Em 29 de agosto de 2014, o grupo terrorista sunita Estado
Islâmico – que já foi denominado também como Estado Islâmico no Iraque e na
Síria (EIIS) e Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL) – conhecido também
pela sigla EI, anunciou que seu líder, Abu A-Bagdhadi, havia se autoproclamado
califa da região situada ao noroeste do Iraque e em parte da região central da
Síria.
O título de califa era dado aos antigos sucessores de Maomé,
que possuíam autoridade política legitimada pela religião islâmica. O Estado
Islâmico, desde então, vem sendo largamente abordado pela mídia ocidental,
sobretudo por conta de suas ações extremas contra a população civil da Síria e
do Iraque, como estupros, massacre de cristãos e de xiitas e, também, por conta
da decapitação de dois jornalistas, entre os meses de agosto e setembro de
2014.
A história do grupo terrorista Estado Islâmico está
relacionada com o processo de crise política que se desencadeou no Iraque após
a guerra iniciada em 2003. Como sabemos, a Guerra do Iraque se deu dois anos
após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, chefiados por membros
da organização Al-Qaeda, então liderada por Osama Bin Laden. A Al-Qaeda possuía
grande espaço de atuação no território iraquiano e em parte da Síria. O grupo
Estado Islâmico nasceu como uma derivação da Al-Qaeda, fundamentado nos mesmos
princípios desta organização, que remontam à ideologia pan-islâmica de Sayyid
Qutb, antigo líder da Irmandade Muçulmana. Contudo, as ações do EI ficaram
gradativamente mais radicais, até mesmo para os padrões da Al-Qaeda, o que
provocou a separação entre as duas organizações terroristas.
Os objetivos do Estado Islâmico é expandir o seu califado
por todo o Oriente Médio, que se pautaria pela Sharia, a Lei Islâmica
interpretada a partir do Alcorão, e estabelecer conexões na Europa e outras
regiões do mundo, com o propósito de realizar atentados que lhes possam
conferir autoridade através do terror. A concepção de Jihad, ou Guerra Santa
para o Islã, que o EI possui é a mesma de outras organizações terroristas, como
a Al-Qaeda ou o Hamas: expandir o modelo teocrático radical islâmico de governo
pelo mundo, por meio dos métodos terroristas.
É curiosa a grande adesão de simpatizantes não islâmicos e,
frenquentemente, de origem europeia às causas do EI. Muitos jovens do Ocidente
se oferecem para integrar o grupo e servir ao seu propósito jhadista. Esse tipo
de comportamento preocupa vários chefes de estado da Europa, sobretudo pela
possibilidade de infiltração que tais jovens, treinados como terroristas,
possam realizar em solo europeu.
As principais cidades iraquianas que estão atualmente sob o
domínio do EI são: Mossul, Tal Afar, Kirkuk e Tikrit. Um grande contingente
populacional migrou dessas cidades para cidades ou vilas vizinhas, fugindo da
expansão brutal do Estado Islâmico. Entretanto, não se sabe até quando estas
cidades vizinhas continuarão livres da ação do “califado” islâmico do EI.
Material da Aula
TEXTO 1 – FATO MOTIVADOR
As forças do governo sírio passaram a usar aviões de guerra
russos recém-chegados para bombardear combatentes do Estado Islâmico na
província de Aleppo, no norte da Síria, em uma tentativa de romper um cerco a
uma base aérea nas proximidades, afirmou nesta quinta-feira um grupo que
monitora o conflito.
A Rússia está reforçando o governo sírio, seu aliado, com a
entrega de ajuda militar que autoridades dos Estados Unidos dizem incluir jatos
de guerra, helicópteros de combate, artilharia e forças terrestres. Os ataques
aéreos, que começaram no início da semana, foram acompanhados por ações
terrestres perto da base aérea de Kweiris, no leste da província de Aleppo,
onde as tropas do governo estavam sob o cerco de militantes, de acordo com o
Observatório Sírio para os Direitos Humanos, grupo oposicionista que monitora o
conflito sírio, com sede na Grã-Bretanha.
Os jatos russos chegaram apenas "recentemente" à
Síria, mas estão sendo pilotados por sírios, disse o Observatório, que
acompanha a guerra por intermédio de uma rede de fontes no território. Muitos
países ocidentais reagiram com alarme ao aumento do apoio militar de Moscou ao
presidente Bashar al-Assad, a quem eles se opõem. Mas a ascensão de um inimigo
comum, o Estado Islâmico, tornou a divisões menos claras.
Os Estados Unidos lançaram no ano passado uma campanha aérea
contra os militantes islamistas na Síria e no Iraque.
A Rússia diz que Assad tem que ser parte dos esforços
internacionais para combater o Estado Islâmico, enquanto os Estados Unidos
acreditam que ele é parte do problema.
TEXTO 2 – O que é o Estado
Islâmico?
De onde veio e quais são as suas intenções? A simplicidade
destas perguntas pode ser enganadora e poucos líderes ocidentais parecem saber
as respostas. Em Dezembro, o New York Times publicou declarações confidenciais
do major Michael K. Nagata, o comandante de Operações Especiais dos Estados Unidos
no Médio Oriente, em que este admitia que não conseguia perceber o
autoproclamado Estado Islâmico (EI). “Não conseguimos derrotar a ideia [por
trás do movimento]”, disse. “Nem sequer conseguimos perceber a ideia.” No
último ano, o Presidente Barack Obama tem-se referido ao Estado Islâmico ora
como “não islâmico”, ora como “a equipe de novatos” da Al-Qaeda, comentários
que revelam a confusão sobre o grupo e que podem ter contribuído para erros de
estratégia grosseiros.
O EI conquistou Mossul, no Iraque, em Junho passado, e já
exerce poder sobre uma área maior do que o Reino Unido. Desde Maio de 2010 que
Abu Bakr al-Baghdadi é o seu líder, mas até ao Verão passado, a última vez que
tinha sido filmado fora sob cativeiro americano em Camp Bucca durante a ocupação
do Iraque, onde aparecia numas imagens granuladas. Então, a 5 de Julho do ano
passado, durante o Ramadão, subiu ao púlpito da Grande Mesquita de al-Nuri, em
Mossul, para um sermão em que se autodeclarava o primeiro califa ao fim de
várias gerações — fazendo um upgrade na resolução da sua imagem, que passou de
granulada a alta definição, e da sua posição de guerrilheiro fugido das
autoridades a comandante de todos os muçulmanos. O afluxo de jihadistas que se
seguiu, vindo de todo o mundo, foi inédito em ritmo e quantidade, e ainda não
parou.
De certa forma, a nossa ignorância sobre o Estado Islâmico é
compreensível: é um reino obscuro e poucos foram até lá e regressaram. Baghdadi
só falou para as câmaras uma vez, mas o seu discurso e os incontáveis vídeos de
propaganda e encíclicas do EI estão acessíveis na Internet, e os apoiantes do
califado têm feito tudo o que está ao seu alcance para dar a conhecer o seu
projeto. Podemos concluir que o EI rejeita que a paz seja uma questão de
princípio; que deseja um genocídio; que as suas posições o tornam
constitucionalmente incapaz de certas mudanças, mesmo que estas garantam a sua
sobrevivência; e que se considera o agente — e ator principal — do fim do
mundo, que está iminente.
TEXTO 3 – Primavera
Árabe se transformou em "inverno prolongado"
Três anos após
a morte por autoimolação de um vendedor de verduras tunisiano que desencadeou a
onda de revoltas que ficou conhecida como Primavera Árabe, as populações dos
países que foram palco de levantes se veem hoje mergulhadas em caos.
O Egito, visto
muitas vezes como o responsável por lançar tendências no mundo árabe, assiste à
escalada da violência decorrente da polarização entre islamitas e militares
após o golpe de julho, que depôs o membro da Irmandade Muçulmana Mohammed
Mursi, o primeiro presidente eleito democraticamente no país.
Na Síria, a
revolta popular que se transformou em guerra civil já deixou mais de 100 mil
mortos desde março de 2011. A oposição, dividida em grupos rivais --inclusive
pela chegada de extremistas islâmicos--, encontra cada vez mais dificuldades em
atingir o objetivo de derrubar o governo de Bashar al-Assad. Com o país
arrasado, o número de refugiados vivendo na miséria só cresce: hoje já são 2,4
milhões de sírios refugiados em vizinhos do Oriente Médio, além dos 4,5 milhões
deslocados dentro do próprio país em guerra.
Para Mohamed
Habib, professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e conselheiro
do Instituto de Cultura Árabe, a atual circunstância não permite mais que o
movimento seja chamado de Primavera Árabe. Em dezembro de 2010, o tunisiano
Mohamed Bouazizi ateou fogo ao próprio corpo, em um ato de protesto contra os
abusos do governo e as condições de vida no país, o que foi o estopim dos
levantes que se seguiram depois no Egito, na Líbia, na Síria e no Iêmen, e
também em Bahrein, Marrocos, Argélia, Jordânia e Sudão.
"O termo
Primavera Árabe representava um desejo de que todo o Oriente Médio saísse de
uma fase escura de povos oprimidos e explorados. Melhorou? Não. É uma
deterioração total. Não posso mais chamar de Primavera Árabe. É um 'inverno
árabe' prolongado, cheio de tempestades e relâmpagos. Uma panela de pressão. É
difícil imaginar uma solução positiva em curto prazo", disse Habib, que é
egípcio naturalizado brasileiro e foi pró-reitor e coordenador de Relações
Internacionais da Unicamp.
TEXTO 4 – A questão Síria.
A Síria
tem um regime político muito específico, é estratégica para alguns países, e
preocupa o mundo todo com a questão das armas químicas.
Bashar
al-Assad, atual presidente da Síria, assumiu o posto em 2000, pouco após a
morte de seu pai, Hafez al-Assad, que governava o país até então. Apesar de
passar de pai para filho, o regime não é uma monarquia como acontece em países
como a Arábia Saudita, mas uma ditadura.
Conforme
explica Heni Ozi Cukier, professor de resolução de conflitos internacionais da
ESPM, o plano era criar uma espécie de dinastia em meio a um regime ditatorial.
“É o mesmo plano que havia no Egito, que só não se realizou", explica.
Embora não fosse oficial, Gamal Mubarak, filho do então presidente do Egito,
passou anos sendo apontado como o possível sucessor do pai no governo daquele
país.
Outro
ponto importante sobre o governo do país é que ele é formado pela minoria
étnico-religiosa da Síria. Isso só é possível por meio da construção de
alianças, conforme explica o professor Cukier. O governo é composto
principalmente por alauítas, uma corrente do islamismo. Embora o foco dos
alauítas seja na Síria, eles são uma das minorias no país e respondem por 12%
da população, segundo dados coletados pela empresa de informações Insight
Geopolitico.
Para
conseguir formar esse governo é preciso uma coalizão e, nesse sentido, há uma
boa distribuição de cargos entre outras minorias, como explica Cukier. Não é a
primeira vez que isso acontece na região. Saddam Hussein, que por anos ficou no
poder no Iraque, era sunita (outro braço do islamismo), enquanto a maioria no
país era xiita, a corrente oposta.
Como a
maioria só tem o poder por meio de alianças, qualquer deserção pode enfraquecer
fortemente o regime. E isso está acontecendo na Síria agora. O governo da Síria
pode estar perdendo o apoio entre as minorias, mas o país, por questões
estratégicas, ainda tem dois importantes apoiadores: China e Rússia.
Os países
já exerceram pela terceira vez seu poder de veto no Conselho de Segurança da
ONU ao votarem contra um projeto que ameaça impor sanções ao governo do
presidente Assad.
O
interesse em ficar ‘ao lado’ da Síria é bem estratégico. Da parte da Rússia,
por exemplo, tem a questão de que o país é um importante comprador de seu
armamento, embora tenha congelado recentemente a venda de novas armas.
Conforme
explica o professor da ESPM, há ainda interesse da Rússia no porto de Tartus,
na Síria. Ele é estratégico para o país pois não congela, o que é uma raridade
na região.
Além
disso, existem questões menos ligadas ao poder comercial. A Rússia tem tradição
em se opor ao ocidente, enquanto a China defende sempre a soberania nacional e
não tem interesse nenhum em abrir precedentes.
Fonte: http://exame.abril.com.br/mundo/noticias/por-que-a-questao-da-siria-e-tao-delicada-para-o-mundo
TEXTO 5 – Algumas imagens
TEXTO 6 – Seis perguntas sobre a crise de imigração na
Europa
De acordo com dados da ONU (Organização das Nações Unidas),
cerca de 2,5 mil imigrantes se afogaram no mar Mediterrâneo neste ano vítimas
dos muitos barcos superlotados que tentam chegar à costa da Itália e da Grécia.
O fluxo de pessoas desesperadas que parte da Síria e do norte da África na
tentativa de alcançar a Europa já é muito maior que o registrado no mesmo
período do ano passado.
Números recentes mostram que milhares de pessoas estão usando
uma rota perigosa através dos Bálcãs para chegar à Alemanha e a outros países
do norte da União Europeia (UE). Na última semana, novas tragédias voltaram a
expor ao mundo a gravidade do problema.
Confira algumas questões-chave para entender a crise:
Quantas pessoas estão migrando?
Mais de 300 mil imigrantes já arriscaram suas vidas tentando
atravessar o Mediterrâneo neste ano, segundo as Nações Unidas. Em todo o ano
passado, foram 219 mil pessoas.
Cerca de 200 mil pessoas desembarcaram na Grécia desde janeiro,
enquanto outras 110 mil chegaram à Itália.
De onde eles vêm?
O maior grupo de imigrantes é de sírios, que fogem da
violenta guerra civil em curso no país.
Afegãos e eritreus vêm em seguida, geralmente tentando
escapar da pobreza e de violações aos direitos humanos.
Os grupos originários da Nigéria e do Kosovo também são
grandes – pobres e marginalizados integrantes do povo romà (cigano) são boa
parte dos imigrantes vindos do último país.
Para onde eles vão depois?
País da União Europeia que mais recebe pedidos de asilo, a
Alemanha espera a chegada de cerca de 800 mil refugiados neste ano.
Rastreamentos recentes mostram milhares de pessoas tentando
alcançar a Alemanha e outros países da UE por meio da Grécia e pelo oeste dos
Bálcãs. Espera-se que cerca de 3 mil pessoas atravessem a Macedônia todos os
dias nos próximos meses, segundo a ONU.
Muitos então chegam à Sérvia, que diz já ter registrado a
presença de 90 mil imigrantes neste ano. Eles seguem para a Hungria e outros
países signatários Tratado de Schengen, entre os quais é mais fácil cruzar
fronteiras sem ter de mostrar um passaporte ou outro documento.
O que os políticos estão fazendo?
Depois de muita discussão, em abril os líderes da União
Europeia concordaram em triplicar o financiamento da operação Triton para cerca
de 120 milhões de euros (cerca de R$ 480 mil)
No entanto, a Frontex afirmou neste mês que não recebeu a
ajuda prometida pelos países-membros da UE para socorrer a Grécia e a Hungria.
No ano passado, a Itália pôs fim à sua missão de procura e
resgate, chamada Mare Nostrum (do latim “Nosso Mar”) após alguns países do
bloco – incluindo o Reino Unido – afirmarem não ter como mantê-la
financeiramente. Essa decisão foi duramente criticada por grupos de direitos
humanos.
Imigrantes em navio belga.
Os países da UE estão fazendo uma divisão justa?
Há anos a União Europeia tem tentado acordar uma política de
asilo. Algo difícil quando se tem 28 Estados-membros, cada um com suas forças
policiais e judiciárias.
Defender os direitos dos imigrantes pobres está difícil em um
ambiente econômico sombrio. Muitos europeus estão desempregados e temem a
concorrência com os trabalhadores estrangeiros, e os países da União Europeia
não se entendem sobre como dividir o problema dos refugiados.
Como os imigrantes obtêm asilo na União Europeia?
Eles devem provar às autoridades que são alvo de perseguição
e poderiam ser feridos ou até mesmo mortos se devolvidos para seu país de
origem. De acordo com as regras da União Europeia, pessoas em busca de asilo
têm direito a alimentação, a primeiros socorros e a serem abrigadas em um
centro de recepção. Também deve ter suas necessidades avaliadas
individualmente.
As autoridades podem conceder o asilo em primeira instância.
Se isso não ocorre, o solicitante pode apelar contra a decisão na Justiça, com
chances de ganhar.
A pessoa em busca de asilo deve receber o direito de
trabalhar em até nove meses após sua chegada.
Alguns Videos
O Estado Islâmico - Canal Livre
Conheça o EI - Globo News
A Primavera Árabe - TV Cultura
A Questão Siria
Onda migratória na Europa
Algumas Charges
Algumas Questões
Primavera Árabe
Questão 1
Os protestos nessa revolução iniciaram-se em
janeiro de 2011, com o objetivo de derrubar o então ditador Hosni Mubarak, o
que foi concretizado em menos de um mês. Os rebeldes foram profundamente
influenciados por outra revolução realizada em um país próximo, que derrubou o
então ditador Zine El Abidini Ben Ali, que se encontrava há 24 anos no poder.
As revoluções a que o texto se refere são,
respectivamente:
a) Revolução dos Clérigos, em Bangladesh, e a
Revolução dos Trópicos, na China.
b) Revolução de Independência da Bósnia e a
Revolta Militar Sérvia.
c) Revolução de Lótus, no Egito, e Revolução
de Jasmim, na Tunísia.
d) Revolução da Síria e Revolução Iraniana.
Questão 2
Assinale a alternativa com o nome da primeira
das revoltas que marcaram a Primavera Árabe.
a) Revolução árabe
b) Revolução de Lótus
c) Revolução Líbia
d) Revolução de Jasmim
e) Revolução Palestina
Questão 3
"Primavera Árabe" precisa ser
aposentada
Eu acho que agora é oficial: a
"Primavera Árabe" precisa ser aposentada. Não tem nada de primaveril
acontecendo por lá. O mais amplo, mas ainda vagamente esperançoso,
"Despertar Árabe" também já não parece válido, considerando-se tudo o
que já foi despertado. E, por isso, o estrategista Anthony Cordesman
provavelmente está certo quando afirma que atualmente é melhor falar da
"Década Árabe" ou do "Quarto de Século Árabe" – um longo
período de instabilidade intranacional e intrarregional, durante o qual a luta
tanto pelo futuro do Islã quanto pelo futuro de cada país árabe se misturou em
um "choque dentro de uma civilização" [...].
FRIEDMAN,
Thomas L. "Primavera Árabe" precisa ser aposentada. Uol Notícias,
13/04/2013. Disponível em:
http://noticias.uol.com.br/blogs-e-colunas/coluna/thomas-friedman/2013/04/13/primavera-arabe-precisa-ser-aposentada.htm
De acordo com a leitura do texto e com os
seus conhecimentos sobre o que se denominou por “Primavera Árabe”, assinale a
alternativa incorreta:
a) O autor defende a ideia de que a expressão
“Primavera Árabe” não é suficiente para designar as sucessivas revoltas
populares no Oriente Médio em razão do caráter duradouro desses movimentos, que
se estendem por mais tempo do que uma simples estação do ano.
b) A escolha do autor pela expressão “Década
Árabe” se deve ao fato de as revoluções da Primavera Árabe já terem completado
dez anos de existência.
c) Ao contrário do que ocorre na Tunísia e no
Egito, as revoluções na Líbia e na Síria caracterizam-se pelo confronto militar
entre tropas leais aos regimes e os povos rebeldes.
d) Nem todas as revoluções da Primavera Árabe
desejam a deposição dos governantes, a exemplo da população do Marrocos, que
defende apenas a diminuição dos plenos poderes do Rei Mohammed VI.
e) Percebe-se no texto que o autor preconiza
a ideia de que a duração das sucessivas revoluções árabes pode ser maior do que
a comunidade internacional imaginava.
Questão 4
(Enem - 2011)
No mundo árabe, países governados há décadas
por regimes políticos centralizadores contabilizam metade da população com
menos de 30 anos; desses, 56% têm acesso à internet. Sentindo-se sem
perspectivas de futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam
vírus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um
tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto
por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia
e, como uma epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países
vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e
redes sociais — como o Facebook e o Twitter — ajudaram a mobilizar
manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Pérsico.
SEQUEIRA, C. D.; VILLAMÉA, L. A epidemia da
Liberdade. IstoÉ Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).
Considerando os movimentos políticos
mencionados no texto, o acesso à internet permitiu aos jovens árabes:
a) reforçar a atuação dos regimes políticos
existentes.
b) tomar conhecimento dos fatos sem se
envolver.
c) manter o distanciamento necessário à sua
segurança.
d) disseminar vírus capazes de destruir
programas dos computadores.
e) difundir ideias revolucionárias que
mobilizaram a população.
Questão 5
Relacione as colunas, ligando os ditadores
que foram alvos das revoluções da Primavera Árabe aos seus respectivos países.
(1) Muammar Kadhafi.
(2) Hosni Mubarak
(3) Ali Abdullah Saleh
(4) Bashar al-Assad
(5) Zine El Abidini Ben Ali.
( )
Iêmen
( )
Tunísia
( )
Líbia
( )
Egito
( )
Síria
Respostas
Resposta Questão 1
Os primeiros protestos, que visaram à
derrubada de Hosni Mubarak, referem-se à Revolução de Lótus, também chamada de
“Dias de Fúria”, que ocorreu no Egito após a influência da também bem-sucedida
Revolução de Jasmim, na Tunísia, concluída um mês antes.
Letra C.
Resposta Questão 2
A primeira revolução que desencadeou as
sequências de eventos que deflagraram a Primavera Árabe ocorreu na Tunísia e
recebeu o nome de Revolução de Jasmim.
Portanto, letra d.
Resposta Questão 3
a) Correta – A ideia de “primavera” se faz em
razão da rápida duração e conclusão de uma determinada ação. No caso da
“Primavera Árabe”, o período de duração com certeza é maior e, por isso, outra
expressão deve ser escolhida para designar as ondas de protestos e revoluções
que marcam o mundo árabe.
b) Incorreta – As revoluções árabes ainda não
completaram 10 anos de existência. A preferência pela expressão “Década Árabe”
se faz pelo fato de tais revoluções serem características da década de 2010.
c) Correta – Tanto a revolução na Líbia, que
derrubou o ditador Muammar Kadhafi, quanto a onda de protestos na Síria, que
luta pela deposição de Bashar al-Assad, foram marcadas pela ampla repressão do
governo e os consequentes conflitos armados nesses países.
d) Correta – Assim como em outros países, não
há a exigência da derrocada do líder de Estado, mas a diminuição de seus plenos
poderes.
e) Correta – O autor enfatiza que as
revoluções andam “vagarosamente” e que, portanto, não podem ser denominadas
através das expressões “primavera” e “despertar”, pois tais nomes referem-se a
movimentos mais rápidos e passageiros, o que não é o caso.
Resposta Questão 4
Alternativa E
Foi por meio das redes sociais que as
principais mobilizações se manifestaram. A população jovem, insatisfeita com as
condições e características dos regimes ditatoriais, organizaram-se utilizando
instrumentos de sites como o Twitter e o Facebook para difundir as suas
insatisfações, marcar datas e organizar os protestos que culminaram na
derrocada das ditaduras na Tunísia e no Egito.
Resposta Questão 5
Sequência correta:
(3)
(5)
(1)
(2)
(4)
Questões sobre o Estado Islâmico
1. O Estado Islâmico aspira tomar o controle de muitas
regiões de maioria islâmica, a começar pelo território da região do Levante,
que inclui, exceto:
a) Jordânia
b) Israel
c) Palestina
d) Irã
e) Líbano
2. O Estado Islâmico:
a) é um grupo jihadista no Oriente Médio
b) é um Estado da província da Turquia
c) é um grupo cristã de Israel
d) é um grupo muçulmano do Líbano
e) é um grupo terrorista do Ocidente
3. São grupos terroristas sunitas insurgentes, exceto:
a) Al-Qaeda
b) Conselho Shura Mujahideen
c) Estado Islâmico
d) Jeish al-talifa
e) Saddam russem
4. Um califado foi proclamado em 29 de junho de 2014, Abu
Bakr al-Baghdadi foi nomeado como seu califa e o grupo passou a se chamar:
a) Guerrilheiros do Oriente
b) Estado Islâmico
c) Al-Qaeda
d) Ataqye Abu
e) Ala Abu Bakr
5. O Estado Islâmico obriga as pessoas que vivem nas áreas
que controla a se converterem:
a) ao cristianismo
b) ao budismo
c) ao islamismo
d) ao hinduísmo
e) ao judaísmo
6. Leia:
I. O Estado Islâmico tem atualmente ligações estreitas com a
Al-Qaeda.
II. Aqueles que se recusam a seguir a religião do Estado
Islâmico podem sofrer torturas e mutilações, ou serem condenados a pena de
morte.
III. O Estado Islâmico cresceu significativamente pela sua
participação na Guerra Civil Síria e ao seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi.
a) apenas a I está correta
b) a I e a II estão corretas
c) a I, a II e a III estão corretas
d) a II e a III estão corretas
e) Nenhuma está correta.
7. É considerada a instituição religiosa mais prestigiada do
islã sunita:
a) Cristã-judaico
b) Al-Qeada
c) Al-Azhar
d) Estado Islâmico
e) Ala-islã
Gabarito com as respostas do simulado com questões sobre o
Estado Islâmico:
1.d - 2.a - 3.e - 4.b - 5.c - 6.d - 7.c