domingo, 27 de abril de 2014

Aula 11 - Ditadura, aspectos culturais

Dando continuidade à TERCEIRA etapa das aulas sobre a DITADURA NO BRASIL, iniciaremos os estudos sobre os ASPECTOS CULTURAIS
Bons Estudos...




Ditadura Militar - Aspectos Culturais

Há 50 anos o Brasil atravessava uma profunda e dolorosa mudança política, social e até mesmo jornalística. O Golpe de 31 de março de 1964, que derrubou o então presidente João Goulart, acusado de comunista, foi um importante divisor de águas na história da democracia brasileira.
O período da ditadura militar foi marcado, dentre tantas outras características, pela violência contra indivíduos e contra a imprensa.  Não é novidade que reportagens que desagradavam o regime fossem simplesmente proibidas de serem publicadas, sob pena de prisão, tortura e morte. 
Nos veículos de grande circulação, receitas culinárias eram publicadas no lugar de matérias contra o Governo. Com a adoção do Ato Institucional número 5, em 1968, durante o governo de Costa e Silva, ficou-se ainda mais complicado para os cidadãos e para a imprensa.
Na contramão da censura, foi criado o jornal semanal O Pasquim. Com humor e ironia, matérias sobre a situação política da época eram retratadas “discretamente” por jornalistas como Sérgio Cabral e Tarso de Castro, contando ainda com a participação de cartunistas como Millôr Fernandes, Ziraldo e outros. O Pasquim, apesar de ir de encontro com os interesses dos militares, ia ao encontro do interesse público. Era um tipo de mídia que manifestava características culturais de uma determinada época e de uma determinada população, embora corresse todo o risco da repressão.
O Pasquim foi um elemento contracultural, uma vez que valores e ideias de uma conjuntura eram questionados, embora maquiadamente.
Um outro veículo importante do século XX foi a revista O Cruzeiro. Apesar de sua criação ter sido dada muito antes do período do regime militar, seu último exemplar foi publicado durante essa época. O Cruzeiro fazia parte das publicações dos Diários Associados, o maior conglomerado de comunicação do Brasil, fundado por Assis Chateaubriand.
Acerca do assunto estudado, um outro aspecto cultural que pôde ser observado durante os 21 anos do regime militar foi a Jovem Guarda. Fundado pelos cantores Roberto Carlos, Erasmo e Wanderléia, o movimento teve início na metade da década de 60. Uma mistura de música, moda e comportamento marcou época e gerações, influenciando no modo de agir e pensar de milhões de jovens brasileiros.
“A Tropicália é uma Jovem Guarda com consciência das coisas”. Assim Erasmo Carlos definiu o manifesto liderado por Gilberto Gil e Caetano Veloso. Com influência da cultura pop nacional, o Tropicalismo também tem ligações com o movimento antropofágico das décadas de 20 e 30 (liderado por expressivos artistas como Anita Malfatti, Mário de Andrade, Tarsila do Amaral, dentre outros).
O movimento Tropicalista não se constitui apenas na música popular brasileira. O cinema também sofreu influências . O Cinema Novo, de Glauber Rocha, tinha como característica fugir das grandes estruturas hollywoodianas e mostrar a realidade brasileira ao povo. Com “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”, Glauber Rocha e outros cineastas como Nelson Pereira dos Santos, Cacá Diegues e Joaquim Pedro de Andrade faziam de uma produção barata de cinema uma grande história a ser contada a muitas gerações. Era a contracultura chegando, mais uma vez, às grandes massas.


Filmes:






















CAROS AMIGOS: COLEÇÃO “A DITADURA MILITAR NO BRASIL”


A proposta da coleção “A Ditadura Militar no Brasil” é mostrar episódios e personagens da história do Brasil a partir do nosso ponto de vista. Que difere substancialmente da encontrada em trabalhos semelhantes publicados pelas editoras grandes de revistas e jornais, mesmo porque elas defenderam e defendem a elite econômico-financeira que sempre dominou o poder e não admite qualquer projeto de reforma institucional que possa ameaçar seus privilégios. Como aconteceu no episódio que vamos contar nesta série de fascículos, como aconteceu em episódios anteriores e como pode acontecer cada vez que um governo propuser mudanças estruturais ao país.
No caso, as editoras grandes apoiaram vigorosamente o golpe de Estado que inaugurou o longo período chamado “anos de chumbo”, a ditadura militar que durou 21 anos, de 1964 a 1985. (Revista Caros Amigos)
Acesse as revistas nos links abaixo:
A Ditadura Militar No Brasil - Fasc nº 01
Volume 01 – A noite do Golpe
A Ditadura Militar No Brasil - Fasc nº 02
Volume 02 – Antecedentes do
golpe, suicídio de Getúlio
A Ditadura Militar No Brasil - Fasc nº 03
Volume 03 – Jango,
ascensão e Queda
A Ditadura Militar No Brasil - Fasc nº 04
Volume 04 – Governo
Castelo Branco
A Ditadura Militar No Brasil - Fasc nº 05
Volume 05 – Governo
Costa e Silva
A Ditadura Militar No Brasil - Fasc nº 06
Volume 06 – Governo Médici I
(1969-1974) O Milagre
A Ditadura Militar No Brasil - Fasc nº 07
Volume 07 – Governo Médici II
(1969-1974) A Tortura



Ditadura Militar: O papel da Arte e da Cultura






Algumas questões!


(Enem - 2ª aplicação 2010) Leia o texto a seguir:
A gente não sabemos escolher presidente

A gente não sabemos tomar conta da gente
A gente não sabemos nem escovar os dentes
Tem gringo pensando que nóis é indigente
Inútil
A gente somos inútil

MOREIRA, R. Inútil. 1983 (fragmento).
O fragmento integra a letra de uma canção gravada em momento de intensa mobilização política. A canção foi censurada por estar associada: 
a) ao rock nacional, que sofreu limitações desde o início da ditadura militar.   

b) a uma crítica ao regime ditatorial que, mesmo em sua fase final, impedia a escolha popular do presidente.   
c) à falta de conteúdo relevante, pois o Estado buscava, naquele contexto, a conscientização da sociedade por meio da música.   
d) a dominação cultural dos Estados Unidos da América sobre a sociedade brasileira, que o regime militar pretendia esconder.   
e) à alusão à baixa escolaridade e à falta de consciência política do povo brasileiro.    

Letra B
(Ufes) "CENSURA AO 'PARALAMAS' TRAZ TESOURA DE VOLTA
Extinta oficialmente em 1985, a censura treina novos cortes nos tempos de abertura: o grupo Paralamas do Sucesso foi proibido de cantar a música 'Luís Inácio' num show em Brasília".
                                                                                                  (O GLOBO, 19-07-95)
O conteúdo da notícia, embora em situação e contexto diferentes, faz-nos lembrar a época em que a censura foi aplicada com intensidade na ditadura militar, especialmente após 1968, quando a repressão se tornou mais rigorosa com o AI-5, imposto num ambiente marcado por vários fatores, dentre eles o:
a) fim oficial do FGTS, o que irritou os trabalhadores pela perda dos valores depositados.
b) enfraquecimento da base política do governo no Congresso, com a recusa dos parlamentares em permitir a perda da imunidade de um deputado para processo judicial.
c) apoio do chamado Tropicalismo, manifestação cultural de defesa da ditadura, principalmente por meio da música.
d) movimento de revolta de Jacareacanga, no Pará, que contestava o regime, conseguindo, entre os militares, cada vez maior número de adeptos.
e) apoio garantido pela compra pelo Brasil de um porta-aviões para ser incorporado à Marinha como suporte aeronaval às medidas repressoras do governo.

Letra B

(Unibahia/BA) - Faculdades Integradas Ipitanga - 
Geração Coca-Cola - Renato Russo
Quando nascemos fomos programados 
A receber o que vocês nos empurraram 
Com os enlatados dos USA, de 9 às 6
Desde pequenos nós comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de vocês
Somos os filhos da revolução
Somos burgueses sem religião
Nós somos o futuro da nação
Geração Coca-Cola
A composição “Geração Coca Cola”, criada nos anos 80, do século passado, caracterizava:
A - o comportamento alienado da juventude brasileira, que não tinha nenhum nível de preocupação político-social, o que se refletia no caráter descompromissado das composições do rock brasileiro dos anos 80;
B - o início da influência cultural norte-americana no Brasil e o desaparecimento da identidade da cultura nacional, acelerado com o surgimento, nos anos 80, da cultura de massa, com o advento da televisão;
C - a recusa da juventude à dominação imperialista estrangeira e a defesa da guerrilha armada, urbana e rural, na luta contra a ditadura militar e pela instalação do socialismo no Brasil;
D - a passividade da juventude brasileira, que se sentia incapaz de lutar contra o regime militar e contra a dominação cultural norte-americana, abdicando dos ideais revolucionários, aceitando, assim, os valores da sociedade de consumo;
E - a insatisfação de uma parcela da juventude com o regime militar e a dependência econômica brasileira, paralela à imposição de valores pela indústria cultural estrangeira, buscando estabelecer um processo de massificação e alienação política no Brasil. 

Letra E


(UFPR) - Universidade Federal do Paraná - 
Me dê um beijo, meu amor
Eles estão nos esperando
Os automóveis ardem em chamas
Derrubar as prateleiras
As estantes, as estátuas
As vidraças, louças, livros, sim
Eu digo sim
Eu digo não ao não
Eu digo
É proibido proibir
É proibido proibir
VELOSO, Caetano. III Festival Internacional da canção, 1969.O trecho da letra da canção acima é um exemplo da atitude dos jovens nos anos sessenta do século XX, que pretendiam se insurgir contra os valores estabelecidos. Sobre o assunto, considere as seguintes manifestações:
I. A criação de partidos socialistas em todo o bloco ocidental.
II. A crítica intransigente à moral burguesa e às convenções estabelecidas pelas instituições religiosas.
III. O rock’n roll, um ritmo musical que se inspirou nas canções dos norte-americanos de origem africana.
IV. O movimento hippie, que defendia, principalmente nos Estados Unidos, causas pacifistas.
Foram expressões políticas e culturais elaboradas nesse período as manifestações discriminadas em:
A - I, III e IV apenas.
B - I e III apenas.
C - II, III e IV apenas.
D - I, II, III e IV.
E - III e IV apenas.

Letra C

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