segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Aula 23/2016 - FARC um longo conflito latino-americano



TEXTO 1 – Fato motivador – Colombianos votam neste domingo se aprovam acordo de paz com as Farc
Os colombianos participam neste domingo (30) de um plebiscito para aprovar ou não o acordo de paz pactuado entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que travaram um conflito de mais de 50 anos. Os eleitores deverão responder "Sim" ou "Não" à pergunta: "Você apoia o acordo final para o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura?".
O acordo contempla o abandono das armas pela guerrilha e sua transformação em movimento político, entre outros pontos. A nova agremiação política deve ocupar dez assentos no Congresso.
A classe média (62,1%) é o grupo socioeconômico mais inclinado a aprovar o acordo, seguido da baixa (58%) e da alta (54,9%).
O pactuado será considerado válido se a opção pelo "Sim" obtiver mais de 4,5 milhões de votos (13% do total de pessoas que podem votar no país) e for superior aos votos pelo "Não", segundo estabelecido pela Corte Constitucional.
O acordo foi alcançado após quase quatro anos de negociações em Havana, Cuba, e assinado oficialmente na última segunda-feira (26) pelo presidente Juan Manuel Santos e o número um das Farc, Rodrigo Londoño Echeverri, conhecido como “Timochenko”, antes inimigos de longa data, em cerimônia na cidade de Cartagena de Indias.
Estiveram presentes mais de 10 chefes de Estado da América Latina, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o secretário de Estado dos Estados Unidos, John Kerry, e outros representantes.
Ao defender o "sim", Manuel Santos afirmou reiterada vezes que "é melhor uma paz imperfeita que uma guerra perfeita". O acordo também é defendido pelos líderes da guerrilha. Ao assinar o documento, Timochenko disse que o país "renasceu para promover uma nova era de reconciliação e de construção da paz".
O documento é considerado histórico porque desde 1983 o país fracassou em três tentativas de negociar a paz, durante os governos de Belisario Betancur, César Gaviria e de Andrés Pastrana.
Pontos acordados em Havana
O pacto da Havana prevê acordos e compromissos em seis pontos: reforma rural, participação política dos ex-combatentes da guerrilha, cessar-fogo bilateral e definitivo, solução ao problema das drogas ilícitas, ressarcimento das vítimas e mecanismos de implementação e verificação.
Lista de terroristas
Em mais de 50 anos, o conflito na Colômbia, o mais longo das Américas, provocou a morte de 260 mil pessoas e deixou quase 7 milhões de deslocados internos e 45 mil desaparecidos.
A guerrilha nasceu de uma insurreição camponesa em 1964 em Marquetalia, na região de Tolima. Um grupo de liberais armados, entre eles Pedro Antonio Marín, conhecido como "Tirofijo", tentou frear uma ofensiva do Exército que pretendia acabar com uma comunidade autônoma de camponeses que existia no lugar.
A União Europeia anunciou a remoção temporária das Farc de sua lista de organizações terroristas e a suspensão de sanções econômicas. A guerrilha foi incluída em 2002 na lista, criada após os atentados de 11 de setembro de 2001 em Nova York. Ela inclui pessoas, grupos e organizações, contra os quais foram impostas sanções devido ao envolvimento em atividades terroristas.

TEXTO 2 – Líder das Farc diz que grupo irá lutar como partido político – Decisão semelhante à do IRA
Rebeldes marxistas das Farc continuarão a lutar por justiça social sob um acordo de paz com o governo da Colômbia, disse neste sábado (17) o principal comandante do grupo na abertura do último congresso como um grupo armado.
Representantes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) devem ratificar o recente acordo durante o décimo congresso do grupo que acontece esta semana e que será aberto à imprensa pela primeira vez.
Diante de centenas de combatentes no sul da Colômbia, o comandante rebelde Rodrigo Londono, que usa o nome de guerra de Timochenko, afirmou que as Farc desejam disseminar a mensagem de um partido político desarmado e transformar a nação andina depois de cinco décadas de guerra.
"Nesta guerra, não há nem vencedor nem vencido", disse ele, vestindo uma camiseta com a imagem do fundador das Farc, Manuel Marulanda. "A maior satisfação sempre será ter ganhado a paz."
O congresso, que no passado era secreto e usado para decidir estratégia de batalha, pode oferecer uma visão sobre agenda política das Farc. A programação para o evento reflete a agenda de negociações de paz, incluindo a reforma agrária e as questões ambientais.
Depois de quase quatro anos de negociações, as Farc e o governo colombiano chegaram a um acordo final de paz no mês passado, que será assinado em 26 de setembro por Timochenko e pelo presidente colombiano Juan Manuel Santos. Os colombianos terão a última palavra durante um plebiscito em 2 de outubro.
Enquanto as Farc podem encontrar um ponto de apoio eleitoral entre os agricultores pobres e esquerdistas comprometidos, muitos colombianos desconfiam que os ex-combatentes possam se juntar a gangues ou ao Exército de Libertação Nacional, um grupo rebelde menor.
Santos, que apostou seu legado na paz, iniciou uma campanha para convencer os colombianos a apoiarem o acordo, mas enfrenta forte oposição de setores poderosos do país que acreditam que a única solução é terminar militarmente as Farc.
Muitos estão indignados com o fato de que a liderança das Farc não enfrentará a prisão, e se preocupam com uma possível tentativa de conversão de uma nação tradicionalmente conservadora aos ideais marxistas do grupo.

TEXTO 3 –Entenda o que é a guerrilha colombiana das Farc
A guerrilha das Farc, cuja luta por alcançar o poder através das armas marcou a sangue e fogo os últimos 52 anos na Colômbia, celebra sua décima conferência visando a converter-se em um movimento político legal.
- Fundação -
Em 9 de abril de 1948, o assassinato do caudilho liberal Jorge Eliécer Gaitán desata na Colômbia um violento confronto entre liberais e conservadores, então no governo. Uma anistia, em 1953, e um acordo para a alternância de poder, em 1957, acaba com a violência interpartidária.
Mas os camponeses liberais se organizam para reclamar uma reforma agrária em territórios sob influência comunista que foram chamados de "repúblicas independentes" e que o Estado tentou reconquistar pela força em 1964.
Sob o comando de Manuel Marulanda Vélez, conhecido depois como Tirofijo, cerca de 50 camponeses sobreviveram ao ataque e formaram as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), assumindo como data fundacional o dia 27 de maio de 1964.
As Farc começaram como uma guerrilha de autodefesa que reivindicava a luta radical agrária, depois incorporaram o discurso marxista-leninista e, depois da queda da União Soviética, o bolivariano de corte nacionalista.
- Rebelião -
Rebeladas contra o Estado há mais de meio século, as Farc sobreviveram por sua capacidade de mover-se na complexa geografia colombiana de montanhas e selvas, pelo recrutamento voluntário ou forçado de camponeses, inclusive menores e, especialmente, a partir dos anos 1980, pelos recursos obtidos da extorsão, sequestro e narcotráfico.
A guerrilha reconheceu a cobrança de um imposto dos cultivadores de folha de coca - matéria-prima da cocaína -, mas negou ser um cartel do narcotráfico como assinalam os Estados Unidos. As Farc nunca revelaram seu contingente, mas estimativas oficiais dos anos 1980 falavam de 8.000 guerrilheiros, 16.000 uma década depois e atualmente 7.000 combatentes. Fontes militares indicaram que, além disso, contariam com o apoio de 6.000 milicianos. Em 1982 adota a nomenclatura FARC-EP durante a realização da Conferência da Sétima Guerrilha
- Reforma -
Historicamente, as Farc exigem uma reforma agrária e uma nova Constituição. Depois do assassinato nas mãos de paramilitares de cerca de 3.000 simpatizantes, militantes e dirigentes da União Patriótica, partido de esquerda criado em 1985 por ex-membros desta guerrilha, também exigem garantias para virar partido político.
- Conversações -
As Farcs tentaram negociar a paz com os governos de Belisario Betancur (1982-1986), César Gaviria (1990-1994) e Andrés Pastrana (1998-2002). Em novembro de 2012, iniciaram o processo de paz com Juan Manuel Santos, que deve governar até 2018.
Com o governo de Santos, alcançaram, depois de quatro anos de negociações em Cuba o histórico acordo de seis pontos que a X Décima Nacional Conferência Guerrilheira das Farc deve ratificar. O pacto de Havana será assinado em 26 de setembro, em Cartagena, mas para se tornar efetivo deve ser aprovado pelos colombianos em um referendo em 2 de outubro.

TEXTO 4 – Algumas Imagens


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TEXTO 5 – Apoio de Chávez às Farc incluía uso do aparato diplomático e imigratório venezuelano, mostra dossiê
O apoio do regime de Hugo Chávez às Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) incluiu o uso do aparato diplomático e imigratório venezuelano para facilitar o trânsito de guerrilheiros no país e no exterior, segundo o farto material analisado para um dossiê publicado na terça-feira pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), de Londres.
De acordo com o livro, pelo menos 2.500 documentos foram expedidos entre 1999 e 2002, nos primeiro anos do governo Hugo Chávez.
A emissão em massa de carteiras de identidade venezuelanas frias para integrantes da guerrilha e o esquema de vistos, que incluiu a participação do consulado do país em Manaus para a emissão, vem à tona no "Dossiê das Farc: os arquivos secretos de Venezuela, Equador e Raúl Reyes", escrito com base em dados encontrados no computador do guerrilheiro morto.
Entre outros pontos, os emails do homem que foi o número 2 das Farc revelam que Rodrigo Granda, porta-voz da guerrilha, teria chegado a ser detido brevemente no aeroporto de São Paulo, onde se identificou como comerciante de ouro. E como alguns guerrilheiros identificaram uma rota segura de entrada na Venezuela, passando pelo norte do Brasil.Apuros no Aeroporto de Guarulhos
Numa das comunicações em poder de Reyes, Manaus é recomendada por um outro representante do alto clero da guerrilha, Rodrigo Granda, como uma rota segura para a movimentação de pessoal usando o território brasileiro.
De acordo com os emails trocados por ambos, pelo menos dois guerrilheiros fizeram esse percurso em 2003, contando com a cumplicidade do então cônsul venezuelano, Manuel José Montañés Lanza, quem forneceu o visto.
Outro ponto de apoio teria sido a Embaixada da Venezuela em Cuba, que em 2002, teria facilitado a entrada de até três guerrilheiros. Um deles, Ovidio Salinas, era procurado pela Interpol e, segundo os documentos, contava com um passaporte venezuelano falso.
Outro expediente usado foi uma ONG, Projeto Renascer, fundada pelas Farc com o objetivo oficial de zelar pelos direitos humanos de refugiados colombianos vivendo em áreas fronteiriças da Venezuela, mas que também serviu de fachada para emitir documentos para guerrilheiros.

TEXTO 6 –





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