domingo, 22 de outubro de 2017

Aula 20/2017 - Massacre, Bullying e Resiliência




Material da aula
TEXTO 1 – FATO MOTIVADOR  - Aluno atira em colegas dentro de escola em Goiânia, mata dois e fere quatro
Um estudante de 14 anos atirou no fim da manhã desta sexta-feira (20) dentro do Colégio Goyases, escola particular de ensino infantil e fundamental, em Goiânia. De acordo com o Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, dois estudantes morreram e outros quatro ficaram feridos na unidade, localizada no Conjunto Riviera, bairro de classe média.
O crime ocorreu às 11h50. Testemunhas relataram ao G1 que o adolescente, que cursa o 8º ano e é filho de policiais militares, estava dentro da sala de aula e, no intervalo, tirou da mochila a arma, uma pistola .40, que pegou da mãe em casa, e efetuou os disparos. Em seguida, quando ele se preparava para recarregar o revólver, foi convencido pela coordenadora a travar a arma.
O Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sepe) de Goiânia junto ao Conselho Estadual informou à TV Anhanguera, por meio de nota, nesta sexta-feira, que estão dando todo apoio à escola e aos parentes dos alunos da instituição.
Ainda conforme os órgãos, representantes foram até o colégio, conversaram com professores e direção e apuraram que o estudante autor dos disparos não apresentava comportamento suspeito. O texto destaca que as aulas no Colégio Goyases estão suspensas sem previsão de retorno.
O que se sabe até agora:
Sequência de fatos:
Colegas relatam que ouviram um barulho.
Em seguida, os colegas viram o adolescente tirando a arma da mochila e atirando para todos os lados.
Alunos correram para fora da sala de aula.
Assim que descarregou o cartucho, o aluno se preparava para recarregar a arma.
Estudante foi convencido pela coordenadora a travar a arma.
"Ele sofria bullying, o pessoal chamava ele de fedorento, pois não usa desodorante. No intervalo da aula, ele sacou a arma da mochila e começou a atirar. Ele não escolheu alvo. Aí todo mundo saiu correndo", relatou o estudante.
Adolescente suspeito de matar a tiros dois colegas sofria bullying, diz estudante

TEXTO 2 – Massacres de Columbine e Realengo despertaram em adolescente 'interesse em matar', diz delegado
Meses antes de tirar a pistola .40 da mãe do móvel em que ficava escondida em casa, sair para a escola com a arma na mochila e abrir fogo contra seus colegas na sala de aula do 8º ano do Colégio Goyases, em Goiânia, o adolescente X., de 14 anos, fez pesquisas na internet sobre os massacres de Columbine, nos EUA, e de Realengo, no Rio de Janeiro.
Os ataques de atiradores nas duas cidades - que mataram 12 alunos e um professor em 1999 e 12 adolescentes em 2011, respectivamente - "despertaram interesse em matar", como o jovem relatou em depoimento à Polícia Civil horas depois do ataque.
"Ele foi inspirado por essas duas tragédias e motivado pelo bullying que sofria de um dos adolescentes de sua turma, que ele resolveu matar", diz o delegado Luiz Gonzaga Júnior, da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), que colheu o depoimento de X. horas após o ataque.
Bullying na escola
Alunos colegas de X. contaram à imprensa local que o jovem costumava sofrer bullying e era chamado de fedido por não usar, segundo corria na turma, desodorante. O segundo jovem morto, de acordo com o delegado, era um amigo próximo do atirador, de quem ele "gostava muito", como teria dito no depoimento.
O jovem falou à polícia acompanhado de seu pai, "completamente consternado", segundo o delegado. Ambos os pais do adolescente são policiais militares, e a arma era ferramenta de trabalho de sua mãe, propriedade da Polícia Militar do Estado de Goiás. De acordo com o delegado, o número de vítimas poderia ter sido maior. A intervenção da coordenadora parece ter sido decisivo para conter X.
Caso 'raro'
Após o ataque, moradores de Goiânia colocaram símbolos e manifestações de luto em suas páginas nas redes sociais. O choque se espalhou pelo país todo, diante de uma modalidade de crime rara no Brasil. "Nos EUA esses ataques são difundidos e armas de fogo têm acesso muito livre", aponta Gonzaga Júnior. "Aqui em Goiânia, nunca vimos um caso desses. Afora o caso de Realengo não conseguimos nos lembrar de outro no Brasil", diz o delegado.
Em abril de 2011, um atirador abriu fogo contra crianças e adolescentes da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste do Rio, matando 12 alunos e deixando outros 13 feridos.
O caso gerou um duplo choque - com o massacre em si, e com a importação de um crime visto com uma frequência desconcertante nos EUA, mas não no Brasil.
Como no caso de Realengo, o ataque em Goiânia despertou uma nova onda de debate sobre o acesso a armas - mas, sobretudo, sobre o grave problema do bullying nas escolas.
De acordo com Gonzaga Junior, informações preliminares indicam que X. não levava os relatos de bullying de volta para casa nem para a direção da escola. "Os pais, aparentemente, nunca haviam tomado conhecimento disso", diz. De acordo com o delegado, as investigações agora serão aprofundadas para atestar a real motivação do crime.

TEXTO 3 –Bullying teria sido a motivação de ataque em escola de Goiânia
De acordo com familiares de alunos da escola em Goiânia, onde um adolescente abriu fogo contra colegas dentro de sala, o atirador era vítima de bullying. Os sentimentos provocados pelas piadas de colegas podem ter sido a motivação do estudante. Depois de um disparo dentro da própria mochila e de um tiro para o alto, o adolescente mirou em um colega sentado na carteira atrás dele, que implicava com ele, segundo parente de uma aluna da mesma turma. O caso aconteceu nesta sexta-feira e deixou ao menos dois adolescentes mortos e quatro feridos.
Ao GLOBO, Juliana Gomes contou que alguns alunos implicavam com ele por causa de seu cheiro, segundo sua sobrinha, de 13 anos, que é da mesma turma que ele.
— Diziam que ele tinha um cheiro forte de cecê. Um colega uma vez levou um desodorante e borrifou nele. É algo pesado — disse a psicóloga, que também é mãe de uma aluna do sexto ano da mesma unidade de ensino.
No entanto, ela conta que sua filha, que fazia aulas de violão com o atirador e estava em uma sala no mesmo andar do ataque, não desconfiava de qualquer sinal de perigo que ele pudesse representar. De acordo com Juliana, não houve nenhuma ação que pudesse indicar que o estudante faria tal ato.
A sobrinha de Juliana, que estava sentada a duas carteiras do adolescente, contou que o primeiro disparo foi feito dentro da própria mochila dele.
— Ele deu tiro para cima e depois mirou em um colega que estava atrás dele que implicava muito por causa do cheiro. Um dos colegas foi atingido na costela e a professora orientou para que todos saíssem e evitassem o tumulto. Na sala da minha filha também houve essa orientação, mas alguns quiseram buscar os irmãos da ala da educação infantil. Quando eu cheguei, estavam todos sentados no muro em volta da escola — afirmou.

TEXTO 4 – “Não foi bullying” – tragédia em que adolescente atira em 6 colegas, resultando na morte de 2
Jordan Campos, psicoterapeuta transpessoal clínico, iridólogo, escritor, palestrante, conferencista e músico, publicou em seu perfil pessoal na internet a sua análise sobre o temperamento e a personalidade do adolescente que atirou, na última sexta-feira, contra os seus colegas de sala de aula em Goiânia – Goiás. No final da postagem, ele afirma que “não é um exame, avaliação ou diagnóstico psicoterapeutico“, mas de uma análise geral com base nas informações que ele obtivera até aquele momento.
Na opinião do terapeuta, a questão não gira em torno do bullying. Confira abaixo:
“Sim, um adolescente matou dois colegas de escola com uma arma de fogo. Sim, pessoas desinformadas e com a ajuda da mídia espalham que o bullying foi o motivo. Não, não foi este o motivo. E vou aqui explicar um pouco sobre tudo isto.
Sou pai de quatro filhos, psicoterapeuta clínico de crianças, jovens e adultos e discordo completamente da “desculpa esfarrapada” desta pseudo-versão dos fatos. Bullying é o resultado de um abuso persistente na forma de violência física ou psicológica a uma outra pessoa. Bullying não é a piada sem graça, a ofensa solta ou uma provocação por conta do odor resultante da falta de desodorante por quatro dias, que foi exatamente o “caso” do adolescente que matou seus colegas. O motivo pelo qual o jovem assassinou seus colegas é um conjunto de fatores na formação de sua personalidade sob responsabilidade de seus pais.
O GATILHO que deu o start em seu plano de matar pode ter surgido da provocação de seus colegas, sim. Foi uma reação desmedida, autoritária, perversa e calculada a um conflito em que ele se viu inserido. A falta de preparo emocional e educacional deste jovem para lidar com frustrações é o ponto alto deste simples quebra-cabeças. Quando somos colocados frente a um conflito, ou o enfrentamos, ou fugimos ou paralisamos. As vítimas de bullying costumam paralisar e passam anos no gerúndio do próprio verbo que identifica este problema. Bullying é uma ressaca, um trauma no gerúndio, que vai minando as forças, destruindo a autoestima e a identidade frágil de suas vítimas.
NÃO FOI BULLYING – Por mais espantoso que possa ser, desculpem mídia e pseudo-sábios filósofos contemporâneos – o garoto matou porque tinha na sua formação de personalidade uma espécie de autorização para fazer! A identidade deste jovem de 14 anos estava formada em um alicerce que permitia isso. Ele provavelmente iria fazer isso logo logo… Na escola, com o vizinho, na briga de trânsito ou com a namorada que terminasse com ele, e isso nada tem a ver com Bullying. A provocação foi apenas o motivo para “fazer o que já se era.” Agora, falando do Bullying, digo sem pestanejar que o maior culpado pela sedimentação do bullying e suas prováveis repercussões não são os coleguinhas “maldosos”, e sim a FAMÍLIA de quem sofre este tipo de ação. Se quem sofresse bullying fosse um potencial assassino a humanidade estava extinta. Mata-se muito por traições, brigas de trânsito, desavenças de trabalho, machismo, homofobia… Mas não por Bullying. Do contrário – é muito mais provável um suicídio, depressão, implosão.
O que faz com que alguém resista ou não a uma ação que pode virar bullying? Simples – a capacidade do jovem em lidar com frustrações e aprender a enfrentar seus problemas e conflitos. Esta é a maior prevenção ao bullying – aprender a vencer frustrações se submetendo a elas de forma sadia e com orientação. Aprender a respeitar os pais e a vida. Ter lições diárias de cidadania, direitos humanos – mas o mais importante – passar por frustrações e ter apoio dos pais, sem lamentar e encontrar culpados e sim crescer forte entendendo que neste mundo não podemos ter o controle das coisas.
Pais, ensinem seus filhos a respeitarem vocês e aos outros. Sei que muitos de vocês estão cheio de carências, desesperados em relações funcionais fúteis, e projetando em seus filhos o amor que não tiveram de quem acham que deveriam ter. Negligenciam assim o respeito e querem ser amados – isso contribui para fazer jovens fracos, deprimidos, ansiosos, confusos e vítimas fáceis para o bullying. Lembrem-se: só se ama e se valoriza o que se aprende a respeitar!

TEXTO 5 – Pessoas resilientes têm a capacidade de dar a volta por cima; você é uma delas?
Frente a uma situação difícil, o que você faz: chora, foge ou enfrenta? Pois é, há pessoas que além de ficarem e enfrentarem os problemas, ainda conseguem se beneficiar com eles, aprendendo e crescendo emocionalmente. Essas são as pessoas resilientes.
O termo veio da física para designar a capacidade que alguns materiais têm de absorver impactos e retornar à forma original.
Quando se trata do comportamento humano, a palavra significa a habilidade de lidar e superar as adversidades, transformando experiências negativas em aprendizado e oportunidade de mudança. Ou seja, "dar a volta por cima".
"Ser resiliente é ter a capacidade de enfrentar crises, traumas, perdas, graves adversidades, transformações, rupturas e desafios, elaborando as situações e recuperando-se diante delas", explica Paulo Yazig Sabbag, professor de gestão de projetos e gestão do conhecimento da Faculdade Getúlio Vargas-FGV, e presidente da Sabbag Consultoria. Apesar de o termo ser usado há mais de 30 anos pela psicologia, a palavra ganhou popularidade depois do ataque terrorista ao World Trade Center, nos EUA, em 11 de setembro de 2001.
Depois da tragédia, o governo do então presidente George W. Bush distribuiu cartilhas às pessoas envolvidas com o acidente para ensiná-las e estimulá-las a retomar a vida normalmente, superando o trauma.
No entanto, muitas vezes confunde-se resiliência com resistência – que são duas características diferentes, de acordo com Ana Maria Rossi, presidente do Isma-BR, associação voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento de estresse no mundo.
"Uma pessoa resistente é aquela que 'segura as pontas', resistindo a situações de pressão. Já uma pessoa resiliente, além de suportar a pressão, aprende com as dificuldades e os desafios, usando sua flexibilidade para se adaptar e sua criatividade para encontrar soluções alternativas", explica ela.
Superando traumas
Existem muitos exemplos famosos de pessoas resilientes, que transformaram verdadeiras tragédias em oportunidade de crescimento. Entre eles estão o físico britânico Stephen Hawking, que formulou a teoria da cosmologia quântica após ser acometido por esclerose amiotrófica que comprometeu toda sua mobilidade; o romancista húngaro Imre Kertész, sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz e hoje Prêmio Nobel de Literatura; e o ator Reynaldo Gianecchini que foi diagnosticado com linfoma não-Hodgkin, um tipo raro de câncer que se desenvolve nos linfócitos e conseguiu se recuperar. Até mesmo o pesquisador que começou a utilizar o termo para estudar o comportamento humano é um exemplo de pessoa resiliente. De acordo com a pesquisadora, ninguém é resiliente sozinho: a interação com outras pessoas é fundamental para superar situações difíceis. "A comunidade onde crianças e adultos vivem pode ajudar a sublimar traumas e compor pessoas resilientes, pela energia vinda dessa interação", afirma.
Fonte: https://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/09/07/pessoas-resilientes-tem-a-capacidade-de-dar-a-volta-por-cima-voce-e-uma-delas.htm








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