domingo, 5 de junho de 2016

Aula 11/2016 - Neonazismo e Xenofobia



MATERIAL DA AULA

TEXTO 1 – Fato motivador - Partido de extrema-direita alemão aprova manifesto anti-islâmico
Em manifesto divulgado neste domingo, o partido alemão de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) explicitou sua posição anti-islâmica. Após dois dias de discussões, os cerca de dois mil membros que participaram do congresso anual da legenda realizado em Stuttgart, no sudoeste do país, defenderam que o Islã não é compartível com a constituição e pediram a proibição de símbolos religiosos.
O capítulo do manifesto dedicado aos muçulmanos tem o título “Islã não pertence à Alemanha”, que foi aprovado após formulação moderada que buscava o diálogo com a religião ser descartada. Entre as medidas, o documento pede a proibição da burca — veste usada pelas mulheres que cobre todo o corpo — e a interdição dos minaretes — torres das mesquitas que anunciam as cinco orações diárias.
— O Islã é estrangeiro na Alemanha e, por esse motivo, não podemos invocar o princípio da liberdade religiosa da mesma forma que fazemos com o Cristianismo — disse Hans-Thomas Tillschneider, legislador da Alta Saxônia.
Em discurso, o líder do partido, Jörg Meuthen, definiu o AfD como “conservador moderno, livre e saudavelmente patriota” e defendeu que a cultura alemã deve ser ancorada em valores “cristãos e ocidentais”, não no Islã.

TEXTO 2 – Patrulhas anti-imigrantes tomam as ruas de países nórdicos
Patrulhas urbanas anti-imigrantes vêm emergindo nas ruas da Finlândia, da Noruega e mais recentemente da Dinamarca, em reação ao fluxo recorde de refugiados que chegam aos países nórdicos. São os chamados Soldados de Odin, que acusam os refugiados de provocar um aumento da criminalidade e afirmam ter a missão de "proteger a população" contra os "intrusos islâmicos".
Na mitologia nórdica, Odin é o deus da sabedoria e da guerra. Os "soldados" caminham pelas ruas com jaquetas pretas, decoradas com a estampa de um capacete viking. Vão desarmados, mas refletem a tensão social gerada pela entrada maciça de refugiados na região. E começam a conquistar adeptos também na Suécia e em outros países do norte da Europa, como a Alemanha.
"Detectamos a movimentação de simpatizantes do grupo na Suécia há poucas semanas", disse à BBC Brasil o oficial Mats Grundström, da unidade de inteligência da polícia sueca. "Nenhum incidente foi registrado ainda, mas estamos de olho neles."
Os Soldados de Odin dizem querer ser os olhos e ouvidos da polícia. Para os críticos, porém, são justiceiros xenófobos.
"Queremos acabar com a criminalidade que vemos hoje em nosso país, e que a polícia é incapaz de enfrentar", disse um porta-voz norueguês dos patrulheiros, que marcharam recentemente pelas ruas de diversas cidades da Noruega.

TEXTO 3 – O que o ressurgimento do fascismo pode nos ensinar
Pensamos que ele tinha desaparecido de vez. Foi um engano. Eis aqui por que.
Veja um pequeno exercício de reflexão. Se no natal passado eu lhe tivesse dito que o principal candidato a presidente do país mais poderoso do mundo tivesse dito, abertamente, que concordava com a venda de armas, com campos de concentração, com proibições extrajudiciais e com direitos de sangue, a menos que você fosse um sócio atuante da Internacional dos Teóricos da Conspiração, você provavelmente teria dado uma gargalhada na minha cara.
E, no entanto… Aqui estamos nós, precisamente nessa realidade. E não se trata apenas de Donald Trump. O espectro mais tenebroso da política global, aquele que pensávamos ter sido exorcizado, de alguma maneira foi convocado e renasceu: é o ressurgimento do fascismo. Aquilo que chamarei, nesta pequena série de ensaios, de novo fascismo é um fenômeno global. Marine Le Pen, a mais extremista dos políticos que contestam as lideranças nacionais desde Hitler… triunfou, com um terço dos votos, no primeiro turno das eleições de dezembro na França. O mundo procura equilibrar-se à beira do precipício de uma Era das Trevas do Novo Fascismo – que se levanta, como um cérebro, da Escandinávia à Europa e da Turquia à Austrália.
Acredito que o Novo Fascismo, em sua individualidade, é o acontecimento político mais importante de nossas vidas. Trata-se de um momento crítico para a sociedade global – um momento decisivo. E, como todo momento decisivo, é um teste. Um teste que avalia o melhor de nós: se as sociedades civilizadas podem, de fato, continuar civilizadas, no sentido mais essencial dessa expressão – ou se corremos o risco de mergulhar, outra vez, numa era de guerra mundial e genocídio.

TEXTO 4 – E no Brasil?
Os integrantes neonazistas acreditam que uma nação só poderá se desenvolver se aqueles que não são brancos puros – judeus, negros e inclusive, homossexuais – forem assassinados. Os participantes podem ser condenados por formação de quadrilha, homicídio e lei de divulgação do nazismo.
Esta ideologia na qual uma raça superior deve tomar o poder para que se desenvolva o ideal de civilização nos remete a Segunda Guerra Mundial, quando Adolf Hitler comandou um dos maiores extermínios da história da humanidade. O genocídio de pelo menos 6 milhões de judeus ocorreu a partir da ideologia de que a raça ariana é superior. Porém, essa linha de raciocínio se mostra atual.
Segundo investigação do delegado da Polícia Civil (RS), Paulo Cesar Jardim, os integrantes de grupos neonazistas possuem de 17 a 30 anos e, para participarem, realizam um pequeno teste de conhecimento sobre Adolf Hitler, os símbolos utilizados na época e qual comportamento devem ter. Para eles, todo integrante deve estar preparado para combates de rua, utilizando armas e bombas, a fim de matar o oponente, o que configura o movimento como uma formação paramilitar.
Segundo pesquisadora, há 180 mil pessoas leitoras das ideologias neonazistas no Brasil. “O neonazismo é um movimento ilegal, à parte da sociedade, que acontece na periferia”, afirma. Os neonazistas brasileiros acreditam ser brancos puros e, por isso, devem dominar as outras raças. Para divulgar suas ideias e recrutar mais integrantes, são feitos blogs, sites e fóruns neonazistas. “No Brasil, juntando fóruns, blogs, canais, comunidades, 3.497”, afirma a pesquisadora quanto ao número de conteúdo neonazista no Brasil. Para ser crime, previsto na lei de combate ao racismo, é preciso haver a divulgação pública dos símbolos do nazismo. E, neste caso, a pena pode chegar a cinco anos de prisão.
Para o delegado Jardim, que desde 2005 acompanha a movimentação dos grupos no Rio Grande do Sul, todos os discursos se resumem a uma palavra: ódio. “O mais forte para mim, o mais preocupante para mim é quando eles começam a falar e noticiar o prazer que eles têm pelo ódio”, declara.
George Legmann, sobrevivente do holocausto, conta um pouco da sua experiência como criança em um campo de concentração. Ele diz aos simpatizantes da ideologia de que foi refém para eles pensarem bem, estudarem a história e pensarem que perante a lei e a lei suprema, “somos todos iguais”.

TEXTO 5 – Xenofobia
Entende-se por Xenofobia, em termos sociopolíticos, a repulsa ou aversão a povos estrangeiros em um dado local ou território. Essa denominação, primeiramente utilizada no contexto da psicologia e da biologia, é também encarada como uma questão política, cuja lógica se manifesta de forma mais acentuada em alguns países do continente europeu, em função da grande quantidade de imigrantes residentes nesse continente.
Para entender essa questão, é preciso, primeiramente, compreender a lógica da dinâmica migratória em direção à Europa. Os principais fatores que propiciam a presença de estrangeiros no território europeu são:
a) Dificuldades econômicas enfrentadas pelos países subdesenvolvidos e emergentes. Esses países sofrem com problemas graves de distribuição de renda, o que faz com que a população menos favorecida busque por novas oportunidades em países centrais. Dessa forma, a Europa torna-se um atrativo por oferecer uma maior mobilidade entre as diferentes nações, local onde esses imigrantes realizam os serviços mais básicos e destinam suas economias para seus locais de origem.
b) Necessidade de imigrantes por parte da Europa, uma vez que há carência de trabalhadores para as funções mais básicas da sociedade, vagas que costumam ser preenchidas por estrangeiros.
c) Investimentos econômicos em alguns setores na economia são também requisitados pelos europeus aos estrangeiros, uma vez que boa parte dos empresários do velho continente opta por investir em outras economias. Assim, na Europa, registra-se a presença de uma elite, principalmente, islâmica, que passa a ganhar cada vez mais representatividade no âmbito do poder.
d) Os avanços do meio técnico-científico-informacional no cerne da Globalização propiciaram também novas configurações territoriais, possibilitando e facilitando o rápido transporte de pessoas em todo o mundo, tornando-se o fator derradeiro para consolidar e intensificar os fluxos migratórios então existentes.
Graças a esses fatores, a presença de povos estrangeiros e de culturas e práticas sociais não europeias é cada vez maior, muito embora os fluxos migratórios venham diminuindo nos últimos anos. Com isso, o sentimento de alteridade para com outros povos por parte da população de alguns países na Europa é cada vez menor, aumentando casos de racismos, intolerância religiosa (principalmente com os muçulmanos) e rejeição aos estrangeiros.
Os principais fatores que motivam a ocorrência e os aumentos periódicos de ondas xenofóbicas são:
a) Crise de identidade que aumenta à medida em que a Europa vai gradativamente se transformando em um local multimiscigenado
b) A ideia de que os imigrantes “roubam” os empregos dos europeus.
c) A crise econômica que atinge a Europa, de forma mais intensa desde 2011.
d) Os migrantes vêm procurando manter as suas tradições.
Considerando essas razões, é possível perceber um crescimento de atos e posições xenofóbicas no contexto das sociedades europeias. Essas práticas, apesar de muitas vezes serem combatidas por leis e ações públicas, são referendadas pelos Estados nacionais, que lançam ações e posturas de diminuição dos direitos dos povos estrangeiros. Um exemplo disso é a Suíça, que aprovou leis de expulsão a imigrantes condenados por crimes graves após o cumprimento de suas penas, crimes esses que envolvem estupros, homicídios e tráfico de drogas, além de alguns outros considerados menores.

TEXTO 6 – Infográficol



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