Bicão, na Vila da Penha, zona norte do Rio.
A
manifestação ocorre uma semana depois de a estudante Kayllane Campos, de 11
anos, ter levado uma pedrada na cabeça quando voltava de uma festividade do
candomblé. Cerca de 400 pessoas participam do ato neste domingo.
Kayllane,
presente ao ato, disse se sentir "muito feliz e muito agradecida por tudo
isso que está acontecendo".
A avó da
menina, a mãe de santo Kátia Marinho, se surpreendeu com a quantidade de
segmentos religiosos que aderiram à manifestação. "Isso prova que todos
somos irmãos, cada um na sua fé. Todo mundo sofre com a intolerância e temos
que ter amor no coração", disse. A família de Kayllane, cuja mãe é
evangélica, é um exemplo de convivência pacífica entre religiões. "Nossa
convivência é ótima, eu nunca renegaria a minha família", afirmou a
menina.
Durante o
ato, representantes de cada religião se revezam ao microfone de um carro de
som, entoando cantos de seus respectivos credos.
No domingo
passado, Kayllane e outras sete pessoas voltavam de um evento religioso
caminhando pela avenida Meriti, na Vila da Penha, quando dois homens que
estavam em um ponto de ônibus do outro lado da rua começaram a insultar o
grupo.
Com
Bíblias sob os braços, os agressores gritavam "Sai demônio, vão queimar no
inferno, macumbeiros" e lançaram a pedra contra o grupo, segundo Kátia
Marinho. A pedra bateu em um poste antes de atingir Kayllane, que chegou a
desmaiar. Os dois agressores fugiram de ônibus.
O Conselho
de Igrejas Cristãs do Estado do Rio de Janeiro (Conic-Rio) divulgou uma nota de
repúdio contra o ocorrido com Kayllane.
"A
violência destes homens é repugnante e não guarda nenhuma aproximação ou
semelhança com um comportamento religioso ou cristão. Pessoas que praticam a
violência em nome de Cristo não compreendem o evangelho e não merecem ser chamadas
de cristãs", diz a nota.
TEXTO 6 – Perseguição
no Mundo
Nenhum comentário:
Postar um comentário