terça-feira, 12 de setembro de 2017

Aula 15/2017 - Abuso Sexual



TEXTO 1 – FATO MOTIVADOR - Mulher sofre assédio sexual dentro de ônibus na Avenida Paulista
Uma mulher sofreu um assédio sexual dentro de um ônibus na Avenida Paulista por volta das 13h20 desta terça-feira (29). Segundo a Polícia Militar, o homem ejaculou na mulher e ela ficou em estado de choque. O homem tem cinco passagens pela polícia por estupro, segundo o SPP. A Polícia Militar foi chamada e o homem foi levado para o 78º Distrito Policial, nos Jardins. O crime aconteceu na altura da Alameda Joaquim Eugênio de Lima .
Mulher sofre assédio sexual dentro de ônibus na Avenida Paulista e vereador grava ele sendo levado para a delegacia
O vereador Caio Miranda Carneiro estava passando pela Avenida Paulista quando viu o ônibus parado e fez uma transmissão ao vivo pelo Facebook. "O ônibus está parado aqui. É um doente, só pode ser doente, assediou uma passageira. Está todo mundo revoltado aqui", disse o vereador na transmissão. O vídeo mostra o momento em que ele sai do ônibus e é levado para a delegacia.
Em SP, quem praticar atos obscenos no transporte vai passar por curso de conscientização
Chorando e em estado de choque, a vítima foi acolhida por outras mulheres. O assediador foi mantido dentro do ônibus até ser retirado por policiais militares e levado para a delegacia. O local rapidamente reuniu dezenas de pessoas. Revoltados, muitos gritavam, xingavam e ameaçavam linchar o agressor.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) afirma que o homem, de 27 anos, foi preso em flagrante por estupro. O caso foi registrado no 78º Distrito Policial e o autor será encaminhado à Justiça para audiência de custódia.
Procurada pelo G1, a SPTrans disse que "lamenta e repudia o ocorrido no início da tarde desta terça-feira em um ônibus do sistema municipal de transportes". A empresa disse ainda que "nos casos de abuso sexual no interior dos ônibus, a SPTrans recomenda que o motorista seja comunicado imediatamente e conduza o veículo até a delegacia de polícia mais próxima. Lá, a vítima poderá registrar um boletim de ocorrência e receber amparo das autoridades policiais, que tomarão as providências cabíveis".

TEXTO 2 - Mulheres sofrem mais assédio no transporte público, segundo Datafolha
Na superlotação de ônibus, trens e metrôs que circulam na capital paulista, usuários se espremem uns contra os outros em busca de espaço. Esse roçado facilita "mãos bobas" nada bobas, sussurros indecorosos e encoxadas propositais, reportados por uma a cada três paulistanas entrevistadas pelo Datafolha em pesquisa sobre assédio.
Segundo o levantamento, que entrevistou 1.092 homens e mulheres, o transporte público é o local onde mais ocorre assédio às mulheres da cidade: 35% dizem já ter sido alvo de algum tipo de assédio nesses apertos. 22% delas dizem ter sofrido assédio físico, enquanto 8% foram alvo de assédio verbal e 4% de ambos.
Em seguida ao transporte público, os palcos de assédio são a rua (33%), a balada (19%) e o trabalho (10%).
Este resultado vai ao encontro da movimentação de ativistas e de coletivos feministas para que empresas de transporte público criem campanhas e mecanismos facilitados de denúncia.
As ações vão desde protestos em estações de metrô ou da distribuição de alfinetes em plataformas e pontos de ônibus como forma de autopreservação até mulheres que conseguiram forjar a criação de campanhas e do treinamento de funcionários do metrô.
É o caso da pesquisadora de políticas públicas Ana Carolina Nunes, 24. Usuária do metrô desde adolescente, e alvo de assédio ali muitas vezes, ela passou a se questionar: "Não é possível que o Metrô não saiba o que fazer pra acabar com isso?". O que descobriu, disse, é que a empresa não sabia mesmo. "Não só o Metrô, mas todas as empresas de transporte não sabem como lidar com a questão do assédio. Antes de tudo porque não existem mulheres em posições de comando nessas estruturas", avalia.
Para Luise Bello, 26, gerente de comunicação e conteúdo da ONG Think Olga, que criou as campanhas #primeiroassedio e Chega de Fiu-Fiu, a superlotação do transporte público favorece "uma proximidade excessiva que ainda é utilizada como desculpa para abusos físicos". "Nesse tipo de situação, dentro de um ônibus ou um trem, muitas vezes a mulher tem menos possibilidade de escapar do abuso."
Caróu Oliveira, 28, da Frente Contra o Assédio, que reúne mais de 20 coletivos, acha que as empresas fazem muito pouco pela segurança de suas usuárias. "Há um discurso de que a mulher, no espaço público, torna seu corpo também público. E a lotação facilita o assédio. A circulação de mulheres não é cuidada pelas empresas, que estão se lixando para a superlotação do serviço."
A pesquisa Datafolha espelha esta realidade e aponta que 51% das mulheres que sofreram assédio na vida foram alvo até os 17 anos -12% delas antes mesmo dos 12 anos de idade
"Vivemos uma cultura em que o corpo feminino é sexualizado desde muito cedo. Existe essa atração por meninas, que ficou muito clara na estreia do MasterChef Júnior", explica Luise Bello, uma das criadoras da #primeiroassedio. Em quatro dias da campanha, foram mais de 82 mil tweets sobre o assunto e milhares de histórias de assédios que começavam tão cedo quanto aos cinco anos de idade.
Para a antropóloga Beatriz Accioly, o dado é assustador. "Isso só mostra a necessidade de se discutir a questão do assédio cada vez mais e cada vez mais cedo, em especial em espaços como a escola", diz. "O problema é que este tema enfrenta muita resistência nos nossos planos educacionais."
Outro resultado da pesquisa que chamou a atenção de especialistas é a quase uniformidade na taxa de ocorrência de assédio nas várias faixas etárias. Considerando as mulheres que foram vítimas de assédio, 23% têm entre 16 a 24 anos, 27% entre 25 e 34 anos, 22% das mulheres entre 35 e 44 anos e 22% entre 45 e 59 anos.
No total, metade das mulheres disseram já ter sofrido assédio.
O QUE É?
Assédio verbal
Palavras desagradáveis, ameaças ou cantadas sem consentimento de ambas as partes. É uma contravenção penal e o autor pode ser multado.
Ato obsceno
Ação de cunho sexual em local público a fim de constranger ou ameaçar alguém. É crime.
Assédio sexual
Constrangimento ou ameaça para obter favores sexuais feito por alguém de posição superior à vítima. É crime.
Estupro
Obrigar alguém, perante violência ou ameaça, a ter relações sexuais ou a praticar outro ato libidinoso. É crime.

TEXTO 3 - INFOGRÁFICOS




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