A xenofobia está, mais uma
vez, em ascensão no Velho Continente. Em comum, a extrema-direita quer barrar
ou expulsar imigrantes e aqueles em busca de asilo.
Os dados mostram um aumento de 34,15% das
páginas indicadas como racistas e de 365,46% de conteúdos relacionados à
xenofobia.
TEXTO
1 – O fato
Mais de 300 migrantes que estavam a tentar fazer a travessia
da Líbia para Itália morreram esta semana na sequência de naufrágios no
Mediterrâneo, ao largo da costa da Líbia, de acordo com os relatos de nove
sobreviventes socorridos pela guarda costeira italiana, disseram esta
quarta-feira várias organizações internacionais.
O forte aumento do número de migrantes que morrem a tentar
cruzar o Mediterrâneo reacendeu críticas à decisão do governo italiano de pôr
fim, no ano passado, a uma missão de busca e salvamento de grande escala,
conhecida como Mare Nostrum, com o objetivo de reduzir custos. A Mare Nostrum
foi substituída por um patrulhamento feito pela União Europeia chamado Triton,
com menos navios e numa área muito mais pequena.
Ainda antes destes naufrágios, o ministro do Interior
italiano, Angelino Alfano, confrontado com as críticas aos meios limitados que
Itália agora tem no Mediterrâneo para responder a pedidos de socorro, afirmou
que mesmo durante a Mare Nostrum centenas de pessoas perderam a vida no mar.
TEXTO 2 – Eu preciso, mas não quero você!
Em menos de três anos, o debate sobre a imigração foi
esvaziado do conteúdo social. Depois dessa reviravolta, os estrangeiros e seus
descendentes eram o tempo todo lembrados de sua “comunidade”, sua religião, seu
risco de acentuar o fosso entre os franceses “autóctones” de um lado, os
imigrantes e seus descendentes de outro. Os temas diretamente ligados à
imigração (o racismo, as discriminações etc.) eram abordados como problemas
culturais, atentando para as origens das pessoas em questão; qualquer que fosse
sua causa, todo evento geopolítico, social ou mesmo esportivo que envolvesse
uma maioria de atores de origem árabe ou muçulmana revivia invariavelmente o
debate sobre o islã, a imigração e o lugar destes últimos na República: Guerra
do Golfo, atentados de 11 de setembro de 2001, conflito israelo-palestino,
enfrentamentos entre jovens e policiais na periferia, jogadores de futebol de
origem argelina se abstendo de cantar a Marselhesa etc.
TEXTO 3 – Grupo PEGIDA
Islamofóbico, xenófobo, eurocêntrico... em meio a discussões
de identidade e ao agravamento da crise econômica, o grupo Pegida ganha voz na
Alemanha e põe em evidência a ascensão do nacionalismo europeu.
Europeus patriotas contra a islamização do Ocidente. Esse é o
significado de PEGIDA,
movimento, que, desde outubro de 2014, tem sacudido a Alemanha com seu discurso
nacionalista e eurocêntrico. Como o próprio nome sugere, o Pegida se opõe ao
abuso das leis de asilo e à ameaça à cultura alemã e condena, em suas marchas,
realizadas regulamente às segundas-feiras, tudo o que considera como
islamização.
De acordo com pesquisa publicada em janeiro, 57% dos alemães
veem o Islã como uma ameaça, e 61% acreditam que a religião não é compatível
com o Ocidente.
Outra consulta promovida pelo instituto de pesquisa Forsa e
publicada pela revista Stern em 1º de janeiro mostrou que um em cada oito
alemães participaria de uma marcha anti-Islã se ela fosse organizada em sua
cidade. Ainda de acordo com a sondagem, 29% dos entrevistados creem que a
influência do islamismo sobre a vida alemã é tão forte que justifica as marchas
do Pegida - que conta com o apoio de quase um terço da população.
TEXTO 4 – Charges
TEXTO 5 – Não é somente na Europa
Uma recente onda de casos de xenofobia tem causado grande
preocupação no Japão e levou a ONU e pedir que o governo do primeiro-ministro
Shinzo Abe tomasse medidas concretas para lidar com o problema.
As principais vítimas nesse incidentes têm sido comunidades
como a de coreanos e chineses, além de outras minorias chamadas de
"inimigas do Japão".
Um exemplo dos abusos é um vídeo que se tornou viral e
circula pelas redes sociais. Mostra um grupo de homens da extrema-direita com
megafones em frente a uma escola sul-coreana em Osaka. Eles insultam os alunos
e professores com palavrões, fazem piadas com a cultura do país vizinho e
ameaçam de morte os que se atreverem a sair do prédio.
Um relatório do Comitê de Direitos Humanos da ONU encaminhado
ao governo japonês, destaca a reação passiva dos policiais em manifestações
deste tipo. No Japão, não há uma lei que proíba discursos difamatórios ou
ofensivos. Para os opositores, banir os discursos de ódio pode acabar
interferindo no direito das pessoas à liberdade de expressão.
Mas o país é signatário da Convenção Internacional sobre a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial, que entrou em vigor em
1969, e que reconhece expressões discriminatórias como crime. Pela Convenção,
os países seriam obrigados a rejeitar todas as formas de propaganda destinadas
a justificar ou promover o ódio racial e a discriminação e tomar ações legais
contra eles.
Para o escritor, ativista e pesquisador norte-americano
naturalizado japonês Arudou Debito, "(essas atitudes discriminatórias) têm
se tornado cada vez mais evidentes, organizadas e consideradas 'normais'".
Texto 6 – Incoerência...
Texto 7 – E no Brasil?
Texto 8 – E no Brasil? 2
Uma epidemia, como Albert Camus
sabia tão bem, revela toda a doença de uma sociedade. A doença que esteve
sempre lá, respirando nas sombras (ou nem tão nas sombras assim), manifesta sua
face horrenda. Foi assim no Brasil na semana passada. Era uma suspeita de
ebola, fato suficiente, pela letalidade do vírus, para exigir o máximo de
seriedade das autoridades de saúde, como aconteceu. Descobrimos, porém, a
deformação causada por um vírus que nos consome há muito mais tempo, o da
xenofobia. E, como o outro, o “estrangeiro”, a “ameaça”, era africano da Guiné,
exacerbada por uma herança escravocrata jamais superada. O racismo no Brasil
não é passado, mas vida cotidiana conjugada no presente. A peste não está fora,
mas dentro de nós.
Foi ela, a peste dentro de nós,
que levou à violação dos direitos mais básicos do homem sobre o qual pesava uma
suspeita de ebola. Contrariando a lei e a ética, seu nome foi exposto. Seu
rosto foi exposto. O documento em que pedia refúgio foi exposto. Ele não foi
tratado como um homem, mas como o rato que traz a peste para essa Oran chamada
Brasil. Deste crime, parte da imprensa, se tiver vergonha, se envergonhará.
ALGUNS VÍDEOS
ALGUMAS QUESTÕES
(FONTE: http://exercicios.brasilescola.com/exercicios-geografia/exercicios-sobre-conflitos-Etnicos.htm)
“Alguns conflitos na Europa tiveram origem vários
séculos atrás e relacionam-se ao processo de incorporação de territórios e de
grupos étnicos minoritários, como é o caso da dominação inglesa sobre os
irlandeses e a espanhola sobre os bascos”.
(Lucci, Elian Alabi; Anselmo Lázaro Branco e Cláudio Mendonça. Território
e sociedade no mundo globalizado: Geografia Geral e do Brasil. Ensino Médio.
São Paulo: Saraiva, 2005 p.390.)
Sobre o tema dos conflitos étnicos nacionais,
assinale a alternativa correta:
a) Os povos bascos são marcados pela luta por
autonomia da região basca e pelo empreendimento separatista na Espanha, com o
objetivo de se criar um País Basco, que tomaria todo o território espanhol.
b) A Irlanda do Norte é uma nação independente da
Grã-Bretanha, com quem forma apenas uma integração territorial e econômica.
c) O grupo terrorista basco ETA, apesar de lutar
pela criação do País Basco, não conta com o apoio da maioria basca e, desde
2006, anunciou a deposição de suas armas.
d) A luta da Irlanda do Norte por sua independência
frente ao território britânico foi marcada por muitos conflitos e, ainda hoje,
não existe previsão de pacificação entre as duas partes, com a realização de
atentados terroristas praticamente todos os dias.
Questão 2
(UENP) Analise as assertivas abaixo referentes à
Caxemira.
I. A Caxemira é uma região disputada tanto pela
Índia quanto pelo Paquistão, em virtude de localizarem-se, nessa área, as
nascentes dos rios Indo e Ganges, além de outras razões.
II. Índia e Paquistão travaram três guerras desde a
independência da Inglaterra, em 1947. Duas delas foram por disputas da
Caxemira.
III. A Índia controla 40% da Caxemira; o Paquistão,
um terço; a China, o resto.
IV. Os muçulmanos são maioria na região e há 12
anos eles começaram a lutar pelo separatismo, num conflito que já matou mais de
33 mil pessoas. O Paquistão propõe um plebiscito para definir o futuro da área.
A Índia prefere a mediação internacional.
Estão corretas:
a) todas as assertivas
b) apenas I e II
c) apenas II e III
d) apenas III e IV
e) apenas I e IV
Questão 3
Explique a origem histórica comum dos principais
conflitos separatistas e guerras civis do continente africano.
Questão 4
Dentre os principais conflitos e impasses
étnico-territoriais na região do Oriente Médio, um deles se caracteriza pela
luta para a criação de um Estado Nacional que abrigaria aquela que é a maior
nação sem pátria do mundo. O texto se refere:
a) aos Curdos, que lutam pela criação do Curdistão.
b) aos Turcos, que tiveram seu território perdido
desde a dissolução do Império Turco-Otomano.
c) aos povos da Mesopotâmia, que lutam em uma
guerra civil sem trégua para a criação de seu território.
d) aos povos bascos, que liderados pelo grupo
terrorista ETA buscam a independência de seu território.
e) aos palestinos, que até hoje não possuem seu
Estado e território reconhecidos pela comunidade internacional.
Questão 5
(FATEC) “Palavras de ordem, símbolos, propaganda,
atos públicos, vandalismo e violência são, atualmente, manifestações de
hostilidade frequentes contra estrangeiros na Europa. Os países onde mais
intensamente têm ocorrido conflitos são Alemanha, França, Inglaterra, Bélgica e
Suíça.”
(MOREIRA, Igor e AURICCHIO, Elizabeth. Construindo o espaço mundial.
3.ª ed. São Paulo: Ática, 2007, p. 37. Adaptado.)
Sobre o fenômeno social enfocado pelo texto, é
válido afirmar que se trata de conflitos:
a) civis e militares, relacionados às formas
históricas de exploração dos países do chamado Terceiro Mundo.
b) ligados ao nacionalismo, ao racismo e à
xenofobia, no contexto globalizado das grandes migrações internacionais.
c) entre imigrantes das diversas nacionalidades que
invadem a Europa, atualmente, na disputa por empregos e por melhores condições
de vida.
d) culturais, principalmente causados pelo conflito
armado entre países católicos e protestantes, mas também, sobretudo, conflitos
contra países islâmicos.
e) étnicos e sociais decorrentes das dificuldades
de desenvolvimento de países europeus em continuar a sua industrialização nos
setores tecnológicos de ponta.
Respostas
Resposta Questão 1
a) Incorreta – O País Basco, caso conquiste sua
independência, não ocupará todo o território espanhol, mas a região norte da
Espanha e o sul da França.
b) Incorreta – Os norte-irlandeses não formam uma
nação independente, seu território pertence atualmente ao Reino Unido.
c) Correta – Em 2006, o grupo terrorista
separatista ETA anunciou oficialmente a deposição de suas armas. O grupo, por
conta das suas ações terroristas, jamais contou com o apoio da maioria dos
povos bascos.
d) Incorreta – Desde o final do século XX que se
busca um acordo na região da Irlanda do Norte, a exemplo da autodeterminação do
Ulster, em 1993.
Resposta Questão 2
I. Correto – O conflito da Caxemira é caracterizado
pela luta entre Índia e Paquistão pela região, por conta dos recursos naturais
e pela ampliação territorial.
II. Correto – As duas primeiras Guerras
Indo-Paquistanesas ocorreram em 1947 e 1965 e aconteceram na região da
Caxemira. Por isso, são chamadas de Primeira e Segunda Guerra da Caxemira.
III – Correto – A Caxemira hoje é dividida entre os
três países mencionados e é uma região de grande instabilidade política.
IV – Correto – Os muçulmanos na região lutam pela
independência da Caxemira e são duramente reprimidos. Não há consenso sobre a
questão entre os países que dominam o território.
Portanto, a questão a ser assinalada é: letra (a) -
todas as assertivas.
Resposta Questão 3
Os conflitos separatistas africanos têm sua origem
na colonização e partilha do continente que foram realizadas pelas nações
imperialistas europeias. Durante essa partilha, que ocorreu no final do século
XIX, criaram-se fronteiras “artificiais” que não correspondiam às divisões
territoriais étnicas ao longo do continente. Essas fronteiras foram mantidas
mesmo após os processos de independência dos Estados africanos, que passaram a
ter, em um mesmo território, diferentes nações e etnias, gerando múltiplos
conflitos étnicos.
Resposta Questão 4
Letra a: os Curdos formam a maior nação sem pátria
do mundo e lutam pela criação de seu país, o Curdistão, que ocuparia parte dos
territórios de Turquia, Síria, Azerbaijão, Iraque, Armênia e Irã.
Resposta Questão 5
A xenofobia é a aversão ou intolerância a povos
estrangeiros que migram de uma determinada região. Esse fenômeno vem sendo
bastante corrente na Europa, por conta da grande quantidade de estrangeiros que
migram para esse continente em busca de melhores condições de vida. Conforme
ressalta o texto, em alguns países, os casos de xenofobia são mais acentuados.
A questão que contempla esse raciocínio é a letra
b.