sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Aula 15/2018 - Feminicídio



TEXTO 1 – Lei do Feminicídio - Lei 13.104, em 9 de março de 2015
Em março de 2015, a Lei do Feminicídio foi aprovada. Desde então, a morte de mulheres motivadas por questões de gênero passou a ser qualificada como crime hediondo. A medida visa também diminuir os casos de feminicídio no Brasil, um dos países que mais mata mulheres no mundo. Infelizmente, três anos após a criação da lei, as taxas só aumentaram.
De acordo com um levantamento realizado pelo G1, entre 2016 e 2017, rolou um aumento de 6,5% nos casos de feminicídio. Só no ano passado, foram 4.473 homicídios dolosos de mulheres no Brasil. O estado que mais mata por violência doméstica e questões de gênero é Mato Grosso. A falta de denúncias também preocupa e dificulta o cumprimento da lei.
O levantamento também descobriu que, em média, 12 mulheres são assassinadas por dia no país. Os criminosos? Homens que, muitas vezes, postam homenagens no Dia Internacional da Mulher e mandam flores para suas parceiras. Homens que não aceitam ser calados por mulheres.
Então, mais uma vez, só para reforçar, não adianta nada dar flores no dia 8 de março e nos ferir com espinhos nos outros 364 dias do ano.

TEXTO 2– Significado de Feminicídio
Feminicídio significa a perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino, classificado como um crime hediondo no Brasil.
O feminicídio se configura quando é comprovada as causas do assassinato, devendo este ser exclusivamente por questões de gênero, ou seja, quando uma mulher é morta simplesmente por ser mulher.
Alguns estudiosos do tema alegam que o termo feminicídio se originou a partir da expressão "generocídio", que significa o assassinato massivo de um determinado tipo de gênero sexual.
De modo geral, o feminicídio pode ser considerado uma forma extrema de misoginia, ou seja, ódio e repulsa às mulheres ou contra tudo o que seja ligado ao feminino.
Agressões físicas e psicológicas, como abuso ou assédio sexual, estupro, escravidão sexual, tortura, mutilação genital, negação de alimentos e maternidade, espancamentos, entre outras formas de violência que gerem a morte da mulher, podem configurar o feminicídio.
O feminicídio pode ser classificado em três situações:
àFeminicídio íntimo: quando há uma relação de afeto ou de parentesco entre a vítima e o agressor;
àFeminicídio não íntimo: quando não há uma relação de afeto ou de parentesco entre a vítima e o agressor, mas o crime é caracterizado por haver violência ou abuso sexual;
àFeminicídio por conexão: quando uma mulher, na tentativa de intervir, é morta por um homem que desejava assassinar outra mulher;
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), nos últimos anos pelo menos 50 mil mulheres foram mortas no Brasil, sendo os assassinatos enquadrados como feminicídio. O estudo ainda aponta que 15 mulheres são assassinadas por dia no país, devido a violência por gênero.
Para tentar impedir os crimes contra as pessoas do sexo feminino, a presidente do Brasil, Dilma Rousseff, sancionou a Lei 13.104, em 9 de março de 2015, conhecida como a Lei do Feminicídio.
A lei altera o Código Penal (art.121 do Decreto Lei nº 2.848/40), incluindo o feminicídio como uma modalidade de homicídio qualificado, entrando no rol dos crimes hediondos.
A justificativa para a necessidade de uma lei especifica para os crimes relacionados ao gênero feminino, está no fato de 40% dos assassinatos de mulheres nos últimos anos serem cometidos dentro da própria casa das vítimas, muitas vezes por companheiros ou ex-companheiros.
Segundo o Código Penal Brasileiro, os crimes classificados como de homicídio qualificado são punidos com reclusão que pode variar de doze a trinta anos.
De acordo com o texto da lei do feminicídio, a pena do crime pode ser aumentada em 1/3 (um terço) até a metade caso tenha sido praticado sob algumas condições agravantes, como:
àDurante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto;
àContra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência;
àNa presença de descendente ou ascendente da vítima;
TEXTO 3– Entenda as mudanças de padrão de beleza ao longo da história
Em cada época é fácil identificar o apreço generalizado por um ou outro tipo físico, dos corpos roliços aos mais secos, das barriguinhas pronunciadas aos abdomens tanquinho, dos seios minúsculos aos bustos siliconados. Mas, se hoje qualquer pessoa é dona de seu nariz para decidir se quer frequentar a academia ou viver feliz acima do peso, houve tempos em que ninguém era responsável pelo próprio corpo. Por milênios, a forma física era colocada a serviço de propósitos sociais, militares ou religiosos.
“Na Pré-História, o corpo era arma de sobrevivência, a fim de caçar e correr dos predadores, mas nas primeiras civilizações, os treinos e as atividades sempre estiveram voltados a necessidades coletivas, como guerrear”, diz Denise Bernuzzi de Sant’Anna, professora de história da PUC-SP, autora dos livros Corpos de Passagem e Políticas do Corpo. Em outros períodos, a religião moldou a visão coletiva das questões relativas ao corpo. “Como o corpo era considerado sagrado, a Igreja proibia dissecações e estudos de cadáveres”, diz Luís Ferla, professor de história da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Só entre os séculos 15 e 16 despontou uma nova perspectiva, mais




TEXTO 4– Agosto Lilás: violência contra a mulher é assunto para todas!
Em agosto a Lei Maria da Penha, de 2006, faz aniversário e o tema da violência contra a mulher parece nunca ter sido tão atual. É por isso que foi criada a campanha Agosto Lilás, que defende, desde o ano passado, os direitos da mulher em situação de violência. O Brasil ocupa hoje o 5º lugar no mundo no ranking de violência doméstica e enquanto isso acontecer, o debate deve permanecer em pauta
Em agosto de 2018 a Lei Maria da Penha comemora 12 anos e é em função desta data que passou a existir, desde o ano passado, o Agosto Lilás, uma campanha de conscientização sobre a violência contra a mulher que envolve secretarias municipais e estaduais e, sobretudo, as escolas do país. O Brasil ocupa hoje o 5º lugar no mundo no ranking de violência doméstica e, de acordo com dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), tramitam no Judiciário cerca de 900 mil processos sobre o tema, sendo 10 mil deles sobre casos de feminicídio (crime de morte envolvendo uma mulher pelo fato de ser mulher, uma questão de gênero). Segundo dados da Secretaria de Governo do governo Federal, 15 mulheres são mortas por dia pelo fato de serem mulher. Por ano, 500 mil mulheres são vítimas de estupro e estima-se que apenas 10% dos casos chegam à polícia. A união entre as mulheres é fundamental para reverter esse quadro.
A violência de gênero, ao contrário do que muita gente pensa, não tem a ver com classe social, religião, raça ou região do país – pelo contrário – casos desse tipo podem acontecer em qualquer lugar e camada social. Para acabar com esse tipo de crime, nada mais importante que a conscientização. Para Ana Paula do Couto Alves, diretora de organização político-sindical do Sindjustiça-RJ (Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário) "Quando acontece uma agressão ou feminicídio que poderia ter sido evitado com um telefonema para as autoridades, toda a sociedade falhou com aquela mulher. Esse é um tema complexo, que envolve afetividades, vida familiar e os limites individuais de cada um. Precisamos conversar sobre isso para entender como tornar o Brasil um país mais seguro e acolhedor para mulheres", afirmou ao site da instituição. Por isso, saber identificar uma violência, seja ela emocional ou física, é o primeiro passo para acabar com o problema.


TEXTO 5 – Infográfico

Fonte: https://cdn-images-1.medium.com/max/1600/0*DhJo33Z2kDEjGLWs.



TEXTO 6 – Jovem achada morta em matagal de Palmas é enterrada em SP: 'Não pode ser estatística'
"Você, Patrícia Aline, não pode ser mais uma nesta triste e vergonhosa estatística onde nossas mulheres são mortas por pura crueldade e covardia. (...) Morremos um pouco a cada dia, de tristeza, de desilusão, de impotência (...). Queremos só Justiça, mais mudança nesta lei que favorece e fortalece a impunidade", diz o texto do cartaz.
Depois do velório, o corpo de Patrícia Aline seguiu em procissão até o Cemitério Municipal. Os familiares e amigos da vítima acompanharam o cortejo. "Estamos todos muito chocados, a cidade inteira está chocada, não se fala em outra coisa. Eu conheci ela ainda menina, não é possível, eu não aceito que possa acontecer uma brutalidade dessas com um ser-humano", afirmou uma vizinha da família da vítima.
Principal suspeito do crime, o namorado da vítima, Iury Italu Mendanha, está sendo procurado pela Polícia Civil de Palmas. Na casa dele, os investigadores apreenderam duas espingardas. O delegado de homicídios de Palmas, Israel Andrade, disse na sexta-feira (10) que o jovem fugiu para outro estado. Ele reagiu mal ao fato de Patrícia querer o fim do relacionamento, de acordo com a investigação.
"Nós tentamos de todas as maneiras prendê-lo em flagrante, no entanto descobrimos que ele havia se evadido. Havia fugido inclusive para outro estado. Mais tarde ele entrou em contato com a família e ele se propôs a se entregar na delegacia, já que a prisão preventiva já estava decretada", disse o delegado.
'Queria viver independente'
A tia de Patrícia, Maria Amélia dos Santos, afirma que a família está arrasada e que a mãe da jovem não consegue se conformar com a perda da filha, que havia se mudado para o Tocantins para trabalhar.
“A família está sofrendo. A mãe está acabada, está chorando direto. A gente está com medo de ela não resistir a essa dor que está passando”, contou a tia. “Ela era uma pessoa que queria viver independente. Era alegre, humilde, muito carinhosa com a família toda”, completou.
Em um áudio enviado para amiga, Patrícia relata momentos de terror que viveu quando o namorado pulou o muro da casa dela e disse que ia matá-la.
Patrícia: Eu não quero mais. Uma que nós estamos brigando muito e outra que ele quer ficar me xingando, amiga, de vagabunda. E ele já avançou em mim duas vezes. Uma ele bateu na minha cara e a outra ele jogou o celular nos meus braços. Não quero uma pessoa que fica com esse ciúme obsessivo de amiga, de cachorro, de academia. Não tô aguentando mais não. Aí eu fui, larguei, ele foi e perdeu a cabeça. Saiu do serviço, foi direto pra minha casa e pulou o muro. Aí eu não quis abrir a porta pra ele, e ele foi e falou que ia me matar. Eu fui, liguei pra minha amiga, pedi ajuda e ela foi lá me buscar. Ele pegou e falou que ia atrás de uma arma, ia voltar e ia me matar.
Fonte:     https://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2018/08/11/jovem-achada-morta-em-matagal-de-palmas-e-enterrada-em-sp-nao-pode-ser-estatistica.ghtml

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