domingo, 15 de junho de 2014

Aula 17 - Lei da Palmada - Lei Menino Bernardo


Até que ponto pode o  Estado interferir na vida pessoal do cidadão?
Até que ponto nossas crianças vão sofrer abusos por parte de pais que revolvem descontar suas insatisfações e recalques nos seus filhos?
Será o Estado ético o suficiente para monitorar a educação de crianças ameaçadas?
Essas são apenas algumas questões levantadas por pessoas favoráveis e contrárias ao projeto de lei nº 7672/2010 recentemente aprovado pelo Congresso Nacional.
Os argumentos favoráveis à Lei são que ela visa ao reconhecimento e a garantia dos direitos humanos de crianças e adolescentes e à superação de um costume arcaico. Outros argumentos são que a violência física não educa os menores de idade para uma cultura que pretender ser de não-violência e de paz. Segundo seus defensores, a lei da palmada é uma das ações que pretende educar as pessoas para que resolvam os seus problemas através do diálogo e da compreensão mútuas, e não por meio de agressões físicas e/ou humilhações. Ela é apoiada e sugerida pela ex-apresentadora Xuxa Meneghel, que diz que esse é o modelo ideal para educação.
As reações contrárias ao projeto de lei deram-se devido à aceitação cultural do castigo físico a crianças e adolescentes pelos pais e responsáveis. O principal argumento contra a lei é a rejeição, pelas famílias, da intervenção do Estado em assuntos privados, como a educação de crianças em casa. Outras críticas são a punição, prevista na lei, de 1 a 4 anos de prisão, além de perda do Poder familiar, não só para adultos que espanquem fortemente os filhos, mas também que deem beliscões, "palmadas pedagógicas"  ou até agressões psicológicas, como castigos sem punição física, em menores de idade.

Vamos ao conteúdo da aula.

Texto 1


Texto 2
Um lixo autoritário, apelidado de “Lei da Palmada”, foi aprovado nesta quarta no Senado, em votação simbólica, e seguirá agora para a sanção certa da presidente Dilma Rousseff. A madrinha do texto, que estava lá deitando seu proselitismo inteligente, é a apresentadora Xuxa. A gente sabe que ela ama as criancinhas. Bem, não sou político, né? Não dependo de voto nem preciso ficar bem com celebridades. Só tenho o compromisso de escrever aqui o que eu penso.
O Estatuto da Criança e do Adolescente já diz no nome as categorias que protege. Também há o Código Penal, que pode dar conta da conduta indevida dos pais ou dos responsáveis pela criança. Esse texto (íntegra aqui) só recebeu o apelido de “Lei da Palmada” porque, com efeito, um pai pode, sim, ser punido por dar um tapa do traseiro de seu filho. Trata-se de um notável mimo do autoritarismo, abraçado com entusiasmada ignorância por amplos setores da imprensa.

Texto 3
Você sabe que os valores morais estão completamente invertidos quando uma mãe que faz um aborto só porque ainda não acha que é o momento ideal para ter filhos é vista como heroína das liberdades, o pai que expõe seu filho ainda garoto a todo tipo de mensagem hedonista e com apelo sexual é tratado como herói progressista, mas os pais que ousam dar uma palmada ou um beliscão no próprio filho são tratados como monstros e criminosos.
Eis o ideal progressista das esquerdas: um estado subsidiando todo tipo de aborto, banalizando a prática como se fosse simples método contraceptivo, escolas públicas distribuindo kit-gays com vídeos “ensinando” aos adolescentes que é o máximo gostar hoje de meninos, amanhã de meninas e depois de amanhã de ambos, funk com letras chulas denegrindo as mulheres tocando no lugar do hino nacional, e o estado entrando em nossas casas para prender os pais que deram uma palmada no filho.

Texto 4
O administrador de empresas Carlos Damasceno, 40 anos, é pai de três meninas e confessa: “Uma das minhas filhas é bem danada e já levou muita palmada”. Perguntado se concorda com o projeto de lei que pune famílias que usem violência física na educação dos filhos, aprovado na última quarta-feira (4) pelo Senado, ele garantiu ser contra agressões pesadas, mas avaliou que conversar com as filhas nem sempre é suficiente.
“A gente quer educar e sabe dos nossos limites. Tem que haver limite. Afinal, não vai ser nem a polícia nem o Estado que vão educar nossos filhos”, disse, apoiado pela amiga Flávia Passos, 37 anos, enfermeira e mãe de um rapaz de 21 anos. Para ela, agressão física que deixa hematomas e fraturas devem ser punidas, mas palmadas ocasionais não fazem mal à criança.
“Minha avó apanhou, minha mãe apanhou, eu e minhas irmãs apanhamos e somos, hoje, todas muito bem resolvidas. Pai e mãe querem sempre o melhor para o filho, mas há momentos em que o castigo não resolve e a palmada, sim”, explicou.

Texto 5
"Criança precisa de limites. Mas não o limite da pancada", diz relatora da "Lei da Palmada"
Segundo ela, a proposta não interfere na educação das famílias, mas ensina os pais a educar sem o uso de castigos físicos. Tão logo foi aprovado, o projeto de lei que proíbe o uso de castigos físicos na educação das crianças começou a causar polêmica. Apelidado de "Lei da Palmada", o projeto foi questionado por parecer uma interferência do Estado na forma como os pais criam seus filhos. Mas para a deputada Teresa Surita (PMDB-RR), relatora do texto na Câmara, essa imagem é uma distorção do que o projeto realmente trata.
O projeto, de autoria do Executivo, foi enviado ao Congresso durante o governo Lula, e atende a um compromisso firmado pelo Brasil na Organização das Nações Unidas (ONU), de mudar a sua legislação para adequá-la às posições do Comitê de Direitos Humanos para crianças e adolescentes da ONU. Segundo a deputada, mais de 30 países já mudaram suas legislações.

Texto 8


Texto 9

Fonte: http://www.jornaldebrasilia.com.br/site/imagens/charges/20140527090534.jpg

Alguns Videos














domingo, 8 de junho de 2014

Aula 16 - Direitos das Mulheres

Direitos das Mulheres


Fica até meio estranho escrever sobre os direitos das mulheres, afinal tal fato já deveria ser uma realidade desde os primórdios da humanidade tendo em vista que todos somos seres humanos e nossa existência por si só já permite direitos e deveres de modo igualitário, no entanto isso não ocorre em todo o mundo.
E não vamos nos ater ao mundo muçulmano, onde as mulheres são bem excluídas de direitos iguais, pois mesmo em países que levam mais a sério a dita igualdade de gêneros muitas são as diferenças percebidas, o simples fato de ter que existir uma lei para resguardá-las já é uma clara constatação da falta de respeito.
Em uma sociedade verdadeiramente igualitária não seria necessária Lei Maria da Penha ou mesmo políticas públicas que estimulem a não diferenciação de gêneros.
Nessa semana, nossa aula será norteada por esse tema desde a Revolução Francesa até a mais recente notícia que assustou o mundo em que uma mulher foi condenada a morte por mudar de religião para se casar com um cristão. 


Coletânea da aula

Texto 1


Texto 2
O primeiro país a reconhecer às mulheres o direito de voto foi a Nova Zelândia, em 1893. Em seguida, Austrália (1902), Finlândia (1906) e a Noruega (1913). Entre 1914 e 1939, as mulheres adquiriram o direito ao voto em mais 28 países. Foi somente após a Segunda Guerra Mundial que alguns países ocidentais, como a Itália e a França, admitiram as mulheres no corpo eleitoral. O último país ocidental a reconhecer às mulheres o direito de votar foi a Suíça, em 1971, e ainda assim não em todos os seus cantões
Fonte: COMPARATO, Fábio Konder. A Afirmação Histórica dos Direitos Humanos. São Paulo: Editora Saraiva, 2010.

Texto 3
Em 1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em Copenhaga, dirigida pela Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada. No ano seguinte, o Dia Internacional da Mulher foi celebrado a 19 de março, por mais de um milhão de pessoas, na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Poucos dias depois, a 25 de março de 1911, um incêndio na fábrica da Triangle mataria 146 trabalhadores - a maioria costureiras. O número elevado de mortes foi atribuído às más condições de segurança do edifício. Este foi considerado como o pior incêndio da história de Nova Iorque, até 11 de setembro de 2001. É provável que a morte das trabalhadoras da Triangle se tenha incorporado ao imaginário coletivo, de modo que esse episódio é, com frequência, erroneamente considerado como a origem do Dia Internacional da Mulher.

Texto 4
Na década de 1950, uma costureira negra desencadeou um dos maiores manifestos civis da história dos Estados Unidos. Rosa Parks, falecida em 2005 aos 92 anos, tornou-se símbolo da luta anti-racista e feminista nos EUA quando, em 1955, negou-se a levantar para um branco tomar seu lugar.
Na época vigorava a lei Apartheid, política de segregação racial inicializada na África do Sul pelos europeus que estavam colonizando a região. Dentre as várias restrições impostas pelos colonizadores brancos aos negros estavam o não acesso ao voto e a proibição de se candidatarem a cargos públicos.
Parks foi presa e multada por não ter cedido seu lugar no ônibus, pois, segundo a lei vigente, os brancos tinham preferência, algo como possuem hoje idosos, obesos e grávidas em transportes públicos.

 Texto 5
     



Texto 6
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) errou ao divulgar, em 26 de março, que 65% da população concordava que "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas". O Ipea assumiu nesta sexta-feira, 4, que houve falha e que o porcentual correto de pessoas que concordam com essa afirmativa é de 24%. A divulgação do dado, no final de maio, gerou ampla repercussão em diversos segmentos da sociedade, repudiando que tamanha fatia da população concordasse com essa afirmativa.     

Fonte: http://fw.atarde.uol.com.br/2014/04/650x375_ipea-pesquisa-mulheres_1403130.jpg


Texto 7
A Justiça do Sudão condenou à morte por enforcamento uma mulher muçulmana acusada de apostasia - abandono da religião - depois que ela se afastou do Islã para se casar com um cristão.
"Demos a você três dias para se retratar mas você insiste em não voltar para o Islã. Sentencio você a ser enforcada até a morte", disse o juiz, segundo a agência de notícias AFP, se referindo ao prazo dado para que a mulher aceitasse o islamismo. O grupo de defesa de direitos humanos Anistia Internacional condenou a decisão e afirmou que a sentença é "espantosa e repugnante". A imprensa local informou que, como a mulher está grávida, a sentença só será executada dois anos depois do nascimento da criança. Embaixadas de países ocidentais e grupos de defesa de direitos humanos pediram que o governo do Sudão respeite o direito da mulher de escolher a própria religião.

Texto 8
Um colega de partido do primeiro-ministro indiano Narendra Modi afirmou nesta quinta-feira que o estupro “algumas vezes está certo". O comentário foi feito em meio à onda de indignação com uma série de estupros coletivos de jovens seguidos de homicídio. Babulal Gaur, que ocupa o cargo de secretário de Lei e Ordem do estado de Madhya Pradesh, também afirmou que o estupro é um crime "social" que "depende de homens e mulheres".  “Esse é um crime social, que depende de homens e mulheres. Algumas vezes está certo, outras está errado. Até haver uma queixa, nada aconteceu”, disse ele.
Centenas de manifestantes, essencialmente mulheres, se reuniram para exigir o fim da violência diante da sede do governo em Lucknow, capital do estado de Uttar Pradesh (norte), onde duas primas de 12 e 14 anos foram violentadas e assassinadas.
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/colega-de-premie-da-india-diz-que-estupro-algumas-vezes-esta-certo


Alguns Vídeos interessantes sobre o tema:

Lei Maria da Penha
História dos Direitos Femininos
Discriminação de Gênero
Desigualdade Salarial
Sudão condena a forca mulher que se casou com cristão


Algumas Imagens

Partido da Mulher Brasileira





Bons Estudos!






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