domingo, 11 de junho de 2017

Aula 08/2017 - Le Pen foi derrotada, mas nos deu um alerta!


TEXTO 1 – FATO MOTIVADOR - Le Pen reconhece derrota, mas fala em 'resultado histórico' de seu partido
A candidata de extrema direita à eleição presidencial francesa, Marine Le Pen, reconheceu sua derrota nas urnas para o candidato centrista Emmanuel Macron, que venceu com ampla vantagem neste domingo (7) o segundo turno da votação, apontaram pesquisas preliminares.
Em discurso para simpatizantes em Paris, ela parabenizou seu adversário pela vitória no pleito, mas afirmou que seu partido, a Frente Nacional, conquistou um resultado histórico nas urnas. Le Pen disse que é preciso constituir uma nova força política e convocou "todos os patriotas" a se unir a ela, acrescentando que o partido da Frente Nacional precisa mudar para conseguir superar o desafio.
A candidata da Frente Nacional que, segundo as primeiras projeções obteve 35% dos votos contra 65% do rival, agradeceu o apoio dos "eleitores patriotas" e anunciou uma reformulação de seu partido para desempenhar o papel de primeira força de oposição ao novo presidente.
Melhor resultado da Frente Nacional
Foi o melhor resultado da Frente Nacional na história. Por isso, Le Pen, que após o primeiro turno firmou uma aliança com Nicolas Dupont-Aignan, anunciou uma "profunda renovação" para "criar uma nova força política". A candidata garantiu que liderará o "combate" das eleições legislativas marcadas para o junho, tratando de reunir todos aqueles que querem optar pela França em primeiro lugar.
Le Pen afirmou que as eleições presidenciais mostraram uma "decomposição da vida política francesa", marcada especialmente pelo "desaparecimento dos partidos tradicionais", em referência aos socialistas e à centro-direita de François Fillon.
Nas eleições legislativas, Le Pen afirmou que voltará a apresentar o dilema entre "globalistas e patriotas" e se mostrou "inquieta" pelas perspectivas abertas no mandato de Macron.
Segundo pesquisa do Ipsos, o candidato centrista recebeu 65,1% dos votos, contra 34,9% de sua rival, Marine Le Pen. O Kantar divulgou resultado semelhante nesta tarde. Macron teria vencido com 65,5% da preferência, ante 34,5% de sua adversária. Já segundo pesquisa do Elabe/BFM TV, o candidato recebeu 65,9%, contra 34,1% de Le Pen.

TEXTO 2 - Eleições na França, novos sinais de alerta
A vitória de Marine Le Pen consolidaria o populismo de direita no cenário internacional.
A conjuntura política internacional se deteriora velozmente: a crise econômica mundial iniciada em 2008 assume um caráter de crise da democracia e civilizatória. As elites políticas e econômicas do planeta impuseram, por meio da captura da democracia pelo 1% mais rico, um aprofundamento do neoliberalismo que teve como resultado o aumento dos lucros de poucos e o aumento da pobreza e a perda de direitos para muitos.
A começar pela potência mais importante, com seu novo presidente, Donald Trump, que derrotou o establishment dos partidos republicano e democrata, ambos comprometidos até a medula com o neoliberalismo cada vez mais impopular.
Os EUA mergulharam em uma agenda antiliberal e ultraconservadora: muro na fronteira com o México, veto à entrada de cidadãos nascidos em sete nações mulçumanas, programas de deportações em massa, proposta de liberar que as igrejas interfiram na política, o que é proibido desde 1954, investimentos em projetos energéticos nocivos ao meio ambiente, que antecipam uma provável ruptura unilateral com os frágeis pactos ambientais da ONU.
Os impactos geopolíticos da nova situação política estadunidense jogam mais gasolina no fogo da crise democrática e civilizatória. No Oriente Médio, Trump apresenta uma carta branca para Israel. O povo palestino e o mundo estão mais distantes de uma resolução positiva desse conflito fundamental para a construção de uma paz duradoura na região.
Na Ásia, os sinais do presidente dos EUA apontam para um aumento da beligerância no continente que apresentou os maiores níveis de crescimento econômico do mundo nas duas últimas décadas, com ameaças à China e alertas ao Japão para a necessidade de se armar. Em paralelo, a América Latina vive um novo ciclo de esgotamento das experiências progressistas e de nova ofensiva neoliberal e conservadora, marcado pela vitória de Maurício Macri na Argentina, pela crise na Venezuela e pelo golpe no Brasil.
Na Europa, o quadro não é distinto, com crise econômica persistente e crescimento vertiginoso da extrema-direita diante da falência neoliberal. Isso explica o resultado do plebiscito que decidiu pela saída do Reino Unido da União Europeia.
A Rússia se consolida como um pilar geopolítico conservador e autoritário, aumentando sua influência externa e com uma sociedade civil cada vez mais controlada e reprimida através de leis contra dissidentes políticos, leis antigay e até mesmo a despenalização da violência doméstica contra as mulheres.
No centro do continente, a Alemanha se apresenta como polo de resistência dos valores liberais, porém Merkel dá sinais de que vai ceder à agenda extremista e xenófoba, ao menos no tema dos imigrantes e refugiados.
Outra manifestação dessa revolta das bases contra a adesão da socialdemocracia ao neoliberalismo aparece na construção de alternativas partidárias aos socialistas em Portugal, Espanha e na França a partir de uma estratégia de fazer oposição aos governos neoliberais liderados pela direita e pela socialdemocracia, apostando que, na falência desses governos, poderão se tornar a força majoritária entre as esquerdas e na sociedade.
As mesmas questões e dilemas se apresentam na França. Em pesquisa divulgada pelo jornal Paris Match no dia 1º de fevereiro, Melénchon caiu de 14% para 9% das intenções de voto e Hamon saltou de 6% para 18% desde sua confirmação como candidato, o que o coloca em empate técnico com os candidatos da direita (Filon com 21% e Macron com 20%) na luta por um lugar no 2º turno contra Le Pen, que lidera com 24%.
O desafio é produzir uma unidade que supere os sentidos burocráticos que atravessam os socialistas e que derrote o sentido sectário que perpassa “a esquerda da esquerda”. Uma unidade que renove as esperanças na construção de um outro mundo distinto do deserto neoliberal e do pesadelo fascista. Uma unidade que se espraie por todo mundo, e que chegue ao nosso Brasil golpeado, pois somente com a convergência das esquerdas poderemos superar a crise democrática e civilizatória que ameaça o nosso futuro.

TEXTO 3 – O avanço da extrema-direita na Europa
Alemanha
A Alternativa para a Alemanha (AfD) aumentou o número de representantes no Parlamento alemão desde setembro de 2016. A legenda é contra a construção de novas mesquitas no país e usa, com frequência, a frase “O Islã não pertence à Alemanha” em suas campanhas. A AfD tem atraído votos daqueles que pedem a saída da Alemanha da União Europeia.
Holanda
Com promessas anti-Islã e anti-União Europeia, o Partido da Liberdade (PVV) tem crescido nas pesquisas das eleições holandesas. O líder da legenda, Geert Wilders, considerado como o Trump da Holanda, foi considerado culpado por ofensas islamofóbicas no ano passado.
França
A Frente Nacional, legenda francesa anti-imigração, tem ganhado popularidade sob a liderança de Marine Le Pen. Ela é uma das principais candidatas à corrida presidencial deste ano. Em 2015, o partido teve o maior número de votos nas eleições regionais e europeias.
Grécia
Aurora Dourada é o partido de extrema-direita da Grécia. Mesmo elogiando o governo de Adolf Hittler, o líder da legenda, Nikolaos Michaloliakos, rejeita o título de neonazista. Em meio às crises de refugiados e econômica, o Aurora Dourada ganhou espaço e chegou em terceiro na corrida eleitoral de 2015.
Hungria
O nacionalista “Movimento para uma Hungria Melhor”, Jobbik, é o principal partido de extrema-direita no país e tem a reputação de ser anti-semita. Para muitos, o Fidesz também se aproxima cada vez mais da extrema-direita. Liderado pelo premier Viktor Orban, é acusado de abandonar as raízes conservadoras para defender políticas anti-imigração
Suécia
O líder do Partido dos Democratas Suecos, Jimmie Åkesson, já expressou sua admiração pelo presidente americano, Donald Trump, e adota um discurso contra imigrantes. A legenda é vista como uma forte candidata para eleições no país em 2018, mesmo sem ter alianças com outros grupos políticos, que recusam trabalhar em conjunto com a extrema-direita.

TEXTO 4 – INFOGRÁFICO


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