quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Aula 25/2016 - O suicídio entre jovens


Material da aula

TEXTO 1 – FATO MOTIVADOR - OMS: Suicídio já mata mais jovens que o HIV em todo o mundo
Para muitos especialistas, o suicídio juvenil tem contornos epidêmicos. E, para a Organização Mundial de Saúde, precisa "deixar de ser tabu": segundo estatísticas do órgão, tirar a própria vida já é a segunda principal causa da morte em todo mundo para pessoas de 15 a 29 anos de idade - ainda que, estatisticamente, pessoas com mais de 70 anos sejam mais propensas a cometer suicídio.
No Brasil, o índice de suicídios na faixa dos 15 a 29 anos é de 6,9 casos para cada 100 mil habitantes, uma taxa relativamente baixa se comparada aos países que lideram o ranking - Índia, Zimbábue e Cazaquistão, por exemplo, têm mais de 30 casos. O país é o 12º na lista de países latino-americanos com mais mortes neste segmento.
"O suicídio é um assunto complexo. Normalmente, não existe uma razão única que faz alguém decidir se matar. E o suicídio juvenil é ainda menos estudado e compreendido", diz Ruth Sunderland, diretora do ramo britânico da ONG Samaritanos, que se especializa na prevenção de suicídios.
De acordo com a OMS, 800 mil pessoas cometem suicídio todos os anos. E para cada caso fatal há pelo menos outras 20 tentativas fracassadas.
"Para a faixa etária de 15 a 29 anos, apenas acidentes de trânsito matam mais. E se você analisar as diferenças de gênero, o suicídio é a causa primária de mortes para mulheres neste grupo", diz à BBC Alexandra Fleischmann, especialista da OMS.
Diferenças
O Brasil, neste ponto, passa pelo fenômeno oposto: índice de suicídios nesta faixa etária para mulheres é de 2,6 por 100 mil pessoas, mas a taxa salta para de 10,7 entre a população masculina. Mas, entre 2010 e 2012, o mais recente período de análise de dados da OMS, o índice feminino cresceu quase 18%. Em termos globais, uma variação chama atenção: 75% dos suicídios ocorrem em países de média e baixa renda. E as diferenças socioeconômicas parecem ter impacto mais forte entre adolescentes.
A intensidade também tem variações regionais.
Para especialistas, suicídios são mais do que fatalidades. Pesquisas acadêmicas revelam que pelo menos 90% dos adolescentes que se matam têm algum tipo de problema mental. Eles variam da depressão - a principal causa para suicídios neste grupo - e passam por ansiedade, violência ou vício em drogas.
Mas há "gatilhos" que podem ser sutis como mudanças no ambiente familiar ou escolar, passando por crises de identidade sexual.
Por isso, os especialistas recomendam prestar atenção nos sinais iniciais. E, não por acaso, a mais recente campanha dos Samaritanos foi dirigida a estudantes britânicos iniciando o período letivo nas universidades.
Também recomenda-se atenção a questões com o bullying, incluindo suas manifestações pela internet. Especialistas também argumentam que o sensacionalismo na mídia pode encorajar imitações.
"Neste caso, um efeito positivo inverso seria encorajar as pessoas a procurar ajuda", argumenta Sutherland.
Grupos envolvidos com a questão também argumentam que o suicídio deveria se tornar uma questão de saúde pública. No entanto, apenas 28 países têm estratégias nacionais de prevenção.

TEXTO 2 –Por que precisamos falar de suicídio com urgência
Suicídio. A data foi fundamental para trazer o tema à tona. Mas depois disso, pouco se falou a respeito. O suicídio ainda é um assunto considerado tabu por muitos e, por isso, pouco discutido. Entretanto, o número de pessoas que tiram a própria vida tem avançado muito — e silenciosamente. No mundo, a morte por suicídio já é mais frequente que por HIV entre os jovens. No Brasil, o número de pessoas que se suicidaram perde apenas para homicídios e acidentes de trânsito entre as mortes por fatores externos (o que exclui doenças).
Perfil do suicida
No mundo todo, o suicídio é predominante no sexo masculino, com exceção da Índia e China. No Brasil, não é diferente. Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia (UFBA) concluiu que os homens têm 3,7 vezes mais chances de se matar que as mulheres.
“A diferença [de taxas] entre os gêneros é geralmente atribuída a maior agressividade, maior intenção de morrer e uso de meios mais letais entre os homens”, concluiu o estudo da UFBA. Ainda segundo o texto, as mulheres “são mais religiosas, o que pode se tornar um fator de proteção”.
O psiquiatra Rubens Pitliuk, do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, disse em entrevista ao G1 que a principal razão para os homens conseguirem efetivamente tirar a própria vida é a forma como eles tentam se matar. “Suicídio em homem é mais violento que em mulher. As mulheres em geral tentam [se matar] tomando comprimidos. É mais difícil a mulher se jogar de uma janela”, explicou ao G1.
Jovens e idosos em risco
Os especialistas entrevistados pelo G1 demonstraram especial preocupação com os jovens – segundo o Mapa da Violência, entre 2002 e 2012 houve uma alta de 15,3% na taxa de suicídio nessa faixa-etária no Brasil – e idosos que são a faixa com o maior índice – 8 suicídios para cada 100 mil habitantes, a maior do Brasil, segundo o Mapa.
A psicóloga Karen Scavacin, uma das revisoras do documento “Preventing Suicide – A Global Imperative”, elaborado pela OMS, afirma que outras características do perfil dos jovens devem ser levadas em consideração. “Tanto a criança quanto o jovem tem uma impulsividade alta (…), ele ignora a irreversibilidade da morte”, alertou em entrevista o G1.
O acesso fácil a meios de incentivo associado ao aumento nos casos de cyberbullying – bullying feito pelas redes sociais e internet – também foi apontado como um fator importante pela psicóloga. “Hoje em dia é muito fácil você pesquisar como cometer um suicídio em qualquer mídia social. As pessoas não levam em consideração quando um adolescente ou uma criança fala que pretende se matar e isso deve ser uma das coisas que mais influencia”.
Causas
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a maior parte dos suicídios é cometido por pessoas com depressão, independente de sexo, faixa etária ou qualquer outra característica. Uma cartilha publicada pela organização esse mês aponta 15 causas frequentes que influenciam na retirada da própria vida, como o uso de álcool e drogas, perda ou luto e outros transtornos mentais, como a esquizofrenia, transtorno de personalidade, stress pós-traumático e outras doenças psiquiátricas.
Depressão não precisa acabar em suicídio
“A população precisa ser mais bem informada de que depressão é uma doença e tem tratamento. Boa parte das vezes, a pessoa se sente mal e não sabe que tem depressão. Se soubesse o nome da doença, talvez procurasse ajuda. E muitas vezes a família não percebe que ela está deprimida”, explicou Rubens Pitliuk ao G1.
O psiquiatra diz ainda que é importante quebrar o medo dos antidepressivos que, em casos de suicídio, são fundamentais. “O remédio é necessário se o paciente tem uma depressão clínica, em que já existem os sintomas físicos – queda de energia, dores no corpo, dores de cabeça, boca seca – ou seja, o organismo inteiro está depressivo. Agora, se você puder juntar o remédio com a ida a uma terapia, é melhor do que só o remédio. Se só puder escolher um, é melhor receitar o antidepressivo”.

TEXTO 3 – Mais comum do que se imagina
O suicídio tem crescido entre as causas de mortes de jovens até 19 anos no Brasil. Em 2013, 1% de todas as mortes de crianças e adolescentes do país foram por suicídio, ou 788 casos no total. O número pode parecer baixo, mas representa um aumento expressivo frente ao índice de 0,2% de 1980.
Entre jovens de 16 e 17 anos, a taxa é ainda maior, de 3% frente ao número total. O aumento também ocorre em relação às mortes para cada 100 mil jovens dessa mesma faixa etária: a taxa foi de 2,8 por 100 mil em 1980 para 4,1 em 2013.
Os dados fazem parte da pesquisa Violência Letal: Crianças e Adolescentes do Brasil. Eles foram compilados pela Flacso (Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais), um organismo de cooperação internacional para pesquisa.
Segundo Alexandrina Meleiro, jovens imersos em redes sociais como Facebook ou Instagram assistem a retratos de vidas fantásticas. Internautas tendem a selecionar posts que exibam suas melhores conquistas e construir cuidadosamente imagens coloridas de suas vidas. Por comparação, a vida de quem assiste a esse espetáculo parece pior, principalmente quando surgem problemas.
Dificuldades em lidar com ou ter a própria sexualidade aceita continuam a contribuir para comportamento suicida. De acordo com Alexandrina Meleiro, é comum que pais se digam compreensivos quanto à sexualidade dos filhos, mas tenham problemas em lidar, na prática, com filhos não heterossexuais.
Maus tratos e abuso físico e sexual durante o desenvolvimento também podem estar associados ao suicídio. De acordo com a professora, pessoas suicidas tendem a se envolver em comportamentos autodestrutivos, como o uso de drogas sem moderação. ‘Assim como o álcool contribui para a violência contra o próximo, ele pode desencadear violência contra si mesmo.’
Ela também afirma que os jovens são em parte vítimas da própria criação. Pais excessivamente focados em suas próprias carreiras e vidas pessoais sentem-se culpados em relação aos filhos, e tendem a consolá-los com conquistas materiais. “‘Se quebrou o iPhone, o pai providencia outro.’”
Esse excesso de proteção pode dificultar que o jovem desenvolva, por si próprio, formas de lidar com a frustração com problemas do amadurecimento, como uma desilusão amorosa ou dificuldades para encontrar um emprego.

TEXTO 4 – Alguns infográficos




TEXTO 5 - O Desafio da Juventude
Momento a momento, dia após dia, a juventude é uma época de rápidas mudanças. Pode também ser uma época de confusão. Um jovem pode sentir como se estivesse sozinho em meio ao deserto ou num campo de batalha. Algumas vezes poderá pensar que não pode confiar em ninguém, que ninguém o ama ou mesmo que não há razão para viver.
Provavelmente, as notas na escola ou universidade não são os seus únicos problemas. Poderá haver problemas em casa, com a saúde, de ordem financeira, com relação ao sexo oposto, as amizades ou como se sente sobre si mesmo. Certos momentos, poderá sentir-se confiante e imbatível e no momento seguinte estar completamente inseguro, frustrado ou apático.
Um jovem poderá fazer questões fundamentais sobre si mesmo, sobre a sua identidade: Quem sou eu? O que devo fazer com a minha vida? É muito natural sentir-se inseguro sobre qual o melhor caminho a ser seguido. Caso ainda não tenha decidido o curso do seu futuro, somente concentre suas energias no que está realizando agora e gradualmente todo o seu potencial irá emergir.
O ponto mais importante é não desistir quando se é jovem, devido a negatividade ou cinismo. Não se compare aos outros. Seja sincero consigo mesmo e busque nutrir e sentir-se feliz com a sua própria e insubstituível vida. Mesmo que seja caçoado em certas ocasiões ou alguém o despreze, continue caminhando firme e nunca deixe a si mesmo ser derrotado.
Estabelecer objetivos é uma boa ideia. Mesmo para aquele jovem com tendência de somente manter sua determinação por um ou dois dias, somente renove-a constantemente. Por exemplo, quando se está estudando poderá surgir o pensamento: "Eu não aguento mais, quero sair". Neste instante, surge o desafio de continuar se esforçando mesmo que por mais cinco minutos. As pessoas que perseveram, mesmo que um pouco, irão alcançar um grandes vitórias em suas vidas.
A juventude é a época de solidificar a base da vida. Não é possível construir um arranha-céu sem que haja uma base sólida e segura. Da mesma forma, aquele que negligencia os estudos e se esquiva dos trabalhos árduos enquanto é jovem, não poderá edificar para si mesmo um grande futuro.
Uma vida fácil e cômoda - onde tudo flui da forma mais conveniente – pode parecer ótima, mas não irá proporcionar as circunstâncias para que se possa polir o caráter. Caso isto ocorra, muitos se tornarão mimados – tornando-se pessoas que não pensam no próximo e que se tornam inúteis nos momentos de dificuldade.
Um jovem não deve sentir-se desafortunado, caso os seus pais sejam pobres, sem instrução ou estejam sempre brigando um com o outro. Na verdade, esta é uma verdadeira situação do cotidiano que estimula o nosso desenvolvimento como ser humano. Alguns jovens podem pensar que seria melhor ter nascido numa família rica e bem-sucedida. Mas, geralmente, os nascidos neste ambiente se transformam em autômatos bem-comportados, limitados pela formalidade, tradição e aparência. Assim, acabam sendo destituídos do genuína espontaneidade e calor humano.
Não existe tal coisa como uma vida cheia de brisas. Por esta razão, faça um favor a si mesmo e enfrente os mais difíceis desafios, para que se torne cada vez mais forte em sua juventude, enquanto se está saudável e cheio de vitalidade. Veja todas as dificuldades como a matéria-prima que irá capacitá-lo a desenvolver um coração magnânimo e o tornará uma pessoa sagaz e sólida.
Busque ser o mais ativo possível. Somente o ato de ser jovem é um tesouro mais valioso do que o poder ou a fama. Ser jovem é ter esperança, paixão e liberdade. Toda a sua vida está em suas mãos, repleta de possibilidades.
Ao invés de criar uma vida de páginas em branco, é melhor viver uma existência cravada com memórias de lutas e com as mais diversas experiências. Não criar nada. Não deixar para trás nenhum rastro e somente envelhecer e morrer. Este é um triste modo de se viver.
Não espere! Se tornem os atores principais do drama humano que ainda não foi descortinado. Construam a história. Mesmo que se sinta incapaz, que seja difícil acreditar em si mesmo. Por favor, não se deixe levar pela opinião alheia e abrace o que acredita ser verdadeiro. Busque acreditar em si mesmo.
Por favor, desafie a injustiça e corrupção ao seu redor – brade e lute contra o autoritarismo e os abusos de poder. Confronte todas as situações com a pela força do seu caráter. Viva com honestidade, integridade e produza resultados. Estabeleça metas elevadas e lute para alcançar seus ideais de corpo e espírito.

Fonte:       Fonte: Mirror Weekly, 14 de dezembro de 2008

Alguns INFOGRÁFICOS




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