domingo, 29 de março de 2015

Aula 08/2015 - Publicidade e machismo, uma união de longa data.





O machismo na publicidade ecoou aos quatro cantos do mundo ao longo da história. Antigamente, os papéis na sociedade eram diretos: homem vai trabalhar, mulher cuida da casa. Produtos eram feitos e anunciados especificamente para as mulheres, neste caso, utensílios domésticos saíam na frente.

Quando produtos eram voltados para os homens, era nítida uma desvalorização da imagem feminina. Os produtos eram variados: bebidas, roupas masculinas e até armas.



Material da aula:

TEXTO 1 – O fato – Denúncia ao CONAR
O Brasil é signatário da Declaração e Plataforma de Ação da IV Conferência Mundial Sobre a Mulher, realizada em 1995 em Pequim, que determina: “incentivar a participação das mulheres na elaboração de diretrizes profissionais e códigos de conduta ou outros mecanismos apropriados de auto-regulação, para promover uma imagem equilibrada e não-estereotipada das mulheres na mídia; incentivar a criação de grupos de vigilância que possam monitorar os meios de comunicação e com eles realizar consultas, a fim de garantir que as necessidades e preocupações das mulheres estejam apropriadamente refletidas neles; promover uma imagem equilibrada e não-estereotipada da mulher nos meios de comunicação”.
O Conar é um órgão de autorregulamentação das agências publicitárias, encarregado de receber denúncias de consumidores ou órgãos públicos e julgar se a propaganda deve ser tirada do ar e a agência eventualmente advertida. Das 18 denúncias de machismo em propaganda recebidas em 2014 (pesquisadas pela Pública no site do Conselho), 17 foram arquivadas, e apenas uma, da cerveja Conti, que dizia em sua página do Facebook “tenho medo de ir no bar pedir uma rodada e o garçom trazer minha ex” terminou com um pedido de suspensão e advertência da agência que realizou a campanha.
Outra campanha, do site de classificados bomnegócio.com, em que o Compadre Washington chamava uma mulher de “vem ordinária”, que havia recebido pedido de suspensão, foi posteriormente reavaliada e o processo arquivado. As justificativas das decisões geralmente são de que as propagandas não são machistas mas sim humorísticas, como esta de março de 2014, referente a um spot de rádio da Itaipava: “Uma consumidora paulistana entendeu haver preconceito machista em spot de rádio da cerveja Itaipava. A anunciante e sua agência alegam o caráter evidentemente humorístico da peça publicitária. O relator aceitou esse ponto de vista e recomendou o arquivamento, voto aceito por unanimidade”.

TEXTO 2 – Algumas Imagens


Fonte:       https://encrypted-tbn2.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSBQ68ep8SPyWnzBQadx69H4ll4JEETObfmQpRaN60nzsMR0hseYQ
                html/itaipava/@@images/5125935b-5676-4d3b-a003-d4c7302bc8ed.jpeg

TEXTO 3 – Machismo na Propaganda
Imagine, caro leitor, que certo dia, enquanto experimenta uma roupa no provador da loja, uma mulher a quem você quer bem – mãe, irmã, namorada, filha – é atacada por um sujeito que tenta retirar suas peças íntimas ou tascar-lhe um apertão em alguma parte do corpo. Ou então que ela, enquanto anda na rua – ou em qualquer outro lugar, público ou não–, tem suas roupas arrancadas do corpo, de supetão, de forma brusca. Imagine também que, por mais que ela ou você se ofenda e queira tirar satisfação, não há nada que se possa fazer contra o agressor – ninguém consegue pegá-lo; ele é, por natureza, impune. Invisível.
Este é o cenário de uma propaganda da cerveja Nova Schin, intitulada ‘Homem Invisível’, veiculada há alguns meses na TV, com o ‘objetivo’ de fazer rir, vender o produto em questão e, por que não, uma ideia. A ideia, pelo que se pode ver, de que é divertido bolinar e tirar a roupa de mulheres sem a sua permissão. E melhor ainda se você fizer isso de forma invisível, sem ser responsabilizado por seus atos. Afinal, o que tem de mais?

TEXTO 4 – Empresa Vono acaba notificada
Após o caso da Skol, que recebeu duras críticas feministas nas redes sociais por sua nova propaganda, agora foi a vez da marca Vono chafurdar no machismo: na página oficial da marca no Facebook, foi publicada uma imagem com tom humorístico, mas extremamente ofensiva: a propaganda, alegando que as mulheres não sabem o que querem, não é a primeira publicação da Vono a reduzir mulheres a papeis estereotípicos. 
Empresas como a Skol e a Vono parecem não perceber que o machismo na publicidade não passa batido como costumava em outros tempos não tão antigos. Houve um tempo em que as marcas podiam utilizar mulheres como objetos de deboche, reduzindo-lhes a característica humana e retratando-as como meras coisas a serviço dos homens sem qualquer problema. Por conta do Feminismo e com a ajuda da internet, hoje as mulheres possuem meios de questionar os publicitários e apontar o imenso equívoco que cometem ao hostilizar mulheres – que, inclusive, são também consumidoras.

TEXTO 5 – O macho, a marcha e o lugar da mulher na propaganda
É com pesar que informamos, senhoras e senhores, que a publicidade é um dos terrenos em que o machismo circula com mais liberdade. No Brasil, a divisão dos afazeres domésticos já faz parte da rotina de todas as classes sociais, mas homens permanecem distantes de anúncios de produtos de limpeza (exceto apenas no papel de marido ou filho agradecido). Já não é constrangimento para mulher nenhuma consumir cerveja, como foi no tempo de nossos pais ou avós, mas boa parte dos comerciais do segmento mantêm a bebida sob o domínio masculino: o papel da mulher é majoritariamente servir. Com colarinho e em trajes minúsculos, por favor.
Ainda que a luta feminina tenha atingido progressos consideráveis nas últimas décadas, até hoje as mulheres sofrem as consequências de viver em uma sociedade construída com base nas prioridades do macho. Não é preciso pensar muito para deduzir por que a palavra “puta” não tem significado correspondente para o gênero masculino: a liberdade sexual da mulher é um insulto e só aquelas que “se dão o respeito” merecem respeito. E o que é se dar o respeito? Reprimir o desejo sexual? Viver uma puberdade impregnada de culpa? Tapar o corpo, como se suas formas fossem um castigo — e como se, graças a elas, merecessem ouvir insultos na rua e serem bolinadas no transporte coletivo?

Texto 6 – Mulheres reforçam o machismo
O machismo faz mulheres terem sua intimidade invadida nas ruas, receberem salários menores que os homens e ter oportunidades desiguais no mercado de trabalho, entre outros problemas. Arraigado na sociedade, esse fenômeno inclusive leva as próprias vítimas a reproduzirem falas e atitudes preconceituosas contra elas mesmas.
Para a psicóloga e sexóloga Ana Canosa, a cultura machista faz com que mulheres tenham comportamentos machistas sem se dar conta. Com ideias que entram nas cabeças delas ainda na infância
“É uma questão cultural, relacionada ao papel de gênero construído para mulheres. Todas as situações contadas nos contos de fadas diziam: os homens é que escolhem as mulheres. Por isso, para conseguir um príncipe, faça como Cinderela: seja boa, bonita, casta, generosa e prendada. Isso é fruto de uma ideologia machista, que converteu as mulheres em submissas que se estapeavam para competir por serem ‘as escolhidas’ de um homem”, avalia a sexóloga.
Muitas vezes, sem ter consciência disso, mulheres reproduzem comportamentos machistas

Texto 7 – A publicidade ainda é machista
Embora percebamos que existam muitas mulheres que valorizam o seu corpo e procuram dignidade pelos seus méritos no mercado de trabalho, empresas e universidades, ainda temos mulheres no Brasil que acreditam que seus valores ainda estão na sua carne, no seu corpo e no prazer que ele pode dar à imensa fome sexual dos homens. Apesar dessas mulheres não pensarem tanto em sexo como pensam os homens, elas sabem da mentalidade masculina e por não acharem outro caminho para crescerem em auto-estima, oferecem seus corpos para a publicidade e para as fantasias sexuais dos homens.
A mulher do século XXI está mudando! Ela está buscando mais dignidade, mais valores, mais profissionalismo e não é difícil perceber que são elas que estão tomando o mercado e a frente dos negócios comerciais.
Uma pesquisa realizada em mais de 40 países comprovou que as mulheres brasileiras são as mais feministas e também as mais revoltadas. Fruto de um quadro de violência contra a mulher que perdurou quase toda a trajetória histórica do Brasil.

               
Texto 8 – Não é só com bebidas, propaganda da Avon
Muito se fala sobre como as propagandas manipulam a mente dos consumidores e criam neles a vontade de comprar algo que nem sempre é útil, necessário ou até mesmo bom. Porém, por mais que esse discurso seja mais ou menos aceito, nem sempre é fácil identificar o jogo de manipulação. A Avon, no entanto, lançou recentemente uma propaganda que pode ajudar a tornar essa questão mais acessível para o público.
No vídeo disponível no canal da marca no Youtube, uma moça branca e magra briga consigo em frente a um espelho: “Parabéns, eu acordei gorda de novo! Por que? Porque você não resistiu aquele último brigadeiro da festa. Comeu e hoje acordou parecendo um balão de gás hélio, inchado. Agora toca começar a dieta da proteína, a dieta dos pontos, do tipo sanguíneo, da pera, da lua. Parabéns pra você que se comportou a semana inteira e errou justo no dia da festa. Aquele vestido que você comprou, sabe aquele vestido lindo branco? Esquece, vai ficar todo marcado, ridículo. Vai colocar esse corpinho redondo cheio de brigadeiro pra dançar na pista, vai“.
A reação da moça diante do consumo de um mísero brigadeiro pode soar exagerada e absurda para alguns, mas a verdade é que esse pensamento é a realidade diária de milhares de mulheres, incluindo as que sofrem com transtornos alimentares como anorexia e bulimia; para elas, um único brigadeiro pode provocar crises severas. O discurso presente no vídeo é o discurso que essas mulheres reproduzem constantemente, sem qualquer “toque de humor”. Além disso, mulheres gordas são insultadas do início ao fim, ridicularizadas e desvalorizadas como seres humanos. E apesar da questão ser certamente mais grave para mulheres que sofrem com transtornos alimentares, a agressividade presente no vídeo atinge todo o gênero feminino.

Vale a pena conferir:



Alguns Videos











sábado, 21 de março de 2015

Aula 07/2015 - Cotas Raciais, necessidade ou ilegalidade?

Cotas Raciais, necessidade ou ilegalidade?





A Lei da Igualdade Racial acrescenta itens à Lei 7.716/89, que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor. Por essa lei, quem impedir ou obstar o acesso de alguém, devidamente habilitado, a qualquer cargo da administração direta ou indireta, bem como das concessionárias de serviços públicos, será punido com reclusão de dois a cinco anos. A Lei da Igualdade Racial acrescenta que terá a mesma pena quem, por motivo de discriminação de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional obstar a promoção funcional no setor público.
A discriminação de raça, cor, bem como as práticas resultantes do preconceito de descendência, origem nacional ou étnica nas empresas privadas também são punidas com reclusão de dois a cinco anos. Outras práticas nesse setor, tais como negar equipamentos necessários ao empregado ou impedir a ascensão funcional por motivo de preconceito são igualmente punidas com esse período de reclusão.
Nesse contexto, muitos se questionam:

"Se existe uma lei que estabelece a igualdade racial, qual a legalidade da política de cotas?"

Material da Aula



TEXTO 1 – O fato – Dia Internacional contra a Discriminação Racial
Com metade de sua população formada por negros – cerca de 100 milhões de pessoas, o Brasil investe em leis para combater a discriminação e promover a inclusão. Graças aos efeitos de leis como a de cotas raciais, o País pode comemorar o Dia Internacional contra a Discriminação Racial, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e comemorado em 21 de março. Para o diretor de Políticas de Educação do Campo, Indígena e para as Relações Étnico-Raciais do MEC, Thiago Thobias, a educação é o caminho. “Temos a formação de professores pela lei de relações étnicas e raciais, e distribuição de material didático para as escolas. Além disso, há um processo de inclusão desses jovens no ensino superior”, explica.
Esse processo de democratização, além de um processo de inclusão, é um processo de convivência. “A convivência é um dos melhores remédios para combater a discriminação e o racismo”, completa.
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Mesmo após mais de 25 anos da criação da Lei nº 7.716, de 05 de janeiro de 1989, que criminaliza a discriminação e preconceitos de raça, existe ainda um longo caminho a percorrer na conscientização da população brasileira contra este tipo de crime. No Tocantins, que tem mais de 70% de sua população pertencente à raça negra, esta é uma luta diária, e que precisa de atenção.
Negro 2Para o gerente de Políticas de Igualdade Racial da Secretaria de Defesa e Proteção Social (Sedeps), André Luiz Gomes da Silva, neste sábado, dia 21 de março, quando é comemorado o Dia Internacional Contra a Discriminação Racial, é preciso chamar a atenção para o racismo velado que se vivencia diariamente. “A população precisa tomar consciência de suas origens e de sua cultura, se reconhecer como negro e combater qualquer tipo de violência racial”, disse.

TEXTO 2 – Invasão de sala na USP
Estudantes de administração da Universidade de São Paulo (USP) discutiram com um grupo de alunos negros que interrompeu a aula para levantar um debate sobre a política de cotas da instituição. Em um vídeo publicado na internet, a professora pede para que os estudantes marquem um horário para falar sobre o assunto, porque ela “precisa dar aula”. Após a declaração, a docente é questionada se sua disciplina é mais importante que a questão racial, a partir daí, a turma começa o bate-boca.
— Estuda e entra aqui na universidade. Ninguém está impedindo— grita o estudante que filma a discussão.
Em resposta, uma das alunas afirma ironicamente que é fácil entrar na USP e completa:
— Eu quero ver se é bem fácil para você quando você é mulher e preta na periferia.
Durante 16 minutos, os alunos batem-boca sobre racismo. A briga só acaba quando outro estudante da classe, que é negro, diz que o tema é relevante e critica o fato de na última aula a professora ter liberado a turma duas horas antes sem reclamação.
— Eu também sempre estudei em escola particular. Estudei num cursinho onde 170 alunos de uma sala eram brancos, eu era o único negro. É uma questão que para vocês realmente não faz nenhuma diferença, mas para mim sempre doeu. É muito fácil você falar de uma coisa que você não viveu e eu vivi isso a minha vida inteira. Vocês estão reclamando da aula, a aula passada a professora liberou duas horas mais cedo, hoje o cara está tirando 30 minutos— disse o aluno, que foi aplaudido pela turma.

TEXTO 3 – A favor das cotas
Roberto Lyra, Promotor de Justiça, um dos autores do Código Penal de 1940, ao lado de Alcântara Machado e Nelson Hungria, recomendava aos colegas de Ministério Público que “antes de se pedir a prisão de alguém deveria se passar um dia na cadeia”. Gênio, visionário e à frente de seu tempo, Lyra informava que apenas a experiência viva permite compreender bem uma situação.
Quem procurar meus artigos, verá que no início era contra as cotas para negros, defendendo – com boas razões, eu creio – que seria mais razoável e menos complicado reservá-las apenas para os oriundos de escolas públicas. Escrevo hoje para dizer que não penso mais assim. As cotas para negros também devem existir.
Por isso, em texto simples, quero deixar clara minha posição como homem, cristão, cidadão, juiz, professor, “guru dos concursos” e qualquer outro adjetivo a que me proponha: as cotas para negros devem ser mantidas e aperfeiçoadas. E meu melhor argumento para isso é o aquele que me convenceu a trocar de lado: “passar um dia na cadeia”. Professor de técnicas de estudo, há nove anos venho fazendo palestras gratuitas sobre como passar no vestibular para a EDUCAFRO, pré-vestibular para negros e carentes.
Apenas não acho que temos que exigir heroísmo de cada menino pobre e negro desse país. Minha filha, loura e de olhos claros, estuda há três anos num colégio onde não há um aluno negro sequer, onde há brinquedos, professores bem remunerados, aulas de tudo; sua similar negra, filha de minha empregada, e com a mesma idade, entrou na escola esse ano, escola sem professores, sem carteiras, com banheiro quebrado. Minha filha tem psicóloga para ajudar a lidar com a separação dos pais, foi à Disney, tem aulas de Ballet. A outra, nada, tem um quintal de barro, viagens mais curtas. A filha da empregada, que ajudo quanto posso, visitou minha casa e saiu com o sonho de ter seu próprio quarto, coisa que lhe passou na cabeça quando viu o quarto de minha filha, lindo, decorado, com armário inundado de roupas de princesa. Toda menina é uma princesa, mas há poucas das princesas negras com vestidos compatíveis, e armários, e escolas compatíveis, nesse país imenso. A princesa negra disse para sua mãe que iria orar para Deus pedindo um quarto só para ela, e eu me incomodei por lembrar que Deus ainda insiste em que usemos nossas mãos humanas para fazer Sua Justiça. Sei que Deus espera que eu, seu filho, ajude nesse assunto. E se não cresse em Deus como creio, saberia que com ou sem um ser divino nessa história, esse assunto não está bem resolvido. O assunto demanda de todos nós uma posição consistente, uma que não se prenda apenas à teorias e comece a resolver logo os fatos do cotidiano: faltam quartos e escolas boas para as princesas negras, e também para os príncipes dessa cor de pele...
... Se você é contra as cotas para negros, eu o respeito. Aliás, também fui contra por muito tempo. Mas peço uma reflexão nessa semana: na escola, no bairro, no restaurante, nos lugares que frequenta, repare quantos negros existem ao seu lado, em condições de igualdade (não vale porteiro, motorista, servente ou coisa parecida). Se há poucos negros ao seu redor, me perdoe, mas você precisa “passar um dia na cadeia” antes de firmar uma posição coerente não com as teorias (elas servem pra tudo), mas com a realidade desse país.
Fonte: http://www.revistaforum.com.br/blog/2013/11/porque-me-tornei-a-favor-das-cotas-para-negros/
TEXTO 4 – Algumas imagens



TEXTO 5 – Contra as cotas
No momento, a Universidade de Brasília vive a possibilidade de admitir a implementação do sistema de cotas para o ingresso de ”negros” na Universidade. Eu, apesar de todos os pseudodebates[1] a que compareci, em que a minha e outras dezenas de mentes foram simplesmente marteladas repetidas e reiteradas vezes com a abissal diferença sócio-econômica existente no Brasil entre negros e brancos, tendo como base dados do IPEA, não me convenço de forma alguma de que a adoção de qualquer política de cotas seja algo desejável.
Não, eu não nego a existência de uma vergonhosa disparidade entre as “raças” em questão; nem o passado nada glorioso brasileiro, eivado pelas mais variadas práticas racistas fomentadas pela sociedade e até mesmo pelo Estado. Contudo, não consigo vincular uma coisa a outra e acreditar que facilitar o ingresso de um maior número de “negros” na UnB mudaria, ainda que indiretamente, para melhor a situação racista existente no Brasil.
O primeiro dos motivos que me veio à cabeça foi: será que sou contra as cotas porquê assim o é a legislação nacional? Bom, conforme nos explica Celso Antônio Bandeira de Mello, a partir de sua hermenêutica do princípio constitucional da isonomia, o ordenamento brasileiro é rígido na direção de que não só se pode como se deve discriminar. Sadios e deficientes, adultos e crianças, homens e mulheres, ricos e pobres: são todos iguais? Definitivamente, não. O abstracionismo de nossa legislação não chega a tal absurdo cego em relação à diversidade óbvia. A isonomia é, essencialmente, discriminatória. O que ela pretende, sim, é garantir que as discriminações feitas não sejam arbitrárias nem aleatórias.
Com as devidas ressalvas, uma analogia talvez melhor ilustre meu pensamento. Entendo, mas não partilho inteiramente, que o ponto de partida seja a noção de que a declarada democracia racial seria um engodo histórico, e na verdade o racismo é, culturalmente, um dado intrínseco à sociedade brasileira; uma chaga que deve ser exposta, e não ocultada. Pois bem, traço então um paralelo ao instinto que separa cães e gatos. Na sua condição estritamente animal, os cães têm inegável aversão aos gatos. Assim, são análogas, num caso pelo instinto noutro pela cultura[2], as condições que criam uma incompatibilidade de convívio harmônico e em equilibrado entre cães e felinos e entre brancos e negros.
Tomando a universidade como um local de concentração de brancos: será que se eu encher de gatos um canil, haverá convivência pacífica? Os cachorros passarão a amar os gatos? Os felinos, lá colocados, sairão servindo de exemplo para outros que queiram entrar? E cachorros e gatos abdicarão de suas diferenças se confinados em um mesmo local? Não seria melhor que desde filhotes estivessem em contato, sadio, uns com os outros, em vez desse tardio convívio forçoso? O que dizer então de fomentar a entrada de negros num local eminentemente, segundo a visão de quem é a favor das cotas, racista?
Assim, com base no constitucional princípio isonômico[3], e com razoável certeza, posso concluir que o ordenamento jurídico brasileiro é contrário à implementação de uma política de cotas. O que já me seria motivo para ser contra as cotas.

Texto 6 – A febre das calouradas
O pedagogo Roberto Freire afirma que devemos fortalecer nossa “fé nos homens e na criação de um mundo em que não seja difícil amar”. 
Não podemos ignorar que cada ser humano é um projeto, apto a desenvolver suas potencialidades em benefício da sua própria evolução e a serviço da família humana. Isso implica compreender que as pessoas têm pontos convergentes, mas também possuem características peculiares agregadas às suas individualidades.
A organização social não é homogênea e cada um carrega sua própria ambiência interior, fruto de seus caracteres individuais e de suas experiências. Logo, compreender a necessidade da indulgência e a superação da indiferença pode facilitar o desenvolvimento da sensibilidade e bem temperar uma concepção mais fraterna, mais afetiva, daqueles que seguem conosco, pois, no mínimo, é o outro que serve à condição de espelho de nossas necessidades de melhora.
De outro aspecto, inserir a prática da aceitação das diferenças em nossa convivência diária permite a oxigenação dos nossos mecanismos afetivos e nos ajuda a internalizar a indispensável lição de complementaridade e de consenso, pois é sempre possível aprender algo com as pessoas que são diferentes de nós, uma vez que a vida social é formada pela diversidade para impulsionar o aprendizado constante.
Em nosso favor, o cultivo da tolerância nos ensina que os “diferentes” não são adversários, mas sim aliados que nos dão os mais variados contextos para o nosso crescimento e conquista íntima da serenidade.
Para bem viver, segundo os princípios cristãos, sufoquemos a erva daninha da indiferença, que contribui para a desarmonia das relações humanas. Ora, na contramão do personalismo, lutemos para desenvolver a prática da aceitação das diferenças, que guia uma convivência indulgente, cooperativa e favorável a nossa humanização.





Alguns Videos

Política de Cotas

Estatuto da Igualdade Racial

O Movimento Negro no Brasil




Algumas Questões de Processos Seletivos













domingo, 15 de março de 2015

Aula 06/2015 - Brasil, 30 anos de democracia.





Material de aula


TEXTO 1 – O fato – 30 anos de democracia
O Brasil completa neste domingo 30 anos de democracia. Os avanços acumulados nesse período são evidentes: o processo eleitoral é confiável, a liberdade de expressão e manifestação aumentou, a economia hoje tem mais estabilidade do que no passado e a pobreza vem recuando. No entanto, cientistas políticos apontam diferentes fatores que reduzem a qualidade do regime democrático brasileiro, como o poder limitado da população de monitorar e influenciar as decisões do governo, a corrupção elevada e a desigualdade social ainda alta, que limita os direitos de parte da população.
"A nossa democracia ainda é muito pouco democrática", afirma Marcos Nobre, professor de filosofia da Unicamp.
"Uma coisa é você falar de instituições formais da democracia. Há um Judiciário relativamente independente, todos têm direito ao voto, etc. Mas democracia não é só isso. Não são só instituições democráticas em funcionamento formal", ressalta.

TEXTO 2 – Democracia, um conceito
A história da democracia coincide com a afirmação dos Estados representativos nos principais países europeus e com o desenvolvimento interno de cada um deles, tanto que a complexa tipologia das tradicionais formas de governo será pouco a pouco reduzida e simplificada na contra posição entre os dois campos opostos das democracias e das autocracias.
Democracia representativa ( democracia indireta) é o ato de um grupo ou pessoa ser eleito, normalmente por votação, para "representar" um povo ou uma população, isto é, para agir, falar e decidir em "nome do povo". Os "representantes do povo".
Uma democracia direta é qualquer forma de organização na qual todos os cidadãos podem participar diretamente no processo de tomada de decisões. As primeiras democracias da antiguidade foram democracias diretas. O exemplo mais marcante das primeiras democracias diretas é a de Atenas (e de outras cidades gregas), nas quais o Povo se reunia nas praças e ali tomava decisões políticas. Na Grécia antiga o "Povo" era composto por pessoas com título de cidadão ateniense. Porém, mulheres, escravos e mestiços não tinham direito a esse título, exclusivo para homens que fossem filhos e netos de atenienses.
“Enquanto na antiga democracia (Democracia direta) grega a participação no processo democrático era limitada a alguns membros da sociedade, na democracia representativa o sufrágio universal conseguiu quantitativamente garantir a participação da grande maioria de cidadãos. Porém qualitativamente seus mecanismos limitam a atuação dos participantes no jogo democrático.
TEXTO 3 – O Processo
A transição para a democracia no Brasil completou-se quando no impeachment do ex-presidente Collor não se buscou uma solução de exceção, mas uma solução por dentro da ordem institucional. Mas esse processo de transição não cuidou de resolver efetivamente o problema das desigualdades, em duas ordens de questões. Em primeiro lugar, as desigualdades sociais que sempre marcaram a sociedade brasileira, tanto no plano material da riqueza, quanto no plano simbólico da diferenciação de classes. Essas desigualdades, para além da questão econômica da distribuição de riquezas, promove um acesso diferenciado aos bens públicos e um manancial de desigualdades simbólicas que vão do preconceito em diferentes planos (racial, sexual, de gênero, etc.) à opressão e violência (como em favelas e populações marginalizadas). Em segundo lugar, as desigualdades políticas, que excluem parcela significativa da população do processo de decisão sobre as políticas públicas que serão implementadas. Estas desigualdades decorrem das falhas do sistema eleitoral produzidas por um modelo de financiamento de campanhas que distorce e corrompe o processo democrático e exclui parcela significativa da sociedade do processo de representação.

TEXTO 4 – Charges



TEXTO 5 – Democracia sustentada por empresas
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, que também acumula o posto de presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), votou pela inconstitucionalidade do financiamento das campanhas eleitorais pelas empresas, na ação direta de inconstitucionalidade proposta pela OAB que, há um ano, está suspensa devido a um estratégico pedido de vistas do ministro Gilmar Mendes, o mais conservador entre os conservadores.
 Mas na audiência pública da qual participou, na última terça (10), na Câmara, focou sua participação em defender o teto de gastos para as campanhas eleitorais, como forma de barateá-las ainda que o julgamento tarde a ocorrer.
Nos dois casos, segundo ele, a maior parte do dinheiro arrecadado veio de empresas: somente a JBS-Friboi declarou doações de R$ 361,8 milhões para candidatos em 2014. Conforme Toffolli, em 2014, o fundo Partidário foi responsável por apenas 5% do dinheiro gasto nas campanhas pelos candidatos. “A democracia no Brasil é sustentada por grupos empresariais”, afirmou.
TEXTO 6 – 30 anos





Alguns Vídeos





















domingo, 8 de março de 2015

Aula 05/2015 - Jovens e Alcool



Muitos jovens têm sido atraídos para eventos sem nenhuma reflexão acerca das possíveis consequências do que ou quanto será consumido nesse ambientes.


Com exceção da morte em si, se você for um cara que já circulou por este meio, sabe muito bem que o limite entre dar tudo certo ou a coisa desandar por causa de brincadeiras alcoólicas é absurdamente mínimo neste meio, onde garotos e garotas querem, cada vez mais, provarem que são adultos e independentes, para isso, agem como crianças sem pais.
Afinal, de quem é a culpa pela tragédia final: do bêbado ou dos organizadores? Desculpe-me falar, mas todos carregamos parcela de culpa por isso ocorrer.
Explico.
O INCENTIVO ÀS BEBIDAS VEM DE BERÇO
O BULLYING PARA QUEM NÃO BEBE
O ORGULHO DA PT (perda total da memória)
TEORIA DA MANADA

Se você já ficou bêbado, se já incentivou alguém a fazer com você ou mesmo viu uma situação dessa e não fez nada, tenha certeza que a morte desse jovem tem um dedo seu. Afinal, somos todos culpados.
Fonte: http://manualdohomemmoderno.com.br/bebidas/o-estudante-morto-alcoolizado-30-doses-de-vodka-e-a-culpa-que-todos-carregamos






Vamos à aula...

TEXTO 1 – O fato – Jovem morre e três são internados após ingestão excessiva de álcool
Um jovem de 23 anos morreu em uma festa universitária neste sábado (28) em Bauru (SP) após ingestão excessiva de álcool. Outras três pessoas estão internadas em estado grave após participarem da mesma festa.
A festa era promovida por várias repúblicas de estudantes da cidade. O evento começou no início da tarde e oferecia várias competições envolvendo bebidas alcoólicas.
Segundo a polícia, o jovem Humberto Moura Fonseca bebeu e passou mal na festa, após participar de uma das competições que incentivam a ingestão de Álcool. Ele foi socorrido por estudantes que estavam na festa, mas chegou ao pronto-socorro já sem vida.

TEXTO 2 – Algumas Imagens



TEXTO 3 – Papo de homem
Não sabemos quais os maiores medos de nossos amigos, mas com absoluta certeza sabemos quem é o mais resistente da turma, quem mais vomita, quem chora, quem fica agressivo, quem pega todas, quem mente, quem conta piadas ruins e quem brocha quando bebe.
Essa obsessão começa cedo.
Em uma cultura na qual vivemos domesticados em cadeiras de escola, cubículos da empresa, salas de cinema, salas de teatro, cadeiras de restaurantes, assentos de avião, pacotes turísticos e sofás, o álcool parece ser o elixir da felicidade.
O primeiro gole é um momento quase ritual entre adolescentes. Talvez venha do próprio pai, que vai dar risada da careta do filho inexperiente. O filho não precisa receber instruções, ele apenas observa que beber é coisa importante para os adultos. Se faz para relaxar ao final de um dia cansativo, para contar piadas no almoço de domingo com a família, em festas quando se quer paquerar.
Ficar desinibido, mais agressivo, eufórico e reativo parece ser um colateral positivo, uma expressão de virilidade.
O recado vem claro: beber é bom. É coisa de homem. Os primeiros porres quase sempre chegam antes dos dezoito.
As namoradas reclamam dos namorados beberrões, mas muitas vezes rejeitam e fazem piadas com os que não bebem, chamados de "frescos".  Escutar que você "bebe como uma moça" é ofensa grave.
"Não guenta, bebe leite!" é a provocação que todo homem escuta centenas de vezes ao longo de sua vida. Afinal, "se bebe pra ficar ruim, se fosse pra ficar bom tomava remédio".
Batemos palma e repetimos as histórias de porres, nossas e dos amigos, incontáveis vezes.

TEXTO 4 – Vodca ou Tédio
“Melhor morrer de vodca do que de tédio.”
A frase acima está no Facebook do estudante Humberto Moura Fonseca, 23 anos, morto depois de beber 30 ou mais doses de vodca no último sábado. Ele participava de uma festa com bebida liberada em uma chácara em Bauru, cidade em que cursava engenharia elétrica. A festa era de estudantes de engenharia. Após divulgação na imprensa, a frase circula hoje pelas redes sociais acompanhada de insinuações de que o responsável pela tragédia foi o próprio rapaz.
“Triste ver gente sem metas na vida”, escreveu a usuária Samira Queiroz no Twitter. “E o babaca morreu”, disse Pedro Sprangin na mesma rede social. “Realizou o ‘sonho'”, postou Leandro Capilluppi. “Parabéns, você atingiu seu objetivo”, disse Giovanna Pedroso. Etc, etc. O que pode inspirar alguém a dizer coisas assim? O desprezo pela vida de um semelhante? Ou a perplexidade diante de uma morte absurda? Prefiro ficar com a última opção.
Overdose acidental nunca foi tratada como suicídio em qualquer lugar do mundo. O álcool pode levar qualquer um a se expor a situações perigosas, especialmente ao consumo do próprio álcool em doses potencialmente letais. Porque quem bebe perde temporariamente as funções do cérebro responsáveis pela inibição e capacidade de julgar o certo do errado. Isto é científico.
Dizer que qualquer fração da culpa é de Humberto, alguém de quem não se conhece o perfil psicológico, é de uma perversidade obtusa. Mas a Lei precisa e deve trabalhar. Dois organizadores da festa foram presos imediatamente. Eles serão acusados de homicídio com dolo eventual, aquele em que se realiza um ato tendo consciência de que a vítima poderá morrer em sua decorrência.
A culpa é deles? Não há registro de que os organizadores tenham empurrado as 30 doses de vodca pela goela de Humberto. Nem dele nem dos outros estudantes que participaram de uma competição para descobrir quem bebia mais. Além da vítima fatal, três foram parar no hospital em coma alcóolico mas sobreviveram.
O Ministério Público Estadual se diz empenhado em encontrar os culpados. Descobriram que a festa era clandestina, realizada sem alvará, e que não havia socorro emergencial à disposição.
Minha opinião é que a não ser que o MP tenha alcançado a sofisticação de processar e punir tradições de décadas e décadas como as orgias alcoolicas dos universitários brasileiros, vai acabar colocando na cadeia dois bodes expiatórios. No curso de engenharia, especificamente, este descontrole é endêmico.

TEXTO 5 – Drogas Lícitas
Uma pesquisa realizada por respeitados especialistas da University of South Wales (Sydney-Austrália) mostra a existência, no planeta Terra, de 200 milhões de usuários habituais de drogas proibidas pelas convenções das Nações Unidas (ONU). Portanto, ficaram fora do levantamento os consumidores de álcool e tabaco, que não são proibidos pela ONU.
Os 200 milhões de consumidores representam uma média tirada de um mínimo de 149 milhões e de um máximo de 271 milhões. Em outras palavras, um habitante vivo do planeta dentre 20 consome droga ilícita. E no nosso planeta, em outubro de 2011, falou-se em 7 bilhões de seres humanos vivos.
Só para lembrar, existe um número de consumidores habituais de drogas ilícitas superior à população brasileira: 192.376.496 de brasileiros, conforme divulgado em agosto de 2011.
Nesse universo de 200 milhões de usuários habituais espalhados pelo planeta, cerca de 125 milhões usam maconha e, entre 14 e 21 milhões, consomem cocaína, incluída a forma solidificada conhecida por crack, tudo consoante a pesquisa da supracitada universidade de Sydney. Por ano, as drogas proibidas em convenções da Organização das Nações Unidas (ONU) matam 250 mil pessoas. Pouco se comparado com o álcool e o tabaco. O uso abusivo do álcool resulta, anualmente, em 2,25 milhões de óbitos. Quanto ao tabaco, mata 5,1 milhões anualmente.

Texto 6 – A febre das calouradas
Entre os universitários, são grandes as facilidades para encontrar festas open bar, nas quais o consumo de bebida é liberado e há competições para testar a resistência. Em Bauru, 60 eventos estudantis foram suspensos. Em Minas, outras dezenas de festas realizadas fora das universidades estão marcadas para os próximos dias, sendo a bebida liberada um dos atrativos. Apesar de não terem controle sobre os eventos externos, as instituições de ensino superior afirmam que tentam conscientizar os alunos sobre os perigos do consumo abusivo de álcool.
Veja regras para garantir segurança em festas:
Se houver cobrança de ingresso, os organizadores devem pedir permissão à prefeitura. A liberação do documento não ocorre da noite para o dia e algumas pedem prazo de 30 dias de antecedência.
Se o alvará for deferido, os organizadores recebem licença para um único evento.
Os bombeiros também devem ser procurados e a autorização depende do número de participantes. Se houver shows, serão necessários saída de emergência, extintores, brigadas, ambulâncias. No caso  de festas em sítios, mesmo cobrando, para número reduzido de participantes, não é preciso alvará.
Os organizadores devem se preocupar com a segurança dos calouros e evitar trotes, competições e brincadeiras que incentivem a bebedeira desenfreada.

Texto 7 – Consumo excessivo preocupa universidades
Segundo a psicóloga, relacionar o álcool a comemorações e à diversão é uma associação geralmente aprendida em casa. Ao sedimentar a ideia de que a bebida tem caráter benigno e faz parte do lazer da vida adulta, os jovens passam a abusar da substância quando conquistam relativa independência – o momento em que ingressam na faculdade.
Pelo método Audit, os alunos respondem a um questionário sobre a frequência e a quantidade que bebem, bem como as ocasiões em que, por conta do álcool, deixaram de honrar compromissos ou causaram dano a si mesmos ou a outras pessoas. Cada resposta recebe uma pontuação que classifica o aluno em baixo risco, risco, alto risco e provável dependência alcoólica.
Um aluno do quarto ano do curso de educação física da Unesp, que foi classificado pelo Audit com provável dependência alcoólica e preferiu não se identificar, conta que o consumo de bebida é grande entre os alunos logo nas primeiras semanas de faculdade. “No primeiro ano, o aluno se sente à vontade para beber, nunca morou fora, vê todo mundo da sua idade e não tem os pais por perto”, conta.
Por conta desta sensação de liberdade, ele lembra que chegou a se envolver em um acidente de carro depois de muito beber. “Quando chegou a este extremo, minha família pediu para eu parar de beber, porque percebeu que eu estava exagerando”, diz.
               
Texto 8 – Argumentos a favor




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QUESTÃO 1

(Enem/2003)Os acidentes de trânsito, no Brasil, em sua maior parte são causados por erro do motorista. Em boa parte deles, o motivo é o fato de dirigir após o consumo de bebida alcoólica. A ingestão de uma lata de cerveja provoca uma concentração de aproximadamente 0,3 g/L de álcool no sangue. 
A tabela abaixo mostra os efeitos sobre o corpo humano provocados por bebidas alcoólicas em função de níveis de concentração de álcool no sangue:
(Revista Pesquisa FAPESP n o 57, setembro 2000)
Uma pessoa que tenha tomado três latas de cerveja provavelmente apresenta
A) queda de atenção, de sensibilidade e das reações motoras.
B) aparente normalidade, mas com alterações clínicas.
C) confusão mental e falta de coordenação motora.
D) disfunção digestiva e desequilíbrio ao andar.
E) estupor e risco de parada respiratória.
QUESTÃO 2

ENEM 2009  QUESTÃO 2


Analise a figura.
Disponível em: http//www.alcoologia.net. Acesso em: 15 jul. 2009 (adaptado).  (Foto: Reprodução/Enem)Disponível em: http//www.alcoologia.net. Acesso em: 15 jul. 2009 (adaptado). (Foto: Reprodução/Enem)


Supondo que seja necessário dar um título para essa figura, a alternativa que melhor traduziria o processo representado seria:
  1. A
     
    Concentração média de álcool no sangue ao longo do dia.
  2. B
     
    Variação da frequência da ingestão de álcool ao longo das horas.
  3. C
     
    Concentração mínima de álcool no sangue a partir de diferentes dosagens.
  4. D
     
    Estimativa de tempo necessário para metabolizar diferentes quantidades de álcool.
  5. E
     
    Representação gráfica da distribuição de frequência de álcool em determinada hora do dia.






GABARITO
1-A
2-D





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