quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Aula 11/2018 - O preço da beleza




TEXTO 1 – A pátria das plásticas
Ultrapassamos os Estados Unidos em número de cirurgias plásticas feitas em 2013! Foram 1,49 milhão de procedimentos aqui na nossa pátria amada, quase 13% de todas as cirurgias plásticas feitas no mundo inteiro no ano passado. Bastante coisa, não?
E a maior parte foi feita por elas: quase 90% dos procedimentos estéticos foram realizados em mulheres (87,2%). Aqui contam procedimentos cirúrgicos e não cirúrgicos, como aplicação de botox, por exemplo. Depois das brasileiras e americanas, entram no ranking das cirurgias plásticas as mexicanas e as alemãs.
Não surpreendente, as cirurgias para aumentar e para levantar as mamas, a lipoaspiração e a cirurgia de abdome. Vamos ver um pouco mais sobre cada uma:
Mastoplastia de aumento: a famosa cirurgia que aumenta o volume das mamas com o uso de próteses de silicone.
Lipoaspiração: essa cirurgia também caiu no gosto dos brasileiros e retira a gordura corporal, em geral da barriga, costas, coxas e pernas melhorando o contorno corporal.
Mastopexia: é a cirurgia plástica que “levanta” as mamas com a retirada de excesso de pele e reposicionamento da aréola, compondo um novo contorno mamário.
Abdominoplastia: para quem quer um abdome bem definido, o procedimento retira o excesso de pele e de gordura da região. Ele também ajuda a reforçar os músculos abdominais, dando-lhes firmeza.
Todos esses dados mostram que pessoas que querem melhorar alguma coisa em seu corpo estão procurando a cirurgia plástica para isso. Fico feliz que a área esteja se consagrando cada vez mais no Brasil e que mais e mais as pessoas estejam tendo informações e acesso a ela. Mas eu acho que é importante comentar sobre segurança. Lembre sempre que é preciso tomar alguns cuidados para o sonho não virar pesadelo. O primeiro passo é a escolha do cirurgião plástico. Sempre opte por um profissional que seja especialista pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Sempre!

TEXTO 2– Paciente de Dr. Bumbum morreu de embolia pulmonar, confirma laudo
Um laudo do Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro confirmou que embolia pulmonar —obstrução em artérias do pulmão— foi a causa da morte de Lilian Calixto, 46. A bancária morreu no último dia 15 após realizar um procedimento estético com o médico Denis César Barros Furtado, conhecido como Dr. Bumbum (https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/07/medicoconhecido-como-dr-bumbum-e-preso-no-rio-de-janeiro.shtml).
O perito apontou que havia micro partículas espalhadas pelo pulmão da paciente, impedindo a oxigenação do sangue, segundo a TV Globo. O laudo também indicou quadro de choque, com falência de órgãos como fígado e rim.
O médico, que não tem registro para atuar no Rio nem formação em cirurgia plástica, já havia admitido em depoimento à polícia que havia injetado cerca de 300 ml de um produto chamado PMMA (polimetilmetacrilato, derivado do acrílico) no glúteo da paciente.
De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o PMMA pode ser usado para corrigir rugas e restaurar pequenos volumes perdidos de tecidos com o envelhecimento, mas em pequenas quantidades.
Nem a SBCP (Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica) nem a SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia) recomendam o uso do produto para fins
TEXTO 3– Entenda as mudanças de padrão de beleza ao longo da história
Em cada época é fácil identificar o apreço generalizado por um ou outro tipo físico, dos corpos roliços aos mais secos, das barriguinhas pronunciadas aos abdomens tanquinho, dos seios minúsculos aos bustos siliconados. Mas, se hoje qualquer pessoa é dona de seu nariz para decidir se quer frequentar a academia ou viver feliz acima do peso, houve tempos em que ninguém era responsável pelo próprio corpo. Por milênios, a forma física era colocada a serviço de propósitos sociais, militares ou religiosos.
“Na Pré-História, o corpo era arma de sobrevivência, a fim de caçar e correr dos predadores, mas nas primeiras civilizações, os treinos e as atividades sempre estiveram voltados a necessidades coletivas, como guerrear”, diz Denise Bernuzzi de Sant’Anna, professora de história da PUC-SP, autora dos livros Corpos de Passagem e Políticas do Corpo. Em outros períodos, a religião moldou a visão coletiva das questões relativas ao corpo. “Como o corpo era considerado sagrado, a Igreja proibia dissecações e estudos de cadáveres”, diz Luís Ferla, professor de história da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Só entre os séculos 15 e 16 despontou uma nova perspectiva, mais individualizada. Um processo que perdura e se radicaliza até hoje.

PRÉ-HISTÓRIA
A vênus paleolítica
1200 a. C.
As primeiras academias
SÉCULO I
Mente sã em corpo são
IDADE MÉDIA
Mergulho nas trevas
1450
O redescobrimento da anatomia
RENASCIMENTO
Das virgens às Vênus
1500
O homem nu
1900
O pai da musculação
1920
O sex-appeal
1940
Hollywood
1960
A mulher-violão
1970
O andrógino
1980
Mister Músculos
1990
Supermodelos
ANOS 2010
Os reis do octógono


TEXTO 4– Namorada de Ken Humano decide fazer plástica no rosto para se tornar a Susi Humana
Jennifer Pamplona seguirá os passos do namorado, Celso Santebañes, o Ken Humano. A jovem decidiu passar por cirurgias plásticas no rosto, maxilar e nariz para se tornar a Susi Humana.
"O Ken sempre me chamou de Susi. Quando eu era mais nova meus amigos do colégio também chamavam. Eu tenho a cabeça grande e o formato da boca bem similar ao da boneca. Não quero nada muito exagerado, vou fazer uma leve cirurgia no nariz e maxilar no próximo sábado [9]”, detalhou ao “Ego”.
A ex-estilista de Andressa Urach revelou que está apreensiva com as mudanças. “Nunca fiz nada no rosto, vai ser a primeira vez e estou muito ansiosa. Eu pedi ao médico Felipe Tozaki para que ele me deixe bem parecida com a Susi e ele disse que vai ser fácil, pois já sou parecida."
Jennifer, no entanto, não se submeterá a procedimentos para reduzir o peso e ficar mais parecida com a boneca. "Nos últimos meses fiz uma dieta sem lactose e já perdi quatro quilos. Decidi ficar mais magra. Estou muito feliz com essa decisão e com as mudanças no meu corpo. O Ken me apoia em tudo."

TEXTO 5 – A vaidade que destrói
O drama da apresentadora Andressa Urach, que estva na UTI em função de um procedimento estético malsucedido, mostra os riscos de buscar a beleza a qualquer custo.
Até a sexta-feira 5, a apresentadora Andressa Urach, 27 anos, permanecia na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Porto Alegre. Ela estava no hospital havia seis dias, internada para tratar complicações surgidas por causa da colocação de uma substância na forma hidrogel para aumentar as coxas. O produto vem sendo utilizado de maneira incorreta em procedimentos estéticos como a que Andressa se submeteu e é, já há algum tempo, um dos alvos de maior preocupação dos médicos. Entre outras ameaças à saúde, pode provocar infecções, cegueira e até a morte. “Ele é extremamente nocivo. É uma bomba relógio que uma hora ou outra irá explodir”, afirma João de Moraes Prado Neto, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC).
Andressa sentia dores na região desde março. Em julho, submeteu-se à primeira cirurgia para a retirada do produto colocado há cinco anos. Seis dias depois, a apresentadora foi internada em São Paulo, com febre. Ela estava com uma inflamação decorrente dos resíduos do hidrogel que permaneciam em seu organismo. De lá para cá, seu estado foi piorando, até culminar na internação na UTI. Semanas antes de o drama da apresentadora ser divulgado, o País já havia conhecido uma tragédia fatal, dessa vez em Goiânia.
Maria e Andressa são as vítimas mais recentes de uma espécie de submundo do mercado da beleza que persiste no País. Uma zona nebulosa, em que compostos químicos são misturados de forma indevida ou ilegal e sem o mínimo de preparo por profissionais irresponsáveis ou golpistas de ocasião. Esta combinação compõe uma teia que escapa à fiscalização e atrai jovens dispostas a tudo para obter formas consideradas perfeitas. E, de preferência, a um custo mais baixo do que o desembolsado em clínicas que atuam de maneira correta e dispõem dos produtos apropriados.


TEXTO 6 – Mulher morre ao tentar aumentar as medidas
A clínica estética onde a paciente Maria José Medrado de Souza Brandão, 39 anos, fez uma aplicação de hidrogel, localizada no Setor Parque das Laranjeiras, em Goiânia, foi interditada, na tarde desta terça-feira (28), por tempo indeterminado. Segundo a Vigilância Sanitária Municipal, o estabelecimento não tinha a documentação necessária para funcionar. A Polícia Civil investiga o caso.
A mulher morreu em um hospital da capital, um dia após passar pelo procedimento realizado por uma suposta biomédica. "A clínica de estética se encontrava irregular porque não possuía alvará sanitário, necessário para a realização de procedimentos do tipo dos que foram realizados aqui. Por isso, foi feita a interdição da clínica", afirmou Dagoberto Costa, chefe da Divisão de Fiscalização em Saúde da Vigilância Sanitária.
Maria morreu na madrugada de sábado (25) com suspeita de embolia pulmonar, após ser internada no Hospital Jardim América. Segundo a família, ela tinha passado pelo mesmo procedimento duas semanas antes de morrer, mas não gostou do resultado e voltou para fazer uma correção. Na segunda aplicação, ela passou mal e acabou falecendo após ir para o hospital.

TEXTO 7 - Cinderela Frankenstein
Entre todos os setores do mercado de moda e beleza, o que tem se desenvolvido de forma mais radical é o das transformações corporais cirúrgicas. Esse desenvolvimento não diz respeito apenas às inovações tecnológicas do ramo, bastante significativas, mas principalmente ao comportamento das pessoas que buscam esse tipo de intervenção.
Uma comparação inicial faz entender melhor a mudança que está ocorrendo. Desde os anos 90, com a ascensão, auge e quase normalização dos implantes de seios siliconados (que foram se tornando menos exagerados, imitando o formato “natural” da anatomia humana), a indústria de roupas sofreu adaptações. Sutiãs, biquínis e até mesmo decotes foram modificados levando em conta a nova geração de consumidoras  e seus contornos. Ou seja, a opção pela cirurgia teve reflexo numa certa gama de produtos.
Porém, o que se observa agora é o crescimento de um movimento inverso: cirurgias feitas para adaptar o corpo a produtos que já existem no mercado. É claro que esse movimento já existia. A lipoaspiração estética, a lipoescultura, talvez seja sua melhor tradução: a pessoa retira o excesso de peso para adquirir um tamanho e formato de corpo que melhor se adapte aos padrões vigentes de beleza, elegância etc.

TEXTO 8 – Cirurgias entre jovens
Levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica mostra que procedimentos mais comuns procurados por jovens são lipoaspiração e implante de silicone nas mamas; aumento foi maior também na comparação com o total de operações entre adultos. O número de cirurgias plásticas em adolescentes entre 14 e 18 anos mais do que dobrou em quatro anos ­ saltou de 37.740 procedimentos em 2008 para 91.100 em 2012 (141% a mais), segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP).
No mesmo período, o número total de plásticas em adultos subiu 38,6% (saindo de 591.260 para 819.900 procedimentos) ­ o que significa que as cirurgias no público jovem cresceram em um ritmo 3,5 vezes maior. Além de estar num crescimento acelerado, a participação de jovens no total de cirurgias (911 mil procedimentos), também cresceu: saltou de 6% em 2008 para 10% em 2012.
O Brasil é o segundo País do mundo em número de cirurgias plásticas ­ fica atrás apenas dos Estados Unidos. A lipoaspiração é a cirurgia mais feita (foram 211 mil procedimentos só em 2011), seguida do implante de silicone nas mamas. A regra vale tanto para adultos quanto para adolescentes. Nos meninos, os procedimentos mais procurados são a ginecomastia (redução das mamas que crescem demais) e a cirurgia para corrigir a orelha de abano.
Segundo dados da SBCP, nessa época do ano ­ inverno associado às férias escolares ­ a procura pelas cirurgias aumenta em média 60%. "Isso acontece porque o frio torna o pós­operatório mais confortável, favorecendo a recuperação mais rápida. Além disso, é recomendado não tomar sol após a cirurgia para evitar manchas", diz o cirurgião Gustavo Tilmann.
De acordo com o cirurgião José Horácio Aboudib, presidente da SBCP, não existe uma norma que defina qual a idade mínima para se submeter à cirurgia plástica. "Não há idade mínima, cada caso tem de ser avaliado separadamente. A idade não é o mais importante. O mais importante é avaliar a evolução física do paciente", diz.

Real Time Web Analytics