segunda-feira, 13 de abril de 2015

Aula 10/2015 - Quatro anos após, o massacre continua (Bullying)

O Bullying


Cenas de um cotidiano escolar: a violência entre meninos e meninas tem nos estarrecido a cada dia. Tal experiência nos faz compreender a necessidade de uma reflexão mais profunda sobre a natureza humana, para então, pensar em propostas que nos auxiliem nas transformações das relações de violência explícita, as quais nossos meninos e meninas têm sido foco.
Um fenômeno, nem velho, nem novo, dentre as formas de violência física e moral, tem se tornado comum nesse cotidiano já indigesto; uma forma de violência muitas vezes não explícita que nos faz refletir sobre uma peculiaridade: trata-se de um problema entre as relações interpessoais, mas cujas intenções ou causas são de ordem intrapessoal. 
É, portanto, para nós um prazer refletir sobre um tema tão árduo, tão difícil, porém, de uma profundidade enorme, porque trata exatamente de algo que nos é normal, de que nos é cotidiano: falar de bullying é enfocar nossa condição humana. Somente nesse sentido é que consideramos prazeroso tratar daquilo que nos pertence, daquilo que é de fato verdadeiramente humano, ou seja, as nossas relações conosco mesmo e com os outros. 


A aula

TEXTO 1 – Os fatos – 4 anos do massacre em Realengo, suicídio e homicídio
Quatro anos após a chacina que vitimou a sua filha Luiza Paula na Escola Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste do Rio, Adriana Silveira tenta amenizar a dor da perda lutando contra a violência. Por meio da ONG Anjos de Realengo, ela se uniu às famílias das outras crianças e adolescentes mortos no massacre. O grupo tem como principal bandeira a luta contra o bullying - suposta motivação do autor do atentado.
A data em que Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, matou a tiros os 12 alunos da escola se tornou o Dia Nacional de Combate ao Bullying. Ele era ex-aluno da escola e teria sido vítima de bullying por lá. Armado com dois revólveres, ele entrou no prédio, naquela manhã de 7 de abril de 2011, dizendo que daria uma palestra e abriu fogo contra os alunos. Dos 12 mortos, apenas dois eram meninos. Uma carta encontrada com ele, que se suicidou após a chegada da polícia ao prédio, indicava que o crime havia sido premeditado.
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Para ela, ir à escola era um pesadelo. Almoçava sempre sozinha. Estava acompanhada, sim, mas pelo burburinho e pelos risos dos outros jovens. “Eu perdi muitos amigos. Tem sido um inferno”, explicava Taylor Alesana, de 16 anos. Ela nasceu rapaz mas sentia-se rapariga. Taylor acabou por suicidar-se.
A jovem transgénero tinha optado por, além de ser menina, parecer menina, mas cansou-se de sofrer bullying constante e decidiu recuar. No vídeo “Update! *Sad*”, Taylor começa por dizer: “Olá Youtube. Sei que não é assim que me costumo apresentar, mas de seguida vou explicar porque é que estou a fazer isto”. Taylor ficou conhecida pelos tutoriais que publicava no Youtube sobre maquilhagem e, naquele momento, estava com a cara limpa.”Vivi umas semanas muito duras”, explicava. “Tive de voltar ao meu armário e vestir-me como rapaz, tive de cortar as unhas e cortar o cabelo. Fiz isto para a minha proteção. Fui muito gozada”. Mas a cedência não foi suficiente para que a pressão terminasse.
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Adolescente mata outro em frente a escola pública em Figueirópolis
Na manhã desta terça-feira, 24, uma brincadeira acabou no homicídio de um adolescente na porta do Colégio Estadual Cândido Figueira no município de Figueirópolis, localizado na região Sul do Tocantins.
Segundo informações de testemunhas o crime aconteceu por volta das 11h 30min quando o adolescente, Edson Moreira, de 17 anos, saia da escola e foi surpreendido pelo suspeito, J.F., de 15 anos, que disparou três tiros contra a vítima, que morreu no local.
“Foi por causa de uma brincadeira depois que o rapaz (vitima) ter criticado a moto dele (acusado) que não gostou e foi em casa, pegou a arma, cometeu o crime e em seguida fugiu”, disse um amigo da vítima à reportagem do Portal Atitude.

TEXTO 2 – A banalização do Bullying
Atualmente, em razão de inúmeros casos de violência na escola apresentarem sinais de bullying, existe uma grande e talvez excessiva preocupação em relação ao tema. Por exemplo, a tragédia de Realengo traz indícios de que o agressor tenha sido alvo de bullying. O fenômeno bullying pode ter favorecido a sua reação vingativa em relação à escola? Sim, pode ter favorecido, mas não determinado. O que determinou a ação do autor foi a sua personalidade desequilibrada.
Sem compreender essa situação, muitos pais e educadores entram em desespero e acreditam que tudo é bullying, confundindo o mesmo com as situações de conflitos interpessoais, fundamentais para o desenvolvimento psicológico da criança e do adolescente. Dia desses, uma professora relata que um garoto de 7 anos chamava uma colega de classe de “gorda” e a mãe da criança, que chegava para buscá-la e ouvia o comentário, disse: “Olha! Isto é bullying! É crime”. A preocupação da professora com o imprevisto foi com o fato de que a garota havia provocado o colega anteriormente e a agressão foi isolada, o que não se configura bullying.
É importante salientar que a maioria das ações agressivas na escola tem relação com os conflitos, e não com o bullying. Conflitos interpessoais são situações naturais de desacordo entre as pessoas e necessários ao desenvolvimento de crianças e adolescentes. É por meio dos conflitos que eles têm a chance de aprender a se colocar no lugar do outro e a falar o que pensam e sentem de forma respeitosa. Na visão construtivista, as crianças não nascem sabendo dialogar e trocar pontos de vista de forma harmônica. É natural que agridam ou permitam ser agredidas até que cheguem à conclusão de que existem formas mais evoluídas de resolver desentendimentos interpessoais. Portanto, os alunos batem, xingam, ironizam, acusam injustamente como forma de resolver muitos conflitos. Contudo, o outro envolvido no desacordo bate, xinga, ironiza, acusa injustamente como forma- de defesa. Em outros termos, envolve uma relação de igualdade. Diferentemente do bullying que envolve uma criança que se sente com pouco poder e fica sendo alvo de outra que se sente com muito poder, envolve uma relação de desigualdade.
Apesar da maior frequência dos conflitos interpessoais na escola, quando comparados ao bullying, os danos para o segundo podem causar marcas quase irreversíveis na personalidade dos envolvidos. Por esse fato, e por ser um fenômeno silencioso diante das figuras de autoridade, a comunidade escolar deve se mobilizar, já que o bullying não é brincadeira.

TEXTO 3 – A destruição que pode ser causada pelo Bullying
Tansa é uma palavra pejorativa. Não conhecia, mas soube que é bem usual  em Santa Catarina. Signi fica tola, pateta, inútil.
Quem me ensinou foi  a jornalista Vanessa Bencz, uma moça de 29 anos que escreve e desenha bem. Vanessa demorou a acreditar que tivesse esses e outros talentos.
Foi  uma criança atormentada pela ideia de que não servia para coisa alguma. Acreditou nisso durante muitos anos. Era só o que ouvia de colegas e professores numa escola particular de Joinville.
As humilhações eram diárias. Os apelidos colaram nela como uma segunda pele: tansa, burra, “desperdício de oxigênio”. Aos 10 anos, Vanessa ia mal na escola. Não conseguia prestar atenção. Um segundo de distração, um olhar pela janela e a mente viajava para longe. Era como se ela não estivesse na sala. Com a sucessão de notas baixas, os colegas trataram de se afastar. Diziam que burrice era contagiosa.
Filha do meio, ensanduichada entre dois irmãos que foram ótimos alunos, Vanessa sofria na escola e em casa. Doía perceber a tristeza confusa dos pais. “Eles foram ingênuos. Não souberam me ajudar”, diz ela. “Por causa das notas baixas, cortaram meu kung fu e tudo o que eu adorava fazer.”
Na adolescência, a vida não ficou mais fácil. Nem quando ela foi transferida para uma das mais prestigiadas escolas da cidade. De tanto desenhar durante as aulas, começou a acreditar que aquele seria seu futuro. A família a elogiava e a incentivava.
Quando disse ao professor de matemática que pretendia ser desenhista, ele respondeu com palavras mais duras que um intensivão de trigonometria para quem ainda não conhece as quatro operações. “No máximo você vai ser cartazista de supermercado.”
Vanessa não respondeu. Engoliu o choro. Um dia, felizmente, ele transbordou. Foi quando pediu socorro aos pais. Contou sobre as humilhações e disse que não aguentava mais. O pai decidiu levá-la a uma psicóloga. A menina chorou ainda mais. “Não sabia o que era. Imaginei que fossem me colocar numa camisa de força”, conta.
Fonte: http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/cristiane-segatto/noticia/2014/03/garota-distraida-e-o-bbullyingb-da-caneta-vermelha.html

TEXTO 4 – algumas imagens

Fonte:    Google imagens

TEXTO 5 – Pesquisa sobre a o Bullying no Ensino Médio



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